domingo, 29 de julho de 2012

Cara nova, modelo antigo

                      
Cara nova, modelo antigo
 
 
Reforma gráfica faz de O Globo o jornal mais arejado do País, do ponto de vista estético; no campo das ideias, no entanto, o jornal reforça seu corte conservador e continua disposto a pautar o mensalão


Neste domingo, O Globo estreou seu novo projeto gráfico. Festejado numa festa no Copacabana Palace e assinado pelo designer Chico Amaral, o projeto transforma o jornal da família Marinho no mais arejado do País, do ponto de vista estético. Inegavelmente, a publicação ficou mais leve, moderna e bonita.


No campo das ideias, no entanto, o jornal reforça seu papel de veículo conservador, que tenta pautar a agenda pública no País. Neste domingo, a manchete “Mensalão desviou R$ 101 milhões” força claramente a mão, na tentativa de influenciar o julgamento do mensalão, que começa no dia 2 de agosto.


A reportagem aponta como prova do uso de recursos públicos o saque de R$ 4,6 milhões do fundo Visanet, pelas agências de Marcos Valério. Este tema, largamente explorado na CPI em 2005, gerou ampla controvérsia. Afinal, a Visanet é uma empresa privada, que tem como um dos acionistas o Banco do Brasil – bancos privados também fazem parte do capital social.


No texto, o Globo também aponta como recursos públicos o chamado bônus de veiculação que teria sido recebido pelas agências e não foi devolvido ao cliente Banco do Brasil. O que o jornal não informa é que quem pagava o maior BV do Brasil – e ainda paga – são as Organizações Globo. A decisão recente do Tribunal de Contas da União, que considera legal a retenção do BV pelas agências (como ocorre com outras empresas de publicidade até hoje) foi desconsiderada pelo Globo.


Numa edição praticamente toda dedicada à Ação Penal 470, o Globo também publicou editorial a respeito, que, segundo o jornal, será também um julgamento da era Lula. “São diversos os crimes imputados pelo MP aos acusados. Há peculato, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva. No entanto, mais importante que a tipificação de delitos é a inevitável implicação político-institucional do processo”, diz o texto.


Em outro artigo sobre o processo, Miriam Leitão pede que os ministros tenham grandeza diante do “momento histórico”. O Globo ficou mais moderno e mais leve, mas sua agenda política segue inalterada.



No editorial há de destacar essa afirmação:



"Um grande ponto de interrogação, porém, persistirá. Não se sabe em que medida influenciará cada magistrado o sentido mais profundo da atuação daquela “organização’,’ contrário ao estado de direito democrático. No pano de fundo do julgamento do mensalão estão a democracia e o respeito à Constituição"



As Organizações Globo falando em democracia.Só sendo rrincadeira.É muita cara-de-pau, muito cinismo.É querer substimar demais a inteligência dos brasuileiros.



Da redação, com informações di Brasil 247.

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