Após a repercussão de suas declarações ao portal G1 sobre a suposta chantagem contra ele feita por Andressa Mendonça, mulher do bicheiro Carlinhos Cachoeira, o juiz federal Alderico Rocha Santos informou por meio de seu gabinete que não vai mais falar com a imprensa sobre o caso. A orientação é dizer que o Ministério Público Federal em Goiânia está montando uma coletiva de imprensa ainda nesta tarde para passar informações do episódio, o que pode trazer novidades.
A polêmica começou quando o magistrado, responsável pelo processo da Operação Monte Carlo da Polícia Federal – que resultou na prisão do bicheiro -, afirmou que Mendonça pediu um alvará de soltura a Cachoeira para evitar a publicação de um dossiê contra o juiz. Segundo Santos, Andressa disse que o bicheiro usaria documento contra o magistrado para produzir um dossiê com a ajuda do jornalista Policarpo Júnior, repórter da sucursal da revista Veja em Brasília. A revista disse que estuda processar “o autor desta calúnia”.
Mendonça foi interrogada nesta segunda-feira por três horas na Superintendência da PF em Goiânia. Ela permaneceu em silêncio e foi liberada às 12h15 sob a condição de pagar 100 mil reais em dinheiro em três dias como fiança. Caso descumpra a ordem, será emitido um mandado de prisão preventiva.
A chantagem, se confirmada, pode levar a mulher do contraventor à prisão por até 12 anos por corrupção ativa. Por enquanto, ela não pode ter contato com nenhum dos acusados da Operação Monte Carlo, o que inclui seu marido.
A decisão do juiz federal Mark Yshida, também responsável pelo mandado de condução coerciva de Andressa à PF, inclui uma busca e apreensão em sua residência. Essa ação ocorreu às 7 horas da manhã no condomínio Alphaville, onde Cachoeira foi preso, mas não na mesma casa. Foram apreendidos dois computadores, iPads, um celular e documentos manuscritos.
Ao G1 Santos disse ter recebido Mendonça na quinta-feira 26 em uma sala com uma assistente. A mulher de Cachoeira insistiu para que a funcionária deixasse a sala porque queria falar de questões pessoais. Quando já estavam a sós, ela disse ao juiz sobre o dossiê.
O magistrado também afirma ter encaminhado ao Ministério Público um papel com nomes de pessoas escritos por Andressa com quem o juiz teria sido fotografado: o ex-governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB) cassado em setembro de 2009 por suspeita de abuso de poder politico nas eleições de 2006, um fazendeiro do Tocantins e Pará chamado Maranhense e um amigo de infância do juiz conhecido como Luiz, que responderia a processo por trabalho escravo. Ele também encaminhou as imagens da entrada e saída da mulher do prédio da Justiça Federal.
Santos assumiu o caso depois que o juiz Paulo Augusto Moreira Lima pediu para deixar o processo por sofrer ameaças.CartaCapital
Nenhum comentário:
Postar um comentário