Texto longo, mas vale a pena ler.
Por Davis Sena Filho
— Blog Palavra
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STF mostrará à imprensa que quem
julga são os juízes e não os jornalistas. |
Roberto Gurgel, o
prevaricador-geral da República, “deu” a sua “sentença” e não “leu” simplesmente
o relatório que deveria ser a peça de acusação que ele apresentou no plenário do
STF. Percebeu, entretanto, que sua vontade de acusar, denunciar, condenar e dar
entrevistas para a imprensa golpista antes do julgamento, como ocorreu no
decorrer deste semestre, está a se transformar em um frágil castelo de areia à
beira das ondas do mar. A ação penal 470 chamada de "mensalão" jamais deveria
ser usada como trunfo de uma imprensa que tomou a vez e o lugar da oposição ao
governo e que se transformou em um partido político não oficial, mas que se
torna público e ativo por intermédio de suas manchetes de conotação
político-ideológica e de caráter francamente oposicionista.
O procurador
Gurgel, o Prevaricador, sentou em cima dos processos da Operação Monte Carlo da
PF durante quase três anos. A operação investigou o senador cassado do DEM,
Demóstenes Torres, o porta-voz do bicheiro Carlinhos Cachoeira, bem como o
“procurador” dos interesses do criminoso tanto na esfera privada quanto na
pública. Demóstenes, cria da imprensa burguesa de negócios privados, deixou de
ser o arauto da moral, da ética e dos bons costumes e voltou a ser o que ele
sempre foi: boy de luxo de bicheiro, moleque de recado e
político sem a mínima noção do que é ser republicano para poder cuidar do País e
da sociedade.
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O trio conservador e
oposicionista ao governo: Peluso, Gilmar e Marco
Aurélio. |
Gurgel, o
procurador condestável se mostra alinhado à oposição partidária (tucanos e
congêneres) ao governo e no momento, como todo mundo sabe, encontra-se de
joelhos e por isso precisa de aliados políticos de ideologia de direita na mídia
monopolista, que a embala há dez anos, bem como em setores do setor público de
poder e influência como o Supremo Tribunal Federal e a Procuradoria Geral da
República.
E é
exatamente isto o que está a ocorrer quando homens como Gurgel, Gilmar, Peluso e
Marco Aurélio de Mello procuram os holofotes, os microfones e as canetas da
imprensa historicamente conservadora e golpista para tratar das coisas da
República, imiscuindo-se em assuntos não pertinentes às suas esferas e com isso
cooperar com uma oposição derrotada eleitoralmente três vezes e que não tem um
programa de governo e propostas alternativas ao do PT e de seus aliados para
apresentar ao povo brasileiro.
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Gurgel (E) fez acusações e se
baseou em notícias, mas não tem provas
concretas. |
Para compensar
a incompetência política e administrativa dos tucanos e dos demos, Gurgel, não
satisfeito, deu continuidade à sua conduta equivocadamente partidarizada e pediu
a abertura de investigação sobre o governador do Distrito Federal, Agnelo
Queiroz (PT), mas não exigiu o mesmo procedimento em relação ao governador de
Goiás, o tucano Marconi Perillo, que, como se observa, está envolvido até a
medula com a quadrilha do bicheiro, bem como acusado de fazer negócios até de
interesse pessoal com Carlinhos Cachoeira que, no momento, encontra-se
preso.
Como é público e notório, Agnelo Queiroz foi vítima de conspiração e de
outros crimes que visavam derrubá-lo do poder, como ocorreu, por exemplo, com os
ministros Orlando Silva e Carlos Lupi, somente para ficar nesses, e, de forma
transparente, mostrou na CPMI para todo o Brasil que ele não teve contato com
tal quadrilha assim como abriu seus sigilos fiscais, telefônicos e bancários,
ações essas que o tucano Perillo não se dispôs a fazer, porque gravações de PF
demonstram que o governador goiano pode estar seriamente envolvido com o esquema
criminoso, que, a bem da verdade, teve como cúmplices e conspiradores as
revistas Época e Veja, cujos diretores e também
editores, Eumano Silva e Policarpo Jr. “aparentemente” se associaram ao
bicheiro.
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Álvaro Dias, Demóstenes Torres e
Roberto Gurgel: aliados da oposição. |
Contudo,
a imprensa continua sua ode à conspiração e trata o julgamento do “mensalão”
como um show de quinta
categoria, é verdade, mas que acarreta confusão e dúvida à sociedade brasileira,
porque os barões da imprensa combatem o governo trabalhista de Dilma ao tempo em
que odeiam, literalmente, o ex-presidente Lula, que se fez estadista e é
reconhecido mundialmente por causa de seu governo eminentemente de perfil e
propósitos sociais.
O que se percebe é que os conservadores deste País necessitam do “mensalão”
como oxigênio para sobreviver politicamente, e, consequentemente, tirar o foco
do escândalo Cachoeira, bem como usar o caso como arma nas eleições para as
prefeituras deste ano, principalmente no que concerne à Prefeitura de São Paulo.
O estado paulista e sua capital são os bastiões dos tucanos e seus aliados,
como, por exemplo, o maior deles, os barões da imprensa, que querem pautar os
governos e impor a vontade dos grupos econômicos os quais representam,
notadamente os banqueiros e os grandes trustes internacionais de
petróleo.
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O jornalismo investigativo da
Veja virou jornalismo bandido da Veja. Aliada do
PSDB. |
Autoridades como o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e juízes do
STF, a exemplo de Gilmar Mendes, atacaram, antes de começar o julgamento,
personagens envolvidos no processo do “mesalão”. Um absurdo. O juiz Gilmar e o
procurador Gurgel são partes intrínsecas desse julgamento e jamais poderiam se
comportar como adversários de pessoas que respondem à sociedade na condição de
réus e não de condenados, o que é evidente. A imprensa de oposição ao governo,
além de dar espaço para as sandices dessas duas personalidades nefastas à ordem
jurídica do País, contraditoriamente tentou afastar do julgamento o juiz do
Supremo, Dias Toffoli, por ele ter no passado trabalhado para o PT. Desfaçatez e
sordidez na veia.
Gilmar e Gurgel há anos se aproveitam de seus cargos para agir de forma
sectária, partidária e com viés direitista. Extrapolam suas funções para se
tornarem pivôs de polêmicas que não cabem no papel daqueles que deveriam ser
discretos, sucintos, assertivos, ponderados e dessa forma capazes de discernir
com melhor precisão sobre os fatos e acontecimentos que porventura chegam às
suas mãos para que eles possam dar continuidade aos trâmites dos processos e,
consequentemente, proteger a sociedade e os interesses do Brasil.
Gilmar Mendes, Roberto Gurgel e Antônio Cezar Peluso são autoridades do
Judiciário que se tornaram políticos, porém, sem votos, porque nunca disputaram
eleições. Dois deles, Gurgel e Peluso, foram escolhidos por Lula, que, para mim,
deu tiros nos pés. Gostaria de saber quem indicou essas pessoas ao presidente
trabalhista, porque eles prejudicaram o processo democrático brasileiro e
envergonharam o STF e a PGR.
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Marco Aurélio é de oposição e
questionou se Dias Toffoli poderia julgar. E o
Gilmar? |
Sobre Gilmar Mendes a única coisa que eu posso dizer é que o considero a herança
maldita de FHC — o Neoliberal, que recentemente deitou falação sobre o
“mensalão” e esqueceu que vendeu o Brasil, foi acusado de comprar votos no
Congresso para emendar a Constituição e com isso se reeleger, além de ir ao FMI
três vezes, de joelhos e com o pires na mão, dentre muitos outros escândalos e
desmandos praticados pelo pseudossociólogo e sua turma que se divertiu com a
privataria tucana, nome muito sugestivo quando se trata, inclusive, de ser o
título de um livro campeão de vendas e que foi boicotado pela imprensa
cartelizada e monopolista.
No momento, a imprensa comercial e privada (privada nos dois sentidos, tá?)
está a banho-maria no que é referente ao “mensalão”. O motivo não é porque os
barões e seus empregados de confiança estão a fazer um jornalismo que ouve os
lados envolvidos ou porque ficaram mais prudentes ou responsáveis. Nada disso. É
porque eles sabem que para haver a punição dos envolvidos no caso tem de haver
provas. E é exatamente isto que não está a acontecer para o desespero e a
frustração deles, ainda mais que depois de a PF descobrir que parte dessa
imprensa se associou ao submundo do crime e os leitores e telespectadores
perceberam que o jornalismo investigativo da Veja e da Época é na verdade um jornalismo
bandido.
A verdade é que os advogados dos réus do “mensalão” estão a derrubar os
castelos de areia erguidos pelo procurador Roberto Gurgel e os ministros e
juízes Gilmar Mendes e Cezar Peluso, além de, evidentemente, a cúpula tucana,
nas pessoas de FHC, José Serra, Geraldo Alckmin, Aécio Neves, Sérgio Guerra e o
midiático Álvaro Dias, senador do Paraná e que há anos replica no Congresso a
partir das terças-feiras o que a imprensa golpista publica e repercute nos fins
de semana. Se não fosse a imprensa burguesa, os tucanos e os demos, que estão
quase extintos, não teriam mais voz, porque ninguém escuta aqueles que não
criaram sequer empregos para o povo.
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divulgação
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O PIG pressiona o STF, mas
percebeu que juiz condena se somente houver provas.
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Além disso, engana-se o cidadão ou o leitor que o “mensalão” vai ajudar os
tucanos ou se tornar uma pauta irremediavelmente destrutiva para o governo
trabalhista de Dilma Rousseff ou para o Lula ou para o PT ao ponto de
influenciar nas eleições de outubro ou para presidente em 2014. O PT depois
desse caso venceu as eleições de 2006 e 2010 e vai continuar sua luta em prol da
inclusão social dos brasileiros e do desenvolvimento econômico do Brasil, apesar
da demonização promovida pela imprensa alienígena, a mesma que foi cúmplice e
protagonista do golpe militar de 1964 que levou João Goulart à morte no exílio,
que fez Getúlio Vargas cometer suicídio, que perseguiu sem trégua e ferozmente
Leonel Brizola, que tentou, em 2005, dar um golpe branco em Lula, além de
atacá-lo duramente até hoje.
Para quem não sabe, a imprensa entreguista e de negócios privados faz com o
PT o que fez com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) nos anos 40, 50 e 60. O
problema da imprensa é que no julgamento do STF as pessoas tem o direito de
defesa garantido, bem como o contraditório é a essência de qualquer julgamento
que se baseia em um estado democrático de direito. Quero ver se os juízes do STF
vão ter coragem de condenar, por exemplo, o ex-ministro José Dirceu sem provas e
sem ouvir seus advogados. Quem julga o "mensalão" são os juízes e não os
jornalistas e seus patrões. A imprensa tem hora marcada com a verdade. É isso
aí.
Um comentário:
PONTO FINAL
"Vou ser claro: teve pagamento ilegal de recursos para políticos aliados? Teve. Ponto final. É ilegal? É indiscutível? É. Nós não podemos esconder esse fato da sociedade.”
José Eduardo Cardoso, ministro da Justiça da Dilma, em 2008
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