Desabafo
deveria esfriar e não esquentar rumor sobre candidatura
Joaquim
Barbosa é uma pessoa séria, empenhada de fato no combate à corrupção. No
entanto, isso não lhe dá o direito de fazer o que fez hoje. Desrespeitou
colegas do Supremo Tribunal Federal e a presidente da República, Dilma Rousseff
_autoridade que recebeu nas urnas o direito constitucional de indicar,
condicionados à aprovação do Senado, ministros para a mais alta corte de
Justiça do Brasil.
Numa
democracia, o direito de livre expressão é assegurado a todos. Mas um
presidente de Poder precisa medir com mais cuidado o efeito das suas palavras.
Barbosa
disse que a absolvição por formação de quadrilha de réus do mensalão decorreu
de "uma maioria de circunstância, formada sob medida para lançar por terra
todo o trabalho primoroso levado a cabo por esta corte no segundo semestre de
2012″.
Afirmou
que se tratava de "uma tarde triste" para o Supremo e que colegas
usaram argumentos "pífios".
A
frase mais dura foi a seguinte: "Sinto-me autorizado a alertar a nação
brasileira de que este é apenas o primeiro passo. Esta maioria de circunstância
tem todo tempo a seu favor para continuar nessa sua sanha reformadora".
São
palavras que demandariam de Dilma e de colegas do Supremo alguma manifestação.
Eles não ficaram bem na foto. Pelo contrário, foram acusados, para usar um
termo educado, de comportamento pouco republicano.
É
natural que, com a mudança de composição, colegiados tenham entendimentos
diferentes a respeito de decisões do passado. O Supremo de hoje não é melhor
nem pior do que o de ontem. Suas decisões devem ser respeitadas.
Ou
só podem valer as decisões com as quais Barbosa concorda? O Supremo do bem é o
que condenou? O tribunal de hoje é do mal? Barbosa tem conhecimento de alguma
articulação da presidente para beneficiar os réus do mensalão? Sabe de alguma
troca de favor de colegas para chegar ao STF?
A
levar em conta as suas próprias palavras, parece que sim é a resposta a todas
essas indagações.
Hoje,
o presidente do Supremo avançou o sinal mais do que em outras ocasiões, quando
trocou ataques com colegas do STF.
A
decisão favorável aos réus petistas esquentou a especulação de que Barbosa
poderia deixar o tribunal e abraçar uma candidatura nas eleições deste ano.
Mas
o desabafo deveria servir para esfriar esse tipo de rumor. É de arrepiar
imaginar Barbosa reagindo a uma decisão do Congresso que o contrarie, caso se
eleja um dia presidente da República.
Barbosa
tem razão num ponto. Foi realmente uma tarde triste para o Supremo.
4 comentários:
Não há uma tarde triste, há décadas de tristeza , tristeza alvitada pelo emudecimento do JB e demais ministros em diversos episódios.
E se for verificada a conduta dos votantes, quem tem conduta ilibada?
Os que votaram pela absolvição tem, já os que votaram pela condenação, não concordo que tenham, e são com esses que JB forma sua facção.
Não há uma tarde triste, há décadas de tristeza , tristeza alvitada pelo emudecimento do JB e demais ministros em diversos episódios.
E se for verificada a conduta dos votantes, quem tem conduta ilibada?
Os que votaram pela absolvição tem, já os que votaram pela condenação, não concordo que tenham, e são com esses que JB forma sua facção.
Não há uma tarde triste, há décadas de tristeza , tristeza alvitada pelo emudecimento do JB e demais ministros em diversos episódios.
E se for verificada a conduta dos votantes, quem tem conduta ilibada?
Os que votaram pela absolvição tem, já os que votaram pela condenação, não concordo que tenham, e são com esses que JB forma sua facção.
Não há uma tarde triste, há décadas de tristeza , tristeza alvitada pelo emudecimento do JB e demais ministros em diversos episódios.
E se for verificada a conduta dos votantes, quem tem conduta ilibada?
Os que votaram pela absolvição tem, já os que votaram pela condenação, não concordo que tenham, e são com esses que JB forma sua facção.
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