sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Homenagem de Chico aos coxinhas fascistas

Frase do ano

O alvo é Lula




O Japa corrupto está sempre no comando das operações das prisões.Pior:já virou ídolo dos coxinhas.

O terceiro depoimento prestado pelo empresário José Carlos Bumlai, preso há um mês pela Operação Passe Livre, desmembramento da Lava Jato, pela Polícia Federal, revela que a linha de investigação tenta envolver o ex-presidente Lula nos negócios do pecuarista. O nome dele foi mencionado pelos investigadores dezoito vezes ao longo do interrogatório de Bumlai. O Instituto Lula foi citado três vezes em perguntas da PF.

Levantamento foi publicado no blog do jornalista Fausto Macedo (aqui).


"Que solicitação ele [Lula] poderia me fazer? Ele não precisava de mim para nada. Acho que ele não me pediria nada. Ele tinha as pessoas de confiança dele. Eu não era uma pessoa assim", afirmou Bumlai ao responder um dos questionamentos.


O criminalista Arnaldo Malheiros Filho, que defende o empresário, afirma que "há um grande empenho das autoridades em pressionar Bumlai para que, de alguma maneira, envolva Lula na apuração da Lava Jato". "É inegável e notória a amizade entre ambos. O que não existe é intermediação criminosa daquele junto a este para a realização de negócios ou patrocínio de negócios privados de terceiros. A única vez em que Bumlai teve interesse em apresentar alguém a Lula – sem que isso configure crime algum – foi em razão de um pedido já formulado pelo embaixador do Qatar, num momento em que ele fez uma tentativa de fechar um negócio naquele país, sem obter êxito", afirma.


 Abaixo os trechos do interrogatório:

- Que indagado se a presença de Delúbio Soares na sede do Banco Schahin representava para o reinterrogando o interesse de Luiz Inácio Lula da Silva na realização do empréstimo, disse que não. “Na verdade, sua (Delúbio) presença traduzia o interesse do Partido dos Trabalhadores.”


- Que indagado ‘se está tentando proteger figuras públicas de responsabilidade no episódio, tais como o ex-presidente da República e outros dirigentes do Partido dos Trabalhadores, tais como seu presidente à época José Genoíno, respondeu que não está tentando proteger ninguém’.


- Que indagado ‘se seria uma pessoa de confiança de Luiz Inácio Lula da Silva, disse acreditar que sim, exceto em assuntos relativos a negócios’.


- Que indagado ‘se, em verdade, o suposto constrangimento que sofreu não advinha do fato de que o pedido para que o reinterrogando tomasse o empréstimo em prol do Partido dos Trabalhadores teria partido do então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva ou de outros dirigentes da agremiação política, respondeu negativamente’.


- Que indagado ‘se realmente nunca tratou de questões comerciais ou políticas com Luiz Inácio Lula da Silva, respondeu que não’.


- Que perguntado ‘se exercia funções de secretário de Luiz Inácio Lula da Silva disse que não’.


- Que perguntado ‘sobre a forma de comunicação que mantinha com Luiz Inácio Lula da Silva disse que entrava em contato através do número de sua esposa’.


- Que ‘pelo que o reinterrogando sabe Luiz Inácio Lula da Silva nunca possuiu um número de celular próprio’.


- Que ‘durante os anos de 2014 e 2015, não repassou qualquer demanda de interessados em solicitar reuniões, palestras e outros pleitos a Luiz Inácio Lula da Silva’.


- Que ‘indagado novamente se confirma que nunca tratou de assuntos comerciais ou políticos com Luiz Inácio Lula da Silva respondeu que, além do caso narrado acima (e-mail da Embaixada do Catar), não se recorda de outros episódios, contudo, gostaria de esclarecer que não possui relações comerciais com Lula’.


- Que ‘indagado qual o motivo que a autoridade policial tem para acreditar na versão dos fatos dado pelo reinterrogando se ele continua a omitir e mentir sobre fatos relevantes para a investigação, respondeu que o caso anterior (Embaixada do Catar) reflete a necessidade de elucidação de fatos que chegam ao conhecimento das autoridades com o avançar das investigações’.


- Que ‘gostaria de afirmar que não existirão tantos outros fatos a serem elucidados’.


- Que ‘considerando que, no entender da autoridade policial, o reinterrogando faltou com a verdade ao afirmar que nunca tratara de assuntos comerciais e políticos com Luiz Inácio Lula da Silva, indagado se confirma que nunca conversou com o ex-presidente sobre o problema que enfrentava com a Schahin, disse que nunca conversou sobre este tema com ele’.


- Que ‘indagado se mantém sua última afirmação, uma vez que lhe foi demandado que dissesse se tem certeza sobre o fato de que nunca tratou de seu empréstimo com Lula, disse que acredita e que tem quase certeza de que nunca tratou deste tema com o ex-presidente’.

O Procurador militante



O Procurador Júlio Marcelo de Oliveira, do Ministério Público do Tribunal de Contas, é militante político. Comparece a passeatas a favor do impeachment e, em sua página do Facebook, ele é a esposa conclamam as pessoas a aderirem à movimentos como ˆVai pra rua".

É direito do cidadão, é imprudência do procurador. Do servidor público exige-se isenção política. O servidor que se vale de preferências políticas no exercício das funções de Estado desrespeita a cidadania, o serviço público e compromete sua própria corporação.

***

Quando levantou as "pedaladas", Júlio comportou-se tecnicamente, inclusive quando apontou as diferenças de dimensão entre 2014 e anos passados. Quando passou a superdimensionar seus efeitos, a botar fogo no TCU por uma punição radical, exagerou. Mas, ainda assim, se poderia atribuir ao excesso de zelo com a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Não ficou nisso. Passou a torpedear, uma a uma, as tentativas de amenizar os efeitos da Lava Jato na economia. Não se limitava apenas a torpedear as parcas iniciativas do governo, mas a proferir juízo de valor sobre temas como a lei de leniência.

Quando crítica o fato de haver muitas instâncias de leniência e o acusado poder fazer um leilão com a mais leniente, é uma opinião técnica. Quando investe contra qualquer acordo, e defende que a única punição correta é aquela que líquida com as empresas, age politicamente - e irresponsavelmente.
***
Como também age politicamente quando recorre a esse execrável expediente de barganhar reportagens e de alimentar blogs e publicações empenhadas na campanha do impeachment. E tira de vez a máscara quando avança decididamente para além das chinelas e, em entrevista à BBC Brasil defende claramente o impeachment como punição para as pedaladas.

Ontem, mais uma vez exerceu a militância, ao entrar em juízo de valores sobre a motivação do vice-presidente Michel Temer em assinar medidas que podem ser caracterizadas como pedaladas, como se o jurista e parlamentar ladino fosse um insuficiente necessitando de apoio da autoridade pública.

O fato de aparecer em passeatas pró-impeachment e de todos - literalmente todos - seus pareceres serem contra o governo compromete não apenas a ele. Ele é o responsável por sua biografia. Mas afeta a imagem de todos os procuradores que trabalham seriamente e respeitam o princípio da impessoalidade no serviço público.

***
A crise política e a Lava Jato – somada à inação do governo – já derrubaram o PIB em 2 pontos percentuais adicionais. Não dá mais para usar a crise como holofote para exibicionismos irresponsáveis, valendo-se do poder que foi conferido pelo Estado.

Seja a favor ou contra o governo de plantão, é um ativismo irresponsável para com o país.

 Por Luís Nassif, do jornal GGN

O talento do rapper playboy que bateu boca com Chico.


"Meu melhor amigo é preto"
“Meu melhor amigo é preto”

O rapper que insultou Chico já tem o que fazer com os 15 minutos de fama: ser o MC dos coxinhas.
Os insultos contra o cantor Chico Buarque podem ser o trampolim para a carreira do rapper Túlio Dek decolar. Se ele conduzir as coisas direitinho, poderá se tornar ídolo da trupe paranoica “antiPT”.

Apesar do bombardeio de críticas na sua página oficial no Facebook, ele recebeu um bom números de mensagens de apoio. Nada mal para quem não atualizava a página há mais de um mês antes postar uma notinha sobre o incidente no Leblon.

Entre as mensagens de apoio está a manjada estratégia de culpar o PT por todos os males: “A verdade que é os petistas não estão brabos porque o Chico Buarque foi abordado por um grupo de jovens. Eles estão revoltados porque o PT foi criticado. O resto é papo furado.”

A citação desgastada atribuída a Voltaire também está lá: “Não concordo com o que dizes, mas defendo até a morte o direito de o dizeres”.

E uma internauta sincera escreveu o post que vale para a maioria das pessoas que ignoravam a existência de Túlio Dek até poucos dias atrás. “Parabéns Tulio, confesso que não conhecia muito bem o seu trabalho. Mas ganhou minha admiração pela sua atitude”.

Apesar de bem relacionado — Ronaldo Fenômeno deu-lhe uma festa de aniversário — e de ter contrato com a gravadora Bangua Records, que tem como um dos sócios, segundo a Rolling Stone, Edi Rock, do Racionais MC’s, Túlio Dek é mais conhecido por ter namorado a prima Cléo Pires do que por sua arte.

Suas maiores proezas musicais são a conquista de um “Troféu Imprensa” em 2010 e a abertura do show do rapper americano Ja Rule em São Paulo em 2008. Mas credenciais musicais pouco importam para que ele seja ídolo do Movimento Brasil Livre ou dos Retardados Online.

Por outro lado, sobram referências familiares para ele ser aceito de braços abertos como a voz da direita ignóbil brasileira. Nascido Túlio Lemos de Andrade Filho, Dek é herdeiro de duas fazendas de gado.

Seu avô, Jairo Andrade Bezerra, foi um dos fundadores da UDR (União Democrática Ruralista), entidade criada para defender os interesses dos latifundiários e impedir medidas de reforma agrária. A ficha corrida de Andrade Bezerra foi revelada em um post do deputado Jean Willys e envolve denúncias de trabalho escravo e de participação em homicídios.

As letras inócuas que Túlio Dek canta, sem um décimo do engajamento social de ícones como Racionais e Emicida, indicam que ele não é a ovelha negra nem renega as origens da família.

Ele nem vai precisar mudar ou ficar explicando suas composições caso decida aproveitar os 15 minutos de fama e se tornar mais um dos porta vozes dos analfabetos políticos brasileiros.

Dek é tão sem noção que se acha no direito de patrulhar um músico sendo que ele embute todo

Vai trabalhar, vagabundo: por dentro da mente do playboy que xingou Chico



 
Dolce far niente: Motta em ação
Dolce far niente: Motta em ação

Você tem um retrato minucioso do que vai pela mente de Guilherme Junqueira Motta em sua página no Facebook.

Motta foi há pouco identificado como o antipetista que chamou Chico Buarque de “um merda” na saída de um restaurante.

Você vê, antes de tudo, que ele acusou o golpe de Chico. Imediatamente depois do episódio, Chico postou no Facebook a seguinte música: “Vai trabalhar, Vagabundo.”
PUBLICIDADE
Motta compartilhou uma postagem de um reacionário em que a exortação ao trabalho era dirigida a Chico.

Motta não gostou de ser chamado de vagabundo, e provavelmente menos ainda da convocação para deixar a vida mansa que parece levar.

Chico mostrou ser bom observador quando perguntou a Motta se ele lia a Veja. Sim, ele lê. No seu Facebook, há uma imagem cheia de capas da revista.

É lá que ele se abastece de pseudoinformações que toma como verdade e com base nas quais é um caso clássico de analfabeto político.

Outras fontes que ele consulta não fogem ao padrão Veja. Motta compartilha coisas de Malafaia e de Caiado.
Com tudo isso, é um perfeito idiota em construção, moldado pelo que existe de mais estúpido na direita brasileira.

Sua família é de usineiros, mas ele parece desconhecer a origem da sua usina de açúcar, chamada Guaíra, por se localizar na cidade paulista do mesmo nome, a 150 quilômetros de São Paulo.
Era uma fazenda, e nos anos 1980 foi transformada em usina, por conta do esforço nacional em colocar de pé um programa que reduzisse a dependência do Brasil do petróleo, o Proálcool.

A transformação demandou dinheiro. Oitenta por cento dos recursos necessários vieram de financiamento público. Do contribuinte, portanto. A família entrou apenas com um quinto do investimento total.

Esta é uma história que simboliza o capitalismo brasileiro: dinheiro público para bancar investimentos privados.

Isso não impediu Motta de acusar em seu Facebook Chico de se beneficiar de vantagens oriundas de dinheiro público.

Ou seja: o que a sua família comprovadamente fez, como mostra o próprio site da usina, ele afirma que Chico fez – sem prova nenhuma. Motta passa adiante, bovinamente, coisas que ultra-reacionários fazem circular na internet.

As fotos do Facebook são também reveladoras. Motta jamais aparece trabalhando. Está frequentemente em lugares paradisíacos, sem camisa, bronzeando o corpo gorducho.

Num mundo menos imperfeito, Motta agradeceria a Chico por tantas coisas soberbas que ele fez, caso o encontrasse na rua.

Pediria um autógrafo, tiraria uma selfie, e depois postaria, orgulhoso, em seu Facebook. Não é toda hora que você depara com um patrimônio nacional, um colosso de dimensões mundiais.
É uma situação sobre a qual você, depois, reflete e pensa, numa quase autocongratulação: “Foi meu dia de sorte.”

Mas não.

O Brasil de 2015 para 2016 está extraordinariamente longe de ser perfeito. Em vez de mostrar gratidão por Chico, Motta o xingou.

Quis rebaixar Chico, mas foi ele próprio que se atirou na sarjeta. Motta entrou escandalosamente na lista dos personagens mais infames do ano que se encerra.

Chico será para sempre lembrado. E Motta vai ser apenas uma referência sinistra de uma época em que analfabetos políticos se acharam no direito de hostilizar pessoas com ideias diferentes.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Obcecados por Chico Buarque e Jô Soares, antipetistas “esquecem” que Fernando Henrique Cardoso recebeu R$ 6,7 milhões via Lei Rouanet


publicado em 25 de dezembro de 2015 

por Luiz Carlos Azenha

O jovem que se referiu a Chico Buarque como “um merda”, durante um bate boca no Leblon, Rio de Janeiro, certamente não havia nascido quando comecei a trabalhar como repórter-mirim no Jornal da Cidade de Bauru, no interior de São Paulo, em 1972.

Guilherme Junqueira Motta Luiz não pôde testemunhar, portanto, como foi construída a fortuna de sua família, que hoje controla a Usina Açucareira Guaíra, na Fazenda Rosário, perto de Guaíra.

Pelo jeito que ele se referiu a Chico — um mérrrrrrda –, acho que posso dizer que temos em comum o sotaque do interior paulista.

Gullherme aparentemente apagou seus perfis no LinkedIn e no Facebook, mas antes de fazer isso deu para medir qual foi a reação dele diante da repercussão do incidente.

Primeiro ele reproduziu um meme:

http://assets.viomundo.com.br/wp-content/uploads/2015/12/guilherme.jpg


 Depois, um link segundo o qual “Governo liberou, via Lei Rouanet, mais de 800 mil para namorada de Chico Buarque”.


Da última vez que olhei o texto tinha sido compartilhado 172 mil vezes. O que dá a vocês a dimensão de quantos são os analfabetos políticos por aí.

Eles imaginam que Dilma foi pessoalmente entregar a mala de dinheiro.
É uma obsessão dos antipetistas.

Seja através do Bolsa Família ou da Lei Rouanet, eles acreditam que os governos Lula e Dilma compraram apoio.

Como se eles próprios não decidissem seus votos a partir de interesses de classe.

As quatro vitórias eleitorais, portanto, não valem nada.

O que diz mais sobre eles do que sobre os que teriam sido “comprados”.

Revela incapacidade de aceitar que alguém possa pensar — e votar — diferente.

Se não concorda comigo, foi corrompido!

O incidente no Leblon é o passo seguinte: suprimir no grito aqueles com os quais não se concorda.
Milícias digitais já temos. Se a gente conhece um pouco da História, em seguida vão atacar sedes de partidos políticos…

Já aconteceu? Então estamos a caminho dos espancamentos, que precedem a eliminação física.

A não ser que os brucutus sejam isolados politicamente. O que já está acontecendo.

Um arma para fazer isso, acredito, é a informação.

Tenho um colega repórter que acha que Chico Buarque fez sua última obra relevante nos anos 70 e, depois, foi uma decadência só.

Não sei se está apenas reproduzindo o que leu nas redes sociais, é possível que sim. É jovem. Talvez não conheça a discografia de Chico, não tenha lido os livros dele.

O certo é que o antipetismo carrega uma dose tão grande de ódio de classe que bloqueia o raciocínio, impede a análise dos fatos como eles são e transforma teorias conspiratórias em “verdades absolutas”, de tanto que são repetidas.

Tipo filho do Lula = dono da Friboi. Não, o filho do Lula não é dono da Friboi!

Conheço Chico Buarque apenas da sala-de-espera de uma dentista que frequentamos no Leblon. Sei que ele nunca foi de família pobre. Tem uma longa carreira, mais de 50 anos de sucesso.

É filho de um intelectual que escreveu um livro seminal para entender o país, Raízes do Brasil. E não mudou de posição no espectro ideológico. Ele não se “tornou” de esquerda por oportunismo, depois que Lula assumiu o poder, em 2002.

Faz sentido, portanto, que ele tivesse decidido apoiar governos petistas por causa de dinheiro obtido através da Lei Rouanet? Só um analfabeto político pode acreditar que um artista tão bem sucedido precisa disso.

O que Chico Buarque faz é dar retorno. E, como a Lei Rouanet é basicamente um instrumento de mercado, é fácil encontrar quem banca os projetos dele. Para as empresas, é chique associar sua imagem a alguém respeitado em todo o mundo, que é garantia de casa cheia.

Mas, peraí, os antipetistas não se dizem liberais, que defendem o mercado?

O problema é que são desinformados. E nem se dignam a usar o Google.

Poucos sabem, por exemplo,  que a Lei Rouanet  não foi inventada pelo PT: é de dezembro de 1991.
Leva a assinatura do ministro da Justiça de Fernando Collor, o “comunista” Jarbas Passarinho, coronel reformado do Exército e quadro importante da ditadura militar (minha primeira entrevista na vida, como repórter de um jornal escolar, foi com Passarinho, quando ele era ministro da Educação do governo Médici).

Sim, há muita controvérsia sobre a Lei Rouanet, mas não, ELA NÃO FOI UMA INVENÇÃO DO PT.

Sobreviveu, com ajustes aqui e ali, aos governos Itamar Franco, aos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, aos dois de Lula e ao primeiro de Dilma Rousseff. Milhares de projetos foram aprovados ao longo destes 25 anos!

Numa década foram 10 mil, envolvendo quase R$ 5 bilhões em renúncia fiscal.

E é óbvio que nenhum presidente da República saiu por aí dando dinheiro: Dilma não “deu” 800 mil reais à namorada de Chico Buarque, assim como FHC não foi pegar pessoalmente 500 mil reais nos cofres da Sabesp.

Aliás, se houve um caso controverso foi este, que os antipetistas fazem de conta desconhecer: uma empresa de economia mista, cujo controle é do estado de São Paulo, governado pelo tucano Geraldo Alckmin, abateu 500 mil reais do imposto de renda e os repassou ao instituto de FHC para uma série de projetos.

Aparentemente, cumpriu as regras.

É assim que funciona a Lei Rouanet: o dinheiro vem de pessoas físicas ou jurídicas, autorizadas a abater respectivamente 6% ou 4% do imposto de renda para financiar os projetos, que passam pelo crivo de um corpo técnico do Ministério da Cultura.

O Minc não aplica critério ideológico: analisa a viabilidade do projeto. Tanto que, se você se der ao trabalho de analisar as planilhas de projetos aprovados (está tudo no site do Ministério), vai encontrar de tudo.

Nós mesmos, aqui neste site, já protestamos pelo fato de que R$ 5,2 milhões foram captados para bancar uma temporada do Disney On Ice, em 2011! Em outro episódio que deu o que falar, por causa do preço salgado dos ingressos, uma empresa captou R$ 22,3 milhões para temporadas do Cirque Du Soleil em 2006.


Será que o Guilherme Motta, obcecado pelo Chico Buarque, sabe que a bilionária Rede Globo pagou 81% da minissérie Serra Pelada (R$ 6,8 milhões) com recursos captados pela Lei Rouanet? Que em 2008 a Fundação Roberto Marinho já tinha colocado R$ 6,2 milhões no Museu do Futebol, em São Paulo, usando o mesmo caminho?

A Globo fez um bom negócio com requintes de crueldade: ocupou um espaço físico em um estádio municipal, o Pacaembu, abateu a grana do imposto de renda, “controlou” a História do futebol (não há referências à corrupção no Museu do Futebol da Globo) e associou seu nome ao esporte mais popular no país. Houve protestos dos que agora se levantam contra Chico Buarque?

Veja, clicando aqui, quem o governo Dilma “comprou” na última reunião da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, que tem gente especializada para tomar as decisões: o Catraca Livre, do Gilberto Dimenstein! Mais um petralha…por R$ 2.230.360,00.

Como os antipetistas não entendem ironia, que fique registrado: Dimenstein é crítico do PT.

Os antipetistas amaram disseminar este link, sobre uma peça dirigida por Jô Soares em 2014, com financiamento de quase R$ 2 milhões via Lei Rouanet.

Era a “prova” para explicar uma suposta “mudança de lado”.

Por este raciocínio, Rita Lee e Cláudia Leite também estão no bolso de Dilma. Assim como… Fernando Henrique Cardoso.

Como explicar que o Instituto FHC foi autorizado a captar mais R$ 6,2 milhões pela Lei Rouanet, em 2014, para digitalizar seu acervo? Vai ver que é o motivo para FHC não ter comparecido às manifestações pró-impeachment.

Finalmente, é preciso deixar claro que o atual ministro da Cultura do governo Dilma, Juca Ferreira, acha que a Lei Rouanet, no formato atual, já deu o que tinha de dar. É uma opinião razoavelmente disseminada:
Oitenta por cento do total renunciado vai para (os estados de) Rio e São Paulo. Sessenta por cento, para duas cidades (as capitais), e são sempre os mesmos (proponentes) que recebem: os que dão retorno de imagem às empresas. Não é culpa da empresa. Se criamos um mecanismo para isso, ele pode ser usado. Mas não é parceria público-privada. É outra coisa.

É o quê?

Esse dinheiro corresponde a 80% do que o governo federal tem para financiar atividades culturais no Brasil. Levando em consideração o que eu falei, me diga: é possível desenvolver política pública assim? A Rouanet dá a aparência de parceria público-privada, mas é a empresa decidindo onde vai aplicar o dinheiro, é a privatização de recursos públicos para construir imagens de empresas, algumas delas altamente lucrativas.
Provavelmente — é impossivel assegurar — o ministro estava se referindo entre outros ao Itaú Cultural, que por vários anos liderou o abatimento de impostos via Lei Rouanet (entre 2010 e 2012, R$ 81 milhões).

Não haverá manifestação de antipetistas segunda-feira diante do bilionário Banco Itaú.

Eles jamais vão admitir que a Lei Rouanet é um mecanismo de mercado, “conservador”, pelo qual as empresas abatem impostos e investem na associação de sua imagem a este ou aquele projeto/artista.

Não é o governo Dilma, como não foi o de FHC, quem comanda o jogo. São as empresas, que privilegiam o que dá retorno: Holiday On Ice inclusive.

É um jeito muito mais barato de fazer marketing do que comprar anúncios de 30 segundos que custam 600 mil reais (tabela cheia) no Jornal Nacional.

Este é um debate rico e muito interessante, com diversos pontos-de-vista. Mas os antipetistas não estão interessados nele. Vão continuar recortando a realidade que lhes interessa e usando as pílulas de informação que alimentem o ódio contra Chico Buarque, Jô Soares ou quem lhes aparecer no caminho.

Nossa mídia rasteira não ajuda. Fulanizou a Lei Rouanet. Foca na Maria Bethânia, mas esquece o Itaú Cultural.

Fornece informações descontextualizadas aos analfabetos políticos, que formam uma espécie de exército da ignorância digital. É uma batalha de informação desigual, mas que precisa ser travada.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Reinaldo Azevedo esconde condenação de Azeredo




O site na revista Veja, na página do blogueiro Reinaldo Azevedo, simplesmente escondeu quem era o tucano Eduardo Azeredo, condenado a 20 anos de prisão nesta quarta-feira: ex-presidente do PSDB.

"Ex-governador de MG é condenado em primeira instância a 20 anos de prisão; cabe recurso", diz o título da reportagem, sem citar a função do tucano no partido nem mesmo na chamada a seguir.


O feito gerou piada. Pelo Facebook, o jornalista e escritor Fernando Morais ironizou: "deu na veja: como minas gerais teve dezessete governadores nos últimos setenta anos, fiquei sem saber a qual deles a veja se refere. será milton campos? clóvis salgado? bias fortes? israel pinheiro? magalhães pinto? aureliano chaves?"

Só falta prender Aécio

Deputado Estadual Rogério Correia

Foi necessário um gpverno do PT para apurar a corrupção da Petrobras no governo FHC




O MPF do Rio de Janeiro denunciou nesta quinta-feira 12 pessoas ligadas a um esquema de pagamento de propinas por meio da Petrobras entre 1997 e 2012. Entre os denunciados, há quatro ex-funcionários da estatal, sendo três já detidos na Operação Lava Jato.

Eles são acusados de envolvimento no esquema de pagamento de US$ 46 milhões em propina da empresa holandesa SBM Offshore para funcionários da petroleira. É a primeira vez que o Ministério Público propõe uma denúncia envolvendo suspeita de desvios na Petrobras durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Segundo reportagem do Estadão, entre os ex-executivos denunciados estão o ex-gerente-executivo de Engenharia Pedro José Barusco Filho, o ex-diretor da Área Internacional Jorge Luiz Zelada, o ex-diretor de Serviços Renato Duque, todos réus na Lava Jato, e o membro da Comissão de Licitação Paulo Roberto Buarque Carneiro.

Também foram denunciados Julio Faerman, Luís Eduardo Campos Barbosa, Robert Subiate, Didier Henri Keller, Anthony ("Tony") Jogn Mace, Bruno Yves Raymond Chabas, Sietze Hepkema e Philippe Jacques Levy.

Maioria do STF derruba Fachin, Toffoli Das, Gilmar Mendes chapa da oposição goslpista

 

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

Após dois dias de julgamento sobre as regras de tramitação do processo de impeachment, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quinta-feira (17) de forma contrária à eleição da chapa apoiada pela oposição para a comissão especial da Câmara que vai analisar a denúncia de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). A Corte também determinou que o voto deve ser aberto, não secreto, na comissão.

A maioria dos ministros também votou favoravelmente a que o Senado tenha o poder de arquivar uma eventual abertura do processo de impeachment pela Câmara.

O resultado representa uma vitória para o governo. Com a decisão do STF, o processo de impeachment volta algumas casas -- a Câmara terá que refazer a eleição para a comissão especial que analisará o tema.

A decisão do STF também representa derrota para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cunha contestou a tese do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de que a instauração do processo de impeachment da presidente precisa de deliberação dos senadores.

A ação julgada ontem e hoje pelo Supremo foi proposta pelo PC do B, partido da base aliada de Dilma.

Veja como votaram os ministros ponto a ponto:

Chapa alternativa: 7 x 4 pela derrubada da chapa

Na semana passada, partidos de oposição e deputados dissidentes da base do governo lançaram a candidatura de uma chapa favorável ao impeachment para a comissão. A chapa da oposição foi vitoriosa por 272 votos a 199.

Um dos principais pontos do julgamento foi sobre a composição dessa comissão na Câmara. A lei fala que a comissão deve ser "eleita" e representar todos os partidos políticos. Isso levou a duas interpretações pelos ministros.

A corrente majoritária entendeu que, por ser uma representação dos partidos, a indicação cabe ao líder de cada legenda na Câmara. Porém, o relator Edson Fachin votou pela possibilidade de que seja lançada uma chapa alternativa à apoiada pelas lideranças. O ministro Marco Aurélio defendeu a indicação pelos partidos. "Cabe realmente aos líderes a indicação daqueles que deverão compor [a comissão], e nem por isso se deixa de ter a eleição, que representa em última análise uma ratificação", afirmou.

Votaram a favor da indicação apenas pelos líderes partidários os ministros Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio Mello, Teori Zavascki, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Rosa Weber e Ricardo Lewandowski. Votaram contrariamente os ministros Luiz Edson Fachin, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Celso de Mello.

Papel do Senado: 8 x 3 pró-Senado

Votaram a favor de que o Senado possa decidir se instaura ou não o processo de impeachment os ministros Barroso, Marco Aurélio, Zavascki, Cármen Lúcia, Fux, Rosa, Celso de Mello e Lewandowski. Já os ministros Fachin, Mendes e Toffoli votaram para que a abertura do processo pela Câmara obrigue o Senado a instaurar o processo.

Pela decisão, a aprovação do impeachment pela Câmara equivale apenas a uma autorização para que se processe o presidente, e a abertura do processo deve passar por novo julgamento no Senado.
Barroso votou pelo poder do Senado de barrar a abertura do processo de impeachment. O ministro afirmou que a Constituição não prevê ao Senado um papel de subordinação à Câmara. O voto de Fachin afirmava que, uma vez aprovada pela Câmara, a instauração do processo de impeachment pelo Senado era obrigatória. "A Câmara dá uma autorização ao Senado, e não uma determinação", rebateu Barroso.

Já Fachin, derrotado, defendeu que a autorização do processo pela Câmara tem o "efeito lógico" de obrigar a instauração do processo pelo Senado. "O efeito lógico da procedência denúncia na Câmara é a autorização para processar o presidente por crimes de responsabilidades", disse.
 
Voto aberto na comissão: 6 x 5 pró-voto aberto
 
A maioria dos ministros decidiu pelo voto aberto na eleição da comissão do impeachment. Votaram nesse sentido os ministros Barroso, Marco Aurélio, Cármen Lúcia, Fux, Rosa e Lewandowski.
Votaram pelo voto secreto Teori, Fachin, Mendes, Toffoli e Celso de Mello.

O voto aberto para a eleição da comissão dará mais poder ao governo de pressionar por uma composição favorável à defesa da presidente Dilma. A votação, na semana passada, foi feita com o voto secreto, e a chapa apoiada pela oposição foi vencedora. Agora, uma nova comissão deve ser eleita com voto aberto.

Outros pontos

A ação em debate no Supremo analisou 11 pontos do trâmite do impeachment no Congresso. O STF discutiu também questões mais técnicas, como em qual momento deve ser apresentada a defesa e como deve ser feita a apuração do processo pelo Senado.

Os ministros também negaram, por unanimidade, a possibilidade de o presidente da República apresentar defesa prévia ao ato do presidente da Câmara de acatar o pedido de impeachment e determinar o início de sua tramitação no Legislativo.

Outro ponto rejeitado pelo Supremo foi o pedido do PC do B de que fosse declarado o impedimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para tomar decisões sobre o pedido de impeachment. Cunha é adversário declarado do governo Dilma.

O pedido de impeachment da presidente Dilma foi aceito por Cunha no último dia 2. A denúncia foi formulada por Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal, e recebeu o apoio político dos partidos de oposição, como PSDB, DEM e PPS.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Blindagem total no ninho das pombinhas

STF nega pedido da PF de busca e apreensão na casa de viúva de Eduardo Campos

 

Se fosse a mulher de algum político do PT o STF autorizaria até pegar as calcinhas dela.

Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

A reportagem do Estadão não esclarece, mas só pode ter sido decisão de Teori, que julga o caso da Operação Lava Jato. Nesta mesma terça-feira, ele negou pedido para a PF realizar diligências na casa de Renan Calheiros.

Estadão Conteúdo – O Supremo Tribunal Federal (STF) negou pedido da Polícia Federal para fazer busca e apreensão na casa de Renata Campos, viúva do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em meio à campanha eleitoral de 2014. Endereços do empresário Aldo Guedes, que foi sócio de Campos, em Pernambuco foram alvo de busca e apreensão pela Operação Catilinárias, deflagrada nesta terça-feira, 15.

Os mandados foram cumpridos na loja Grillo Presentes, na Imbiribeira, zona sul do Recife, que pertence ao empresário, e na Agropecuária Nossa Senhora do Nazaré Ltda, situada na Fazenda Esperança, em Brejão, agreste pernambucano. Eduardo Campos era sócio de Guedes nesta Agropecuária, onde a PF apreendeu hoje documentos. Na loja, foram encontrados R$ 170 mil em espécie.

Em outubro, o ex-presidente da Camargo Corrêa e delator da Lava Jato Dalton dos Santos Avancini afirmou aos investigadores da operação ter-se encontrado em 2010 com o ex-sócio de Eduardo Campos. Avancini e Aldo Guedes teriam se encontrado no Shopping Iguatemi, em São Paulo, para acertar o suposto pagamento de propina de R$ 20 milhões da empreiteira para abastecer o caixa 2 da campanha à reeleição do então governador de Pernambuco.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Ex-aliada joga vinho nas fuças de José Serra



A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, jogou uma taça de vinho no rosto do senador José Serra (PSDB-SP) durante um jantar de fim de ano realizado na casa do senador Eunício Guimarães (PMDB-CE), no qual também estava presente o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB).

Incidente aconteceu quando a ministra conversava com alguns dos senadores presentes na confraternização. Segundo Kátia, Serra "simplesmente chegou numa roda em que não tinha sido chamado, sem mais nem menos", e disse a ela: "dizem por aí que você é muito namoradeira".

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tentou alertar o senador tucano e amenizar a situação constrangedora. "Serra, a ministra se casou neste ano", disse, segundo relato da jornalista Mônica Bergamo.

Irritada, Kátia Abreu enquadrou José Serra. "Você é um homem deselegante, descortês, arrogante, prepotente. É por isso que você nunca chegará à Presidência da República", disparou. "E, de mais a mais, nunca traí ninguém na minha vida", emendou.

Em seguida, jogou o vinho na cara do senador tucano e pediu que ele se retirasse do local.

Kátia disse que o quiprocó entre ela e Serra não tem ligação alguma com o fato de estarem em lados opostos quanto ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Enquanto o tucano atua para afastar a presidente, Kátia é ministra e amiga pessoal de Dilma, que foi sua madrinha de casamento.

É por aí

Homenagem aos refugiados. Bela canção

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Esse vagabundo, que antes era contra, hoje é favorável ao voto secreto

A pergunta que não quer calar

Patricia Pillar

Lobista preso hoje por corrupção na Hemobras também atuava para a Odebrecht, na África e recebeu título de cidadania por proposição de tucano Bruno Araújo

CORRUPÇÃO NA HEMOBRAS


Fábrica da Hemobras em Goiana/PE


Fontes ouvidas pelo Blog revelaram que o lobista Delmar Siqueira Rodrigues, preso hoje pela Polícia Federal na Operação Pulso, de combate à corrupção, na Hemobras, atuou, por muito tempo, como lobista da Construtora Odebrecht em Angola, sendo homem da extrema confiança da diretoria do grupo. Delmar foi para a África representar a Odebrecht ainda no governo Figueiredo, quando da construção da UHE de Capanda, em Angola, no governo Agostinho Neto.

Curiosamente, em dezembro de 2003, o tucano Bruno Araújo, atualmente vice-presidente do PSDB e deputado federal comandante dos movimentos pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff e dos protestos anticorrupção, juntamente com o Movimento "Vem Pra Rua", quando ainda deputado estadual, aprovou para o lobista DELMAR SIQUEIRA RODRIGUES, o título de "Cidadão Honorífico do Estado de Pernambuco" (aqui), em dezembro de 2003. 



Segundo o colunista social João Alberto, a festança comemorativa da concessão do título de cidadão honorífico de Pernambuco, ao lobista preso hoje pela Polícia Federal, rendeu discursos emocionados por parte dos convidados da alta sociedade pernambucana (aqui). Confiram:

Festa de Pernambuco e Angola na Blue Angel
 
A entrega do título de cidadão pernambucano ao maranhense Delmar Siqueira lotou o plenário da Assembléia Legislativa, quinta-feira. Atualmente, o homenageado se divide entre o Recife e Angola, onde comanda conglomerado de empresas. Durante a sessão solene, discursos emocionados fizeram com que muitos dos convidados se emocionassem. 

Para comemorar, festa na Blue Angel Praça da Bandeira, produzida por Daniele, filha do homenageado, que escolheu desde as atrações até o cardápio. Foi uma verdadeira comunhão entre os convidados angolanos e pernambucanos, com apresentação do Quinteto Violado, Balé de Cultura da Cidade do Recife e o cantor angolano Nello, que colocou muitos dos convidados para dançar a típica Quizomba.

Entre os convidados, o embaixador de Angola no Brasil, o deputado Bruno Araújo, autor da proposta de entrega do título de cidadão, e muita gente de prestígio tanto de Pernambuco quanto de Luanda, de onde veio uma comitiva de 30 pessoas.

De acordo com o Portal "Capital Teresina", o lobista Deliram Siqueira Rodrigues, que foi preso no Piauí, é ainda parente do ex-governador daquele Estado, Wilson Martins, do PSB, que o condecorou, em 2012, com a Medalha da Ordem do Mérito Renascença em Oeiras, onde o lobista tem fazenda.

Segundo, ainda, o Portal de notícias piauiense, Delmar Siqueira costumava acompanhar o ex-governador do Piauí em viagens ao exterior em reuniões com empresários (aqui).
 

Eu estou voltando:O golpe morreu! Fachin acabou com a farra dos ratos


Por Davis Sena Filho — Palavra Livre

NADA É MAIS PARECIDO COM O CARLOS LACERDA.
O impeachment morreu! O ministro do STF, Luiz Edson Fachin, suspendeu a criação da Comissão "Especial" do Golpe Parlamentar, à frente do golpismo o cadáver político, deputado Eduardo Cunha, com o apoio, irrestrito, do senador playboy, Aécio Neves e Cia, a ter seu guru, Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, a tagarelar na imprensa alienígena e a apagar a fogueira da crise política com gasolina. Para resumir, o juiz Fachin acabou com a farra dos ratos.

Somente esqueceram de avisar aos golpistas de direita, que vão entrar na história como moleques irresponsáveis, independente do cargo que ocupam e a função que exercem, tanto no sistema Judiciário quanto no Legislativo, bem como na imprensa mediocremente de mercado dos magnatas bilionários, que odeiam o Brasil e desejam ver o povo brasileiro cativo para sempre, porque longe de sua emancipação econômica e social.

O golpe morreu! Porém, principalmente, esqueceram de avisar ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, que, mesmo a se transformar em um cadáver político e moral, insiste na ousadia de dar continuidade ao golpe, intenção esta que ele já anunciava ainda quando era um deputado da bancada do PMDB, mas que há anos se aliava à oposição liderada pelo PSDB e o DEM, que vem a ser o pior partido do mundo, como já disse anteriormente.

O pior do planeta por se tratar de uma agremiação política que ainda se encontra nas fazendas de escravos dos senhores de gado e engenho do século XIX. A resumir: violência, atraso e retrocesso. Este é o DEM, o aliado do igualmente predador do Brasil, o PSDB, que, maus perdedores de veias golpistas, lutam, incessantemente, há mais de um ano para que a presidente Dilma Rousseff, eleita em outubro de 2014 pelo voto do povo, seja derrubada por um golpe paraguaio ou seja lá o que for ou valha.

Somente no Brasil, e com a aquiescência de uma classe média coxinha e de uma casa grande de caráteres predominantemente e historicamente golpistas, que um político da estirpe do Cunha, envolvido com inúmeras falcatruas, crimes e corrupções tem a liberdade de aceitar e dar celeridade a um processo de impeachment contra uma mandatária que, não me canso de repetir, não cometeu crimes comuns e de responsabilidade. Este é o cerne da questão. Ponto.

A derrubada de uma presidente constitucional e eleita legalmente por motivos torpes e sórdidos é um fato gravíssimo e pode terminar com muita violência nas ruas e com rupturas institucionais e constitucionais por se tratar de perfídia que já teve precedentes ainda mais trágicos para o povo brasileiro, como o golpe civil-militar de 1964, que se transformou na ditadura mais longa e violenta da história do Brasil, que durou 21 anos. E ainda, cinicamente e hipocritamente, foi apelidada por seus apoiadores de "A Redentora".

A militância da mentira e do ódio não vai vicejar no Brasil, porque as forças legalistas e progressistas não vão permitir que tal militância, totalmente descomprometida com a Nação, a transforme, mais uma vez, em uma republiqueta das bananas, tal qual as almas e os espíritos de golpistas do passado e do presente, que nunca respeitaram o povo e sempre acondicionaram o Brasil em uma situação de País subdesenvolvido, dependente, dominado e à mercê de roubalheiras e de piratarias praticadas por países ricos e imperialistas.
Países e seus governos colonialistas, que tem como aliada, fiel e inconteste, a burguesia e a pequena burguesia brasileiras, subalternas, subservientes, portadoras de inenarráveis e incomensuráveis complexos de vira-latas, pois, indelevelmente, inimigas históricas do Brasil. Combater o golpe significa impedir que forças "ocultas", digo as que estão ainda invisíveis, mas a apoiar os golpistas de linha de frente, a exemplo do juiz e político de direita, Gilmar Mendes, do deputado Eduardo Cunha, do senador Aécio Neves, do juiz e político também de direita, Sérgio Moro, bem como em geral os aliados do PSDB, como os magnatas bilionários de imprensa, além dos grandes capitães da indústria e do mercado financeiro nacional e internacional.

Enfrentar essas forças reacionárias não é brincadeira; não é fácil. Tem de ter disposição, porque as tentativas de se concretizar o golpe são intermitentes. O golpista não cansa e não pára, porque derrubar do poder uma mandatária que não incorreu em crimes de responsabilidade se tornou uma obsessão, de forma que o PSDB e seus cúmplices e conspiradores não apresentam soluções, programas de governo e projeto de País, porque simplesmente a demotucanada não tem e nunca teve. Essa gente se recusa a pensar o Brasil há 515 anos.

Contudo e apesar de tudo, a farra dos ratos acabou pelas mãos e sensatez do magistrado Fachin, bem como não adianta mais o vice-traidor-chorão, Michel Temer, afirmar que a comissão "especial" do golpe é legítima e foi efetivada em pleno processo democrático, quando a verdade é que Temer, como constitucionalista que é, sabe muito bem que Eduardo Cunha e seus adjuntos burlaram o regimento interno da Câmara, golpearam as regras e normas para que a bancada governista não tivesse maioria nesse colegiado.

Acabou a patuscada, a pândega, a bagunça e a molecagem da oposição demotucana e de seus aliados de partidos menores. O País é sério. Quem não quer ser séria é a oposição. Quem não são e nunca foram sérias são as casas grandes deste País. Seus inquilinos de modos "aristocráticos" nunca se sujeitaram ao jogo democrático, porque são politicamente antidemocráticos, apesar do discurso a favor da democracia, que, todavia, contrapõe-se às suas ações e realidades históricas.

O STF, apesar de ter ministros com a estatura menor de Gilmar Mendes, percebeu rapidamente que o impeachment estava a vir a galope, a despeito de Eduardo Cunha ser brevemente denunciado pela Procuradoria Geral da República, bem como a Comissão de Ética ainda hoje analisar o relatório que pede a cassação do presidente da Câmara.

Eduardo Cunha, Aécio Neves, Gilmar Mendes, dentre muitos outros, mostram-se perigosos para a estabilidade politico-institucional do País. Essas pessoas são perigosas, porque não são políticos e servidores públicos compromissados com os interesses do Brasil. Já deixaram isto claro a vida toda, pois é desta forma que a direita age, porque é uma questão ideológica, de valores e princípios. A direita é entreguista, olha para o povo de forma imperialistas, como os países imperialistas olham para as nossas "elites" subalternas e colonizadas em termos sociais, políticos e econômicos. É o que acontece. É fato e realidade. Pode acreditar.

Considero inacreditável que o Brasil, depois de quase 30 anos da redemocratização, além dos 33 anos das primeiras eleições livres para governadores, em 1982, tenha de se submeter aos ditames e caprichos de uma direita irresponsável que luta, de todas as formas e maneiras, para conquistar o poder, mesmo ao preço de um golpe contra uma presidente constitucional, eleita pelo povo, sem preocupar, inclusive, com a economia do País e com os empregos dos trabalhadores brasileiros. São realmente irresponsáveis.


A verdade é que o PT, os movimentos sociais e de trabalhadores e o sistema legalista, nos âmbitos privado e público, tem de ir para cima dos golpistas. O Brasil não pode retroceder ao ponto de voltar aos anos terríveis e sombrios de 1954 e 1964, quando o estadista gaúcho, Getúlio Vargas, matou-se e adiou o golpe por dez anos, quando o grande presidente e igualmente gaúcho, João Goulart, foi derrubado por uma quartelada apoiada por grandes empresários, com o apoio logístico e financeiro dos Estados Unidos — a terra do Tio Sam, aquele que bombardeia países para invadi-los e depois roubar suas riquezas. O ministro Fachin acabou com a farra dos ratos. O golpe morreu! É isso aí.