sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Boa noite

PIB:a tristeza dos tucanos


Carlos Sampaio está muito chateado porque o PiG cresceu no trimestre de 2013. Sampaio sabe que quanto mais a economia vai boa mais cresce a possibilidade de Dilma matar os tucanos corrutos ainda no 1º turno da eleição de 2014.


Segundo o tucano de peito pelado, o PIB do segundo trimestre do ano "poderia ser maior, se o governo fizesse a lição de casa", na avaliação do líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP). Nessa "lição de casa", o líder inclui a redução dos gastos públicos e a promoção de reformas estruturantes, como a tributária.Parte da lição de casa pregada por Sampaio o governo liberal de FHC fez e o Brasil quebrou, como a redução dos gastos públicos.FHC também fez uma ampla reforma tributária, ao pegar a carga tributária a 28% do PIB e aumentar para 37%.Foi FHC quem criou a CIDE, o CPMF.

"Mesmo tendo ficado acima do esperado para o período, o resultado do PIB poderia ter sido melhor, já que o crescimento se deu sobre uma base de comparação muito baixa. Na verdade, o Brasil não está crescendo o suficiente para ampliar a geração de empregos de boa qualidade, melhorar a renda da população e aumentar a competitividade de sua economia", afirmou o líder em nota divulgada pela assessoria de imprensa da liderança do PSDB.Não Sampaio, não poderia ter sido melhor, o mundo está em crise, o Brasil está no meio dela.O aumento do PIB contrariou todas as projeções do PiG, dos tucanos corruptos, e de banqueiros acostumados a ganhar dinheiro.

Sampaio afirma ainda que "o desejável e necessário é que o crescimento seja sustentável, continuado e em patamares maiores". "O governo certamente irá tentar colar o discurso de que está tudo às mil maravilhas. Mas, a realidade é que a inflação ainda continua alta, a taxa de juros subiu pela quarta vez consecutiva, o Brasil se tornou um país muito caro e a economia cresce muito abaixo do necessário. Não podemos nos contentar com voos de galinha". O crescimento vai ser, apesar da torcida da Turma do Cupim, continuado, sim.O governo não vai dizer que o Brasil está a mil maravilhas, mas dirá, como já vem dizendo há muito tempo, que o Brasil de hoje é muito melhor que o de 12 anos atrás.Não podemos nos contentar com voos de tucano.

Segundo os dados divulgados nesta sexta-feira, 30, pelo IBGE, O PIB registrou alta de 1,5% no segundo trimestre ante o primeiro trimestre do ano. Na comparação com o segundo trimestre de 2012, o PIB apresentou alta de 3,3% no período.


O suicídio de imagem da medicina brasileira


A medicina brasileira não são aqueles manifestantes, não são os CRMs que estimularam as agressões vergonhosas contra cubanos. Por Luis Nassif


por Luis Nassif — publicado 30/08/2013 13:16




Prefeito de Vargem Grande do Sul, tio de minha mãe, o médico Bié Mesquita tinha um consultório com duas salas. Numa, os clientes que podiam pagar pela consulta; na outra, os que não podiam. Revezava o dia inteiro atendendo a ambos. Em frente o consultório, montou uma farmácia, mas ninguém sabia que era dele. Os pacientes necessitados saíam do consultório com a receita e a recomendação para aviar na farmácia em frente. Lá, eram informados de que não precisariam pagar nada.

Em Poços de Caldas, o pediatra Martinho de Freitas Mourão atendia de manhã os necessitados, de tarde os que podiam pagar.

Não havia equipamentos sofisticados. Eram tempos longínquos, no interior, com acesso a no máximo uma máquina de raio X. Tinham o estetoscópio, a paleta para colocar sob a língua do paciente e o conhecimento acumulado pelo curso e pela prática. Salvavam vidas.

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Não são exemplos isolados. Na medicina nacional, grandes nomes, médicos bem sucedidos, cirurgiões consagrados passaram a dedicar parte de sua atividade à saúde pública ou atendimento em hospitais públicos. É assim com Adib Jatene, Miguel Srougi e tantos outros. A medicina brasileira forneceu alguns dos maiores homens púbicos do país, sanitaristas como José Gomes Temporão, David Capistrano, José Veccina Neto. Ajudou na criação de um modelo federativo através da obra monumental do SUS (Sistema Único de Saúde).

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Mesmo os Conselhos de Medicina têm um histórico digno. Não fossem os médicos voluntários do Conselho Regional de Medicina atenderem a um pedido e se deslocarem para o Instituto Médico Legal (IML), em maio de 2006, o número de assassinatos da Polícia Militar teria dobrado.

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Por todo esse histórico, é chocante a maneira como Conselhos de Medicina e médicos em geral reagiram à vinda dos médicos cubanos e, antes disso, nas manifestações de rua, portando cartazes agressivos contra políticos, como se fossem os mais vulgares dos trolls de Internet.

Conseguiram jogar a imagem da profissão na lata de lixo, apresentando-se para a esquerda como elitistas insensíveis e para a direita como corporativistas rançosos.

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A própria velha mídia, que estimulou inicialmente os ataques aos cubanos, levantando os argumentos mais inverossímeis para o que era uma medida de saúde pública, recuou, deixando os movimentos médicos com a broxa na mão, expondo a imagem do médico brasileiro a críticas de todos os quadrantes.

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Raras vezes assisti a um suicídio de imagem tão amplo e irrestrito.

Agora, é hora de defender a categoria dessa malta que a representou nas manifestações. A medicina brasileira não são aqueles manifestantes, não são os CRMs que estimularam as agressões vergonhosas contra cubanos.

A medicina brasileira é Bié e é Martinho, é Jatene e é Zerbini, são os sanitaristas que desenharam um novo sistema de saúde, é a estrutura das santas casas de misericórdia, que seguraram a peteca em séculos de descaso público com a saúde, são os médicos do serviço público que cumprem com garra sua missão.


Espera-se que os verdadeiros médicos tenham a coragem de vir a público para consertar o estrago que esses vândalos cometeram contra a imagem da categoria.

O choro de Boris Casoy



Tadinho! Tá com medinho de o PSDB perder do PT.Chora, cara de cu sem dono, que o choro é livre.

Aprender com Cuba



Nós, brasileiros, queixamo-nos do tratamento que nos dispensam no exterior. Lembro-me, por exemplo, da polêmica envolvendo dentistas brasileiros que exerciam sua profissão em Portugal e não tiveram seus diplomas validados. Indignamo-nos em solidariedade aos nossos compatriotas. Agora, com a chegada dos médicos cubanos ao nosso país, mostramos nossa face xenófoba. As cenas protagonizadas por médicos na entrada da Escola de Saúde Pública do Ceará, na última segunda-feira, envergonha-nos diante do mundo e escancara a barbárie de profissionais cuja principal virtude deveria ser a capacidade de compreender o ser humano e auxiliá-lo em suas dores.

A hostilidade direcionada aos médicos cubanos em Fortaleza, entretanto, é apenas a ponta do iceberg, e merece reflexão. Primeiramente porque não só de Cuba provêm os médicos contratados em caráter temporário pelo governo federal. Itália, Portugal, Espanha, Argentina, Rússia, Bolívia e Uruguai são alguns dos demais países de origem. Então a pergunta é: por que justamente os cubanos são hostilizados? Parece-me que a resposta não está nas questões de saúde, mas no preconceito que uma elite nutre em relação ao regime político e econômico estabelecido naquela pequena ilha caribenha.

Outra pergunta que gostaria de fazer é: por que duvidarmos da qualidade da formação médica cubana? Importante dizer que 60 nações possuem acordos de intercâmbio médico com Cuba, país que derrubou sua taxa de mortalidade para 4,5 por mil (a menor da América Latina), tão diferentemente do Brasil, cuja taxa é de 13,6. Além disso, nada indica que nossa formação seja melhor que a deles, pelo contrário. O exemplo dado pelos médicos brasileiros em relação aos seus colegas cubanos dá a real dimensão da falência de nossa universidade. Porque uma universidade incapaz de ensinar ética aos profissionais que forma, não pode ser séria.


Muitos médicos cubanos que ingressam no Brasil têm ampla experiência no atendimento à atenção básica e em países cuja precariedade na saúde equipara-se à brasileira. Ao invés de hostilizá-los, nossos médicos deveriam exercitar a humildade e aprender com eles a exercer uma medicina menos elitizada e mais próxima das necessidades da nossa população, tão carente de atendimento.

VIEGAS FERNANDES DA COSTA


Um chute nos colhões dos pessimistas

PIB do Brasil cresce mais que de EUA e Coreia


Tem neguinho por aí que não está gostando nada disso.


Sílvio Guedes Crespo

A economia brasileira surpreendeu muitos analistas no segundo trimestre, colocando o país em uma posição melhor do que a verificada no início do ano, em comparação com outras nações.
PIB (produto interno bruto) do Brasil avançou 1,5% em relação ao primeiro trimestre, superando não apenas o dos maiores países ricos, como os Estados Unidos e a Alemanha, mas também o de nações que vinham se expandindo bem, como o México e a Coreia do Sul. Por outro lado, continua atrás dos asiáticos de crescimento rápido, como a China e a Indonésia, conforme o gráfico abaixo.
No primeiro trimestre, o crescimento da economia do Brasil havia sido igual ao dos EUA e inferior ao da Coreia.
Para quem vem acompanhando o PIB dos países, pelo menos dois pontos no gráfico acima chamam atenção.
Primeiro, ver o Brasil com um resultado muito próximo do da China. Depois, encontrar Portugal (que está mergulhado em crise) acima de países como Alemanha e México.
Os dois casos devem ser vistos com cuidado por motivos parecidos. O Brasil encostou na China após ter um crescimento econômico excepcionalmente bom. Fazia 13 trimestres que o PIB brasileiro não crescia nesse ritmo. Já o da China vem se mantendo em ritmo igual ou superior ao atual há anos.
Quando comparamos períodos um pouco mais longos, vemos que a China, apesar de ter piorado, continua relativamente bem. A alta do PIB do segundo trimestre em relação a igual período do ano passado foi de 7,5%. Nesse tipo de comparação, a economia brasileira cresceu 3,3%.
A questão de Portugal é parecida com a da China, só que ao contrário. A economia portuguesa vinha encolhendo fortemente. Nesse contexto, crescer 1,1% no segundo trimestre, em comparação como primeiro, que foi muito fraco, não significa muita coisa. Tanto que, em relação ao segundo trimestre de 2012, o PIB teve uma queda de 2%.
Variação em um ano
Olhando o segundo trimestre deste ano em comparação com o período equivalente de 2012, conseguimos uma noção um pouco mais ampla da situação global.
Não apenas porque assim enxergamos um período mais longo, mas também porque alguns países importante só divulgaram a variação do PIB em relação a um ano antes, como a Rússia, o Chile e o Peru.
Nesse tipo de comparação, o PIB do Brasil cresceu 3,3%, mantendo um resultado melhor que o dos países ricos e atrás da China e da Coreia.
Mas aqui conseguimos perceber que o Chile e o Peru também registraram taxas asiáticas de crescimento, superando o Brasil.
Em relação ao grupo de emergentes chamado Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o PIB brasileiro avançou mais que o da Rússia e o da África do Sul e menos que o da China. A Índia ainda não divulgou o dado.

Blog Achados Econômicos

Quem é Roger Pinto Molina?

Roger Pinto Molina, ex-senador boliviano, refugiado no Brasil, terá o mesmo tratamento que Battisti? (Foto: Reprodução / Facebook)
Roger Pinto Molina, ex-senador boliviano, asilado no Brasil, acusado de corrupção

Miguel do Rosário


Nossos colunistas políticos são uma piada. Agora deram para endeusar um político boliviano corrupto e um diplomata irresponsável


Nossos colunistas políticos são uma piada. Agora deram para endeusar um político boliviano corrupto e um diplomata irresponsável. Noblat, num texto de opinião publicado hoje no Globo, empilha uma quantidade incomensurável de asneiras, alinhavadas numa sintaxe deprimente, para comparar a situação do corrupto aos milhões de judeus torturados e mortos em campos de extermínio nazista. Já na Folha, Cantanhêde compara diplomata irresponsável, que botou em risco a vida do asilado, à José Bustani, o corajoso membro do Itamaraty que enfrentou o império ao afirmar, enquanto diretor da agência de armas químicas da ONU, a Opaq, que o Iraque não possuía armas de destruição em massa. Enquanto Bustani, como bom diplomata, tentou evitar uma guerra, Eduardo Saboia quase criou uma; o irresponsável produziu justamente aquilo para o qual um diplomata é regiamente pago para evitar: um conflito diplomático.

Vale a pena ler o texto abaixo, onde o internauta Marcelo Zero explica quem é Roger Pinto Molina.

Alguns Esclarecimentos Sobre o Caso do Senador Róger Pinto Molina

Marcelo Zero

1 – O senador Róger Pinto Molina, latifundiário dono de milhares de hectares de terras, é um político da direita boliviana que fez a sua carreira no Departamento de Pando, que fica localizado na região da chamada Media Luna (meia lua) boliviana. Essa região do Leste da Bolívia é dominada pelas planícies férteis e pelas jazidas de hidrocarbonetos, e constitui a parte mais próspera e rica daquele país. Já a região dos Andes é, hoje em dia, menos dinâmica e mais pobre.

2 – Essa região é também a mais etnicamente miscigenada, em contraste com a região andina, na qual predomina a população de índios aimarás e quéchuas. Muitos habitantes brancos da Media Luna chamam a população indígena dos Andes com o nome pejorativo de "kollas". Há, na Bolívia, uma divisão não apenas política entre as duas regiões (a Media Luna e a Andina), mas também racial.

3 – É justamente nessa região que está localizada, com maior intensidade, a oposição política ao governo Evo Morales, que tem profundas raízes na região andina e na população indígena, majoritária no país (64%).

4 – Com a ascensão de Evo ao poder, os prefeitos dos departamentos (equivalentes a governadores) dessa região da Media Luna acabaram por instituir um movimento autonomista, que alguns chegaram a definir como eminentemente separatista. A pressão sobre o governo Evo e a iminência de um processo de guerra civil levou à convocação de um referendo revogatório, em 2008.

5 – O mandato de Evo Morales foi, no entanto, confirmado com 67% dos votos válidos.

6 – Esse resultado levou os governadores da oposição a iniciar uma série de protestos e a intensificar o movimento autonomista. Os apoiadores de Evo reagiram, exigindo a obediência à Constituição e o respeito às leis federais.

7 – Na região de Pando, o prefeito Leopoldo Fernandez, padrinho político do Senador Róger Pinto, formou milícias estatais armadas para ajudar a promover a "autonomia" do seu departamento. Em 11 de setembro de 2008, essas milícias enfrentaram uma marcha de camponeses fiéis a Evo Morales, na localidade de Porvenir. Houve uma chacina de indígenas, que deixou um saldo de 19 mortos e dezenas de desaparecidos.

8 – Essa chacina, conhecida como o Massacre de Porvenir ou o Massacre de Pando, foi investigada pela Unasul, que produziu, em novembro de 2008, um relatório classificando o massacre de "crime contra a humanidade", conforme a definição da Organização das Nações Unidas.

9 – Pois bem, um dos crimes dos qual o Senador Róger Pinto é acusado tange justamente à sua provável participação nesse massacre. Róger Pinto, que havia sido prefeito da localidade de Porvenir, era o braço direito de Leopoldo Fernandez, acusado pela Justiça boliviana de ser o articulador do massacre.

10 – Além disso, o senador Pinto tem uma vintena de processos na justiça comum da Bolívia, com acusações que vão desde corrupção e malversação de recursos públicos até desacato e difamação. Ele já tem uma condenação. Com efeito, ele foi condenado, em 25 de junho de 2013, pelo Tribunal Primero de Sentencia do Departamento de Pando a um ano de reclusão por ter desviado recursos públicos da Zona Franca de Cobija para a Universidad Amazónica de Pando, ente de direito privado. O desvio foi de quase 12 milhões de pesos bolivianos, algo em torno de US$ 1,6 milhão.

11 – Portanto, pela lei brasileira o senador Pinto já seria considerado um político "ficha – suja".

12 – Observe – se que essa primeira condenação deu – se após um ano do senador Pinto estar refugiado na embaixada. Assim, na época do início de seu asilo diplomático não havia nenhum pedido de prisão contra ele, embora o senador estivesse proibido de deixar o país.

13 – A iniciativa de conceder asilo diplomático ao senador boliviano partiu do embaixador do Brasil em La Paz na época, Sr. Marcel Biato. Na realidade, a Chefe de Estado não foi consultada previamente sobre essa hipótese, que, uma vez concretizada, é de reversão muito difícil. Por tal razão, ele foi duramente criticado pelo governo boliviano, o qual alega que o embaixador não levou em consideração o fato do senador Róger Pinto ter vários processos contra ele na justiça comum. O governo boliviano alega que a concessão de asilo ao senador teria violado a Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, celebrada no âmbito da Organização dos Estados Americanos.

14 – Com efeito, o artigo III da citada Convenção tem a seguinte redação:

Artigo III

Não é lícito conceder asilo a pessoas que, na ocasião em que o solicitem, tenham sido acusadas de delitos comuns, processadas ou condenadas por esse motivo pêlos tribunais ordinários competentes, sem haverem cumprido as penas respectivas; nem a desertores das forças de terra, mar e ar, salvo quando os fatos que motivarem o pedido de asilo, seja qual for o caso, apresentem claramente caráter político. As pessoas mencionadas no parágrafo precedente, que se refugiarem em lugar apropriado para servir de asilo, deverão ser convidados a retirar – se, ou, conforme o caso, ser entregues ao governo local, o qual não poderá julgá – las por delitos políticos anteriores ao momento da
entrega.

15 – Pela mesma razão, o governo boliviano vinha se negando a fornecer o salvo conduto para que o senador fosse retirado em segurança da Bolívia.

16 – Saliente – se que o advogado do senador boliviano no Brasil, Sr. Fernando Tibúrcio Peña entrou com um pedido de Habeas Corpus Extraterritorial em benefício de seu cliente, no STF brasileiro. Nesse pedido, o advogado em questão solicitava, entre outras demandas:

a) determinar que a autoridade dita coatora seja compelida a colocar a disposição do paciente no prazo de trinta dias, contado da intimação do deferimento da ordem de habeas corpus e independentemente da concessão de salvo conduto e das garantias de praxe por parte das autoridades bolivianas, um veículo do Corpo Diplomático acreditado junto ao Governo da Bolívia, para que o paciente possa deixar o território boliviano e ver restabelecida sua liberdade de locomoção;

17 – Conforme o parecer da AGU sobre o assunto, "os pedidos formulados pelo impetrante não são juridicamente possíveis, isto é, se o governo brasileiro propiciar ao paciente o veículo requerido para que possa sair da Bolívia, estaríamos violando a ordem internacional, descumprindo decisões judiciais de tribunais bolivianos, que já decidiram que o paciente não pode deixar o país." Ademais, o parecer da AGU também estabelecia que "uma decisão que determine a saída do senador Roger Pinto Molina da Embaixada sem a concessão de salvo – conduto e de garantias de segurança pelas autoridades bolivianas, por sua vez, impossibilitaria o Brasil de conceder qualquer forma de proteção jurídica ao senador, tornando sem qualquer efeito prático o asilo diplomático concedido, que desapareceria ipso facto",

18 – Além desse parecer da AGU, havia também outros dois pareceres, do Itamaraty e da Procuradoria Geral da República, que iam na mesma direção.

19 – Em outras palavras, a posição do governo brasileiro de não retirar o senador da Bolívia sem um salvo conduto e as garantias de praxe era inteiramente secundada e apoiada pela AGU e pela Procuradoria Geral da República.

20 – Mas não se tratava apenas, evidentemente, de mera questão jurídica. Essa questão era, sobretudo, uma questão de bom senso. O Estado que concede o asilo, acertada ou erradamente, isso não vem ao caso, torna – se, ipso facto, responsável pela segurança do asilado. Se o Estado em cujo território está o asilado se nega a conceder o salvo conduto, qualquer tentativa de retirá – lo desse território torna – se uma aventura insana, cujas consequências recairão exclusivamente sobre o Estado que concedeu o asilo. Não se trata de uma responsabilidade pessoal do embaixador em exercício, mas de uma responsabilidade de Estado, que recai pesadamente no Chefe de Estado e sobre toda a Nação. Em caso de violação da integridade do asilado, o Estado concedente é que é acionado em tribunais internacionais.

21 – Por conseguinte, quando o encarregado de negócios brasileiro em La Paz diz que assume a responsabilidade pela ação de retirar o senador da Bolívia, sem salvo conduto e as garantias devidas, ele está assumindo algo que jamais poderia ter assumido de modo pessoal.

22 – No caso específico da ação de retirar o senador da Bolívia, tratou – se, de fato, de uma aventura temerária, para dizer o mínimo.

23 – Para chegar ao Brasil, o senador percorreu, em carro diplomático brasileiro, durante longas 22 horas, 1.600 quilômetros de perigosas estradas bolivianas. Nessa autêntica Odisseia, poderia ter acontecido qualquer coisa. Por exemplo, o carro poderia ter sido parado em qualquer dos pontos de controle e o senador poderia ter sido preso por tentativa de fuga. Quem seria o culpado? O embaixador Sabóia? Não, o culpado teria sido o Estado brasileiro, que seria acusado de entregar o senador boliviano às autoridades que o perseguiam. O carro poderia também ter sido atacado por partidários de Evo Morales, causando até a morte do senador. Nesse caso extremo, a morte do senador seria, novamente, de responsabilidade única do Estado concedente do asilo, isto é, do Brasil.

24 – Essa responsabilidade pela vida e pela segurança do asilado é intransferível e irrevogável.

25 – Evidentemente, caso o governo boliviano tivesse concedido o salvo conduto, a coisa teria mudado inteiramente de figura, pois, nessa hipótese, o Estado boliviano assumiria a responsabilidade de assegurar a segurança do asilado até a sua entrada em território brasileiro.

26 – Mas além de se ter colocado em risco, de forma irresponsável, a segurança e a vida do asilado, há de se lamentar também, nesse caso, o fato gravíssimo da Presidenta da República só ter tomado conhecimento do acontecido, após o asilado já estar em território nacional, um dia inteiro após iniciada a aventura rocambolesca.

27 – Houve, assim, é óbvio, uma quebra de hierarquia, de ruptura da cadeia de comando e de confiança absolutamente inaceitáveis. Esses fatos se agravam quando levamos em consideração que qualquer embaixada possui mecanismos para criptografar mensagens sensíveis e urgentes.

28 – As alegações do encarregado de negócios de que a situação do asilado na embaixada estava se deteriorando não justificam colocar a sua segurança e vida em risco. Esses problemas poderiam ter sido resolvidos ou contornados por outros meios. É comum, nesses casos, trazer assistência médica especializada (que com certeza não lhe teria sido negada). Considere – se que não seria do interesse do governo boliviano e, muito menos, do governo brasileiro, que o senador Pinto cometesse suicídio dentro da embaixada.

29 – Assim sendo, não houve heroísmo nesse lamentável imbróglio. Houve, isto sim, uma clara irresponsabilidade, que comprometeu o Estado brasileiro e a vida e a segurança de um asilado, além da soberania da Bolívia.

30 – É provável que o justiça boliviana solicite, agora, a extradição do senador Pinto, com base nas duas dezenas de processos que há contra ele na Bolívia.

31 – O Brasil, como sempre, pautará a sua conduta no caso pelos princípios inscritos nas convenções internacionais e pelos cânones do direito internacional público, colocando a vida como bem maior a ser protegido.


Do blog O Cafezinho

A Turma do Cupim perdeu:PIB cresce acima da mais otimista das previsões


IBGE acaba de divulgar o crescimento do segundo trimestre: 1,5%, quando o topo das estimativas de mercado apontava 1,3%; crescimento em seis meses já é maior do que o previsto por instituições financeiras o ano todo; ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que foi plantado no País um "pessimismo artificial"; investimentos também cresceram com força; ritmo anualizado é de 6%; para o ministro, a "confiança foi restaurada"


247 - Mais uma ducha de água fria nos pessimistas. O IBGE acaba de divulgar, nesta manhã, o PIB do segundo trimestre do ano. A economia brasileira cresceu 1,5% no período, o que geraria um ritmo anual de 6%. É um número forte – e que surpreendeu o mercado, uma vez que a mais otimista das previsões apontava crescimento de 1,3%.

No primeiro trimestre, o crescimento havia sido de 0,6%. Com o número do segundo trimestre, já se tem uma expansão superior a 2%, quando instituições financeiras, como o Itaú Unibanco, vinham apontando um desempenho medíocre, ao redor de 1,7% no ano.

Ontem, durante a entrega do prêmio Melhores da Dinheiro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, falou sobre a economia. "Foi plantado um pessimismo totalmente artificial no País", afirmou, sem antecipar os números do PIB. "Mas isso ficou para trás e o que importa, agora, é olhar para a frente".

Um dado significativo da pesquisa foi a formação bruta de capital fixo, que aponta que os investimentos cresceram 3,6%. Ou seja: os empresários voltaram a apostar no futuro. "Apesar desse pessimismo artificial, a confiança foi restaurada", disse o ministro Mantega.

Abaixo, do noticiário da Agência Brasil:

Economia brasileira cresce 1,5% no segundo trimestre, aponta IBGE

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A economia brasileira cresceu 1,5% no segundo trimestre deste ano, em relação ao trimestre anterior. O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, totalizou R$ 1,2 trilhão no período de abril a junho, segundo dados divulgados hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No primeiro trimestre, o PIB havia crescido 0,6% em relação ao trimestre anterior. Pelo lado da produção, o principal destaque foi a agropecuária, que teve alta de 3,9% no trimestre em relação ao trimestre anterior. Também registraram crescimento os setores da indústria (2%) e serviços (0,8%)

Pelo lado da demanda, houve crescimento na formação bruta de capital fixo - que representa os investimentos, de 3,6%, no consumo do governo (0,5%) e no consumo das famílias (0,3%). As exportações tiveram alta de 6,9%, enquanto as importações subiram apenas 0,6% no período.

Na comparação com o segundo trimestre de 2012, o PIB teve crescimento de 3,3%. A economia também cresceu 2,6% no acumulado do ano e 1,9% no acumulado de 12 meses.

Agropecuária e construção civil são destaques no segundo trimestre

Os segmentos da agropecuária e da construção civil, com altas de 3,9% e 3,8%, respectivamente, foram os destaques da economia brasileira no segundo trimestre deste ano, na comparação com o trimestre anterior.

Segundo a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, o bom desempenho da agropecuária é puxado pelo aumento da produção de soja, milho, feijão e arroz. "Todos com safra relevante nesse trimestre. E todos com ganho de produtividade, isto é, com um aumento de produção maior do que a área plantada", disse.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 1,5% no período. Todos subsetores da economia tiveram crescimento. A indústria da transformação e o comércio tiveram alta acima da média, ambos com 1,7%.

Os demais subsetores tiveram as seguintes taxas de aumento: intermediação financeira, previdência complementar e serviços relacionados (1,1%); indústria extrativa mineral (1%); transporte, armazenagem e correio (1%); serviços de informação (0,9%) ; produção e distribuição de eletricidade, gás e água (0,8%); outros serviços (0,7%); atividade imobiliária e aluguel (0,7%); e administração, saúde e educação públicas (0,1%).


Na comparação com o segundo trimestre de 2012, a agropecuária também foi o principal destaque, com alta de 13%. Também cresceram acima da taxa de 3,3% do PIB, os setores da indústria da transformação (4,6%); construção civil (4%); e comércio (3,5%).

Globo censura Jorge Pontual e retira do site medicina cubana



Che Guevara efetivou a medicina preventiva e comunitária em Cuba, que foi exportada para inúmeros países e recomendada pela ONU E OMS.

Se você, cidadão brasileiro, for ao site da Globo News e acessar o programa "Em Pauta", não vai conseguir ver e ouvir o jornalista Jorge Pontual, do programa "Sem Fronteiras", que trabalha em Nova Iorque para a organização(?) dos Marinho.

Pontual fala da medicina cubana, dos médicos cubanos e dá exemplos e números relativos aos serviços prestados por eles em diversos países, bem como cita a satisfação das populações locais que são muito agradecidas pelo trabalho comunitário, preventivo e humanizado dos médicos cubanos.

O jornalista expõe como a medicina cubana ficou famosa no mundo e conta que os médicos cubanos capitalistas, em 1958 e 1959, mudaram-se aos milhares para Miami, quando Fidel Castro, Che Guevara e Camilo Cienfuegos conquistaram o poder por intermédio da Revolução Cubana.

Os médicos coxinhas são coxinhas em qualquer lugar, a mostrar sem pudor seus preconceitos, interesses financeiros e suas iras contra aqueles que vieram ao Brasil trabalhar para atender o povo brasileiro nos rincões e nas periferias deste País continente, que tem de ser justo e democrático com todos os seus filhos.

O vídeo em que o jornalista Jorge Pontual tece elogios e demonstra admiração pela medicina cubana foi censurado e não está mais no programa "Em Pauta", por motivos óbvios, pois não há quem não saiba que as Organizações(?) Globo efetivam oposição sistemática aos Governo trabalhista da presidenta Dilma Rousseff, assim como fez com o ex-presidente Lula.

Em contrapartida, o internauta vai ver vídeo no "Em Pauta" a colunista conservadora da Folha de S. Paulo e comentarista da Globo News, Eliane Cantanhêde, aquela que disse que o PSDB, partido de direita, é composto por uma "massa limpinha e cheirosa", e que, para agradar seus patrões e a si mesma, combate qualquer iniciativa do Governo trabalhista, que vise atender o povo brasileiro, bem como desenvolver o Brasil.


Cantanhêde chegou a afirmar que os médicos cubanos seriam escravizados e mais uma vez se percebe que a escrava é ela, porque se coloca em uma oposição de capataz do sistema de capitais, das grandes corporações, inclusive a Globo, a optar em servir aos que tem muito em prejuízo dos interesses dos mais pobres, que é a maioria da população brasileira. É isso aí

 Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre

O livro que vai tirar o sono dos tucanos vem aí

Privataria Tucana:como FHC comprou a Reeleição


Lançado por Palmério Doria, "O Príncipe da Privataria" aborda as contradições do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e desnuda um capítulo ainda obscuro da política brasileira: a compra da emenda que permitiu a sua reeleição, em 1998; o livro revela ainda a identidade do "Senhor X", que gravou deputados e denunciou ao jornalista Fernando Rodrigues, da Folha, o episódio; trata-se do empresário Narciso Mendes, do Acre, que resolveu contar tudo o que sabia; a obra trata ainda da tentativa de privatização da Caixa, do Banco do Brasil e da Petrobras e também de como a mídia blindou a história do filho de FHC fora do casamento – que, no final da história, não era filho legítimo do ex-presidente


Um livro bombástico chega, neste fim de semana, às livrarias de todo o País. Trata-se de "O Princípe da Privataria", lançado pelo jornalista Palmério Doria, autor do best-seller Honoráveis Bandidos, sobre o poder da família Sarney, e colunista do 247. Desta vez, o foco de Doria é lançado sobre um dos homens mais poderosos e cultuados do Brasil: o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. No livro, o autor aborda as contradições do personagem e algumas manchas de sua biografia, como a compra da emenda da reeleição e a operação pesada para blindá-lo na imprensa sobre o filho fora do casamento com uma jornalista da Globo, que, no fim da história, não era seu filho legítimo.

Leia, em primeira mão, o material de divulgação preparado pela Geração Editorial, a mesma casa editorial que lançou livros-reportagem de sucesso como Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr., e Segredos do Conclave, de Gerson Camaratti:

O Príncipe da Privataria revela quem é o “Senhor X”, o homem que denunciou a compra da reeleição

Uma grande reportagem, 400 páginas, 36 capítulos, 20 anos de apuração, um repórter da velha guarda, um personagem central recheado de contradições, poderoso, ex-presidente da República, um furo jornalístico, os bastidores da imprensa, eis o conteúdo principal da mais nova polêmica do mercado editorial brasileiro: O Príncipe da Privataria – A história secreta de como o Brasil perdeu seu patrimônio e Fernando Henrique Cardoso ganhou sua reeleição (Geração Editorial, R$ 39,90).

Com uma tiragem inicial de 25 mil exemplares, um número altíssimo para o padrão nacional, O Príncipe da Privataria é o 9° título da coleção História Agora da Geração Editorial, do qual faz parte o bombástico A Privataria Tucana e o mais recente Segredos do Conclave.

O personagem principal da obra é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o autor é o jornalista Palmério Dória, (Honoráveis Bandidos – Um retrato do Brasil na era Sarney, entre outros títulos). A reportagem retrata os dois mandatos de FHC, que vão de 1995 a 2002, as polêmicas e contraditórias privatizações do governo do PSDB e revela, com profundidade de apuração, quais foram os trâmites para a compra da reeleição, quem foi o “Senhor X” – a misteriosa fonte que gravou deputados confessando venda de votos para reeleição – e quem foram os verdadeiros amigos do presidente, o papel da imprensa em relação ao governo tucano, e a ligação do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) com a CIA, além do suposto filho fora do casamento, um ”segredo de polichinelo” guardado durante anos...

Após 16 anos, Palmério Dória apresenta ao Brasil o personagem principal do maior escândalo de corrupção do governo FHC: o “Senhor X”. Ele foi o ex-deputado federal que gravou num minúsculo aparelho as “confissões” dos colegas que serviram de base para as reportagens do jornalista Fernando Rodrigues publicadas na Folha de S. Paulo em maio de 1997. A série “Mercado de Voto” mostrou da forma mais objetiva possível como foi realizada a compra de deputados para garantir a aprovação da emenda da reeleição. “Comprou o mandato: 150 deputados, uma montanha de dinheiro pra fazer a reeleição”, contou o senador gaúcho, Pedro Simon. Rodrigues, experiente repórter investigativo, ganhou os principais prêmios da categoria no ano da publicação.

Nos diálogos com o “Senhor X”, deputados federais confirmavam que haviam recebido R$ 200 mil para apoiar o governo. Um escândalo que mexeu com Brasília e que permanece muito mal explicado até hoje. Mais um desvio de conduta engavetado na Era FHC.

Porém, em 2012, o empresário e ex-deputado pelo Acre, Narciso Mendes – o “Senhor X” –, depois de passar por uma cirurgia complicada e ficar entre a vida e a morte, resolveu contar tudo o que sabia.

O autor e o coautor desta obra, o também jornalista da velha guarda Mylton Severiano, viajaram mais de 3.500 quilômetros para um encontro com o “Senhor X”. Pousaram em Rio Branco, no Acre, para conhecer, entrevistar e gravar um homem lúcido e disposto a desvelar um capítulo nebuloso da recente democracia brasileira.

O “Senhor X” aparece – inclusive com foto na capa e no decorrer do livro. Explica, conta e mostra como se fazia política no governo “mais ético” da história. Um dos grandes segredos da imprensa brasileira é desvendado.

20 anos de apuração

Em 1993, o autor começa a investigar a vida de FHC que resultaria neste polêmico livro. Nessas últimas duas décadas, Palmério Dória entrevistou inúmeras personalidades, entre elas o ex-presidente da República Itamar Franco, o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes e o senador Pedro Simon, do PMDB. Os três, por variadas razões, fizeram revelações polêmicas sobre o presidente Fernando Henrique e sobre o quadro político brasileiro.

EXÍLIO NA EUROPA

Ao contrário do magnata da comunicação Charles Foster Kane, personagem do filme Cidadão Kane, de Orson Welles, que, ao ser chantageado pelo seu adversário sobre o seu suposto caso extraconjugal nas vésperas de uma eleição, decide encarar a ameaça e é derrotado nas urnas devido a polêmica, FHC preferiu esconder que teria tido um filho de um relacionamento com uma jornalista.

FHC leva a sério o risco de perder a eleição. Num plano audacioso e em parceria com a maior emissora de televisão do país, a Rede Globo, a jornalista Miriam Dutra e o suposto filho, ainda bebê, são “exilados” na Europa. Palmério Dória não faz um julgamento moralista de um caso extraconjugal e suas consequências, mas enfatiza o silêncio da imprensa brasileira para um episódio conhecido em 11 redações de 10 consultadas. Não era segredo para jornalistas e políticos, mas como uma blindagem única nunca vista antes neste país foi capaz de manter em sigilo em caso por tantos anos?

O fato só foi revelado muito mais tarde, e discretamente, quando Fernando Henrique Cardoso não era mais presidente e sua esposa, Dona Ruth Cardoso, havia morrido. Com um final inusitado: exame de DNA revelou que o filho não era do ex-presidente que, no entanto, já o havia reconhecido. 

Na obra, há detalhes do projeto neoliberal de vender todo o patrimônio nacional. “Seu crime mais hediondo foi destruir a Alma Nacional, o sonho coletivo”, relatou o jornalista que desvendou o processo privativista da Era FHC, Aloysio Biondi, no livro Brasil Privatizado.

O Príncipe da Privataria conta ainda os bastidores da tentativa de venda da Petrobras, em que até a produção de identidade visual para a nova companhia, a Petrobrax, foi criada a fim de facilitar o entendimento da comunidade internacional. Também a entrega do sistema de telecomunicações, as propinas nos leilões das teles e de outras estatais, os bancos estaduais, as estradas, e até o suposto projeto de vender a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. “A gente nem precisa de um roubômetro: FHC com a privataria roubou 10 mil vezes mais que qualquer possibilidade de desvio do governo Lula”, denuncia o senador paranaense Roberto Requião.

SOBRE O AUTOR


Palmério Dória é repórter. Nasceu em Santarém, Pará, em 1949 e atualmente mora em São Paulo, capital. Com carreira iniciada no final da década de 1960 já passou por inúmeras redações da grande imprensa e da “imprensa nanica”. Publicou seis livros, quatro de política: A Guerrilha do Araguaia; Mataram o Presidente — Memórias do pistoleiro que mudou a História do Brasil ; A Candidata que Virou Picolé (sobre a queda de Roseana Sarney na corrida presidencial de 2002, em ação orquestrada por José Serra); e Honoráveis Bandidos — Um retrato do Brasil na Era Sarney ; mais dois livros de memórias: Grandes Mulheres que eu Não Comi, pela Casa Amarela; e Evasão de Privacidade, pela Geração Editorial.Brasil247

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Nelson de Sá:novo 'Roda Viva' vira extensão do site da 'Veja'




Com exceção do jornalista Reinaldo Azevedo, que não participou desta vez, foi como acompanhar os debates apresentados no site da revista "Veja" sobre o julgamento do mensalão.

No novo "Roda Viva", na TV Cultura, mantida pelo governo de São Paulo, estavam lá os mesmos Augusto Nunes, como apresentador, o historiador Marco Antonio Villa, agora como entrevistador, e o advogado Miguel Reale Jr., agora entrevistado.

Ao longo do último ano, os três protagonistas estiveram lado a lado em debates on-line nos quais concordavam quanto ao que deveria ser feito pelo Supremo.

Reale foi apresentado, anteontem, como ex-ministro "no governo Fernando Henrique Cardoso" e ex-secretário paulista. A fase anterior do "Roda Viva", apresentado por Mario Sergio Conti, chegou a programar entrevistas seguidas com José Serra e FHC, há dois meses.

A diferença é que ambos foram então minimamente questionados, enquanto Reale se manteve lado a lado com a maior parte das perguntas, antes acrescentando do que respondendo.

Sobre a suposta "pressão da mídia" criticada pelos réus do mensalão, por exemplo, afirmou que teria ocorrido o contrário. "No período entre 2005 e 2012, vendeu-se na mídia a ideia de que eles eram inocentes." Lembrou "reportagem de Veja' em que [o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares] estava feliz, fazendo churrasco, dizendo que nada ocorreria".

No ritmo em que vinha o programa, foi o próprio Reale quem acabou trazendo à tona, por sua conta, o paralelo com o "mensalão mineiro" --que havia sido notícia nos dias anteriores porque ficou para as calendas, no mesmo Supremo.

Mas o fez para afirmar e repetir que não é possível julgar o escândalo tucano da mesma maneira, "é uma coisa diferente, não houve compra de deputado".

Na mesma direção, o escândalo do cartel em São Paulo foi levantado no final, pelo jornalista Raimundo Rodrigues Pereira, mas a pergunta foi longa e confusa --e a resposta de Reale, curta e genérica, evitando citar Siemens e outras partes.

"Eu creio que o financiamento [eleitoral] não deve ser exclusivamente público, deve ser privado, mas proibindo empresa que venha a ser fornecedora do poder público", disse Reale.

Além do julgamento do mensalão, os outros focos da entrevista foram o programa Mais Médicos e a fuga do senador e asilado boliviano para o Brasil, temas em que o ex-ministro também se resumiu a reforçar as críticas ao governo federal já presentes nas perguntas.


Registre-se que era o primeiro programa, desfalcado não só de entrevistadores que haviam sido anunciados, mas de entrevistados. Foram convidados, antes de Reale, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula.Na Folha.

Barroso e seu voto estranho



Luís Roberto Barroso, ao manter no dia de hoje a condenação de Genoíno, diz:"Pessoalmente lamento condenar um homem que participou da resistência à ditadura do Brasil em um tempo em que isso exigiria abnegação e muitos riscos. Lamento condenar um homem que lutou pela redemocratização. Lamento, sobretudo, condenar um homem que, segundo todas as fontes, leva uma vida modesta e jamais lucrou com a política". É foda, o sujeito atesta a idoneidade de José Genoíno, mas mesmo assim mantém a condenação.Ora, se José Genoíno não roubou por que então condená-lo?Barroso poderia muito bem prover os embargos de declaração interposto por José Genoíno para mostrar para os demais ministros que a sua condenação se deu de forma equivocada, sem apreciar devidamente as provas dos autos.

O modo petista de governar:"Venha mudar com a gente, a gente quer continuar mudando com você''.

Inserção de TV do PT que vai ao ar a partir desta quarta-feira (28) à noite exibe imagens dos protestos que se espalharam pelo país depois de junho intercaladas com cenas de Lula e Dilma Rousseff para pregar que a política é a responsável por levar às grandes transformações sociais.Folha de São Paulo.

 

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Imperdível! Vídeo mostra Britto adiando julgamento do mensalão tucano


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O mensalão tucano aconteceu antes do mensalão petista, e uma investigação sobre ele ajudaria a esclarecer vários pontos obscuros do que aconteceria mais tarde. A lógica mandava, portanto, que o julgamento do caixa 2 da campanha de Eduardo Azeredo ocorresse antes. Mas predominou uma outra lógica, a política, sob orientação da mídia. E o presidente Ayres Britto obedeceu caninamente as orientações de seus patrões, a família Marinho.
O vídeo abaixo, preparado pelo site Congresso em Foco, revela os adiamentos sucessivos de Britto, com apoio de outros ministros, do julgamento do mensalão tucano.
Note a calma de Joaquim Barbosa, que em certo momento diz que “tanto faz” para ele adiar ou julgar imediatamente. Tão diferente do Barbosa furiosamente apressado que estamos vendo agora, não?
Abaixo, trechos da matéria do Congresso em Foco, assinada por Eduardo Militão:
(…)O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto disse que o calendário do mensalão do PT foi uma das muitas “intercorrências” para adiar ovalerioduto do PSDB. “Qual foi a intercorrência? O mensalão. Nós fizemos o calendário da AP 470 e fizemos uma pauta temática para ganhar um pouco de tempo enquanto não viesse o julgamento do mensalão. Uma pauta com processos de maior relevância”, disse ele à reportagem. “Com essa definição, não houve mais condições de julgar esse processo [do PSDB]”, continuou.
O julgamento do mensalão mineiro foi adiado duas vezes em maio do ano passado, umas delas após um aviso antes do lanche dos ministros, revela vídeo publicado pelo Congresso em Foco(veja aqui). Duas semanas depois, em 6 de junho de 2012, o STF definiria o calendário do valerioduto do PT. Nas últimas semanas de agosto, o site questionou os ministros que participaram desses julgamentos se houve algum eventual pedido de adiamento do mensalão mineiro em razão da definição de calendário do outro mensalão. Nenhum deles disse se recordar dos fatos na sessão de 23 de maio.
Em entrevista à reportagem, Ayres Britto disse que provavelmente não obteve “condições” de pautar o processo na volta do intervalo.
De acordo com o ex-ministro, “desde o começo”, o processo do valerioduto mineiro sofreu “intercorrências”, como pedidos de colegas para não julgar, ministros ausentes, sugestão para julgar em conjunto com outros processos. Ele apresentou seu voto para julgamento em 2005, mas o caso só foi ao plenário sete anos depois, em 2012, já na sua gestão.
Britto afirma que colocar o valerioduto do PSDB em votação naquela sessão de 23 de maio de 2012 – depois do lanche, mesmo com o seu aviso prévio – poderia causar atritos entre os ministros. “Se eu não levei, é porque seria temerário colocar em votação, do ponto de vista de um dissenso mais sério, e comprometendo uma pauta temática”, afirmou. “Sou uma pessoa atenciosa, eu converso com os ministros, ninguém vai me negar essa qualidade de buscar a todo instante o consenso.”
A pauta temática era um conjunto de processos de impacto social que Ayres Britto concordou com os ministros para julgarem durante sua gestão antes do julgamento do mensalão do PT, que consumiu seis meses de trabalho do Supremo. Entre os projetos, estavam cotas sociais e questões indígenas (…)
A matéria do Congresso em Foco pode ser lida, na íntegra, aqui.