domingo, 30 de novembro de 2008

OPOSIÇÃO TORCE CONTRA O BRASIL

30 DE NOVEMBRO DE 2008

Berzoini e Rands: a oposição e a reforma tributária


Os partidos de oposição no Brasil têm feito campanha defendendo a reforma tributária. O governo Lula enviou em 2003 uma primeira PEC com o objetivo de racionalizar nosso sistema tributário. A proposta acabou sendo desidratada, sobretudo porque os governadores roeram a corda. O debate continuou e, no segundo mandato, o Executivo encaminhou ao Congresso a PEC 233, incorporando a reflexão feita com Estados, municípios e entidades da sociedade civil.



Por Ricardo Berzoini* e Maurício Rands**, para a Folha de S.Paulo


A Comissão Especial da Câmara, tendo como presidente o deputado Palocci e como relator o deputado Mabel, intensificou o debate e aprovou um substitutivo que agora pode ir ao voto do plenário.


A proposta cria o IVA federal, incorporando Cofins, PIS/Pasep e CSLL. Unifica o ICMS em uma só alíquota, mantendo 2% com o Estado de origem, acabando com a guerra fiscal e convalidando os incentivos fiscais concedidos até este ano.


Para compensar os Estados menos desenvolvidos pela perda do poder de atrair investimentos via incentivos, a proposta reorganiza o Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional.

Para que nenhum Estado perca com a reforma, cria-se um Fundo de Equalização de Receitas. O substitutivo reduz o prazo de compensação dos créditos tributários, desonera a folha de pagamentos -reduzindo de 20% para 6% a contribuição patronal ao INSS-, e acaba com os 2,5% do salário-educação.


Elimina a "carga tributária invisível", unificando tributos, simplificando procedimentos, inclusive ampliando a nota fiscal eletrônica e, portanto, tornando mais simples e barata a administração tributária, cria o Código de Defesa do Contribuinte e prevê alíquotas reduzidas para biocombustíveis a fim de incentivar uma boa política energética ambiental.

No geral, o projeto visa racionalizar e simplificar nosso sistema tributário, ampliando a base imponível. Com isso, pode-se aumentar a formalização da economia brasileira. Que todos paguem os tributos, para que todos paguem menos. A lógica é a da neutralidade dos efeitos para que nenhum ente federado saia perdendo e todos se beneficiem de um sistema mais racional, em um jogo que não é de soma zero.


Embora a reforma esteja sendo discutida em detalhes há anos, os partidos de oposição insistem em obstruir a pauta da Câmara. Alegam que ainda pretendem sugerir alterações. Imaginam "uma elevação da carga tributária", sem jamais indicar como ela se daria. Apresentam-se como instrumentos daqueles que, vendendo a dificuldade ou a discordância, almejam obter vantagem de última hora. E continuam sem apresentar alternativa global factível. Chegam a invocar as incertezas da crise para propor mais um adiamento.


Esquecem que a própria PEC já prevê uma transição de 2 a 10 anos para sua implantação. O PT e os partidos aliados estão prontos para votar o texto e abertos a negociar aperfeiçoamentos no plenário.


Não concordam é com o adiamento de uma reforma que trará benefícios para o país e para cada setor econômico. Por que retardar a desoneração da folha das empresas e as vantagens advindas para aumentar a competitividade e a oferta de empregos? Por que adiar os benefícios da unificação e simplificação de tributos? Por que atrasar os benefícios ambientais?


Os partidos de oposição precisam explicar ao povo brasileiro por que insistem em retardar os benefícios que advirão do novo modelo tributário. Para que, da oposição, não se pense que a incoerência de se opor a uma reforma que retoricamente defende deve-se ao temor de que o governo Lula consiga brindar o país com mais uma realização estratégica para o seu desenvolvimento.


* Rircado Berzoini é deputado federal (SP) e presidente nacional do PT.


** Mauricio Rands e deputado federal (PE) e líder do PT na Câmara.


Fonte: Folha de S.Paulo

DIALOGAR É PRECISO


Filha de Raul Castro defende diálogo sobre direitos sexuais e da infância na América Latina

Juliana Cézar Nunes , Agência Brasil



Rio de Janeiro - Convidada especial do 3º Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual das Crianças e Adolescentes, a diretora do Centro Nacional de Cuba para Educação Sexual, Mariela Castro, aproveitou a semana no Brasil para intensificar o diálogo com representantes de governos da América Latina sobre possíveis trocas de experiência na área de direitos sexuais e da infância.

"Temos várias iniciativas interessantes em curso na região, mas que ficam isoladas por falta de contato entre os países. Não temos intercâmbio efetivo com o Brasil, mas queremos mudar isso", disse Mariela, filha do presidente cubano, Raul Castro, em entrevista à Rádio Nacional da Amazônia e à Rádio Océano, do Uruguai.

"Uma comitiva brasileira esteve em Cuba para conhecer nossos programas e estamos aqui para ampliar esse intercâmbio. Precisamos socializar o que existe de melhor em cada país para que possamos unir esforços por nossas crianças. Temos muito pontos e interesses em comum."

No Rio de Janeiro, Mariela visitou projetos sociais com a primeira-dama Marisa Letícia. Entre eles, o Espaço Convivência, no Rio de Janeiro. Na casa, crianças e adolescentes que foram vítimas da exploração sexual recebem assistência e participam de oficinas de circo, teatro e dança.

"É um trabalho muito bonito. Eu vi a cara de bem-estar dos adolescentes. Eles fazem um teatro musical melhor que Hollywood. Toda a América Latina tem experiências lindas como essa."

A diretora do Centro Nacional de Cuba para Educação Sexual afirma que a estratégia adotada no país é envolver as escolas e os meios de comunicação no enfrentamento do problema. A Federação das Mulheres Cubanas e as organizações de jovens também têm papel ativo, assim como os Ministérios da Saúde e da Educação. Cuba possui ainda uma Comissão Nacional de Prevenção à Violência Intrafamiliar e um Centro de Proteção para as Crianças, instituições voltadas para a prevenção do abuso sexual e o atendimento às crianças vítimas dessa violência.

Para combater a pedofilia, o país aceitou inclusive colaborar com a Interpol e a polícia britânica Scotland Yard. "Enviamos dados e recebemos alertas quando turistas pedófilos estão a caminho. Também colaboramos na luta contra o tráfico de pessoas, já que muitas máfias mexicanas e norte-americanas atuam em Cuba, se valendo das facilidades que o governo dos Estados Unidos dão a quem sai da ilha", conta Mariela.

De acordo com ela, o bloqueio norte-americano dificulta o acesso dos cubanos a preservativos ou mesmo remédios contra a impotência. O país recebe doações que não seriam suficientes para as necessidades da população. "A revolução possibilitou que fossem criadas uma série de políticas de proteção das crianças e emancipação das mulheres. Nossas limitações não estão nas leis ou nos recursos humanos. Temos dificuldades financeiras que são conseqüência do bloqueio."

Mariela Castro defende que os países latino-americanos avancem no combate à homofobia e nas leis sobre aborto. De acordo com ela, a homofobia e o racismo ainda estão presentes em Cuba, mas são combatidos com leis severas e conscientização popular, que ajuda no controle social. Já o aborto é regulamentado e oferecido nas clínicas públicas.

"Cuba é um estado laico. A igreja participa, mas não decide. Vamos dialogar e seguir dialogando com a igreja. Mas cada um que faça seu trabalho e a população decide por onde seguir", ressalta Mariela.

Segundo ela, antes da revolução socialista, o aborto era realizado apenas em clínicas privadas cubanas e chegou a ser a principal causa de morte de mulheres.

"Os homens não podem seguir decidindo sobre nossos corpos. Senão também vamos decidir sobre o corpo deles e dizer: façam todos vasectomia, obrigatoriamente. Tirem a próstata para não ter câncer de próstata. Isso é o mesmo que decidir que as mulheres não podem recorrer ao aborto. É uma violação dos direitos das mulheres e dos direitos humanos. O povo latino-americano precisa se livrar dessa opressão."

Sobre o futuro de Cuba, a filha de Raul Castro diz que o país vai seguir em seu caminho, buscando um "socialismo melhor e mais participativo, que leve à emancipação do ser humano". "Mas uma coisa está clara: não voltaremos atrás, não voltaremos ao capitalismo. Seguiremos sendo um país soberano", ressalta Mariela, que fala com otimismo sobre o próximo presidente norte-americano.

"O Obama é um milagre maravilhoso para o povo norte-americano e para o mundo. Uma mudança de paradigma. Um negro lindo e inteligente no poder. Tem boas intenções, mas vai ter dificuldade para governar. Se ele conseguir acabar com o bloqueio, será um milagre. Oxalá! Se eu fosse católica, rezaria por esse milagre. Meu pai se mantém calado, não disse nada. Está observando."

OPOSIÇÃO DESNORTEADA

30 DE NOVEMBRO DE 2008

Oposição em apuros: governadores pedem reforma tributária já


Os governadores dos estados do Nordeste e do Norte rechaçaram, na quinta-feira (27), após reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a proposta de partidos de oposição de votar a reforma tributária na Câmara dos Deputados somente em março de 2009, segundo o relator da proposta, deputado Sandro Mabel (PR-GO).

Governadores contra a oposição e pela reforma tributária ''Os governadores do Norte e do Nordeste fecharam questão e querem que seja votada agora. Inclusive o governador de Alagoas, Teotonio Vilela, que é do PSDB, também concordou. Precisamos de uma reforma que seja boa para o Brasil. A proposta está pronta. Matérias como essa só se discutem quando se coloca para votar'', disse, após a reunião do Ministério da Fazenda.

Mabel ponderou, entretanto, que há duas MPs que precisam ser votadas antes da reforma tributária, o que pode dificultar a votação ainda em 2008. ''Depende de uma avaliação do presidente da Câmara dos Deputados de ter tempo ou não'', disse Mabel.

Na quinta-feira, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, disse que a votação pode ficar somente para 2009 por conta do excesso de medidas provisórias em tramitação na casa. Ele informou que, caso não haja tempo hábil, vai propor a convocação do Congresso Nacional no recesso para que a reforma tributária seja votada.


Governo federal

Segundo o secretário extraordinário de Reformas Econômico e Fiscais do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, principal responsável na equipe econômica por acompanhar a reforma tributária, o governo não desistiu de votar o texto ainda em 2008. ''A oposição está propondo fazer a discussão no ano que vem, mas a proposta do governo continua sendo de fazer neste ano'', disse ele.

Na avaliação de Appy, os entraves à votação da reforma tributária em 2008 são mais ''políticos do que federativos''. ''Quando se traz para discussão qualquer questão, inclusive aquelas que já tenham sido pacificadas, ou seja, quando se sai fazendo críticas generalizadas a todos os pontos da reforma, não se torna mais uma discussão técnica, e sim política. Essa tática de 'metralhadora giratória' [de críticas] não é um instrumento de negociação'', disse Appy, sem citar estados.


Governadores do Norte e Nordeste

Todos os governadores do Norte e Nordeste que conversaram com a imprensa ao fim do encontro com Mantega defenderam publicamente a votação da reforma tributária na Câmara dos Deputados ainda neste ano.

''Queremos votar logo. O país precisa. É importante para a economia. Queremos viabilizar a reforma tributária e pôr um fim à guerra fiscal. Queremos menos cumulatividade e mais incentivos à produção. Mas entendemos que é um processo de negociação. Não é simples fazer reforma tributária'', disse o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).

A governadora do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria (PSB), confirmou que o governo federal mantém a intenção de votar o texto na Câmara ainda neste ano. ''Também queremos. Se não aprovar neste ano, fica difícil'', disse ela. Acrescentou, porém, que alguns pontos técnicos ainda têm de ser definidos, como, por exemplo, o formato de correção do fundo de equalização de receitas dos estados. ''Estamos chegando a um consenso'', afirmou.

O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), também disse defender a votação da reforma tributária ainda em 2008. ''Ou se pensa no médio e longo prazos, ou nunca faremos a reforma tributária. Os governadores querem uma reforma já'', disse.

Na avaliação do governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), a crise não impede a votação da reforma tributária neste momento. ''É em um momento desses que precisamos dar resposta ao mercado e dar mais competitividade à economia brasileira. O conjunto de governadores presentes na reunião é a favor de que se vote agora a reforma tributária'', disse ele.

Braga foi adiante e afirmou que o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), estado que tem mais a perder com a reforma tributária, ''não pode achar que somente São Paulo tem o direito de se desenvolver''. ''O secretário de Fazenda de São Paulo propôs aumento da alíquota na origem de 2% para 4%. Só pensa nele'', disse.

Ana Júlia Carepa (PT), governadora do Pará, avaliou que este é o momento mais propício para se votar a reforma tributária. ''Não acredito que o Sul e Sudeste inteiros vão ser contra.''

Também para o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), o melhor momento de se votar a reforma é ainda neste ano. ''A votação é para o Brasil. Não havendo consenso, a reforma será votada pela maioria'', concluiu.

Fonte: G1.
Comentário.
Esses governadores, esses deputados e senadores da oposição raivosa, estúpida não queriam reforma tributária, então, esta é a hora de fazê-la. O que não dá é ficar torcendo contra o Brasil.

COMPROMISSO COM A SEGURANÇA PÚBLICA

Lula vai liberar R$ 70,7 milhões para o Pronasci em Pernambuco
Publicado em 30.11.2008


Do JC OnLine

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai liberar R$ 70,7 milhões para o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) em Pernambuco.

O anúncio da verba será feito nesta terça (2), durante visita de Lula ao Recife, em evento no bairro de Santo Amaro, um dos mais violentos da capital pernambucana.

O anúncio da liberação da verba foi dado neste domingo à tarde durante coletiva, no Recife Plaza, sobre a vinda de Lula - ele chega nesta segunda à noite.

A verba será utilizada em 29 ações, entre elas, projetos em esportes, pintura, videomonitoramento e ações na Lei Maria da Penha.

A cobertura completa estará disponível no Blog de Jamildo, que acompanha a entrevista em Boa Viagem.

BOA NOITE

A CRISE E O PAPEL DO BRASIL


Escrito por Wladimir Pomar

O pânico é o paraíso dos especuladores, principalmente nas crises. Portanto, o cuidado com que o governo Lula vem tratando a presente crise, de modo a evitar qualquer pânico, não é uma questão secundária. Ela é essencial para que as medidas anti-crise tenham condições de efetivação.

Por outro lado, as medidas necessárias, para criar um maior grau de proteção do povo brasileiro diante dos estragos da crise atual, estão relacionadas com estímulos creditícios e fiscais, tanto aos micros, pequenos e médios empresários urbanos e pequenos e médios agricultores, quanto às empresas urbanas e rurais de maior porte. É ilusão supor que a quebra, ou a redução produtiva, das empresas capitalistas brasileiras, não causará dano ao povo como um todo.

O ideal seria termos uma mobilização social que permitisse ao Brasil aproveitar a crise para ingressar num projeto de desenvolvimento socialista, incluindo a transformação social da propriedade de uma parte considerável da economia nacional. Mas essa mobilização não existe atualmente, e não passa de sonho de uma noite de verão supor que o governo federal tem força para implantar algo parecido.

Fora de uma perspectiva socialista, qualquer outro projeto nacional de desenvolvimento tem caráter burguês, ou capitalista, mesmo que liberto das políticas neoliberais que vigoraram durante os governos Collor e FHC. Aumentar as reservas internacionais em euros, regulamentar os investimentos de curto prazo e implantar outros programas de investimentos, além daqueles previstos no PAC, são todas medidas de cunho capitalista, por mais que alguns procurem dourar a pílula.

O financiamento dos pequenos agricultores e o assentamento de milhares de trabalhadores sem-terra, na perspectiva de dobrar ou triplicar a produção de alimentos, nos próximos três anos, assim como os investimentos em infra-estrutura urbana e industrial, são parte de um programa de desenvolvimento condizente com a moldura capitalista. A vantagem dessas medidas é que elas podem ter a faculdade de recriar a força social dos trabalhadores assalariados, urbanos e rurais, o que, para o futuro, não é pouco.

Nessas condições, as medidas anti-crise reclamadas do governo Lula precisam centrar-se nos pontos chaves de manutenção do crescimento da economia brasileira. Isto é, controlar os capitais de curto prazo, cuja fuga ameaça liquidar as reservas em moedas estrangeiras; evitar o pânico, mantendo a liquidez do sistema financeiro nacional; ampliar o poder de compra do mercado doméstico, de modo a compensar as perdas do mercado externo; intensificar a produção de alimentos, com o assentamento ágil de centenas de milhares de lavradores sem terra, de modo a evitar a inflação e melhorar o poder de compra de amplas camadas da população; e evitar a quebra das empresas industriais e agrícolas, cujos mercados principais estão no exterior, de modo a impedir o crescimento do desemprego e a contração do mercado interno.

Se o governo brasileiro conseguir realizar as medidas acima com eficácia, ele estará fazendo jus ao papel que o povo brasileiro, e o dos demais países, estão esperando dele na presente crise. Não é por acaso que o protocolo de Bush, na recente reunião do G20, teve que colocar os presidentes do Brasil e da China ladeando o presidente dos EUA.

Wladimir Pomar é analista político e escritor.
Colaboração da amiga Nancy Lima.

DANTAS X FHC, TUDO A VER

Domingo, 30 de Novembro de 2008

FHC e Daniel Dantas. Unidos na corrupção

Gilmar Mendes, deve estar vivendo péssimos dias e noites mal dormidas. Mudou a direção da ABIN, saiu o delegado Protógenes Queiroz, mas Daniel não consegue se livrar da PF .

O delegado da Polícia Federal (PF) Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha, já havia avisado há muito tempo que o juiz Fausto de Sanctis iria expedir sentença onde condena o banqueiro Daniel Dantas pelos crimes de corrupção e gestão fraudulenta.Diga-se de passagem que o juiz De Sanctis, é a pedra no sapato do Gilmar Mendes

Ontem a Polícia Federal pediu pela terceira vez em quatro meses a prisão do banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity investigado na Operação Satiagraha. O pedido é assinado pelo delegado Ricardo Saadi, que preside o inquérito contra o banqueiro e chefia a Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros em São Paulo.

O delegado justifica o pedido alegando que Dantas continuou a praticar os crimes pelos quais é acusado: gestão fraudulenta do Banco Opportunity, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O artigo 312 do Código de Processo Penal prevê esse tipo de prisão. Diz o artigo: "A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria".

O pedido de prisão é baseado nos dois últimos pontos do artigo.Saadi alega que há provas abundantes dos crimes de Dantas e diz que ele continuou a praticá-los mesmo depois de ser preso duas vezes, em julho.


O juiz federal Fausto Martin De Sanctis deverá decidir na próxima semana se aceita ou não o pedido do delegado. De Sanctis passou a semana em Mônaco, participando de um encontro internacional sobre lavagem de dinheiro. Ele foi ao encontro por indicação do Ministério da Justiça.

O banqueiro foi preso no dia 8 de julho último. Libertado dois dias depois por decisão de Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, ele foi preso novamente. Mendes interpretou a segunda prisão como um desafio do juiz ao Supremo e pediu uma investigação sobre o juiz De Sanctis.O juiz pode decidir na próxima semana a sentença para o processo em que Dantas é acusado de corrupção. Segundo a PF, o banqueiro ofereceu US$ 1 milhão ao delegado da PF Vitor Hugo para que excluísse ele e seus familiares do rol de investigados pela Satiagraha.


Fernando Henrique e Daniel Dantas:Dantas arrematou o maior terminal de contêineres da América do Sul num leilão de privatização em 1997, na gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), por US$ 250 mi


Por um descuido do chefe de redação da Folha, a notícia de hoje conta que, o banqueiro Daniel Dantas usou uma empresa dele que opera o terminal de contêineres do porto de Santos (SP), chamada Santos Brasil S/A, para lavar dinheiro que tinha fora do país, segundo documentos apreendidos pela Polícia Federal. Os papéis indicam que o próprio Dantas comprou debêntures da Santos Brasil com recursos que tinha no exterior.

Para as autoridades brasileiras, parece que a compra foi feita por investidores estrangeiros, já que foram usados intermediários para esconder o real proprietário dos recursos, ainda de acordo com a polícia.A PF acusa o banqueiro de ter lavado dinheiro de quatro maneiras pelo menos: com gado, mineração, empreendimentos imobiliários e comprando debêntures da Santos Brasil.

Dantas arrematou o terminal de contêineres num leilão de privatização em 1997, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Pagou o equivalente a US$ 250 milhões para explorar o maior terminal de contêineres da América do Sul.

O grupo Opportunity usou dois intermediários para trazer dinheiro sem origem que tinha fora do Brasil, segundo o relatório parcial da Operação Satiagraha. Num dos casos, o banqueiro pagou US$ 30 mil para usar uma "offshore" de Roberto Amaral, aparentemente o ex-diretor da empreiteira Andrade Gutierrez que ajudou Dantas a ampliar seus contatos no mundo político.

No outro esquema, o dinheiro sai das Ilhas Cayman, paraíso fiscal no Caribe onde Dantas opera um fundo de investimentos, e passa por fundos do banco UBS em Delaware, um paraíso fiscal dentro dos Estados Unidos. De Delaware, o UBS remete o dinheiro para um fundo brasileiro como se fossem recursos de investidores estrangeiros. Com o dinheiro do próprio Dantas, o fundo compra debêntures da Santos Brasil, segundo a interpretação da PF.

O esquema usado por Dantas é similar ao que o ex-prefeito Paulo Maluf empregou para comprar debêntures da Eucatex, segundo interpretação de policiais e procuradores que investigam o banqueiro.

Em 1997, três fundos administrados pelo Deutsche Bank compraram US$ 92 milhões em debêntures da Eucatex. O Ministério Público Federal diz que as debêntures foram compradas com dinheiro desviado de obras da Prefeitura de São Paulo. Maluf sempre negou que tenha contas fora do Brasil e que desviou recursos da prefeitura, segundo sua assessoria. A Comissão de Valores Mobiliários registra em seu site que a Santos Brasil S/A emitiu R$ 110 milhões em debêntures em dezembro de 1997.
Fonte:Os Amigos do Presidente Lula.
Colaboração da amiga Nancy Lima.

LAVANDERIA DANIEL DANTAS

30/11/2008

Dantas lavou dinheiro no porto de Santos, acusa PF

Folha Online

O banqueiro Daniel Dantas usou uma empresa dele que opera o terminal de contêineres do porto de Santos (SP), chamada Santos Brasil S/A, para lavar dinheiro que tinha fora do país, segundo documentos apreendidos pela Polícia Federal, informa reportagem de Mário Cesar Carvalho na edição deste domingo da Folha de S.Paulo.

Os papéis indicam que o próprio Dantas comprou debêntures da Santos Brasil com recursos que tinha no exterior.

Para as autoridades brasileiras, parece que a compra foi feita por investidores estrangeiros, já que foram usados intermediários para esconder o real proprietário dos recursos, ainda de acordo com a polícia.

A PF acusa o banqueiro de ter lavado dinheiro de quatro maneiras pelo menos: com gado, mineração, empreendimentos imobiliários e comprando debêntures da Santos Brasil.

Segundo Nélio Machado, advogado do banqueiro, todas as operações das empresas de Dantas, incluindo a venda de debêntures da Santos Brasil S/A, são legais. Ele afirmou que as operações passam por análise pericial.

Ontem, reportagem da Folha informou que a PF pediu nova prisão preventiva do banqueiro à Justiça.

A justificativa do pedido é de que Dantas continuou a praticar os crimes pelos quais é acusado na Operação Satiagraha : gestão fraudulenta do Banco Opportunity, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

O IMPRENSALÃO NÃO PUBLICOU NADA SOBRE ISSO

Conta da crise financeira será 'muito alta', diz Lula à revista espanhola
30/11/2008

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em um artigo publicado neste domingo (30) na Espanha que a "conta (da crise financeira) a ser paga (...) por causa do descontrole especulativo é muito alta" e que os "trabalhos de reconstrução serão árduos".

Em texto escrito para um suplemento especial da revista "El País Semanal", que todos os domingos acompanha o jornal espanhol "El País", Lula diz que "as respostas aos desafios atuais não podem vir dos 'especialistas' que durante três décadas aplicaram as receitas que nos levaram ao atual colapso da economia mundial".

"Precisamos são de outros 'conselhos', com homens e mulheres com sensibilidade social, preocupados com a produção, com o emprego e com uma ordem global mais equilibrada e democrática", escreveu o presidente.

O suplemento para o qual Lula escreveu, intitulado "100 personalidades do mundo ibero-americano", traz uma seleção de artigos assinados por jornalistas, pesquisadores, políticos, empresários, executivos, artistas, atletas e até cidadãos anônimos.

Entre os 100 citados, há outros dois brasileiros além de Lula: a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o arquiteto Oscar Niemeyer, tema do artigo escrito por seu colega britânico Norman Foster.
Fonte:Olhar Direto.
Comentário.
Pois é, o imprensalão(Veja, o Globo, Folha de São Paulo, Época, etc) não publicou nada sobre isso. Preferiu noticiar que José Serra, o presidente eleito, vai reduzir ICMS e que, principalmente, entregou algumas casas populares, coisa que o prefeito João Pulo(PT-PE) fez durante todo seu mandato, sem que o PIG tivesse interesse em divulgar.

IMPRENSALÃO SURFA NA TRAGÉDIA ALHEIA. MAIS UMA VEZ



ENCHENTES EM SANTA CATARINA


Carlos Castilho em 28/11/2008

A imagem de Ana Maria Braga vestindo um uniforme camuflado ao apresentar, na sexta-feira (28/11), seu programa desde Blumenau, não foi apenas um escorregão de mau gosto dos produtores do Mais Você. No meio de toda esta tragédia, ficou claro mais uma vez, que a mídia convencional não consegue livrar-se da obsessão pelo espetáculo.

Preocupação similar mostrou o repórter José Luiz Datena, da Rede Bandeirantes, que estava mais preocupado em destacar a ação dos helicópteros da FAB na ajuda aos desabrigados do que com as histórias dos desabrigados. Datena chegou ao absurdo de classificar como "linda" a cena de uma mulher grávida sendo carregada para um helicóptero militar.

O repórter da Bandeirantes, que chegou às zonas inundadas bem antes das estrelas da TV Globo, estava obviamente pagando o favor da FAB que o transportou nos helicópteros de ajuda. Mas ele não perderia nada se fosse menos exagerado nos agradecimentos, que acabaram ocupando o lugar daquilo que era o essencial na cobertura: a informação

Os deslizes e escorregões de repórteres durante coberturas de grandes tragédias são inevitáveis, dada a tensão e a emoção envolvidas no trabalho dos jornalistas. Mas os erros servem também para mostrar o tipo de cultura e de valores que orienta o comportamento dos repórteres e apresentadores.

É nesta questão que fica claríssima a diferença de enfoques entre os profissionais da mídia convencional e os blogs produzidos por amadores e free lancers. Enquanto os primeiros estavam preocupados com a sua apresentação, ou seja, na imagem projetada para o público, os blogueiros estavam mergulhados na tarefa de prestar serviços aos atingidos por aquela que já é considerada a pior enchente de Blumenau, uma cidade periodicamente afetada por inundações do rio Itajaí-Açu.

A competição entre a SBT, Record e Globo marcou a cobertura de cada rede. A Record, com seu estilo Indiana Jones, colocou o repórter Roberto Cabrini em cima de uma motocicleta para atravessar ruas alagadas em Itajaí e apresentar sua matéria no alto do morro que domina a cidade. As cenas de destruição e de sofrimento acabaram sendo coadjuvantes da performance de Cabrini.

Datena deu o seu show pessoal e aí a Globo acordou, vendo que estava mais uma vez sendo vítima do peso de sua estrutura e da falta de agilidade. William Bonner e Ana Maria Braga foram enviados para o Vale do Itajaí na quarta-feira (26) para marcar a presença da Globo, que é vitima de seu próprio gigantismo na hora de tomar decisões jornalísticas.

Suas concorrentes menores acabam se mostrando mais ágeis do que a emissora líder, que paga o preço de uma complexa estrutura na qual as pessoas acabam escravas de organogramas e onde não há autonomia dos escalões inferiores para tomar decisões em momentos de crise.

O caso das inundações na cidade de Nova Orleans, provocadas pelo furacão Katrina, em agosto de 2005, também pegou as três maiores redes norte-americanas de televisão no contrapé. Apesar das incríveis dificuldades, os blogueiros independentes entraram em campo formando redes de informação e de ajuda, muito antes das próprias autoridades. Os blogs do Katrina se transformaram num estudo de caso sobre a articulação autônoma de pessoas em momentos trágicos.

Em Blumenau e Itajaí, os blogs não chegaram a ser tão influentes e visíveis como em Nova Orleans, mostrando que a cultura da informação independente ainda se encontra num estágio inicial entre nós. Uma varrida aleatória sobre dez blogs que concentraram seu trabalho nas enchentes no vale do rio Itajaí mostrou claramente que a linguagem usada e o foco da informação eram dominados pela preocupação de passar informações capazes de minorar o sofrimento dos desabrigados e vítimas.

A campanha de donativos foi iniciada pelos blogs no domingo (23/11) quando um grupo de jornalistas de Blumenau criou o blog Alles Blau (Tudo Azul em alemão), num momento em que as dimensões da tragédia ainda eram uma preocupação local. Os blogueiros começaram publicando notícias captadas em rádios da região, em boletins das autoridades e informações de colegas de redações. Já no dia seguinte, os comentários de leitores já ofereciam informações mais atualizadas e detalhadas.

Em Itajaí, surgiu o blog Desabrigados , que passou a ser uma referência obrigatória para a população da cidade ao publicar listas de desaparecidos, dar os nomes das pessoas e dos locais onde estavam abrigadas, bem como disponibilizar um sistema automático no qual as pessoas interessadas inseriam os nomes de parentes e amigos para saber se já estavam em abrigos.

Os moradores de Itajaí passaram também a usar o blog para dar notícias a parentes e fazer pedidos de ajuda. Na quinta-feira (28), o site registrou pouco mais de 30 mil acessos num só dia. Neste mesmo dia, a RBS, a rede hegemônica no sul do Brasil, criou o blog Tragédia no Vale do Itajaí , para não ficar atrás dos independentes na cobertura dos desdobramentos das enchentes.

O jornalista Alexandre Gonçalves teve que interromper o seu blog Informe Blumenau na segunda-feira (24) porque seu apartamento foi inundado pela água e porque se integrou a uma rede independente de emissoras de televisão da região para cobrir a emergência. Antes disso, ele documentou hora a hora o crescimento do nível do rio Itajaí-Açu a partir do sábado, quando os moradores da cidade já se preparavam para o pior.

A rede de ajuda formada por usuários da internet inclui também o twitter (micro-mensagens transmitidas em tempo real para computadores e celulares com acesso à Web). Na página Blumenau foi possível acompanhar a frenética troca de mensagens entre voluntários e vitimas das enchentes.

Esta primeira grande experiência de uso de blogs e do twitter em situações de emergência no Brasil deixa uma lição. Em matéria de noticiário local e hiper-local (cobertura de bairros, ruas e condomínios), os blogs são imbatíveis pela sua agilidade, capilaridade e ubiqüidade, embora a credibilidade deva ser avaliada com cuidado.

A tragédia de Blumenau e Itajaí mostrou também o calcanhar-de-aquiles da mídia convencional, em especial a sua dificuldade em livrar-se dos vícios e cacoetes criados pela competição, guerra de audiência e pela sua insistência em valorizar mais a performance do que a prestação de serviços.

Fonte:Observatório de Imprensa.

Comentário.

Ô mulherzinha sem-vergonha!

MAU COMEÇO


Aidan ignora Movimento Cultural de Santo André
Júlio Gardesani


Aidan Ravin (PTB), prefeito eleito de Santo André, descumpriu sua promessa e simplesmente não compareceu ao Encontro Cultural de Santo André, realizado na tarde desta sexta-feira (28/11), no Cine-Teatro Carlos Gomes. Cerca de 300 ativistas culturais pretendiam entregar uma carta ao petebista com informações sobre projetos mantidos pela atual Administração e que, para os organizadores, mereceriam continuidade de investimentos.

O encontro seria a primeira a primeira oportunidade de Aidan para dialogar diretamente com a sociedade civil organizada como prefeito eleito. O descaso de Aidan frustrou aos presentes, que organizaram diversas apresentações teatrais para “sensibilizar” o petebista.

De acordo com a coordenação do evento, que almejava dar as “boas vindas” ao prefeito eleito, Aidan garantiu durante a última sessão da Câmara, realizada nesta quinta-feira (27/11), que iria ao ato. De acordo com assessores do petebista, Aidan estava “preso” em uma reunião na Capital.

“Foi um completo descaso de Aidan. Ficou uma sensação ‘meio esquisita’. Agora, não só tememos que ele não dê continuidade ao que já temos, mas também não sabemos a forma como ele tratará o tema. A cultura não serve apenas como moeda de troca durante a transição”, afirmou Mário Augusto, um dos organizadores do evento e vice-presidente do Conselho Municipal de Cultura.

Representando Aidan, apenas o vereador eleito Gilberto do Primavera (PTB) se pronunciou. “Pedimos desculpas pela ausência. As apresentações foram muito belas e acreditamos que para fortalecê-las precisamos também do apoio da iniciativa privada”, afirmou.

O Encontro Cultural foi organizado por alunos, ex-alunos e funcionários das Escolas Livres de Teatro, de Cinema e Vídeo, de Dança e de Literatura, pela Casa da Palavra e do Olhar, por Emias (Escolas Municipais de Iniciação Artística), e conta com o apoio da Orquestra Sinfônica, do grupo SOS Carlos Gomes, artistas e produtores independentes.

sábado, 29 de novembro de 2008

O BRASIL COMO EXEMPLO

O modelo abaixo do Equador
28/11/2008

Daniel Pinheiro


"É impossível imaginar uma estratégia de negócios nestes tempos de crise que não contemple usar a tecnologia da informação (TI) de maneira melhor e mais barata para diminuir custos na administração, no controle e na segurança de cada empresa". Assim John Swainson, presidente-executivo da CA, empresa norte-americana líder mundial de mercado na área de software para gestão de tecnologia da informação, abriu a convenção mundial da companhia em Las Vegas, onde reuniram-se 6 mil profissionais de tecnologia entre os dias 16 e 20 de outubro.

"E é isso que a CA pode oferecer nestes tempos de crise. E digo isso mesmo sabendo que alguns dos nossos maiores clientes são bancos e seguradoras, empresas que em última instância causaram toda essa crise. Mas você consegue imaginar um banco ou uma seguradora que não faz uso maciço da tecnologia da informação? Eles simplesmente não existem sem TI, e cada vez mais têm de administrar melhor o dinheiro que gastam nessas operações. É daí que vem o meu otimismo."

Durante entrevista concedida a jornalistas da América Latina, Swainson foi bombardeado por todos os lados com questões sobre a crise, em especial relacionadas ao que poderia acontecer nos países da região. Sorrindo muito e pedindo desculpas antecipadas pela falta de precisão das respostas --"eu não sou um economista"--, o executivo nascido no Canadá fez uma breve análise sobre as perspectivas das principais nações latino-americanas. Chegou a dizer que não se pronunciaria sobre a Argentina, por acreditar se tratar da “alçada do FMI”, mas que precisará receber injeção de recursos do fundo mundial para sobreviver à tormenta. E foi enfático quando falou sobre o Brasil.

"É de longe o país mais preparado para a crise. Tem muitos recursos naturais, produz commodities que o mundo inteiro precisa e se aproveita dos benefícios de dez anos de boas práticas econômicas, com uma boa quantidade de reservas e com fôlego para passar por esse período de turbulência", explicou Swainson. "É como a posição da CA e isso nos faz pensar no atual momento como uma oportunidade, um momento de emergirmos uma empresa mais forte e consolidada. É claro que ninguém aqui vai rasgar a lei da gravidade, não sou louco a ponto de dizer que essa crise não vai nos afetar, porque vai. Mas estamos em um bom momento, temos um bilhão de dólares disponível em caixa e podemos usar esse dinheiro para adquirir outras companhias, consolidar nossa posição, fazer investimentos em pesquisa e desenvolvimento."

A justificativa do empresário para tanto otimismo é a crença na inevitabilidade da tecnologia no ambiente corporativo. Segundo ele, as empresas não podem evitar o uso da TI no dia-a-dia. A realidade pode não ser tão simples, mas conversas com executivos da empresa revelam indícios de que o caminho é esse. No caso da CA, a aposta para sobreviver à crise com relativa tranquilidade passa pelos mercados emergentes, como a América Latina e pela flexibilização no acesso aos produtos e serviços, caminhos escolhidos antes da bomba financeira do subprime estourar e contagiar a economia global.

Kenneth Arredondo, vice-presidente sênior para América Latina e Caribe da CA, usou dados de um relatório do Banco Mundial sobre a perspectiva de manutenção do investimento em tecnologia na região para sustentar as ambições da empresa. Os números são o dobro da média mundial, com projeção de 6,3% em 2009 e 12,2% para a América Latina. Quando perguntado sobre a validade destes números, Arredondo afirmou que o levantamento ainda não registra os efeitos da crise, mas pode ser considerado "direcionalmente correto". "Trabalhamos com essa aposta no crescimento das atividades no setor de TI, que é um mercado de 58 bilhões de dólares na região", afirmou Arredondo.

Para os executivos da CA, existe uma vantagem competitiva quando a empresa fornece soluções de administração do uso da tecnologia da informação que não podem ser prescididas nos processos de negócios de seus clientes. “Nossas soluções de gerenciamento de TI, focadas em governança, administração e segurança, são como um telefone", explicou Eduardo Schvinger, vice-presidente de Vendas Técnicas da CA para América Latina e Caribe. "Uma empresa não vive sem telefone, a não ser que feche. Então, ela de alguma maneira vai manter o telefone e administrar o uso”.

É aí que entra a segunda parte da estratégia que pode ajudar a CA navegar a crise de forma mais estável. Durante a convenção a empresa anunciou a criação de uma divisão específica de SaaS --sigla em inglês para Software como Serviço. O nome traduz uma tendência em TI, a transformação de programas complexos em soluções mais simples, acessíveis pela internet. É como usar o e-mail, quando pode-se optar por instalar um software completo, como o Microsoft Outlook ou o Mozilla Thunderbird, ou acessar as mensagens diretamente pela página de webmail do provedor, sem precisar ter um programa instalado. Neste caso, o software por trás da serviço é uma versão Saas do gerenciador de e-mails.

"A CA já oferecia alguns dos principais produtos em versão on-demand e observava o mercado de SaaS com muita atenção, principalmente por saber que o crescimento no setor é quatro vezes maior se comparado com as aplicativos em geral, segundo dados fornecidos pelo IDC em 2008", disse Jules Ehrlich, vice-presidente sênior e gerente geral da recém-criada divisão On Demand da empresa sediada na cidade de Islandia, no estado de Nova York.

A decisão de ter uma área voltada ao fornecimento de produtos de gerenciamento de TI como um serviço é anterior ao atual cenário turbulento, apesar do timing do anúncio parecer contraditório. "Tomamos essa decisão no fim do ano passado, e trabalhamos durante 2008 para consolidar algumas das soluções mais importantes de nosso portfólio no modelo SaaS", disse Helge Scheil, vice-presidente corporativo e gerente geral do Grupo de Governança da CA. "O fato de termos anunciado isso agora não passou de mera coincidência, apesar de feliz."

Para Michael J. Christenson, executivo-chefe de operações da CA, mais do que feliz, a oportunidade é providencial na atual situação do mercado. "Em um momento de crise, em que todos os presidentes de todas as empresas do mundo estão quebrando a cabeça para saber como cortar gastos e fazer o mínimo com menos dinheiro, nossas soluções de software como serviço podem ajudar mesmo grandes empresas a economizarem", explicou Christenson. "Isso porque esse modelo permite que as companhias continuem com acesso à soluções críticas aos seus negócios, porém de maneira diferente, já que quando se contrata um serviço em SaaS, é paga uma assinatura, algo que pode entrar na conta de despesas correntes da empresa. Não é o mesmo que a compra de uma licença de um programa, que é considerado um investimento."

"Esse modelo, além de ser interessante para nossos clientes atuais, é uma porta de entrada para empresas menores, principalmente em mercados emergentes, como a África, o Sudeste da Àsia, a Rússia e alguns países da América Latina, principalmente onde a CA não mantém presença física e atua por meio de parceiros", disse Christenson, que sorriu ao ser perguntado se não faltava o Brasil nas lista de possíveis novos clientes de sua empresa. "Não que não haja companhias com esse perfil no Brasil, mas é que o País já está mais que consolidado no mercado mundial. Enquanto empresa, você não pode se dizer realmente global se não estiver como os dois pés bem fincados em terras brasileiras."
CartaCapital.

PREFEITO ELEITO COM APOIO DO DEMO E TUCANOS É CONTRA O PAC

Aidan rejeita projeto de investimentos do PAC


Petebista afirma que vetará projeto de verba federal no primeiro dia de governo

O prefeito eleito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), arriscou sua primeira iniciativa legislativa após a eleição para impedir a liberação de verbas para o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na cidade. Durante a sessão desta quinta-feira (27/11), o petebista conseguiu adiar a votação do projeto do Executivo que pretende investir R$ 5,4 milhões na compra de terrenos para a construção de moradias populares. O prefeito eleito foi além: afirmou que veterá o projeto, caso ele seja aprovado pelos vereadores, no primeiro dia de seu mandato.

Aidan, que já espera contar com o apoio da atual base de sustentação do prefeito João Avamileno (PT) para derrubar o projeto, garantiu que tem “informações” da secretaria Estadual de Habitação do governo José Serra (PSDB) sobre como tratar a questão.

“Faltou informação. Eu falei para eles que isso é um gasto desnecessário e errado. Primeiro a gente faz o projeto, depois o PAC diz se tem o dinheiro, para depois a gente comprar área. O PAC não é só dinheiro de Brasília, tem verba do governo do Estado também”, afirmou o petebista.

De acordo com o projeto do Executivo, encaminhado à Câmara no dia 17, a abertura de crédito para a secretaria de Finanças disponibilizar terras para “projetos urbanos e habitacionais”, seria suprida pela anulação de verbas pré-determinadas para a urbanização de núcleos habitacionais.

O prefeito eleito ainda advertiu: “estou conversando com alguns vereadores sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, que serve para o Avamileno e, eles (os vereadores) assinando, serve para eles também. Para mim já tá vetado. Pois eu entrando, vou rever e vou para Justiça em cima disso”, ameaçou.

Aidan lembrou em sua contraposição ao projeto do PAC as ações do prefeito de São Bernardo, William Dib (PSB), que ignorou durante boa parte de seus seis anos de governo verbas federais para programas sociais na cidade. Em um dos projetos, foi obrigado a aceitar a parceria com o governo Lula, o do SAMU, o projeto de atendimento de urgência na área da Saúde.

Sustentação – Vereadores que atualmente integram a base de sustentação de Avamileno já afirmaram que se manterão fiéis ao petista e que aprovarão o projeto caso ele entre em votação. O vereador e presidente do PV, Donizeti Pereira, afirmou que tem o acordo com o governo para aprovar o projeto. “Estavamos dispostos a aprovar, mas pela ausência de vereadores não entrou em votação. O prefeito está fazendo uma suplementação de verba, tirando de uma rúbrica e colocando em outra como contrapartida para o PAC. Não vai ser a primeira vez que eu voto suplementação de verba”, disse.

Já o parlamentar José Augusto, presidente do PSB, garantiu que negou o pedido de Aidan para reprovar o projeto. “O Aidan me procurou para que não fosse colocado em votação e eu comentei que votaria, sim, o projeto. Tenho compromisso com Avamileno até o dia 31 de dezembro”, declarou.

Sessão - Outros sete projetos ainda foram aprovados durante a sessão desta quinta, mas apenas um deles do Executivo: a concessão de direito real de uso de um terrno público à Federação Umbandista do ABCD. Entre os projetos aprovados, também está um de autoria da vereadora Heleni de Paiva (PDT), que cria o Programa de Informações sobre Vítimas de Violência no município.

Fonte:ABCD MAIOR

ÓTIMA ENTREVISTA

DE NOVEMBRO DE 2008

Chomsky: América Latina está deixando de ser quintal dos EUA


Uma das principais mudanças na ordem mundial está sendo vivida agora na América Latina, diz Noam Chomsky, em entrevista. Para ele, a região está começando a superar seus problemas internos e sua subordinação em relação aos EUA. O linguista e pensador americano acredita que a crise atual traz oportunidades de mudanças reais na ordem mundial. ''Até onde essa mudança pode chegar, isso depende daquilo que estamos dispostos a empreender''.


Chomsky: pelo desmonte da mitologia A Agencia de Prensa Alternativa Humanista “Sur” (Apah), da Bolívia, entrevistou Noam Chomsky sobre o desenrolar da crise econômica atual. Reproduzimos, aqui, a entrevista, onde Chomsky defende a necessidade de desmontar algumas mitologias relacionadas à crise, destaca o novo papel que a América Latina vem desempenhando no mundo e aponta a abertura de uma janela de oportunidades para mudanças na atual ordem político-econômica global.

Apah: Como explicar que, apesar de muita gente ter visto a crise se aproximando, aqueles que estavam na liderança dos governos e das economias não se mostraram preparados para enfrentá-la?

Noam Chomsky: As bases para a crise eram previsíveis. Um fator constitutivo da liberalização financeira é que haverá crises freqüentes e profundas. De fato, desde que a liberalização financeira foi instituída há cerca de 35 anos, estabeleceu-se uma tendência a incrementar a regularidades crises, e crises cada vez mais profundas. As razões são intrínsecas e entendidas: têm a ver fundamentalmente com as bem conhecidas ineficiências dos mercados. Assim, por exemplo, se você e eu fazemos uma transação, digamos que me vende um automóvel, podemos fazer um bom negócio para nós mesmos, mas não consideramos o efeito sobre os outros. Se eu compro um automóvel, aumenta o uso da gasolina, aumenta a contaminação, o congestionamento, etc. Mas não levamos em conta esses efeitos. Isto é o que os economistas chamam de externalidades, que não são consideradas nos cálculos do mercado. Estas externalidades podem ser enormes. No caso das instituições financeiras, são particularmente grandes. A tarefa de uma instituição financeira é assumir riscos. Se é uma instituição financeira bem administrada, digamos, a Goldman Sachs, ela considerará os riscos para si própria, mas a expressão crucial aqui é “para si própria”. Não leva em conta os riscos sistêmicos, os riscos para o conjunto do sistema se a Goldman Sachs tiver uma perda substancial. Isso significa que esses riscos são subestimados. Assume-se mais riscos do que se deveria tomar em um sistema eficiente que leva em conta todas as implicações. Assim, esta fixação errônea de preços se integra simplesmente como parte do sistema do mercado e da liberalização das finanças. Como conseqüência dessa subestimação de riscos, estes passam a ser mais freqüentes e quando há fracassos, os custos são mais altos que o esperado. As crises passam a ser mais freqüentes e mais graves à medida que o alcance e o volume das transações financeiras aumentam. Tudo isso se amplifica ainda mais pelo fanatismo dos fundamentalistas do mercado que desmontaram o aparato regulador e permitiram a criação de instrumentos financeiros exóticos e opacos. É um tipo de fundamentalismo irracional porque fica claro que o enfraquecimento de mecanismos regulatórios em um sistema de mercado incorpora um risco de crise desastrosa. Trata-se de atos sem sentido, salvo para o interesse no curto prazo dos senhores da economia e da sociedade. As corporações financeiras podem, e conseguiram, colher enormes lucros no curto prazo ao empreender ações extremamente aventuradas, incluindo especialmente a desregulação, que trazem dano à economia em geral, mas não para elas, ao menos no curto prazo que é o que orienta o seu planejamento. Não se podia prever o momento exato de uma crise severa, nem se podia prever o alcance exato da crise, mas era óbvio que ela viria. De fato, ocorreram crises sérias e repetidas durante este período de desregulação crescente. Só que até agora não tinham golpeado tão duramente o centro da riqueza e do poder, mas sim, sobretudo, os países do chamado terceiro mundo. Vejamos o caso dos Estados Unidos. É um país rico, mas para uma maioria substancial da população, os últimos trinta anos provavelmente figuram entre os piores da história econômica norte-americana. Neste período, não ocorreram crises massivas, grandes guerras, depressões, etc. No entanto, os salários reais permaneceram praticamente estancados para a maioria durante trinta anos. Para a economia internacional, o efeito da liberalização financeira foi bastante daninho. Líamos na imprensa que os últimos trinta anos, os do neoliberalismo, mostraram o maior decréscimo da pobreza na história do mundo, um enorme crescimento, etc. Há algo de verdade nisso, mas o que falta dizer é que a diminuição da pobreza e o crescimento ocorreram em países que não seguiram as regras neoliberais, como ocorreu no leste asiático. E os países que observaram tais regras sofreram gravemente, como ocorreu na América Latina.

Apah: Joseph Stiglitz escreveu recentemente que esta última crise marca o fim do neoliberalismo. Chávez, durante uma coletiva de imprensa, disse que a crise poderia ser o final do capitalismo. Qual dos dois está mais próximo da verdade?

Chomsky: Em primeiro lugar, devemos ter claro que o capitalismo não pode terminar porque nunca começou. O sistema no qual vivemos deve ser chamado de capitalismo de Estado, não simplesmente capitalismo. No caso dos Estados Unidos, a economia se apóia muito fortemente no setor estatal. No momento, há muita angústia sobre a socialização da economia, mas isso é uma grande brincadeira. A economia avançada de alta tecnologia e similares sempre dependeu amplamente do setor dinâmico da economia estatal. É o caso da informática, da internet, da aviação, da biotecnologia, quase tudo o que está à vista. O Massachusetts Institute of Technology (MIT), de onde estou falando, é uma espécie de funil no qual o setor público despeja o dinheiro e de onde sai a tecnologia do futuro, que será entregue ao poder privado para que saquem os lucros. Então, temos um sistema de socialização dos custos e riscos e privatização dos lucros. Isso não ocorre somente no sistema financeiro, mas em toda economia avançada. De modo que, para o sistema financeiro, provavelmente o resultado será mais ou menos o descrito por Stiglitz. É o final de uma certa era da liberalização financeira conduzida pelo fundamentalismo de mercado. O jornal Wall Street Journal lamenta que Wall Street, tal como a conhecemos, tenha desaparecido com a derrocada da banca de investimentos. Alguns passos serão dados na direção da regulação. Isso é certo. No entanto, as propostas que estão sendo formuladas, por mais extensas e severas que sejam, não mudam a estrutura das instituições básicas subjacentes. Não há nenhuma ameaça ao capitalismo de Estado. Suas instituições fundamentais seguirão sendo as mesmas, talvez, inclusive, sem grandes sacudidas. Elas podem ser reacomodadas de várias maneiras. Alguns conglomerados podem absorver outros, alguns podem ser semi-nacionalizados tibiamente, sem que isso afete fortemente o monopólio privado da tomada de decisões. No entanto, do jeito que vão as coisas, as relações de propriedade e a distribuição de poder e riqueza não mudarão significativamente, embora a era do neoliberalismo, vigente há uns trinta e cinco anos, seguramente será modificada de maneira significativa. Diga-se de passagem, ninguém sabe o quão grave essa crise poderá se tornar. Cada dia traz novas surpresas. Alguns economistas estão prevendo uma verdadeira catástrofe. Outros pensam que ela pode ser consertada, com um transtorno modesto e uma recessão, que provavelmente será pior na Europa do que nos Estados Unidos. Mas ninguém sabe ao certo.

Apah: Na sua avaliação, veremos algo parecido com a depressão, com pessoas sem trabalho fazendo grandes filas para conseguir alimentos, nos Estados Unidos e na Europa? E, se isso ocorrer, veremos uma grande guerra para repor as economias em pé, uma terapia de choque ou algo tipo?

Chomsky: Não acredito que a situação seja comparável com o período da grande depressão, ainda que haja algumas semelhanças com essa época. Os anos 20 também foram um período de especulação selvagem e de uma enorme expansão de crédito e empréstimos, com a criação de uma enorme concentração de riqueza em um setor muito pequeno da população e a destruição do movimento sindical. Deste ponto de vista, há semelhanças com o período atual. Mas também há muitas diferenças. Existe um aparato muito mais estável de controle e regulação, resultante do New Deal, e ainda que tenha se enfraquecido, boa parte dele permanece intacto. Além disso, há a compreensão de que os tipos de políticas, vistas como extremamente radicais no período do New Deal, hoje são mais ou menos normais. Assim, por exemplo, no recente debate presidencial dos EUA, John McCain, o candidato da direita, propôs medidas tomadas do New Deal para enfrentar a crise da habitação. Então, há a compreensão de que o governo deve assumir um papel importante na gestão da economia e, de fato, os setores avançados da economia já vivem essa experiência há cerca de 50 anos. uito do que se lê sobre isso é pura mitologia. Por exemplo, lemos que a crença apaixonada de Reagan no milagre dos mercados agora está sendo atacada. Atribuiu-se ao ex-presidente o papel de Grande Sacerdote da fé nos mercados. De fato, Reagan foi o presidente mais protecionista da história econômica estadunidense do pós-guerra. Ele aumentou as barreiras protecionistas mais que todos os seus precursores juntos. Convocou o Pentágono a desenvolver projetos para treinar administradores norte-americanos nos métodos avançados de produção japoneses. Ele também operou um dos maiores salvamentos bancários da história norte-americana e conformou um conglomerado baseado no Estado para tratar de revitalizar a indústria de semi-condutores. De fato, ele acreditava em um governo poderoso, de intervenção radical na economia. Quando digo “Reagan” refiro-me a sua administração. O que ele acreditava sobre tudo isso, se é que acreditou em algo, realmente não sabemos e isso não é muito importante. Há muita mitologia que precisamos desmontar, incluindo aí o que diz a respeito do grande crescimento e da redução da pobreza. Nos próprios Estados Unidos, quando se aplicaram as regras neoliberais, os resultados foram bastante daninhos para a maioria da população. Olhando para além da mitologia, podemos perceber que uma economia capitalista de Estado que, particularmente desde a Segunda Guerra Mundial, dependeu muito fortemente do setor estatal, agora está voltando a depender do Estado para o manejo do sistema financeiro que está desmoronando. Por enquanto, não há sinais de que se produzirá algo parecido com o que ocorreu em 1929.

Apah: Então, você não considera que estamos nos encaminhando para uma mudança na ordem mundial?

Chomsky: Bom, há mudanças muito significativas na ordem mundial e esta crise talvez contribua para isso. Mas elas estão aí há algum tempo. Uma das principais mudanças na ordem mundial está sendo vivida agora na América Latina. Costuma-se dizer que a América Latina é o quintal dos EUA e que, há muito tempo, é uma região controlada pelos EUA. Mas isso está mudando. Em meados de setembro tivemos uma ilustração dramática disso. No dia 15 de setembro, ocorreu uma reunião da Unasul, a União das Nações Sul-americanas, da qual participaram todos os governos sul-americanos, incluindo a Colômbia, atual favorito dos EUA na região. A reunião foi realizada em Santiago, Chile, outro favorito dos EUA. Dela, saiu uma declaração muito contundente de apoio a Evo Morales, da Bolívia, e de rechaço aos setores quase-secessionistas deste país, que contam com o apoio dos Estados Unidos. Há uma luta muito significativa na Bolívia. As elites estão se mobilizando pela autonomia e mesmo pela secessão, gerando fortes níveis de violência com a evidente concordância dos EUA. Mas as repúblicas sul-americanas assumiram uma postura firme, em apoio ao governo democrático. A declaração foi lida pela presidente Bachelet, do Chile, uma favorita do Ocidente. Evo Morales respondeu agradecendo aos presidentes pelo apoio e assinalou, corretamente, que esta era a primeira vez em 500 anos que a América Latina havia tomado seu destino em suas próprias mãos, sem a interferência da Europa nem, sobretudo, dos EUA. Esse é um símbolo de mudança muito significativo que está em curso, às vezes chamado de “maré rosada”. Foi tão importante que não foi reportado pela imprensa dos EUA. Há uma frase aqui, outra ali, que registra que algo aconteceu, mas suprimiram totalmente o conteúdo e a importância do que ocorreu. Isso é parte de um processo de longo prazo, no qual a América do Sul está começando a superar seus enormes problemas internos e também sua subordinação ao Ocidente, principalmente em relação aos Estados Unidos. A América do Sul também está diversificando suas relações com o mundo. O Brasil tem relações cada vez maiores com a África do Sul, a Índia e, particularmente, a China, país cada vez mais envolvido com investimentos e intercâmbios com países latino-americanos. São processos extremamente importantes, que agora estão começando a chegar também na América Central. Honduras, por exemplo, era a clássica república bananeira. Serviu de base para as guerras do terror perpetradas por Reagan na região e subordinou-se totalmente aos EUA. Mas Honduras somou-se recentemente a ALBA, a Alternativa Bolivariana para os Povos da América, proposta pela Venezuela. É um pequeno passo, mas não deixa de ser muito significativos.

Apah: Você acha que estas tendências na América do Sul, como Alba, Unasul e os grandes acontecimentos na Venezuela, Bolívia e outros países, podem ser afetados por uma crise econômica da dimensão desta que estamos enfrentando agora?

Chomsky: Bem, esses países serão afetados pela crise mas, no momento, não tanto como estão sendo a Europa e os Estados Unidos. Se olhamos o caso da Bolsa no Brasil, ela caiu muito rapidamente, mas os bancos brasileiros não estão quebrando. Do mesmo modo, na Ásia, as bolsas estão declinando agudamente, mas os governos não estão assumindo o controle dos bancos, como ocorre na Inglaterra, Estados Unidos e boa parte da Europa. Essas regiões, América do Sul e Ásia, de alguma maneira conseguiram se separar das calamidades dos mercados financeiros. O que desatou a crise atual foram os empréstimos subprime para ativos construídos sobre areia, e estes, claro, estão em mãos de estadunidenses e de bancos europeus. O fato de possuir ativos tóxicos baseados em hipotecas os envolveu muito rapidamente nestes acontecimentos. Além disso, os europeus têm suas próprias crises de habitação, particularmente a Inglaterra e a Espanha. Ásia e a América Latina ficaram muito menos expostas por terem mantido estratégias de crédito mais cautelosas, particularmente a partir do descalabro neoliberal de 1997-1998. Um grande banco japonês, Mitsubishi UFG, acaba de comprar uma parte substancial do Morgan Stanley, nos EUA. Então, não parece, até agora, que a Ásia e a América Latina serão afetadas tão gravemente como Estados Unidos e Europa.

Apah: Você acredita que há uma grande diferença entre Obama e McCain no que diz respeito a temas como o Tratado de Livre Comércio e o Plano Colômbia? Na Colômbia, pode-se sentir que o presidente e seus apoiadores estão assustados frente à eleição de Obama. Sei que você tem a sensação que Obama é como uma folha em branco, mas pensa que ela fará alguma diferença?

Chomsky: Com efeito, Obama tem se apresentado mais ou menos como uma folha em branco. Mas não há motivo para que o governo colombiano se assuste com sua eleição. O Plano Colômbia é uma política de Clinton e há muitas razões para supor que Obama será outro Clinton. Ele é bastante impreciso, a propósito. Mesmo quando explicita políticas, elas se parecem muito a políticas centristas, como Clinton, que modelou o Plano Colômbia e militarizou o conflito.

Apah: Tenho, às vezes, a sensação de que os períodos de Bush se deram em um contexto de mudança da ordem mundial, tratando de manter o poder com o uso da força, e que, em troca, Obama pode representar a cara boa para renegociar a ordem mundial. Qual sua opinião sobre isso?

Chomsky: É importante lembrar que o espectro político nos EUA é bastante estreito. É uma sociedade controlada pelas empresas, basicamente, é um Estado de partido único, com duas facções, democratas e republicanos. As facções têm algumas diferenças e estas, às vezes, são significativas. Mas o espectro é bastante estreito. A administração Bush, porém, se situava bastante além do final do espectro, com nacionalistas radicais extremos, crentes extremos no poder do Estado, na violência no exterior e em um alto gasto governamental. De fato, estavam tão fora do espectro que foram criticados duramente inclusive por parte do poder, desde os primeiros tempos. Seja quem for que assuma o mandato, é provável que desloque o tabuleiro político para o centro do espectro. Obama talvez faça isso em maior medida. Diria que, no caso de Obama, haverá algo como um renascimento dos anos Clinton, adaptado certamente às novas circunstâncias.

Apah: Agora que estamos chegando ao fim da globalização neoliberal, existe a possibilidade de algo realmente novo, uma globalização boa?

Chomsky: Penso que as perspectivas hoje estão muito melhores do que estavam antes. O poder está extraordinariamente concentrado, mas há mudanças a medida que a economia internacional torna-se mais diversificada e complexa. O Sul está se tornando mais independente. Mas, se olhamos para os EUA, mesmo com todo o dano causado por Bush, segue sendo a maior economia homogênea, com o maior mercado interno, a força militar mais forte e tecnologicamente mais avançada, com gastos anuais comparáveis aos do resto do mundo combinados e com um arquipélago de bases militares espalhadas pelo mundo. Estas são fontes de continuidade, mesmo que a ordem neoliberal esteja sofrendo uma erosão dentro dos EUA, na Europa e internacionalmente, com um crescimento da oposição a ela. Então, há oportunidades para uma mudança real. Até onde essa mudança pode chegar, isso depende da gente e daquilo que estamos dispostos a empreender.


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PORTO SEGURO

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Brasil será refúgio de empresas espanholas em 2009, diz estudo
BBC Brasil


Um estudo econômico elaborado para a Bolsa de Valores de Madri, divulgado nesta sexta-feira, sugere que algumas das principais empresas espanholas planejam se refugiar da crise no Brasil e diz que os mercados brasileiro e mexicano serão prioridade para os investimentos em 2009.

O levantamento das agências Gavin Anderson e IE Business School indica que 75% das empresas do índice Ibex 35 (que reúne as maiores companhias com ações na bolsa de Madri) pretendem aumentar os investimentos na América Latina diante da recessão na Europa e nos Estados Unidos.

O estudo considera Brasil e México mercados mais protegidos dos efeitos da crise global do que outros países.

Outro fator atraente, segundo o relatório, é o aumento da demanda interna. De acordo com o estudo, 70% dos dirigentes das principais companhias espanholas avaliam que a maior vantagem da América Latina sobre outros mercados emergentes está no potencial de seus mercados internos.

"Houve um importante crescimento da renda per capita da classe média no Brasil, e também no México e no Chile", disse à BBC Brasil o economista Juan Carlos Martínez Lázaro, coordenador do relatório e professor da IE Business School.

"Atualmente, são mercados que oferecem segurança jurídica e estabilidade graças às reformas legais, o que incita a um maior fluxo de compras", acrescentou.

Resultados ruins

Apesar do otimismo, os analistas espanhóis afirmam que os mercados latino-americanos também serão atingidos pela crise.

Em uma pesquisa com investidores, a resposta foi que 95% esperam resultados ruins na região em 2009, embora menos do que em outros países.

Os empresários consultados também se queixam da falta de qualificação da mão-de-obra e das ameaças de instabilidade política.

Mas ressaltam que Brasil, México e Chile estão em melhores condições do que os vizinhos - principalmente no sistema financeiro.

"Os bancos da América Latina aprenderam, através de experiências dolorosas, a estar sobrecapitalizados e ser conservadores", avalia o analista Urban Larson, outro dos autores do relatório. "Por isso, conseguiram chegar a este momento turbulento com balanços sólidos."

"O Brasil tem reservas muito elevadas, e os bancos continuam dando créditos", acrescenta. "Uma situação muito diferente do que acontece no resto do mundo."

Setor bancário

Os economistas espanhóis colocam como exemplo de equilíbrio do setor bancário brasileiro a recém-anunciada fusão dos grupos Itaú e Unibanco.

"Esta união criará uma entidade financeira muito forte", diz Larson. "Ao contrário do que vem acontecendo em outros mercados, onde as fusões ocorrem por necessidade ou desespero, esta operação do Brasil surge de uma posição de força, de solidez do sistema financeiro do país."

O relatório, que se baseia nos planejamentos de 20 das 27 empresas do índice Ibex 35 com investimentos na América Latina, também aponta quais mercados devem sair das listas dos investidores.

Argentina, Venezuela e Bolívia concentram mais críticas e terão menos investimentos por serem considerados de "alta insegurança jurídica".

Quanto a cidades, as preferidas dos empresários para estabelecer grandes filiais são - de acordo com o estudo - São Paulo e a capital chilena, Santiago.

BOA NOITE

PRENDE E SOLTA.


PF pede a prisão de Dantas à Justiça pela terceira vez
29 DE Novembro DE 2008
Da Folha de São Paulo

A Polícia Federal pediu pela terceira vez em quatro meses a prisão do banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity investigado na Operação Satiagraha. O pedido é assinado pelo delegado Ricardo Saadi, que preside o inquérito contra o banqueiro e chefia a Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros em São Paulo.

O delegado justifica o pedido alegando que Dantas continuou a praticar os crimes pelos quais é acusado: gestão fraudulenta do Banco Opportunity, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O artigo 312 do Código de Processo Penal prevê esse tipo de prisão. Diz o artigo: "A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria".

O pedido de prisão é baseado nos dois últimos pontos do artigo, segundo a Folha apurou. Saadi alega que há provas abundantes dos crimes de Dantas e diz que ele continuou a praticá-los mesmo depois de ser preso duas vezes, em julho.

O advogado de Dantas, Nélio Machado, diz que considera o pedido absurdo: "A polícia quer a cabeça do meu cliente como um troféu. Parece coisa da época do bangue-bangue" (leia texto nesta página).

O juiz federal Fausto Martin De Sanctis deverá decidir na próxima semana se aceita ou não o pedido do delegado. De Sanctis passou a semana em Mônaco, participando de um encontro internacional sobre lavagem de dinheiro. Ele foi ao encontro por indicação do Ministério da Justiça.

Dentro da Polícia Federal, o terceiro pedido de prisão é interpretado por alguns delegados como uma tentativa de mostrar que a PF não se dobrou às pressões do banqueiro.

O afastamento do delegado Protógenes Queiroz da investigação em junho foi interpretado como um recuo da polícia no plano de devassar as supostas irregularidades atribuídas ao banqueiro.

Para piorar a imagem do governo federal, a investigação da Corregedoria da PF em torno do delegado Protógenes Queiroz, que conduziu a investigação da Satiagraha até junho último, é vista por setores da polícia como desastrosa porque passaria à opinião pública a idéia de que o governo sucumbiu às ameaças de Dantas.
Comentário.
Uma eventual prisão de Dantas não vai dar em nada, afinal, Gilmar Mendes vai estar no STF para soltar o meliante.

BRIGA DE COMADRES


A Abril resolveu comprar uma briga com a Globo. Não é a primeira vez. Nem será a última. Mas, geralmente, essas brigas são de comadres e não dão em nada.

Houve uma outra, no ano passado, quando da negociação da TVA, em que a Abril se defendeu de ter vendido a empresa para estrangeiros (o que era vetado por lei) alegando que as Organizações Globo fizeram o mesmo com a Net. (leia sobre o caso “Por que a Cpi da TVA-Abril-Veja passou a ser necessária”).

Agora, a briga é pelo mercado de TV por assinatura.

O diretor comercial dos canais Abril, Ricardo Rhan, defendeu há pouco um limite de 30% à concentração do mercado de TV por assinatura. A medida, segundo ele, deveria constar do Projeto de Lei 29/07 , em análise na Câmara. Rhan participa de audiência pública para discutir a proposta na Comissão de Defesa do Consumidor. "Hoje, Net e Sky juntas possuem 80% do total de assinantes do mercado de TV por assinatura, ambas têm um sócio em comum (a Globo)", denunciou.

Ele alertou ainda para a concentração em todos os elos da cadeia produtiva do setor: produção, programação, empacotamento e distribuição. "Um único grupo econômico domina todos os elos da cadeia. Na programação, os canais da Globosat têm a maior base de assinantes. O programador dominante, portanto, é do mesmo grupo que controla o acesso à distribuição", explicou.

O PL 29/07 permite que as teles ingressem no mercado de TV por assinatura. O diretor da Abril ressaltou que essa medida deveria vir acompanhada de garantias de competitividade. "Em nenhum setor podemos conviver com uma situação dessas. É como se no setor de viação aérea, uma empresa que tem como sócios TAM e Gol controlasse 80% do mercado." (Fonte: Agência Câmara)

Para ser coerente com seu raciocínio, a reclamação do diretor da Abril deveria vir acompanhada de uma declaração do Grupo de que abre mão, na mesma proporção, da concentração exercida pela Abril no setor de distribuição de revistas em bancas. O controle da Abril aí não é de 80%, como o da Globo no mercado de TV por assinatura, mas de inacreditáveis 100%. (Leia aqui “Monopólio do Grupo Abril ameaça revistas independentes”)

E aí, Ricardo Rhan, topas? Ou concentração só é ruim quando é dos outros?
Fonte:Blog do Mello.

ÉTICA TUCANA

29 DE NOVEMBRO DE 2008

Rovai ironiza: tucanos dão exemplo de ética na Paraíba


É impressionante como a ética tucana é algo muito especial. Vejam o caso do governador Cássio Cunha Lima, filho de Ronaldo Cunha Lima, que também foi governador do estado (Paraíba) e que como maior legado nos deixou o atentado a tiros que praticou contra Tarcisio Burity, seu antecessor.

Por Renato Rovai, em seu blog

O Cunha Lima pai entrou num restaurante e deu três tiros à queima roupa em Burity. E ainda continua por aí livrinho da silva.

Seu filho, que eu saiba, ainda não deu tiros em ninguém. Mas fez uma campanha de reeleição onde distribuiu mais de 30 mil cheques de um programa social durante o período eleitoral. O que todos os tribunais estão considerando uso da máquina pública. Por isso, está sendo cassado.

Mas com a ajuda da “ética” direção nacional do seu partido e com um jeitinho aqui e outro ali, tem escapado. Agora mesmo, conseguiu mais uma liminar para se manter no cargo.

Além disso, quando achou que estava na “roça”, Cunha Lima (o filho) articulou seus aliados na Assembléia Legislativa e aprovou aumento para boa parte dos servidores. Tudo para inviabilizar o governo de seu sucessor.

Mas, isso está sendo tratado como um problema local. E no limite como notícia. Sem a indignação que costuma invadir a pena de alguns articulistas quando se trata de um petista ou comunista. A indignação seletiva da mídia é algo comovente.

MENTIRAS CONTRA A PETROBRÁS


.É impressionante como os jornais conservadores perderam a vergonha na cara. Se é para criar uma "crise" vale tudo até a mentira desvalada.A Folha de SP entrevistou e publicou um "analista" (se analisar contra o governo Lula o sujeito aparece na notícia, se for imparcial fica de fora) chamado Adriano Pires, "especialista" do CBIE (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura). Entre outras imbecilidades que ele disse está esta pérola: "A atual direção só pegou a fase de bonança da indústria do petróleo, que ficou sempre acima dos US$ 100, na média".
Vamos a manchete do jornal português Diário Econômico (Portugal) de 23/10/2008."Barril de petróleo baixa para preços de Maio de 2007
As cotações do crude continuam a afundar. Desde que atingiu o máximo histórico, o preço do brent já desceu mais de 80 dólares".
Ou seja: o governo assumiu a Petrobrás em 2003. A reportagem mostra que os preços recuaram para o nível de maio de 2007 (por volta de 50 dólares o barril).
É só refletir um pouco.
Porque o jornal publica uma notícia dessa? Porque perdeu a vergonha na cara e sabem que seus leitores são passivos aceitam qualquer porcaria.
Podem esperar que irão aparecer muitos "analistas" dígnos e competentes sobre este falando sobre a Petrobrás.
Abaixo coloco um email que recebi e que fala da mesma notícia, veja como as enganações são múltiplas e mesquinhas."
Veja como funcionam as mentiras:
1)a reportagem diz: "mostra que a crise financeira pegou a empresa desprevenida"A verdade: pegou TODO o planeta desprevenido, inclusive o jornal e o analista.
2) a reportagem diz:a crise "atingiu o seu caixa".A verdade: atingiu o caixa de TODAS as empresas. Este é o motivo da crise - FALTA DE LIQUIDEZ NO MERCADO.
3) a reportagem diz: "Esse empréstimo preocupa não pelo valor, mas por ser destinado a capital de giro": A verdade: que incompetente. Todas as empresas do planeta estão com problema de rolagens de títulos no mercado. Portanto este tipo de empréstimo de curto prazo explodiu. A Petrobrás é uma das empresas que mais investe no mundo, possui centenas de bilhões em projetos em andamento. Portanto é normal e natural a necessidade de financiamento e o caixa é único.
4) a reportagem diz: "A atual direção só pegou a fase de bonança da indústria do petróleo, que ficou sempre acima dos US$ 100, na média".A verdade: Que mentira!!!
5) a reportagem diz: "Ou fazia isso ou cortava drasticamente investimentos" A verdade: A carteira total de projetas da Petrobrás passa de 200 BILHÕES de reais. Onde está o cortava drasticamente os investimentos se não recebesse 2 bilhões. PIADA. ENGANAÇÃO.
6) O mercado mundial de crédito está aos poucos se descomprimindo. Daqui a alguns meses vai voltar ao normal (é o que parece). Aí vão encontrar outra mentira para divulgar. Já passou o crise do apagão que não houve, da epidemia de febre amarela que evaporou, do acidente da TAM que o governo não foi responsável. Como existem os apedeutas tipo Cibertazzi e Gracias (pessoas que adoram repassar estas notícias na internet) a mídia vai continuar divulgando mentiras para eles ficarem felizes.
7)Por fim, qualquer empresa cujo valor do produto despenca tem que rever seus investimentos. É o que está acontecendo na indústria do petróleo em TODO o planeta. É o que a Petrobrás terá que fazer proximamente.
Neste texto você vai encontrar um gráfico que mostra o valor dos investimentos das estatais no Brasil de 1994 a 2008. É muito interessante.

QUERO A MINHA PARTE

Câmara dos Deputados abre edital para decorar apartamentos funcionais



Lúcio Vaz - Correio Braziliense Comentários Avalie esta notícia

Publicação: 29/11/2008.Depois de gastar R$ 880 mil no ano passado com a compra de camas, geladeiras, lavadoras de roupa e forno microondas, a Câmara vai agora completar o enxoval dos apartamentos funcionais dos deputados aplicando R$ 1,45 milhão na aquisição de móveis para copa e jantar. As especificações técnicas do edital de licitação deixam claro que os antigos móveis serão substituídos por outros mais modernos e caros. As referências de design são de lojas sofisticadas como Florense, Meu Móvel de Madeira e Abacco.

Qualquer fabricante pode apresentar proposta, mas as especificações técnicas são bem detalhadas. Para os bufês residenciais, por exemplo, as referências de design são as linhas Dub, da Florence; a Quadri, da Tok & Stok; e a Lótus, da Meu Móvel de Madeira. A observação dá mais detalhes: “O bufê deve ser suspenso por pés retilíneos e quadrados ou painéis laterais que o elevem do piso em até 12cm, não sendo permitido modelo sobre sapata ou soclo. Os puxadores das portas devem ser em alumínio na cor natural, com formado retilíneo, arestas vivas e comprimento inferior a 20cm”.

Na descrição das mesas de jantar, está especificado que “as pernas da mesa não devem ser recuadas em relação ao tampo, e as arestas (quinas) não podem ser arredondadas, de modo a permitir a justaposição de unidades”. As referências de design são a Dub, da Florence; a Palmi, da Lider Interiores; e a Lótus, da Meu Móvel de Madeira. Nas mesas de copa, a base deve ser “em alumínio ou aço inoxidável na cor natural, com coluna central tubular, de diâmetro de 10 cm, e quatro patas ortogonais entre si, inscritíveis em uma circunferência imaginária de 80 cm de diâmetro”. Algo assim como as mesas Sundancer, da Abacco. Na visita a sites desses fabricantes é fácil encontrar móveis que se encaixam perfeitamente nessas descrições.

Menor preço

Serão adquiridas 1.152 cadeiras de jantar a R$ 396,20 a unidade; 576 cadeiras de copa a R$ 419 a unidade; 192 bufês residenciais a R$ 1.318,33 a unidade; 96 mesas de copa a R$ 1.466,25 a unidade; e 192 meses de jantar a R$ 1.896 a unidade. Como se trata de um pregão eletrônico, vencerá o menor preço, desde que o produto apresentado se enquadre nas especificações técnicas do edital. Se o vencedor não se enquadrar, será chamado o segundo colocado, e assim sucessivamente, até que seja encontrado um produto adequado às exigências da concorrência.

A direção da Câmara afirma que as marcas de referência têm caráter meramente indicativo, podendo ser aceitas outras que atendam integralmente as especificações. Mas admite refazer a concorrência se as propostas ficarem restritas a um número reduzido de marcas. Isso ocorreu recentemente, quando um edital para aquisição de carros direcionou para a compra do modelo Vectra. A concorrência foi refeita.

No ano passado, a Câmara gastou R$ 570 mil na aquisição de camas box. Os apartamentos funcionais dos deputados também ganharam 59 refrigeradores, 62 lavadoras de roupa, 230 fornos microondas. A Câmara comprou até peças de reposição para motor de ventilador, no valor de R$ 7,9 mil.

O DEMO KASSAB GASTA DINHEIRO PÚBLICO PARA BENEFICIAR RENAULT


29/11/2008

Kassab asfalta "meia rua" para desfile de F1 na zona sul de SP


Folha de S.Paulo

Um carro de Fórmula 1 fará amanhã uma demonstração em 1.200 metros da avenida Pedro Álvares Cabral (zona sul de São Paulo) que nem de longe lembram as vias de pavimentação irregular que os motoristas enfrentam no restante da cidade --o trecho foi recapeado pela gestão Gilberto Kassab (DEM) especialmente para o "desfile", promovido pela montadora francesa Renault.

Às 11h50 deste domingo, quando for dada a largada, o Fórmula 1 pilotado por Nelsinho Piquet irá rasgar o asfalto cinza-escuro novinho --um verdadeiro tapete, que custou à prefeitura cerca de R$ 435 mil-- do sentido Jabaquara da avenida, que teve a pintura refeita.

Entretanto, no sentido oposto da avenida --de costas para as arquibancadas, montadas sobre o canteiro-- o asfalto permanece irregular e exibindo o cinza esmaecido com pintura semi-apagada de sempre.

A pista lisa começa no Monumento às Bandeiras, em frente ao parque Ibirapuera, e termina logo após a praça Ibrahim Nobre, próximo ao Obelisco.

Metros adiante, porém, quem segue pela avenida vê o asfalto mudar de cor --o primeiro buraco aparece ainda no acesso à avenida Ibirapuera.

Segundo a prefeitura, o restauro custou R$ 29 por metro quadrado, em média, o que dá cerca de R$ 435 mil pelo trecho de 1.200 metros.

A "repaginação" foi feita estritamente no trecho em que a montadora promove o "Renault Roadshow", um desfile de modelos da marca que já passou por Tóquio (Japão) e Sevilha (Espanha).

Além do Fórmula 1, a Renault exibirá lançamentos e modelos antigos e divulgará a "Copa Renault Clio", das 8h às 13h, com entrada gratuita --a expectativa dos organizadores é que 80 mil pessoas compareçam. Segundo a assessoria do evento, a Renault não dará nenhuma contrapartida à prefeitura.

Favorável a parcerias público-privadas, o diretor do Núcleo de Pesquisas de Políticas Públicas da USP, José Álvaro Moisés pondera que "se a prefeitura entra com a recuperação da via" sem que a Renault dê contrapartidas, como "patrocínio a iniciativas culturais" ou até mesmo "veículos" à prefeitura, trata-se de "uma burla do interesse público".

"Em uma São Paulo com tantas carências, não faz sentido a prefeitura gastar dinheiro público para facilitar a vida de uma empresa privada", afirma Moisés, para quem não é razoável comparar o evento com um GP de Fórmula 1 ou uma Olimpíada. "Não se compara nem a um clássico de clubes da cidade", afirmou Moisés. Professor de Administração da PUC e ex-secretário de Negócios Extraordinários da gestão Erundina (1989-92), Ladislau Dowbor qualificou a ação da prefeitura uma "demonstração de cosmética urbana".

Trânsito

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) já está monitorando a região do evento desde ontem. A companhia mobilizou 13 técnicos e 74 agentes, além de 550 cavaletes, 500 m de gradis, 50 cones e 12 faixas de orientação. O serviço, que custa R$ 54 mil, será pago pela própria prefeitura.

Nas arquibancadas, foram colocadas bandeiras com as marcas da montadora e da prefeitura, além de uma placa com a marca do evento, que tiveram aprovação especial da prefeitura -caso contrário, desrespeitariam a lei Cidade Limpa.

Outro lado

Embora afirme que o recapeamento da avenida Pedro Álvares Cabral faça parte do programa de recuperação de vias da prefeitura, a gestão Gilberto Kassab (DEM) reconhece que a repaginação parcial do trecho foi antecipada em função do "Renault Roadshow".

O secretário municipal de Esportes, Walter Feldman, que coordenou a parceria entre a Prefeitura de São Paulo e a Renault, afirma que o evento faz parte de uma política de "deselitização" de esportes que envolve, além da Fórmula 1, tênis, golfe e rúgbi, entre outros.

"No GP de Fórmula 1, a prefeitura também faz investimentos, mas só quem pode ver de perto é um público muito restrito. Nesse evento, pessoas carentes vão poder ficar a dois metros da mágica dos carros de Fórmula 1", diz Feldman, que classificou as críticas ao evento como "elitistas, de quem sempre teve acesso a qualquer coisa na hora em que bem quer".

Para o secretário, os investimentos em recape e monitoramento do trânsito são a contrapartida da prefeitura na parceria. "É um investimento [recape] que a administração já previa. Não há contradição em ter havido um esforço adicional para antecipá-los, inclusive da minha parte. Estou absolutamente tranqüilo", afirmou.

A previsão é recapear mais 162,5 km de vias até o final do ano. Até agora, segundo a Secretaria de Subprefeituras, R$ 317 milhões já foram investidos por Kassab em recapeamento.

A Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) diz que a publicidade no local do evento será monitorada e, caso haja irregularidades, o evento será suspenso em 2009.

A assessoria do Renault Roadshow afirmou que o evento "é importante" e que os benefícios "ficarão para a cidade".

CRISE? AINDA FAÇO PARTE DESTA NATA

Super-ricos brasileiros passam ilesos pela crise, diz 'Guardian'
29/11/2008, BBC Brasil

Uma reportagem publicada na edição deste sábado do jornal britânico The Guardian afirma que, até agora, os super-ricos brasileiros passaram relativamente incólumes pela crise financeira. Segundo o jornal, eles resistem à tendência global e continuam consumindo.

"Revistas de comportamento estão cheias de anúncios de spas e resorts, bolsas de estilistas famosos e pulseiras de diamantes que custam mais do que muitos brasileiros ganham durante a vida inteira", diz a matéria.

O Guardian afirma ainda que o Brasil é líder mundial no aumento do número de milionários. "Nos últimos dois anos, o número de milionários subiu de 130 mil para 220 mil e pelo menos por enquanto, a crise econômica não fez com que eles parassem de gastar", diz o texto.

Apesar disso, a reportagem cita a queda nos preços das commodities e o atraso em grandes projetos de infra-estrutura como alguns dos indícios de que a crise financeira está começando a atingir o Brasil.

Para o jornal, as classes baixa e média também estariam sendo afetadas com a situação do crédito.

"No entanto, a crise parece uma possibilidade distante em lugares como o Jardim Pernambuco, onde o silêncio da tarde só é quebrado pelo canto dos pássaros e o barulho das bolas de tênis", diz o Guardian.

Segundo o diário, "os ricos brasileiros podem estar aproveitando a vida luxuosa, mas os compatriotas menos abastados estão começando a sentir os efeitos da crise de crédito".

JUSTIÇA SELETIVA

29/11/2008

Maranhão considera decisão sobre Cunha Lima "lamentável"
Agência Folha

Após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidir na quinta-feira que o governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), poderá permanecer no cargo até o julgamento de recursos contra a cassação de seu mandato, o senador José Maranhão (PMDB), segundo colocado nas eleições de 2006, disse que a decisão é "lamentável" e que espera assumir o governo do Estado ainda neste ano.

Já Cunha Lima disse que a última decisão do TSE lhe dará "oportunidade de trazer a verdade à tona".

Maranhão diz que o posicionamento do TSE causou "uma certa surpresa", por ter "contrariado a decisão que foi dada há uma semana".

"É lamentável que tenha acontecido isso. O processo já se arrasta por dois anos. Mas, substancialmente, essa decisão não alterou [o processo] porque o governador continua cassado", afirmou à Folha.

O senador disse que estava "pensando sobre seu futuro governo". Ele foi governador de 1995-2002. "Eu estava pensando sobre os desafios que teria que enfrentar. Eu acredito que, se não hoje ou amanhã, vou assumir o governo dentro de um prazo curto e isso pode acontecer até o final do ano."

Cunha Lima se disse "tranqüilo" e "sereno" com a nova decisão da Justiça. O tucano teve o mandato cassado pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) da Paraíba em 30 de julho de 2007, sob a acusação de abuso de poder quando concorria ao segundo mandato.

Na ação que levou à cassação, o governador foi acusado de distribuir à população, em ano eleitoral, cerca de 35 mil cheques, de até R$ 56 mil, sem que houvesse lei que regulasse o programa de assistência social do Estado. Em agosto, obteve liminar no TSE que suspendeu os efeitos da cassação até o julgamento de recurso, que foi negado na semana passada.

"Nós vamos mostrar através de memoriais e do próprio embargo que as acusações que me foram impostas não têm materialidade e que eu não fui cassado por compra de votos", disse.

Cunha Lima voltou a dizer que havia previsão orçamentária para o programa assistencial. "O próprio cheque é a prova de que existe orçamento, porque nós temos um Siafi [Sistema Integrado de Administração Financeira], nos moldes do governo federal, que sob hipótese nenhuma permitiria emissão de cheque sem prévia dotação orçamentária", afirmou.

O TSE deve publicar o acórdão com a decisão da manutenção da cassação, ocorrida no dia 21, na próxima semana. A defesa terá três dias para apresentar os embargos.

Assembléia

O deputado Arthur Cunha Lima (PSDB), presidente da Assembléia Legislativa da Paraíba e primo do governador, afirmou que a Casa não vai revogar leis aprovadas após a cassação do tucano.

A oposição alegou que leis foram aprovadas a toque de caixa, como planos de cargos e carreiras de servidores, para inviabilizar um eventual governo de José Maranhão.

"Não tem nada que modificar. Não há nenhum descumprimento da lei de responsabilidade fiscal", disse o deputado.

"Esses planos de carreira aprovados não inviabilizam nenhum governo. Esses reajustes salariais representam apenas mais 0,4% na folha de pagamentos", completou.