quinta-feira, 27 de novembro de 2008

PENSANDO ALTO



Lula: crise dos países ricos é oportunidade para os Brics


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva proclamou nesta quarta-feira (26) que "essa crise que nasceu no seio dos países ricos é uma oportunidade para que os países em desenvolvimento". Lula fez a afirmação num improviso ao final de sua saudação ao presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, que visitava o Rio de Janeiro. Na véspera, o economista Márcio Pochmann, presidente do Ipea, defendera a mesma idéia em debate com o Bloco de Esquerda, em Brasília.

Lula e Medvedev no Palácio do Itamaraty, Rio "Afinal de contas, essa crise que nasceu no seio dos países ricos é uma oportunidade para que os países em desenvolvimento – que são responsáveis por 75% do crescimento da economia no mundo hoje – não permitam que a crise prejudique o crescimento econômico, a geração de empregos e a distribuição de renda", disse o presidente.

1ª Cúpula dos Brics será em Moscou

"Por isso, Rússia e Brasil, junto com outros países, mas sobretudo China e Índia, têm condições de tirar dessa crise não lágrimas, mas oportunidades, e fazer com que as nossas parcerias sejam mais fortes e que o nosso povo possa sair muito mais forte ao terminar essa crise", afirmou Lula.

Os dois presidentes celebraram "os avanços dos Brics" ( Brasil, Rússia, Índia e China), descritos como "uma força poderosa no diálogo global". E anunciaram a primeira cúpula presidencial do grupo, convocada para a Rússia, em 2009.

Cooperação tecnológica, inclusive militar

Medvedev, que assumiu a presidência da Rússia em maio passado e fez sua primeira visita ao Brasil, também reforçou que a crise não foi causada por países emergentes. Disse também que saídas para ela não serão um processo fácil.

O volume do comércio Brasil-Rússia mais que triplicou desde a posse de Lula em 2003, chegou a US$ 6 bilhões em 2007 e US$ 7,3 bilhões no acumulado de 2008. Mas o encontro dos presidentes visou elevar as relações bilaterais, do estágio do comércio de commodities, para a da cooperação tecnológica de ponta, inclusive em áreas sensíveis.

Lula falou em "fazer da amizade Brasil-Rússia um elo inquebrantável" e de cooperação tecnológica em áreas como a espacial, nanotecnologia, biotecnologia e tecnologia da informação. Os dois assinaram um Acordo de Cooperação Técnico-Militar visando o desenvolvimento de novas tecnologias na área da defesa.

O presidente russo, que já seguiu viagem para a Venezuela bolivariana – em um estreitamento de relações que Washington tem dificuldade em engolir –, também sublinhou a importância das relações nessa área. "A tarefa de formar uma aliança tecnológica entre a Federação Russa e o Brasil pode se realizar, felizmente, num futuro próximo", opinou.


Da redação, com agências

Um comentário:

everaldo disse...

É por aí.
Êsses malas (os ricos ), estão agora com esta onda de bonzinhos, chamando os emergentes prá reuniôeszinhas, é por que sabem que tão fudidos, não teem mais mercados internos, externamente já sofrem a concorrência dos emergentes em todos os setores, sabem que os conflitas internos gerados por uma depressão serão catastróficos, os cabas tão mal acostumados nos hábitos de consumo, etc. etc.
Vamos participar, mas com os olhos bem abertos.