sábado, 31 de março de 2012

As vivandeiras não dão trégua


Mais uma vez, as vivandeiras da ditadura conseguiram despertar a atenção da mídia para os queixumes dos oficiais de pijama. Na quinta-feira 29, um evento organizado por militares da reserva para celebrar o aniversário da “Revolução de 1964” e atacar a instalação da Comissão da Verdade, dedicada à investigação dos crimes da ditadura, resultou em pancadaria.
 
 
 
Cerca de 350 manifestantes, incluindo militantes de movimentos sociais e partidos de esquerda, bloquearam a entrada principal do Círculo Militar, no Rio de Janeiro, e tentaram evitar a entrada dos convidados. Cada militar que chegava ao local era hostilizado e chamado de torturador, assassino, estuprador e covarde. Em meio ao empurra-empurra, um dos oficiais da reserva reagiu e trocou socos com um estudante. Ao levar um manifestante para o camburão, a polícia despertou a ira dos populares, que cercaram o veículo e reagiram com socos e pontapés.


Os manifestantes bloquearam a Avenida Rio Branco e o trânsito só foi liberado após a polícia usar bombas de efeito moral para dispersar o grupo. Familiares de mortos e desaparecidos durante a ditadura compareceram ao protesto. Alguns deles ajudaram a despejar tinta vermelha sobre as escadarias do Círculo Militar, para simbolizar o sangue derramado pela repressão nos anos de chumbo, e empunhavam cartazes exigindo a punição dos torturadores.CartaCapital

Os vidiotas do Big Brother Brasil

 
92% dos 43.521.108 votos deram a vitória ao famoso anônimo no BBB deste ano. 43.521.108 votos! Ao custo de R$ 0,30 por ligação… Bem, nem vou partir para calcular o quanto renderam à Globo & Operadoras TODAS as ligações ao programa nos últimos 3 meses. Nem vou concluir que 43.521.108 vidiotas ligaram para a Globo para votar. Porque nem se a Globo estivesse transmitindo uma invasão de alienígenas na Terra, teria tamanha audiência. Fato é que muitos assistem mas não chegam ao extremo de “interagir”. Portanto, se houve mais de 43 milhões de votos, significa que os que ligaram, mandaram sms, e-mail, etc, fizeram isso repetidamente. E põe repetidamente nisso, aliás.

Basta observarmos a média registrada pelo Ibope na última noite do BBB, que foi de 25 pontos. Se cada ponto equivale a 188 mil domicílios, teríamos 4,7 milhões de TVs sintonizadas nessa porcaria. Numa média de 3,3 pessoas por família, seriam 15,5 milhões de telespectadores. Obviamente que nem TODOS estavam sentados no sofá assistindo o programa. O que é um alívio deduzir!


O BBB é lixo por diversas razões. A principal, é o fato de considerar-se entretenimento televisivo. Desprovido de qualquer conteúdo cultural ou educativo e protegido da ausência de um marco regulatório que o obrigaria a ter alguma QUALIDADE, ancora-se em dois pilares principais: a mesquinhez humana e a plástica das bundas e peitorais. Acrescenta ainda em seu “tempero” o conceito de reality show interativo.


O que anula o BBB antes mesmo de começar a ser exibido, é a seleção dos participantes. Só aí já são descartadas 99% das chances do programa ser interessante. Na fauna dos milhares de inscritos, devem ter se destacado dezenas de pessoas interessantes sob dezenas de aspectos mais relevantes que a qualidade estética e intelectual (tsc!) dos 16 finalistas apresentados ao grande público. Mas os filtros do programa são guiados por outros interesses. Nada de pessoas “cabeça”. Porque os “cabeças” são chatos. Principalmente quando não são editados. Feios? Nem pensar! Pessoas que fogem do modelo egocêntrico imediatista; os que não cultuam suas silhuetas ocas e nem são consumistas compulsivos de bens materiais; intelectuais, artistas enfim – todos estes foram descartados na primeira varredura seletiva. Sobraram bundas, peitorais e alguma extroversão básica pra não denunciar a estupidez crônica…


O nada. O vazio total de conteúdo – como minutos intermináveis mostrando um casal dormindo na tela esbranquiçada pelo filtro noturno da câmera; os diálogos e os desabafos suspirantes de problemática banal; o desfile de mexericos, mesquinharia e vaidades chulas e até os desbundes comportadinhos nas festinhas da casa – tudo isso, querem os diretores do programa – é o máximo de inteligência que o Homer Simpson tupiniquim consegue absorver. Se fizermos uma experiência, suprimindo as imagens, mantendo somente o som dos diálogos, vamos ter a real dimensão de quanto besteirol a Globo transmitiu durante os intermináveis três meses do programa. (E o mais surreal é que a emissora vendeu “pacotes” para o público interessado em vigiar, 24 horas por dia, “a casa mais vigiada do Brasil”! E se vende é porque tem freguês…)


Inacreditável ainda, é que toda a mídia, ou quase toda, acompanhou esse show de baboseiras. Além das tradicionais publicações fofoqueiras da vida de famosos das novelas globais, os principais portais da Internet deram a matéria à exaustão. Pesquisas de opinião sobre esse ou aquele brother, votações, fotos, vídeos, etc. O BBB esteve no mesmo nível de hierarquia, nas manchetes, que estiveram os principais acontecimentos nacionais e internacionais. Até as outras emissoras (!!!) dedicaram horas ao programa, desfilando fotos e debates boateiros entre seus apresentadores. É bem provável (por que não?) que esses programas tenham sido financiados pela própria Globo.


Enquanto o BBB recebeu 43 milhões de ligações em uma só noite, que renderam algo como R$ 20 milhões, o Criança Esperança (2011) arrecadou R$ 10 milhões durante um mês inteiro!


Então, para o telespectador, a baboseira de saradinhos e gostosinhas disputando R$ 1,5 milhão na casa, vale mais que a solidariedade com crianças carentes. É claro que esse tipo de público, tão facilmente seduzido pelo BBB, tem poder aquisitivo. Mas não tem obrigação de jogar suas moedas para as crianças carentes. Por mais que o Renato Aragão se esforce em agradá-lo. E olha que ao lado de Aragão desfilam artistas do primeiro escalão! Mas o público prefere o fuxico mesquinho dos sarados anônimos ao lamento desgraçado dos filhos que não são seus. E mesmo que sua consciência pese ao dar dinheiro para a Rede Globo, tem o argumento irrefutável do “é meu e eu dou pra quem eu quiser”. No que tem plena razão – já que sente que é papel do Estado, e não seu, socorrer as vítimas da desigualdade social.


Os patrocinadores do BBB devem achar tudo uma grande bobagem. Mas anunciam do mesmo jeito. Afinal, se tantos telespectadores sustentam a audiência do programa, pouco importa para o anunciante o conteúdo. O que vale mesmo é veicular seu anúncio em horário nobre. E isso quer dizer, em números, algo como R$ 300 mil por uma inserção! Ou seja, num só intervalo do BBB a Globo recebe facilmente R$ 3 milhões. Sem contar as dezenas de formas de faturamento que o programa tem. Como por exemplo, os valores do merchandising nas “atividades lúdicas” entre os brothers.


A máquina azeitada de vendas não tem limites. O brother, eliminado ou não, tem contrato assinado com a Globo para diversas participações na grade de programação e, ao que parece, está proibido de frequentar qualquer outra emissora até data previamente estipulada. Mas a eliminação nem sempre representa derrota. Ao menos para as mulheres. Selecionadas entre os inscritos, muito mais pela bunda promi$$ora, saem da casa com um pé e entram com o outro em estúdio fotográfico onde são “iniciadas” na carreira de modelo erótica.


Pelos números da audiência, pela repercussão na mídia, por trocar a convivência e o diálogo familiares pela digestão passiva de um evento tão medíocre, pela lei do menor esforço intelectual e pelo que virá, temos aqui que fazer justiça: a Globo faz a sua parte. Mas o grande responsável pelo êxito indiscutível do BBB é o telespectador. O sábio telespectador. Atencioso, receptivo, herói incansável na busca pela “qualidade”; o telespectador que deixa uma mensagem clara e definitiva: com a ajuda de todos os meios de comunicação, cada vidiota tem a programação de TV que merece. (Mesmo tendo um controle remoto à mão…).



Silvio Tendler: 'Forças conservadoras continuam mandando no Brasil'


Silvio Tendler: 'Forças conservadoras continuam mandando no Brasil'
           
São Paulo – Em 1981, o documentarista Silvio Tendler perdeu uma cena do documentário “O Mundo Mágico dos Trapalhões”, que levou 1,8 milhão de pessoas ao cinema. Nela, o escritor e desenhista Millôr Fernandes declarava que o quarteto Didi, Dedé, Mussum e Zacarias só não era tão engraçado quanto os ministros do então presidente e general João Figueiredo. Três anos depois, mais um filme dele, “Jango”, sobre o ex-presidente João Goulart, também era censurado. Uma das várias vítimas do regime militar no Brasil, o cineasta acaba de gravar um vídeo em defesa de uma manifestação contrária às comemorações realizadas pelos militares esta semana no Rio de Janeiro (RJ).


Durante todo o regime militar, a produção cinematográfica brasileira atravessou diferentes fases. Quando ela foi implantada, em 1964, o Brasil era marcado pelos filmes de Nelson Pereira dos Santos, que sofriam influência do neorrealismo italiano, como “Rio Zona Norte” (1955) e “Rio Quarenta Graus” (1957). Em seguida, surgiu o Cinema Novo, com uma nova estética cinematográfica e que foi instaurado com o filme de episódios “Cinco Vezes Favela”, dirigido por Marcos Faria, Miguel Borges, Cacá Diegues, Joaquim Pedro de Andrade e Leon Hirszman.


O cineasta baiano Glauber Rocha também foi bastante crítico ao regime militar em filmes, caso de “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1963) e “Terra em Transe” (1967), ambos indicados a Palma de Ouro, no Festival de Cannes, na França. Praticamente na mesma época, em 1968, o catarinense Rogério Sganzerla instaurava o “cinema udigrudi” com “O Bandido da Luz Vermelha”. O estilo foi praticado por outros realizadores, como Julio Bressane, e invadiu a década de 1970, dominada também por grandes produções, como “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976), de Bruno Barreto; e o denominado cinema da Boca do Lixo, do centro de São Paulo. Todos de algum modo incomodaram o regime militar e precisaram de certificado da censura para poderem ser exibidos.


O mesmo aconteceu com os filmes de Silvio Tendler, entre os quais destacam-se a trilogia sobre os ex-presidentes Juscelino Kubitschek, João Goulart e Tancredo Neves; “O Mundo Mágico dos Trapalhões”, “Glauber, O Filme – Labirinto do Brasil”, “Utopia e Barbárie” e “Encontro com Milton Santos ou O Mundo Global Visto do Lado de Cá”, que ganhou o Prêmio de Melhor Filme do Júri Popular no Festival de Brasília de 2006.


Com tantos títulos no currículo, o cineasta lamenta o fato de que, 27 anos após o término do regime militar, ainda reste tanto a ser superado. “O Brasil é um dos poucos países no mundo onde não houve uma Comissão da Verdade e torturadores e canalhas continuam em liberdade. Cometeram os crimes e ficou por isso mesmo. E muitas das vítimas até hoje não foram encontradas. O Brasil ainda tem que acertar os ponteiros com a sua história. A gente não pode continuar prisioneiro do passado”, explica.
Leia a seguir a entrevista completa com Silvio Tendler.


Por que o senhor resolveu participar da manifestação contra as comemorações do aniversário do golpe?


Em primeiro lugar, estranho seria não participar. Participar é normal e uma coisa lógica para uma militância contra a ditadura. Em segundo lugar, eu acho que a ditadura militar no Brasil foi um atraso de muitos anos para o país, para a cultura e para a política. Eu até hoje combato com todas as forças qualquer tentativa que seja favorável a ela.


Essa manifestação trará resultados?


Terá uma grande mobilização, muito maior do que a esperada. Eu acho que esse movimento pode se considerar já vitorioso.


Ainda é possível encontrar reflexos desse regime militar no Brasil e nós conseguimos superar todos os nossos fantasmas?


Eu acho que a gente superou muito pouco. O Brasil é um dos poucos países no mundo onde não houve uma Comissão da Verdade e torturadores e canalhas continuam em liberdade. Cometeram os crimes e ficou por isso mesmo. E muitas das vítimas até hoje não foram encontradas. O Brasil ainda tem que acertar os ponteiros com a sua história. A gente não pode continuar prisioneiro do passado.


Como foi a relação do senhor com a censura federal e com o regime militar? E o senhor correu riscos de exílio ou de censura?


Eu tive de ficar clandestino numa época, mas consegui escapar, graças a Deus. E tive filmes censurados pela ditadura, como “Jango”, por exemplo. A relação com os censores era a pior possível. Na verdade, a gente teve que encher o saco da ditadura também.


Você acredita que o cinema daquele período foi prejudicado e, de algum modo, projetos inovadores e importantes foram abortados?


Tudo foi prejudicado – cinema, teatro, tudo que era relacionado à arte, tinha de explicar para a censura. Jornais tinham de ser reescritos, piadas refeitas, porque imbecis determinavam o que a gente poderia falar ou não.


O senhor lembra de algum exemplo de censura contigo?


Eu me lembro que, no filme que eu fiz sobre os Trapalhões, e o Millôr Fernandes dizia que só não achava os Trapalhões tão engraçados quanto o ministério Figueiredo e essa parte foi cortada.


Em função da ditadura, também havia uma autocensura por parte dos artistas? E por que a arte incomodava tanto?


A arte incomodava, porque era a grande força de resistência à ditadura. Enquanto toda a sociedade estava aprisionada e os partidos políticos tinham seus parlamentares cassados, os artistas e os jornalistas foram prejudicados também.


O grosso da população entendia o que estava acontecendo?


A ditadura nunca foi vitoriosa pelo voto. Prova é a eleição de 1974. O MDB fez a maior parte dos senadores do Brasil.


O senhor acredita que as novas gerações sabem exatamente o que foi a ditadura?


As novas gerações sabem pouco, Poderiam saber bem mais. Ainda há forças conservadoras que mandam nesse país e controlam a educação, a informação e a cultura.

Ator da Globo, filiado ao PPS, também tomou banho na cachoeira da corrupção

PPS quer explicação de Stepan Nercessian por ligação com Cachoeira

 

O PPS afirmou neste sábado (31) que vai pedir explicações do deputado federal e ator Stepan Nercessian (PPS-RJ), por ter recebido R$ 175 mil no ano passado do empresário Carlinhos Cachoeira, acusado de chefiar uma quadrilha que explorava o jogo ilegal.

 
O deputado terá que se explicar na Comissão de Ética do partido. Ele já pediu afastamento das funções de direção na sigla.

Stepan admitiu à Folha que recebeu o dinheiro, após ser informado de que as transações aparecem em grampos da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que levou à prisão de Cachoeira.


O valor de R$ 160 mil, segundo ele, seria usado na compra de um apartamento no Rio. O deputado devolveu o dinheiro, de acordo com extrato enviado à reportagem.


"Estava fazendo o empréstimo [com um banco para comprar o imóvel] e, na hora 'H', fiquei com medo de não sair o dinheiro e pedi para ele [Cachoeira], para não perder o negócio. Ele é um cara que eu sei que se eu pedisse ele emprestava. Acabou que o empréstimo saiu e não precisei do dinheiro", afirmou.


Stepan disse que é amigo de Cachoeira há muitos anos, já que os dois são de Goiás.


Outros R$ 15 mil, diz, foi usado para comprar ingressos do Carnaval carioca para Cachoeira.


O deputado diz que pode se licenciar. "Qualquer coisa que tenha que fazer, para esclarecer, a primeira coisa que farei é me licenciar. Mesmo eu estando tranquilo, o PPS não merece ser envolvido."


Na operação, a PF levantou conversas de Cachoeira sobre as transações.Folha.

O senador 30% cada vez mais se afoga na cachoeira da corrupção

Gravações revelam favores de senador para empresário

Gravações da Polícia Federal mostram que o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pediu a ajuda ao senador Demóstenes Torres (DEM-GO) para impedir a convocação do empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, para depor numa comissão da Câmara, em maio do ano passado.


 
A Delta cresceu nos últimos anos fazendo negócios com o governo federal e vários Estados e Cachoeira tinha interesse em promover negócios da construtora com o governo de Goiás, de acordo com a investigação da PF


 
As investigações da PF indicam que o senador usou o cargo para atender pedidos do empresário, preso e investigado por suspeita de explorar ilegalmente jogos de azar.


 
Em conversas divulgadas ontem pelo jornal "O Globo" mostram Demóstenes discutindo com Cachoeira um projeto de lei que transforma em crime a exploração de jogos de azar, nomeações de funcionários do Senado e o andamento de um processo judicial de interesse do empresário em Goiás.



OUTRO LADO

O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, responsável pela defesa do senador, afirmou à Folha que não vai comentar o teor dos grampos da Polícia Federal. "Ainda não tive acesso a essas gravações."

 
Castro, contudo, voltou a dizer que as gravações não têm valor jurídico e que elas são totalmente nulas.

 
Em nota, a construtora Delta informou que as "áreas de relacionamento institucional da empresa e o presidente do Conselho de Administração do Grupo Delta, Fernando Cavendish, desconhecem o teor, a motivação e a natureza do diálogo".

 
Ontem, a Folha procurou o advogado Márcio Thomaz Bastos, defensor do empresário Carlinhos Cachoeira. Ele afirmou que preferia não se manifestar.

Leia a reportagem completa na Folha deste sábado, que já está nas bancas.

José Serra, a âncora


O mais impressionante das prévias do PSDB em São Paulo não foi a vitória apertada de José Serra, embora os magros 52,1% tenham causado muxoxos de analistas políticos que apostavam em um desempenho deslumbrante de quem foi presidenciável duas vezes, governador, prefeito e “o melhor ministro da Saúde” da história do Brasil, como ainda repetem os serristas. E de quem tinha o apoio irrestrito dos caciques partidários: do governador Geraldo Alckmin e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à avassaladora maioria das bancadas de deputados federais e estaduais.


Para os fundadores da legenda, realmente doloroso é constatar mais uma vez que sua verdadeira (ou talvez única) base de apoio social se resuma aos meios de comunicação. E talvez nem este segmento se mostre mais tão entusiasmado. Na terça-feira 27, em editorial, o Estado de S. Paulo não escondeu sua irritação: “O segundo resultado constrangedor (das prévias) foi a própria vitória de Serra (…) tal desfecho foi a proverbial vitória de Pirro, sem tirar nem pôr”.

Dos cerca de 20 mil militantes aptos a votar, pouco mais de 6 mil exerceram o direito no domingo 25. Desse minúsculo grupo, que passou sete meses embalado pela crença em um átimo de democracia e revitalização interna, até tomar o banho frio da “imposição” na disputa do nome do ex-governador, Serra amealhou 3,2 mil votos. Em segundo lugar ficou o secretário estadual de Energia, José Aníbal, com 31,2% do eleitorado. Ricardo Trípoli somou 16,7%.


A etiqueta nesses momentos exige a troca de afagos e discursos de louvor à união partidária. Não foi diferente. O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, afirmou que o partido saía “fortalecido” das prévias. Aníbal e Trípoli prometeram empenho total na campanha à prefeitura, apesar da derrota para um oponente a favor do qual a burocracia interna manipulou as prévias – e a despeito da visão de mundo que os separa irremediavelmente. Antes das urnas abertas, não se via tanta cordialidade. Correligionários dos candidatos derrotados espalhavam a história de que militantes tucanos com cargos em subprefeituras da capital teriam sido coagidos a votar no ex-governador, sob a ameaça de perder seus empregos. Como em pleitos interioranos, não faltaram o transporte gratuito e o vale-alimentação para estimular a “militância”.


Serra exaltou as prévias e anunciou a pretensão de buscar alianças entre o que chamou de “esquerdas democráticas”. Citava em especial três legendas: PDT, PCdoB e PSB. Desses, talvez o mais propenso a embarcar na candidatura tucana seja o PDT. No Vermelho, seu site oficial, o PCdoB rechaçou a possibilidade.


Os comunistas têm tido desavenças crescentes com o PT: reclamam da “voracidade” e da “arrogância” da legenda. Ressentem-se, em especial, do fato de os petistas resistirem em apoiar a deputada federal Manuela D’Ávila na disputa pela prefeitura de Porto Alegre. Na terça-feira 27, a primeira pesquisa pública de intenções de voto mostrou um empate técnico entre D’Ávila e o atual prefeito da capital gaúcha, José Fortunati, do PDT. A parlamentar tem 31,3% ante 33,5% do pedetista. Adão Villaverde, do PT, aparece em terceiro, com 10%. O petista, vê-se, terá peso no desenrolar da eleição. Mesmo assim, as divergências nacionais não parecem suficientes para comprometer uma provável aliança em São Paulo.


O PSB integra o governo Alckmin, sua principal liderança paulista, Márcio França, defende uma coalizão com os tucanos, mas o presidente nacional da agremiação, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disse não haver possibilidade de apoio a Serra. Na segunda-feira 26, durante um encontro com Lula, do qual participaram também o presidente do PT, Rui Falcão, e o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, Campos reafirmou a intenção de formalizar uma aliança com Fernando Haddad.


Segundo fontes petistas, Lula teria se irritado com o fato de Campos forçar mudanças no acerto. Antes da entrada de Serra na disputa, o governador pernambucano teria prometido apoio incondicional a Haddad. Agora, a conversa seria outra. Incomodado com a indecisão petista em várias cidades, o PSB cobra respostas rápidas. Em Belo Horizonte, por exemplo, o PT topou apoiar a reeleição de Márcio Lacerda desde que o PSDB não integre a aliança formal. O problema é que Lacerda se elegeu em 2008, apoiado por tucanos e petistas após o célebre acordo entre Aécio Neves e Fernando Pimentel. O PT reluta ainda em apoiar Jonas Donizette em Campinas (a tendência é o partido lançar Marcio Pochmann, atual presidente do Ipea) e ainda não definiu seu candidato no Recife.


Campos tem, em contrapartida, postergado uma definição a respeito de São Paulo. Na mesma semana do encontro com Lula, em passagem por Brasília, o governador de Pernambuco listou entre as alternativas do PSB o lançamento de candidatura própria em São Paulo. Como argumenta um experiente observador do ambiente eleitoral brasileiro, o momento é de cada um valorizar seu passe. Todos os partidos alegam ter nomes “competitivos”. O tempo de vida desse discurso é curto: até maio ou junho, os campos da disputa estarão definidos.


Com 30% de intenções de voto, Serra acena a esmo, mas sabe ter poucas chances de atrair outros partidos além dos velhos aliados PPS e DEM e do PSD do prefeito Gilberto Kassab, que lhe devota lealdade absoluta. Terminadas as prévias tucanas, voltou a circular o nome do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, hoje no PSD, para vice do ex-governador. Meirelles chegou a ser cogitado para a mesma posição na chapa de Haddad, quando Kassab negociava com o PT. O ex-banqueiro não deve agregar novos votos à chapa encabeçada pelo PSDB, mas será essencial para atrair financiadores da campanha.


Haddad, por seu lado, continua preso à areia movediça. Está estagnado nos 3% das intenções de voto e não consegue criar nenhum fato que o impulsione. Para piorar, o PT perdeu o tempo de tevê a que teria direito no primeiro semestre. O partido foi punido pelo Tribunal Superior Eleitoral, por campanha antecipada a favor de Dilma Rousseff em 2010. O horário gratuito seria uma boa chance de apresentar um candidato ainda desconhecido pela maioria da população. Sua esperança é a recuperação de Lula, seu maior cabo eleitoral. Na quarta 28, o Hospital Sírio-Libanês anunciou o desaparecimento dos tumores na garganta do ex-presidente, que no mesmo dia postou uma mensagem em seu portal na internet para anunciar o desejo de voltar em breve à ação política.


Já Gabriel Chalita, do PMDB, com 7% nas pesquisas, aproveita o tempo para reforçar seus contatos com empresários, grupos religiosos e a classe média tradicional. Chalita e Haddad selaram um pacto de não agressão no primeiro turno e o peemedebista concentra suas críticas em Serra, a quem chama de “vingativo” e atribui a intenção de novamente abandonar a prefeitura no meio do mandato, desta vez a favor de sua eterna obsessão: alcançar a Presidência da República em 2014.Sérgio Lírio, CartaCapital

Reinaldo Azevedo é um merda e Policarpo é um jornalista safado vendido à Cachoeira



Escalado para defender uma revista acuada, blogueiro tenta vencer debate latindo mais alto; não, Reinaldo, Veja ainda não se explicou sobre as relações da revista com um dos maiores contraventores do País e a gênese dos seus escândalos

O blogueiro Reinaldo Azevedo, que escreve como poucos no Brasil, publicou um de seus piores textos neste sábado. Em vez de debater com ideias e argumentos, pretendeu defender a casa à qual presta seus serviços latindo mais alto.

"Policarpo é foda", au, au.

"Policarpo é foda", uh, uh.

"Policarpo é foda", grrrrr.

Na essência, Reinaldo afirma que jornalistas investigativos levantam suas informações no submundo e que poucos fazem isso tão bem quanto Policarpo Júnior, redator-chefe da publicação. Segundo Reinaldo, Policarpo é também responsável por metade da faxina ética do governo Dilma e que, graças às suas reportagens, o Brasil economizou alguns milhões.
Deveríamos, portanto, condecorá-lo.


 
Não é bem assim, Reinaldo.

 
Antes de atender ao interesse público, as reportagens vinculadas a Carlinhos Cachoeira atendiam ao interesse do próprio Carlinhos Cachoeira. Conforme publicamos aqui, o bicheiro poderia ter sido preso em 2004 se Veja não tivesse tentado tumultuar uma CPI da Assembleia Estadual do Rio de Janeiro, numa reportagem em que o bicheiro era tratado como "empresário de jogos" e os deputados como chantagistas (leia mais aqui).

 
Tivesse ele sido preso lá atrás, muita arapongagem fajuta teria sido evitada.
No escândalo dos Correios, Cachoeira também tinha uma agenda oculta. Queria fazer de Demóstenes Torres Secretário Nacional de Segurança Pública (leia mais aqui).


Se essa conexão entre o crime e a maior revista semanal do País é tão saudável, e contribui até para que a presidente Dilma Rousseff faça sua faxina, deveríamos soltar Cachoeira e dar a ele o comando da Polícia Federal.

Caia na real, Reinaldo: Veja não atuou a serviço do País; atuou a serviço do bicheiro.


Leia, abaixo, o texto do rottweiller da Editora Abril:


Cachoeira gravado pela PF: "O Policarpo nunca vai ser nosso! O Policarpo é nosso!" Na mosca


Por Reinaldo Azevedo

O maior prazer do pervertido é assistir à queda de um puro. A frase — talvez literal; não vou parar para consultar agora — está no livro “Se o Grão Não Morre”, autobiografia do escritor francês André Gide. Naquele caso, aconteceu. Neste outro, de que trato, os pervertidos estão tentando se lambuzar na suposta queda alheia. Mas perderam o tempo e a viagem.

 
Há alguns dias, Policarpo Júnior, um dos redatores-chefes da VEJA e comandante da sucursal da revista em Brasília, vem sendo vítima de uma campanha asquerosa, movida por bandidos. Seus acusadores são notórios ladrões de dinheiro público, escroques envolvidos com o submundo da espionagem — eles, sim, flagrados em investigações da Polícia Federal —, notórios mamadores das tetas do oficialismo. Não têm biografia, mas folha corrida. Estão associados ao submundo do crime para tentar melar o processo do mensalão. Trabalham a serviço de um notório chefe de quadrilha. Essa escória, no entanto, poderia estar falando a verdade, claro… Mas não está! E são as próprias gravações feitas pela Polícia Federal a prová-lo.

Há dias a rede suja da Internet repete a mentira grotesca de que Policarpo teria sido “pego” pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo. O chefe da Sucursal da VEJA em Brasília falou, sim, com Cachoeira e seus “auxiliares” muitas vezes. Ele e quase todos os jornalistas investigativos de Brasília. Em todas elas, estava em busca de informações que resultaram em reportagens que, de fato, derrubaram muita gente. Ousaria dizer que muitos milhões, talvez bilhões, de dinheiro público deixaram de sumir pelo ralo da corrupção em razão do trabalho de Policarpo.
Já escrevi aqui e repito uma obviedade, que é do conhecimento de todo e qualquer jornalista investigativo: não é nos conventos e nos mosteiros que se colhem informações sobe o submundo da capital — e do país. Um jornalista investigativo é obrigado a transitar em áreas muito pouco salubres. MAS ATENÇÃO! O HONESTO, A EXEMPLO DE POLICARPO, TRANSITA, COLHE A INFORMAÇÃO E NÃO SE SUJA. O desonesto se torna funcionário de banqueiro bandido, do espião, do malfeitor. Nao resiste à tentação.

É claro que Policarpo foi fazendo alguns inimigos ao longo dos anos. Todos aqueles que perderam o emprego em razão de suas reportagens — sempre irrespondíveis — e todos aqueles que tiveram interesses contrariados gostariam de lhe arrancar o fígado. Há tempos ele está “jurado” por tipos que podem ser chamados, sem exagero, de representantes do crime organizado. A melhor defesa de Policarpo é a qualidade de seu trabalho. Todos vocês sabem que ele responde por mais da metade do que a imprensa acabou chamando “faxina de Dilma”. Prestou um serviço ao país e, de certo modo, até ao governo. Já escrevi aqui que o crescimento da popularidade da governanta não se deve à qualidade do seu governo, que considero medíocre, mas à demissão dos que foram pegos com a boca na botija. Pegos por Policarpo! Dilma não demitiu auxiliares, suponho, porque as falcatruas apontadas por VEJA eram falsas, certo?


A qualidade do trabalho de Policarpo (des)qualifica seus acusadores. Uma longa conversa de Cachoeira, no entanto, com um de seus auxiliares — o ex-agente da Abin Jairo Martins — é, como direi?, de uma eloquência que deixará os acusadores de Policarpo a roer os cotovelos do ressentimento, do ódio e da vigarice. Mas continuarão na sua sanha desmoralizada porque são pagos pra isso. Reproduzo trechos. Volto em seguida:


Cachoeira - O Policarpo, você conhece muito bem ele. Ele não faz favor pra ninguém e muito menos pra você. Não se iluda, não (…) Os grandes furos do Policarpo fomos nós que demos, rapaz (…) Ele não vai fazer nada procê.


Jairo - É, não, isso é verdade aí.

Cachoeira - Limpando esse Brasil, rapaz, fazendo um bem do caralho por Brasil, essa corrupção aí. Quantos já foram, rapaz!? E tudo via Policarpo. Agora, não é bom você falar isso com o Policarpo, não, sabe? Você tem que afastar dele e a barriga dele doer, sabe? Tem que ter a troca, ô Jairo. Nunca cobramos a troca.KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK. CACHOEIRA FALANDO EM LIMPAR O BRASIL.SÓ UM SER DEMENTE ACREDITA NUMA COISA DESSAS.CACHOEIRA, NA VERDADE, DEVE SER ACOSTUMADO A LIMPAR O CU IMUNDO DE REINALDO AZEVEDO.


 
Jairo - Isso é verdade.

Cachoeira - E fala pra ele (…) eu ganho algum centavo seu, Policarpo? Não ganho (…) Nós temos de ter jornalista na mão, ô Jairo! Nós temos que ter jornalista. O Policarpo nunca vai ser nosso…
Jairo - É, não tem não, não tem não. Ele não tem mesmo não. Ele é foda!


Voltei


 
Se tiverem paciência, ouçam a conversa inteira na VEJA Online. Cachoeira e Jairo estão reclamando de Policarpo porque lhe passaram informações para chegar a alguns ladrões de dinheiro público — alguém aí acha que foram os santos que derrubaram José Roberto Arruda? —, mas Policarpo não lhes deu nada em troca. Não os poupou nem mesmo do noticiário.

É isso aí! Policarpo jamais será “deles” ou “um deles”. Foi a sucursal de Brasília da VEJA que desbaratou o bunker formado em 2010 para produzir mais um falso dossiê contra José Serra, lembram-se? Era aquele grupo comandado por Luiz Lanzetta, que estava sob a chefia do agora ministro Fernando Pimentel (investigado pela Comissão de Ética, diga-se), aquele que fazia visitinhas a Zé Dirceu em quartos de hotel. Uma das pessoas que estavam trabalhando para o grupo era justamente Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, que pertence ao esquema de Cachoeira. Policarpo faz jornalismo, não negócio.

A Polícia Federal flagrou Policarpo, sim! Flagrou-o trabalhando honestamente! Os ladrões e os serviçais dos ladrões não se conformam que VEJA tenha colaborado de maneira decisiva para limpar uma parte ao menos da sujeira de Brasília. Falta certamente muita coisa. O país e o jornalismo podem contar com Policarpo. Continuará a submeter o mundo e o submundo da capital federal e do país a seu — e ao de sua equipe — severíssimo escrutínio. Buscará a informação onde ela estiver. E, assim, continuará a proteger os cofres públicos da ação de larápios.

E fará isso por uma razão simples: Policarpo nunca vai ser deles! Policarpo é foda!

Da redação, com informações do Brasil 247

sexta-feira, 30 de março de 2012

Demóstenes, o traficante de influência

Kotscho:"Falar com Lula faz bem para o coração e a alma"


"Lula sempre viveu de desafios, de remar contra a maré, contrariar o senso comum, mirar o impossível. Falar com ele faz bem para o coração e a alma, ainda mais num dia em que mais uma vez ele sai vencedor de uma dura batalha," diz o jornalista Ricardo Kotscho, que relata diálogo particular com o ex-presidente Lula no dia que os médicos anunciaram o desaparecimento do seu tumor na laringe.

Já passava das nove da noite quando o telefone tocou. Era o Sandro, filho do Lula: “Meu pai quer falar com você”. Antes dele, entrou na linha a amiga Marisa para reclamar que eu não tinha ligado, e ficamos um tempão conversando, enquanto o ex-presidente falava em outra linha.

Claro que eu já sabia da bela notícia de que o tumor na laringe de Lula tinha desaparecido, mas eles queriam me contar. Somos amigos faz mais de trinta anos. “Por que você não ligou pra nós?”, cobrou Marisa, que sempre cuidou de mim nas muitas viagens que fizemos juntos ao longo da vida.

Lula tinha acabado de aparecer nos telejornais falando como Marisa tinha sido importante na sua recuperação. Só ela não viu porque estava atendendo ao telefone que não parava de tocar.

Pois é, não liguei para a casa deles porque imaginei que meio mundo estava fazendo isso e não queria incomodar. Ao ouvir a felicidade de Lula de própria voz, depois dos exames que fez nesta quarta-feira, fiquei emocionado como eles e me lembrei dos muitos momentos difíceis que passamos juntos nas campanhas eleitorais e no governo.

No fim, dá tudo certo, a gente costumava dizer um para o outro nestas horas duras, que não foram poucas, desde que Lula trocou a pacata vida de operário pela de líder político.

Deu certo mais uma vez. Aos muitos amigos comuns que me ligaram nos últimos dias e semanas para saber como estava o Lula, posso garantir, independentemente de boletins médicos, que o astral dele está muito bom e que não vê a hora de voltar à vida política.

Me perguntou o que achei e contou que ficou contente com o encontro que teve na véspera com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Eles são adversários políticos, mas nunca deixaram de ser amigos, ainda mais nestas horas.

Lula ainda precisa de alguns dias para recuperar a força e a voz que perdeu por causa do tratamento de radioterapia, mas agora falta pouco, e ele não vê a hora de entrar com tudo nas campanhas do PT, principalmente na de São Paulo, que virou seu grande desafio.

O amigo ex-presidente sempre viveu de desafios, de remar contra a maré, contrariar o senso comum, mirar o impossível. Falar com ele faz bem para o coração e a alma, ainda mais num dia em que mais uma vez Lula sai vencedor de uma dura batalha.

Fiquei na dúvida se deveria escrever aqui no Balaio sobre essa nossa conversa, mas não queria deixar de dividir com todos os leitores a alegria que sinto por ter falado agora há pouco com esta grande figura num dia tão importante na vida dele e, com certeza, na de todos nós, brasileiros, que acreditamos no Brasil.

Valeu, amigo Lula, bola pra frente, vida que segue.

Mansão da corrupção

Mansão amplia elo entre Marconi e Cachoeira

Mansão amplia elo entre Marconi e Cachoeira


Empresário Valter Paulo Santiago (à esq.), que comprou casa do governador de Goiás no ano passado, recebe verbas estaduais na forma de bolsas de estudo para Faculdade Padrão; ali vivia Cachoeira, que ali foi preso pela Operação Monte Carlo; declaração de bens de Marconi registra valor inferior em R$ 1 milhão ao que ele mesmo divulgou sobre o negócio


Marco Damiani _Brasil 247 – O governador de Goiás, Marconi Perillo, acaba de se aproximar ainda mais do círculo de fogo das relações perigosas do contraventor Carlinhos Cachoeira dentro de seu Estado. Já se sabia que a casa em que Cachoeira foi preso pela Operação Monte Carlos, no condomínio Alphaville Ipês, em Goiânia, pertencera, até o ano passado, ao próprio Marconi. Ele a vendeu ao empresário Valter Paulo Santiago, dono da Faculdade Padrão. A novidade está na revelação, agora, por 247, de que a instituição pertencente a Santiago é uma das beneficiárias do programa estadual de concessão de bolsas de estudos pelo programa Bolsa Universitária (abaixo, mensagem do empresário Santiago, postada no site da faculdade, na qual incentiva os alunos a aderirem ao benefício concedido pela gestão de Marconi).


O governador declarou que não conhecia Santiago, tendo apenas recebido três cheques, no momento do fechamento do negócio, sem a presença do comprador, totalizando R$ 1,4 milhão. Santiago, porém, foi contemplado pelo próprio governador, em 2006, com o título de comendador de Goiás, durante seu segundo mandato no Estado. Além disso, na declaração de bens e rendimentos de Marconi consta o valor de R$ 417 mil, e não R$ 1,4 milhão, como o que foi recebido pela venda. O negócio foi intermediado por Vladimir Garcez, ex-governador e antigo auxiliar de Cachoeira, também preso pela Operação Monte Carlo. Ele foi o corretor. A mansão foi repassada por Santiago a Cachoeira, que ali foi preso.


BOLSA UNIVERSITÁRIA: Oportunidade aos profissionais do Futuro.


O programa Bolsa Universitária existe desde 1999, período em que coincide com o início de minha experiência como mantenedor da Faculdade Padrão. Em 2000, aderia a iniciativa do então governador Marconi Perillo, que administrada pela Oraganização das Voluntárias de Goiás ( OVG), beneficia jovens que sonham em fazer um curso superior por meio de desconto nas mensalidades.


Esta semana, estive presente na solenidade que divulgou o nome dos 10 mil novos beneficiados pelo programa. Como gestor de uma instituição de Ensino Superior, sou parceiro deste projeto, pois acredito nos sonhos de jovens que buscam garantir um futuro de profisissional e pessoal de sucesso.


Acredito que o aluno bolsista recebe do governo estadual não só o beneficio financeiro do desconto na mensalidade, mas também a oportunidade de praticar ações de cidadania, como contrapartida de sua bolsa.


Vejo de forma positiva o cumprimento das horas com trabalho voluntário nas instituições cadastradas nas áreas: social, administrativa, jurídica, educacional, esportiva e de saúde. Para o bolsista, é uma grande oportunidade de colocar seus conhecimentos em prática, além de adquirir experiencia no mercado de trabalho.


O estudante, também, é m,otivado a se doar para ajudar seu próximo a se doar para ajudar seu próximo, por meio cadastro para doação de sangue e da medula osséa, coletados nos hospitais cadastrados no programa. Para mim, estas iniciativas demonstram a preocupação do Estado em forma cidadãos para o futuro, por meio da educação com formação acadêmica e humanistica, simultaneamente.


(WALTER PAULO SANTIAGO, PROFESSOR, MANTENEDOR DA FACULDADE PADRÃO

Veja já defende Cachoeira desde 2004

Veja já defende Cachoeira desde 2004

Antes mesmo do mensalão, Policarpo Júnior já atuava em sintonia com Carlinhos Cachoeira, a quem chamava de "empresário de jogos" na revista; filmes gravados ilegalmente foram usados à época contra deputados do Rio; na Monte Carlo, há 200 ligações entre eles



Brasil 247 – A parceria entre o jornalista Policarpo Junior, editor-chefe e diretor da sucursal da revista Veja em Brasília, e o contraventor Carlinhos Cachoeira é anterior e vai além dos 200 telefonemas entre eles, grampeados pela Polícia Federal, feitos no período de 2008 a 2010. Sob o título de Sujeira para Todo Lado, reportagem assinada por Policarpo em 3 de novembro de 2004, na edição 1.878, teve como efeito prático criar um clima político adverso à prisão de Carlos Cachoeira, cujo pedido neste sentido havia sido feito pela unanimidade dos 58 deputados estaduais do Rio de Janeiro. Eles aprovaram o relatório final da CPI da Loterj, mas a reportagem de Veja, feita com base em conversas gravadas por auxiliares de Cachoeira entre eles próprios e o então deputado federal pelo Rio de janeiro André Luiz, trata de cercar de suspeitas a atuação da própria Comissão. No texto se diz que Cachoeira só teve seu pedido de prisão requerido porque foi vítima de extorsão e se recusou a pagar R$ 4 milhões para sossegar os ânimos dos deputados estaduais. Uma vítima, portanto, e não um réu, como era o caso.


O então repórter Policarpo Junior chegou a essa conclusão de inversão do papel do “empresário de jogos” a partir da escuta de fitas gravadas cladestinamente por auxiliares do próprio Cachoeira, que “sugerem que André Luis agia em nome de um grupo de deputados. Um deles era Jorge Piciani, presidente da Assembléia Legislativa”, como está no texto de Veja. Não pareceu importante, ao jornalista, registrar que o nome de Piciani sequer fora citado em qualquer das conversas gravadas ilegalmente. Igualmente não adiantou o então presidente da Alerj responder à Veja que “se alguém tentou vender alguma facilidade, entendo que é bandido com bandido”. Mais forte que qualquer apuração, a tese da reportagem, como se diz no jargão interno de Veja, era a de que “o empresário de jogos Carlos Cachoeira”, como Policarpo o qualificava, era um empresário honesto envolvido num cerco de chantagens. E foi isso o que foi publicado. Sobre as acusações feitas contra Cachoeira na ocasião, nenhuma menção na referida reportagem. Veja teve o cuidado, ao contrário, de levar suas denúncias de tentativa de extorsão contra Cachoeira – cujas provas, repita-se, foram gravadas por auxiliares do mesmo Cachoeira – a reverberar na Câmara dos Deputados. Informado do caso pela revista, o então presidente da Câmara, João Paulo Cunha, comprometeu-se com a abertura de uma sindicância. “No fim do processo, caso comprove a tentativa de extorsão, André Luis pode ser cassado”, escreveu Policarpo. O certo é que, no papel de vítima, Cachoeira não foi preso na ocasião, ao contrário da recomendação da CPI fluminense. Ele só caiu em fevereiro deste ano, quando se soube que, no período imediatamente anterior, havia trocado nada menos que 200 telefonemas com seu interlocutor Policarpo. No ano seguinte à publicação da reportagem sobre a não comprovada tentativa de extorsão sobre Cachoeira, o mesmo Policarpo recebeu do “empresário” a fita que mostrava o diretor dos Correios recebendo propina de R$ 3 mil, fato que deu origem ao que se conhece hoje como escândalo do Mensalão. Não foi coincidência. Foi bom relacionamento.

A corrupção ronda a casa do demo

Em depoimento ao MP, empreiteiro diz que presidente do DEM recebeu R$ 1 mi em dinheiro para campanha de 2010


Agripino Maia é acusado de ter recebido R$ 1 milhão para a campanha de 2010 no RN. O senador, que desde terça-feira (27) é o líder do partido no Senado, nega veementemente a denúncia

O MP-RN (Ministério Público do Rio Grande do Norte) encaminhou à Procuradoria Geral da República um depoimento do empreiteiro potiguar José Gilmar de Carvalho Lopes, no qual ele afirma que o senador e presidente nacional do DEM, José Agripino Maia, teria recebido R$ 1 milhão em dinheiro “vivo” para a campanha de 2010 no Estado. O senador, que desde terça-feira (27) é o líder do partido no Senado, nega veementemente a denúncia.


 O depoimento do empresário --que é dono da construtora Montana, uma das maiores do Rio Grande do Norte-- foi dado em novembro de 2011, durante as investigações de um suposto esquema montado para manter o monopólio indevido nas inspeções ambientais veiculares no Estado, que poderia render R$ 1 bilhão aos acusados. Ao todo, 36 pessoas foram denunciadas e 27 tiveram a denúncia aceita --entre elas o suplente de Agripino Maia-- e se tornaram réus no processo da operação Sinal Fechado. As fraudes teriam sido realizadas com a participação de políticos, ex-governadores e servidores do Detran-RN (Departamento de Trânsito do Rio Grande do Norte).

O depoimento vazou do processo, que corre em segredo de Justiça, e foi publicado por blogs e sites do Rio Grande do Norte nesta quinta-feira (29). À reportagem do UOL, a assessoria de imprensa do MP-RN confirmou a veracidade do depoimento e que o documento foi remetido para a Procuradoria Geral da República, já que o senador tem foro privilegiado, para que decida se uma investigação será aberta ou não. Por sua vez, o MP-RN não soube informar como o documento foi parar na mão de jornalistas potiguares.

No depoimento, Gilmar afirmou que o repasse do R$ 1 milhão --que seria fruto do desvio de recursos públicos do Detran-RN-- teria sido feito pelo advogado George Olímpio, que foi preso e denunciado na operação Sinal Fechado. Além do declarante, uma advogada e dois promotores assinam o documento.

O empresário contou aos promotores que George assegurou que “deu R$ 1 milhão em dinheiro, de forma parcelada, na campanha eleitoral de 2010 a Carlos Augusto Rosado [marido da governadora Rosalba Ciarlini, também do DEM] e José Agripino Maia, e que esta doação foi acertada no sótão do apartamento de José Agripino Maia em Morro Branco [bairro nobre de Natal].”

No depoimento, dado no mesmo dia em que foi detido pela polícia, o empresário deu vários detalhes sobre a suposta distribuição de propina e lucros advindos do valor recolhido do contrato de prestação de serviço de inspeção veicular ambiental do Rio Grande do Norte.

Segundo a denúncia feita pelo MP, após as investigações que resultaram na operação Sinal Fechado, George Olímpio e Gilmar Lopes fariam parte da “organização criminosa” que elaborou e fraudou concorrência pública no Detran-RN para garantir o domínio da inspeção veicular no Estado, contando com a participação de agentes públicos.

Entre os denunciados pelo MP estão os ex-governadores Wilma de Faria e Iberê Ferreira de Souza, ambos do PSB, que são acusados de receber propina da organização criminosa. Para o MP, uma das principais provas foi o depoimento prestado por Gilmar ao MP. Os ex-governadores negam a denúncia. Outro denunciado é o suplente de José Agripino Maia no Senado, João Faustino. Todos já são réus no processo, pois a denúncia contra os 27 acusados foi aceita pela Justiça potiguar.

Sobre o esquema, o MP diz que “tudo bem articulado para que o Consórcio INSPAR se sagrasse, como ocorreu, vitorioso na concorrência em comento, cujo contrato administrativo representava, em volume de recursos, o maior contrato já celebrado pelo Departamento de Trânsito do Estado do Rio Grande do Norte, havendo uma perspectiva de faturamento anual de cerca de R$ 50 milhões de reais, e, portanto, de mais de R$ 1 bilhão nos 20 anos de prazo da concessão”. George Olímpio é citado como um dos três responsáveis pela elaboração do edital de licitação direcionado. Ele também é apontado nas investigações como distribuidor da propina aos agentes públicos do Rio Grande do Norte.

Sob efeito de medicamentos



 
Em nota encaminhada ao UOL, a assessoria do senador José Agripino Maia informou que "de acordo com o advogado criminal José Luiz Carlos de Lima, o empresário Gilmar da Montana, seu cliente, desmentiu o depoimento no qual fez referência à suposta doação a campanha de José Agripino."

Segundo a nota, "o advogado informou que o empresário fez as primeiras afirmações sob efeitos de medicamentos, sem estar acompanhado de um advogado criminal e logo depois de ser preso, o que prejudicou e distorceu o teor das declarações. Segundo José Luiz Carlos de Lima, nos depoimentos seguintes e na defesa preliminar remetida à Justiça, Gilmar negou peremptoriamente ter informação sobre doação para campanha."

A assessoria ainda afirmou que no depoimento vazado, "Gilmar da Montana não acusou diretamente José Agripino ou qualquer pessoa. Apenas disse que tinha ouvido dizer de outro empresário que esse teria feito doações. Ou seja, em nenhum momento o empresário foi testemunha do que acusou e depois se desmentiu."Uol.

Não tem virgem nessa zona chamada DEM

MP pede que José Agripino seja investigado


FÁBIO FABRINI - Agência Estado
O Ministério Público do Rio Grande do Norte enviou à Procuradoria-Geral da República pedido para que investigue o presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN), apontado como beneficiário de pagamentos feitos pela máfia da inspeção veicular em seu Estado. Em depoimento, o empresário José Gilmar de Carvalho Lopes, preso na Operação Sinal Fechado, relatou o suposto repasse de R$ 1 milhão ao parlamentar e a Carlos Augusto Rosado, marido da governadora do RN, Rosalba Ciarlini (DEM).
Segundo a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, Lopes é sócio oculto do advogado George Olímpio, apontado como mentor das fraudes na inspeção veicular e outros projetos do Detran-RN. Nas declarações, de 24 de novembro, mesmo dia das prisões de envolvidos no esquema, ele disse que Olímpio lhe relatou ter feito pagamentos a Agripino e Rosado.

O valor teria sido pago em dinheiro, parcelado, na campanha de 2010, e a negociação teria ocorrido no sótão do apartamento do senador em Natal. Agripino nega ter recebido propina, mas diz que Olímpio esteve no imóvel, interessado em implementar o contrato de inspeção veicular no governo de Rosalba.

Agripino pediu ao grupo Estado que ligasse para o advogado de Lopes, José Luiz Carlos de Lima, que desmentiu o depoimento do cliente. Segundo ele, Lopes estava sob efeito de medicamentos quando fez as acusações. As informações sobre a operação foram enviadas à PGR, que decidirá se há elementos para pedir ao Supremo Tribunal Federal investigação contra o senador.
A Operação Sinal Fechado apurou o desvio de recursos do Detran-RN para empresas de Olímpio e pessoas ligadas a ele. Segundo o MP, políticos receberam vantagens para favorecê-las em licitação e contratos públicos.

Dilma:Brics darão forte mensagem de coesão política no G20


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A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira (30) em Nova Délhi que os países emergentes Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) transmitirão na cúpula do G20, que será realizada em junho no México, uma forte mensagem de coesão política.

"No G20 vamos transmitir uma forte mensagem de coesão política, tanto Brasil e Índia quanto os Brics", afirmou Dilma no encerramento do "Seminário Empresarial Brasil-Índia: uma nova fronteira de oportunidade de negócios", realizado durante sua visita de Estado à maior democracia do mundo.

Dilma também participou na véspera da IV Cúpula dos Brics, que reuniu os presidentes das principais potências emergentes.

"Acreditamos que é imprescindível que os países desenvolvidos tomem medidas efetivas para garantir a recuperação da economia mundial", disse.

No entanto, lembrou que a crise colocou em evidência a "profunda transformação" que o mundo vive e a "importância dos chamados países emergentes e dos Brics, e de Brasil e Índia em particular".

Os Brics responderão neste ano por 56% do crescimento econômico mundial e respondem por um quarto do PIB do planeta.

Esta transformação também mudou os "fluxos de comércio e investimentos internacionais", razão pela qual "as relações entre nós não são apenas vantajosas e produtivas, mas representam uma importante fonte de dinamismo para a economia internacional", concluiu.


Fonte: AFP

Millôr Fernandes:‘A imprensa brasileira sempre foi canalha’

 

Para os jornalistas cínicos que adoram citar a frase de Millôr Fernandes (“jornalismo é de oposição, o resto é armazém de secos e molhados”) sem contextualizá-la ou refletir a respeito (prometo desenvolver o tema em um artigo a ser publicado brevemente), reproduzo trechos da avaliação do próprio sobre a mídia brasileira. Constam de um entrevista posteriormente publicada em livro:


“A imprensa brasileira sempre foi canalha. Eu acredito que se a imprensa brasileira fosse um pouco melhor poderia ter uma influência realmente maravilhosa sobre o País. Acho que uma das grandes culpadas das condições do País, mais do que as forças que o dominam politicamente, é nossa imprensa. Repito, apesar de toda a evolução, nossa imprensa é lamentavelmente ruim. E não quero falar da televisão, que já nasceu pusilânime”.Sérgio Lirio. CartaCapital

Esse é o Serra.Esse é o senador 30%

o triste fim dos falso moralistas



Nada como um dia atrás do outro.


Todos se lembram como essa corja de corrupto, metido a moralista, agiu durante os oito anos do governo Lula.


A CPI do Fim do Mundo foi um prato cheio para vários demotucanos que hoje estão metidos  com corrupção.


Todos caíram em desgraça.


Primeiro, foi Efraim Morais, relator da citada CPI.Descobriu-se que o demo é um dos políticos mais corruptos do Brasil.Efraim agiu com um uma quadrilha que deu, por vários anos, enormes prejuízo aos cofres públicos.

Segundo, foi Marconi Perillo, do PSDB.Esse camarada responde por todos os artigos do Código Penal que tratam dos Crimes Contra  a Administração pública.Desnecessários citá-los aqui, até porque eu teria que nominá-los em uma 10 postagens.

Terceiro, foi Eduardo Azeredo, o pai do Valerioduto.Esse corrupto passou oito anos cobrando honestidade do governo Lula. Só parou porque o Procurador-Geral da República o denunciou no Supremo Tribunal Federal, tendo em vista o grande assalto de recursos públicos verificado no Mensalão de Minas Gerais.

Quarto, foi Heráclito Fortes.A atuação desse sapo cururu em todas as CPIs abertas contra Lula no Congresso Nacional era para arrebentar.O escroque terminou sendo  acusado de usar jatinho de Daniel Dantas.

Quinto, foi Arthur Virgílio.Tido como o grande incendiário na CPI do Fim do Mundo e na dos Correio, Virgílio se envolveu com falcatruas de toda a sorte no Senado Federal.Usou até verbas do Senado par custear despesas médicas de sua mãe, além de pagar a um professor de caratê ou coisa que o valha.

Sexto,  foi Tasso Jereissati.Esse usou e abusou das prerrogativas facultadas a um senador para sangrar Lula. Depois, descobriu-se que o galeguinho dos olhos azuis era parceiro de corrupção do ex-diretor do BNB, o senhor Byron Queiroz.

Sétimo,  foi Sérgio Guerra.Guerra, que vivia tocando fogo no palheiro nas referidas CPIS, foi acusado de pagar estadia da filha para se tratar(Sérgio Guerra) nos EUA.

Oitavo, foi Agripino Maia.O boca de biquara só faltou dar nos depoentes intimados a depor nas CPIS.Só parou de ser agressivo quando Dilma deu um chega-pra-lá nele.Hoje, Agripino é acusado de fazer parte de um esquema de corrupção monstruoso no DETRAN-RN.


Nono, foi Cícero Lucena. Esse não foi muito agressivo, mas fez barulho.Hoje responde criminalmente por prática de corrupção.


Décimo, é a vez de Demóstenes Torres.Esse boçal, arauto da imoralidade está envolvido até à cloaca no esquema corrupto de Carlinhos Cachoeira.



Não tem preço ver todos esses corruptos envolvidos com corrupção.Lugar de bandido é na cadeia!



Que caia o próximo.


A cachoeira da corrupção não para de jorrar

Amigos e amigas, já notaram que o PiG só repercute os malfeitos dos demotucanos quando não dá mais para esconder? Pois é,  só depois de um mês de silêncio é que  o sabujo Josias de Souza, da Folha, comentou o esquema do senador 30%.E mesmo assim sempre arranja um jeito para livrar o meliante.Por exemplo, Josias de Souza não escreveu nada sobre os 30% que Demóstenes recebe de Cachoeira.



 


A cachoeira de grampos que despeja diálogos radioativos sobre a reputação de Demóstenes Torres (DEM-GO) não pára de jorrar. Vieram à luz novas gravações. Revelam indícios de que o senador valeu-se do mandato e do prestígio pessoal para intermediar interesses do contraventor Carlinhos Cachoeira.


De acordo com os elementos colecionados pela Polícia Federal, Demóstenes moveu-se como lobista a pedido de Cachoeira no Judiciário de Goiás, no Congresso e até na Infraero. Os grampos são de 2009.


Foram transcritos no inquérito da Operação Vegas. Essa ação precedeu a Operação Monte Carlo, que levou Cachoeira à prisão no mês passado. Os detalhes ganharam as páginas do Globo.


Num dos diálogos, captado em 22 de junho de 2009, o senador pede que a Cachoeira que pague uma fatura de táxi aéreo da empresa Sete: “Por falar nisso, tem que pagar aquele trem do Voar. Do Voar, não, da Sete, né?”

Cachoeira concorda: “Tá, tu me fala aí. Eu falo com o… com o Vilnei. Quanto foi lá?” Demóstenes declina o preço: “R$ 3 mil”. Na mesma conversa, o contraventor como que cobra sua própria fatura.


“Deixa eu te falar”, diz Cachoeira a Demóstenes. “Aquele negócio tá concluso aí, aquele negócio do desembargador Alan, você lembra? A procuradora entregou aí para ele. Podia dar uma olhada com ele. Você podia dar um pulinho lá para mim?”


O “negócio” a que se referia Cachoeira era um processo judicial. Encontrava-se sobre a mesa do desembargador Alan Sebastião de Sena Conceição, do Tribunal de Justiça de Goiás.


Os autos envolviam um delegado e três agentes da Polícia Civil goiana, lotados na cidade de Anápolis. A tróica era acusada de tortura e extorsão. Após perguntar sobre detalhe do processo, Demóstenes aceita o encargo: “Tá tranquilo. Eu faço.”


Cachoeira, chamado de “professor” pelo senador, já havia conversado sobre o mesmo processo noutros diálogos que mantivera com Demóstenes, tratado pelo contraventor de “doutor”.


Num grampo de 6 de abril de 2009, a voz do “doutor” soa assim: “Fala, professor. Acabei de chegar lá do desembargador. O homem disse que vai olhar o negócio e tal.” Cachoeira pergunta se o julgamento será célere.


E Demóstenes: “Vai julgar rápido. Mandou pegar o papel, já pegou o… negócio lá. Diz que vai fazer o mais rápido possível.” Ouvido, o desembargador Alan Sebastião confirmou que tratou do caso dos policiais goianos.


O magistrado disse não se recordar se recebeu a visita de Demóstenes. Alegou que muita gente vai ao seu gabinete para pedir a análise de processos com “carinho”. Rogou: “Se você for escrever alguma coisa, escreva que meu voto foi pela manutenção da condenação dos policiais.”


Noutro diálogo, recolhido pelas escutas da PF em 22 de abril de 2009, Cachoeira pede a Demóstenes que levante o andamento de um projeto de lei. Fala como se desse uma ordem: “Anota uma lei aí. Você podia dar uma olhada. Ela tá na Câmara: 7.228/2002. PL [projeto de lei].”


O projeto em questão fora apresentado em 2002 por um ex-congressista goiano: Maguito Vilela, do PMDB. Tratava de jogos de azar. Assunto caro a Cachoeira. Demóstenes, de novo, aceita a missão: “Vou levantar agora e te ligo depois”.


Decorridos dois dias, o “professor” cobra uma posição do “doutor”. Cachoeira pede a Demóstenes que converse com Michel Temer (PMDB-SP). Nessa época, o atual vice-presidente da República presidia a Câmara.


Demóstenes compromete-se a ajudar. Diz que tentará fazer com que o projeto chegue ao plenário da Câmara. Algo que não ocorreu. Entre um grampo e outro, o “doutor” alertou ao “professor” que a proposta de Maguito proibia os jogos de azar.


Cachoeira deu de ombros. Disse que, em contrapartida, o projeto regulamentaria as loterias estaduais, um ramo do seu interesse. Demóstenes insistiu: “Regulamenta não”.


O senador informou ao contraventor: “Vou mandar o texto procê. O que tá aprovado lá é o seguinte: ‘transforma em crime qualquer jogo que não tenha autorização’. Então, inclusive, te pega, né? Então vou mandar o texto pra você.”


Solícito, Demóstenes prosseguiu: “Se você quiser votar, tudo bem, eu vou atrás. Agora a única coisa que tem é criminalização, transforma de contravenção em crime, não regulariza nada”.


Cachoeira parecia familiarizado com a proposta: “Não, regulariza, sim, uai.” Ele citou dois incisos do projeto: “Tem a 4-A e a 4-B. Foi votada na Comissão de Constituição e Justiça.” Ouvido, Temer disse jamais ter sido procurado por Demóstenes para tratar de projetos relacionados a jogos.


Nem só de jagatina eram feitos os interesses de Cachoeira. Numa conversa grampeada em 4 de abril de 2009, ele trata com Demóstenes de contratos de informática na Infraero, estatal que gere os aeropostos brasileiros.


Demóstenes não era propriamente alheio ao setor. Atuara como relator de uma CPI constituída para perscrutar as causas do caos aéreo. A certa altura, o senador relata ao contraventor o resultado de um encontro realizado por um intermediário.


“O negócio da Infraero, conversei com a pessoa que teve lá. Disse o seguinte: o nosso amigo marcou um encontro com ele em uma padaria, não sei o quê. E levou o ex-presidente [José Carlos Pereira, da Infraero], cê entendeu? E que aí o trem lá não andou nada. Eles nem sabem o que tá acontecendo.”


Cachoeira diz que o negócio exige a interferência direta de Demóstenes, sem intermediários: “Mas tem que ser você mesmo. Você que precisava ligar para ele.” A julgar pelo que diz o brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da Infraero, Demóstenes deu ouvidos a Cachoeira.


“Houve uma época, durante a CPI [do Caos Aéreo], eu senti que o Demóstenes poderia estar interessado em assuntos muito internos da Infraero, principalmente ligados à área de informática. E eu cortei na raiz. Eram licitações”, rememora o brigadeiro.


Como se vê, a cada novo jorro da cachoeira de grampos, Demóstenes distancia-se mais um pouco da imagem de Demóstenes que construíra. Hoje, mais se parece com um ex-Demóstenes. De defensor da renovação dos costumes, tornou-se alvo de investigação autorizada pelo STF para esquadrinhar os indícios de maus hábitos.Josias de Souza.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Agora o "bicho" vai pegar.Vai dar demo na cabeça

Supremo autoriza quebra de sigilo bancário de Demóstenes


O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski determinou na tarde desta quinta-feira, a pedido da Procuradoria Geral da República, que engavetou por três anos as investigações sobre o meliante, o sigilo telefônico de Demóstenes Torres, o popular senador 30% é meu.


O pedido é referente a um período de aproximadamente dois anos, época em que ele foi flagrado em diversas ligações telefônicas com o empresário Carlos Augusto Soares, o Carlinhos Cachoeira, investigado por suspeita de contravenção. O empresário está preso preventivamente desde o dia 29 de fevereiro, em meio à Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que desmontou uma quadrilha que explorava máquinas caça-níqueis.

O senador aparece em conversas telefônicas, interceptadas com autorização judicial, com Cachoeira. Demóstenes admite que recebeu do empresário um telefone especial para conversas entre os dois. A investigação policial gravou cerca de 300 diálogos entre o senador e o empresário de jogos por pelo menos oito meses.
O democrata também ganhou de Cachoeira um fogão e uma geladeira, presentes que segundo Demóstenes foram oferecidos por um "amigo" quando se casou no ano passado.

O ministro do Supremo, que é relator do inquérito sobre o senador, também enviou pedido ao presidente do Senado, José Sarney, para que ele informe a relação de emendas ao Orçamento da União apresentadas por Demóstenes.

As informações sobre o inquérito foram passadas pelo próprio Lewandowski, após uma série de pedidos da imprensa para ter acesso aos autos do inquérito do STF. Ele disse que não poderia prestar informações detalhadas sobre o caso, pois trata-se de uma investigação sob segredo de Justiça baseada em conversas telefônicas protegidas pelo sigilo.

Ao requisitar a lista das emendas apresentadas por Demóstenes, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, indica que uma de suas linhas de investigação será analisar se o senador utilizou prerrogativas de seu cargo para favorecer Cachoeira.

Em relação à quebra de sigilo bancário, a mesma decisão foi proferida em relação a outros investigados, mas seus nomes não foram informados por Lewandowski.


O ministro ainda disse ter determinado o envio de ofícios a órgãos públicos, federais e estaduais, que deverão enviar cópia de contratos celebrados com empresas que aparecem nos diálogos interceptados pela Polícia Federal, com autorização judicial. Ele não informou, no entanto, quais são os órgãos e as empresas citadas.


PEDIDOS NEGADOS


Nem tudo o que foi pedido por Gurgel, no entanto, foi autorizado. O procurador-geral queria o acesso automático a dados financeiros do Banco Central, para agilizar as investigações. Lewandowski, no entanto, afirmou que todas as informações requisitadas pela PGR deverão passar pela aprovação do Supremo.

O ministro também negou pedido para a realização de um depoimento de Demóstenes Torres, por entender que o momento ainda é prematuro.


Além disso, Gurgel havia pedido a abertura de outro inquérito, no Supremo, para investigar deputados que foram citados nas conversas. Lewandowski, porém, requisitou que o procurador-geral explique melhor qual é o seu objetivo. Da redação, com informaçoes da Folha.