sexta-feira, 12 de junho de 2009

A recessão no pretérito



O esperado confirmou-se, embora o resultado tenha sido um pouco melhor do que alguns imaginavam. O PIB encolheu 0,8% no primeiro trimestre em relação aos últimos três meses de 2008 (1,8% quando comparado ao mesmo período do ano passado). Foi o segundo trimestre de queda seguida no produto, o que significa que o Brasil esteve em recessão.

Esteve, pois os indicadores já apontam o início de retomada. O colunista de CartaCapital Delfim Netto, alinhado com a análise majoritária no governo, acredita em crescimento de 3% a 4% a partir dos últimos três meses de 2009.

O resultado do PIB, divulgado pelo IBGE, detectou os efeitos de amortização da crise provocados pelos programas sociais e as medidas de incentivo à produção e ao consumo adotadas desde o fim do ano passado. Os gastos públicos (alta de 0,6%), os das famílias (+ 0,7%) e os serviços (+ 0,8%) impediram uma retração maior do produto interno. A massa salarial foi 5,2% maior que a do mesmo período de 2008. As exportações (-16%) e os investimentos (-12,6%) tiveram os piores desempenhos.

Os números reforçaram também a impressão de que o Brasil será realmente uma das primeiras nações a superar a crise mundial. No último trimestre de 2008, a economia brasileira havia registrado uma das maiores quedas (3,6%) do planeta. Nos três meses seguintes, a recessão arrefeceu por aqui, enquanto se aprofundava em outros países. Na Rússia, a retração do PIB foi de 23,2%, na comparação com o quarto trimestre do ano passado. No México, 5,9%, e no Japão, 4%, para citar os piores indicadores.

Na quarta-feira 10, o Banco Central deu mais um alento ao setor produtivo. Ante a perspectiva de inflação abaixo da meta em 2009 e 2010, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa de juro em 1 ponto porcentual, para 9,25% ao ano. É a primeira vez desde a implementação da Selic, em 1999, que os juros básicos ficam em um dígito. Será o início de uma nova era?
Fonte: CartaCapital.

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