sábado, 25 de julho de 2009

Cebrapaz: ‘Não aceitamos mais golpe na América Latina’

25 DE JULHO DE 2009


Realizado no dia em que o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, voltou – ainda que rapidamente – ao seu país, o ato de abertura da 2ª Assembleia Nacional do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) transformou-se também em uma manifestação contra o golpe. “Defender a resistência em Honduras é defender a democracia em toda a América Latina, é combater o imperialismo. Não aceitamos mais golpe”, disse a presidente da entidade, Socorro Gomes, que cobrou uma postura mais dura dos Estados Unidos em relação à ditadura.


De acordo com ela, que também preside o Conselho Mundial da Paz (CPM), as digitais dos Estados Unidos estão, sim, no golpe de Honduras. “Apesar de (Barack) Obama, ali têm remanescentes dos falcões, da era Bush. Oxalá o presidente norte-americano tenha uma posição mais firme contra a ditadura, por que ela é um retrocesso”, disse Socorro, durante o ato realizado na noite desta sexta-feira (24).

Com a participação de delegações de mais de dez países e de todas as partes do Brasil, a assembleia segue até este domingo (26), com discussões em torno do tema ''Paz, solidariedade e soberania nacional''. No ato, Socorro defendeu que é preciso fortalecer o movimento de resistência ao golpe, como parte da luta pela paz e contra o imperialismo.

Segundo ela, na última década, em especial depois do ataque às torres gêmeas, o imperialismo norte-americano ficou mais agressivo. Paralelamente, diversos povos se insurgiram contra as políticas estadunidenses e neoliberais, em especial na América Latina. E com isso, veio a reação aos avanços progressistas.

“Um exemplo disso é Honduras. É preciso um grande movimento de resistência, que divulgue a cultura da paz, da luta antiimperialista, contra a guerra e pela soberania. Cada governo responde a seu próprio povo”, colocou, afirmando que o Cebrapaz acredita no desafio de reunir um militância organizada que coloque no centro de sua luta a busca pela paz. “E paz é sinônimo de justiça, liberdade, soberania, autodeterminação”, encerrou.

Um contexto diferente

Em rápidos discursos, representantes de diversas entidades e delegações estrangeiras repudiaram o golpe e elogiaram a resistência dos povos também em situações como as do Iraque, de Cuba e da Palestina. Também chamaram a atenção para o atual contexto, de crise do capitalismo e ascensão de governos populares na região.

A integrante da embaixada de Cuba no Brasil, Maria Antônia Ramos, ressaltou que, pela sua importância, o momento em que ocorre a assembleia do Cebrepaz impõe desafios. Segundo ela, a crise do capitalismo e a recusa do povo ao modelo neoliberal, com a eleição de governos populares e nacionalistas, eram inimagináveis até pouco tempo.

“Nunca antes pensamos que, em pleno século XXI, um golpe militar voltaria a tomar as páginas da história de nossa região. Nunca também havíamos pensado que a voz de todos os mecanismos internacionais de consertação política seriam unânimes no rechaço a esse golpe”, colocou. Ela ainda enumerou como antes impensáveis a união regional na resistência em Honduras e o fato de que, após 50 anos, a Revolução Cubana permanecesse como “uma página de heroísmo” contra o bloqueio.

A presidente do PCdoB do Rio de Janeiro, Ana Rocha, destacou que o momento de crise pode levar a uma nova correlação de forças, colocando na ordem do dia a luta pela soberania, a integração regional e o antiimperialismo. Para ela, o quadro também chama à responsabilidade aqueles que têm compromisso com a luta social e aponta para a necessidade de unir as forças progressistas.

Já o senador Inácio Arruda elogiou os países presentes no evento, tais como Cuba e Coreia do Norte, que ''têm sido pressionados a deixar de lado suas convicções políticas e conquistas sociais'', mas mesmo assim resistem.

Contra a ditadura midiática

Depois de o embaixador da Coreia ter criticado a manipulação que a imprensa imperialista faz dos fatos no seu país, foi a vez do novo presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Augusto Chagas, apontar as agências internacionais de notícia como “o principal instrumento de dominação do império, mecanismos para enganar a maioria da população do mundo e legitimar as guerras imperialistas”.

A sua intervenção ocorreu uma semana após a realização do Congresso da UNE, no qual a entidade passou a ser vítima de ataques da mídia brasileira, que montou uma verdadeira campanha para desqualificar a entidade.

“A imprensa brasileira também é legítima representante do império. Tenta atacar a UNE e deslegitimar sua opinião”, colocou, defendendo que a luta contra o imperialismo é também contra a ditadura midiática.

Participaram ainda da mesa de abertura da assembleia, o secretário-geral do CMP, Athanasios Pafilis; o representante do governo da Síria, Maruan Mansur; o representante da embaixada da Palestina, Hassan Gamal; o embaixador do Vietnã, Nguyen Thac Dinb; o embaixador da Coreia, Pak Hyok; a integrante do Condepaz, Zuleide Faria de Melo; o subsecretário municipal de Cultura do Rio, Mario Del Rei; o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) do Rio, Maurício Ramos; o represantante da OAB, Carlos Henrique Carvalho; e a viúva de Luís Carlos Prestes, Maria Prestes, que foi aplaudida de pé pela platéia.

Represenantes do México, da Bolívia, Paraguai, Uruguai, Argentina, Nepal, Guiana Francesa, Estados Unidos e Grécia também estão presentes na atividade, que acontece no Rio de Janeiro.

Leia também: Notícias sobre Coreia do Norte são manipuladas, diz embaixador

Do Rio de Janeiro,
Joana Rozowykwiat

9 comentários:

Anônimo disse...

Se não aceitam golpe, por que apóiam o golpe do narcosocialista Zelaya que, juntamente com os correas, lullas, evos, ortegas e kirchners, já não passa de um simples marionete nas mãos do Chapolim Colorado, o presidente da América "Latrina", também conhecido como Chávez? O "Cel." Lulla, por exemplo, chegou a telefonar em apoio ao narcobigodudo quando ele já estava para cruzar a fronteira de Honduras, arriscando-se a ter as suas mãos manchadas de sangue com os conflitos que adviriam caso o energúmeno continuasse insistindo no seu intento de desafiar as forças da legalidade hondurenhas. Pode uma coisa dessas?
O fato, minha gente, é que o famigerado Foro de São Paulo e seus sequazes já estão indo longe demais!

Cappacete disse...

Alô seu Terror, corta os comentários deste anônimo, este cara é um escroto e só quer bagunçar o coreto escrevendo uns absurdos destes, seus comentários não contribuem com nada, já disse em outros blogs, estes anônimos estragaram o CMI, são uns covardes e defendem ditaduras assassinas, estão loquinhos para que haja um Golpe no Brasil para que eles satisfaçam seus fetiches mórbidos, de longe é claro, pois estes tipos jamais dão a cara a tapa e sempre passam o serviço sujo a terceiros, como os comerciantes aqui de São Paulo, que pagam para os policiais da rota saírem chacinando jovens nas periferias deste Estado.
Saudações comunistas!!!

Anônimo disse...

Pelo palavreado chulo e ofensivo é possível discernir, por baixo desse ridículo "cappacete", a presença de um reles aprendiz de cangaceiro. Um cabra de má índole, disposto a sacar da arma e atirar, antes mesmo de perguntar quem vem lá. Do tipo que convém ao coronelismo que grassa no país.
Como se isso não bastasse, ainda se revela de uma ignorância palmar, subscrevendo um texto de péssima qualidade, digno de um semi-analfabeto, pois não consegue sequer alinhavar vírgulas e pontos. Ou seja, trata-se, por essa simples constatação, de alguém que ignora limites, tanto na escrita como nas relações humanas. Algo menos do que um chimpanzé, já que este sabe respeitar as regras e etiquetas que regulamentam as relações sociais dentro da sua espécie. Ainda assim, fala de "covardia", "ditaduras e "golpes", como se tudo isso não fosse algo intima e frequentemente associado a personalidades tão conturbadas quanto essa que ele, como cangaceiro que é, revela possuir.
Lamento ter que dizer isto. Faço ver, no entanto, que as minhas críticas têm sido sempre dirigidas a figuras públicas, dentro do direito de livre expressão democrática. Assim, nunca critiquei comentaristas do blog, nem parti para ofensas diretas e pessoais sem ter sido provocado antes.

O TERROR DO NORDESTE disse...

Anônimo, menos.Não acho legal um contendor se apegar a supostos erros gramaticais do outro para se defender. Eu erro(E MUITO), todos erram, você, inclusive, que, não sei se por descuido, grafou a palavra semianalfabeto com hífen, quando de acordo com o Acordo da Língua Portuguesa, o prefixo SEMI só é cabível quando o segundo elemento começa por H.Portanto, não é por ai.Além do mais, você insiste com esta ladainha que os comentaristas daqui vivem dirigindo ofensas pessoais a você. Não é verdade, o amigo Capaccete chamou você apenas de covarde e que defende ditadura assassinas. Eu, sinceramente, não vejo agressão alguma no que foi afirmado.Eu vou ser franco com você: dificilmente quem é contra ditadura de esquerda não é a favor da ditadura de direita.Isso é fato.

Anônimo disse...

Terror, menos. Não acho legal alguém me chamar daquilo que é, nem me acusar daquilo que faz, seja em nome da direita ou da esquerda. Nem acho que "quem é contra ditadura de esquerda é a favor de ditadura de direita". Essa é uma típica expressão do maniqueísmo da esquerda mais retrógrada que se possa imaginar, como essa que prevalece no Brasil e na América Latina.
Quanto às questões gramaticais, eu não me referi a eventuais erros que todos podem cometer e, sim, a não saber escrever nem mesmo o trivial, o que não é admissível da parte de quem se mete nesse campo. Desqualificação por desqualificação, essa pelo menos tem fundamento.
Por fim, fique sabendo que a Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa admite a convivência das duas formas ortográficas (a antiga e a nova) até 31 de dezembro de 2012, razão pela qual o seu reparo não tem qualquer procedência. Por sinal, farei questão de manter a forma antiga até findar esse prazo, já que não concordo com grande parte das mudanças ocorridas.

O TERROR DO NORDESTE disse...

Anônimo, mantenho tudo o que disse. Quanto a questão gramatical, eu sei disso, mas, convenhamos, nada melhor que ir se habituando com a forma correta.No mais, não acho legal você querer subestimar a capacidade dos outros.Eu e Capaccete não somos gênios, mas temos ao menos um pingo de inteligência.

Cappacete disse...

Pois é seu anônimo, errei e sou um chimpanzé, e você, que bicho é? Não paro para elaborar textos para comentar blogs companheiros, como blogueiro frequento dezenas de blogs, sempre a cata de informação independente, tenho uns trinta blog na minha lista, e costumo por comentários em vários deles, por isso escrevo rápido, pois não posso passar o dia todo em frente ao computador. Claro, quando tenho que escrever uma postagem costumo verificar o texto. Mesmo assim muitas vezes passam erros. Esse pedantismo do anônimo lembra muito o senhor Reinaldo de Azevedo. É mais fácil se prender a questões secundárias para desqualificar o oponente, quando na essência, não temos argumentos racionais para defender nossas idéias.Você, com sua prosa bacharelesca, vive produzindo malabarismos retóricos para justificar o injustificável. Você e seu grupo acreditam em um mundo em que há espaço para a desigualdade, acreditam que existam pessoas superiores e inferiores, que a sociedade deve ser regida pelas regras do individualismo e a competição. Creio que é possível construir um mundo em que todos tenham os mesmos direitos, na prática. Em que todos tenham as mesmas oportunidades. NUm mundo em que o ideal comunitário seja superior a todo e qualquer individualismo, em suma, acredito no homem, e não ídolos, como a tradição, a família e a propriedade. é isso aí, nem vou corrigir o texto, o recado está dado, no mais é nóisss, muita treta, a revolução não será feita pelos bacharéis

Anônimo disse...

Não me referi a escrever rápido ou não, mas a escrever corretamente. E escrever com correção não é "pedantismo" nem "prosa bacharelesca". Exceto para apedeutas. Assim, ninguém deve ser discriminado por cuidar da redação de seus textos, ainda que este seja um país de precária alfabetização.
Quanto a desqualificações, nem as mencione, já que a minha resposta foi decorrente das que você me fez, por primeiro. Grosseiramente, por sinal.
No que diz respeito a esse discurso esquerdista ginasiano que você faz, não resiste à menor análise. Mesmo que tivesse alguma consistência estaria desmentido, pelo menos no seu caso, pela forma desrespeitosa e grosseira com que trata aqueles que não endossam as suas idéias, supostamente revolucionárias. Assim, não me interessa saber o que você pensa a respeito da humanidade e, sim, como trata o seu próximo. Eu ou qualquer outro, no caso.
Passe bem!

Cappacete disse...

Senhor Terror, desculpe-me por ocupar o espaço de seu blog com discussões estéreis com o tal anônimo, fui eu que provoquei. A discussão termina aqui, caso contrário ela não acaba nunca, conheço esse sujeito, no fundo ele é um lulista nato, não desiste nunca. Um abraço a todos!