sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Essa vem lá da terra do Valerioduto

Jornal "Estado de Minas", sem autorização, reedita matéria do Novojornal para retirar o foco das investigações
Nova fisionomia, velhos métodos Não é novidade que “os poderosos” em Minas Gerais, há meio século, utilizam-se do jornal “Estado de Minas” para plantar notícias e versões incriminando ou absolvendo quem melhor lhe paga.

Mas, desta vez, o jornal considerado o "Diário Oficial do Palácio da Liberdade" extrapolou. Jornalistas que se apresentam como defensores da ética transformam-se em redatores de “encomenda”.

A Máfia do Gusa e seus representantes no governo mineiro, cientes do aprofundamento da apuração pelo Novojornal a respeito do tema, inclusive denunciando a utilização de uma instituição de cultura - Museu Inhotim - como lavanderia de recursos públicos, entidade presidida pelo diretor-geral do jornal “Estado de Minas”, que após infrutíferas publicações em jornais de circulação nacional e emissoras de TV, resolveram partir para o tudo ou nada.

A atuação do deputado Rodrigo de Casto (PSDB-MG) na articulação dos interesses das siderúrgicas de Gusa seria natural uma vez que foram elas que financiaram sua milionária campanha. Porém, a certeza da impunidade é tão grande que transformou o “esquema” em organização criminosa.

Dessa forma, as siderúrgicas participantes deste esquema não podem ser consideradas empresas, retirando assim qualquer responsabilidade do Sindifer sobre a atuação das mesmas.

Como anteriormente noticiado, o setor foi responsável por 90% dos recursos arrecadados para a campanha de Rodrigo de Castro em 2006, disfarçado no meio de uma lista com quase uma centena de nomes que em sua maioria doaram entre R$ 5,00 e R$ 10,00.

O principal interesse do setor era a manutenção do suprimento de carvão, matéria-prima essencial para a fabricação do Gusa.

Nesse sentido, o deputado Rodrigo de Castro manteve frente ao Instituto Estadual de Florestas (IEF) por sete anos o diretor-geral Humberto Candeias, que deixou o cargo em setembro último, segundo ele para se candidatar a uma vaga na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Candeias teria como principal base eleitoral a microrregião de Viçosa, cidade onde construiu família e domicílio eleitoral.

Coincidentemente, a mesma base política de Rodrigo de Castro.

O crescimento patrimonial do ex-diretor-geral do IEF assusta.

Humberto vinha sendo bastante criticado por sua atuação no órgão ambiental por excesso na fiscalização junto ao produtor e falta de critérios para aplicar multas e penalidades administrativas.

Enquanto isso, o setor de carvão e reflorestamento fez o que quis em Minas Gerais nestes sete anos. Sem dizer a escancarada atuação do ex-diretor-geral do IEF na venda de uma enorme propriedade em Januária, com aproximadamente 13.000 hectares e pertencente à Siderúrgica Siderpa, para a Usina de Álcool Coruripe, em Iturama, com sua transformação em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Porto Cajueiro poderá ser a ponta de um enorme novelo de irregularidades acumuladas nos últimos sete anos.

Críticos de sua administração acusam Humberto de utilizar como cortina de fumaça a aplicação de pesadas multas a produtores rurais, ocupando a mídia para “demonstrar serviço”.

Para concorrer ao cargo eletivo, a expectativa é que Candeias se filie ao Partido Verde (PV). Ainda não foi definido quem o substituirá no órgão, onde era funcionário de carreira há mais de 20 anos.

A evasão fiscal promovida pela Máfia do Gusa manteve-se graças a “mão de ferro” de Simão Cirineu, companheiro do pai do deputado desde o Maranhão, quando juntos “desmancharam” na contabilidade da Caixa Econômica Federal as dívidas pertencentes aos “companheiros” de Sarney.

A atuação do pai do deputado Rodrigo de Castro no Maranhão foi que rendeu o cargo de presidente da Caixa Econômica Federal no governo Sarney.

A retaliação sobre o setor de fiscalização da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF-MG) por Cirineu ficou evidente após a descoberta em conjunto com o Ministério Público Estadual da Máfia do Gusa, conforme matéria publicada em 2006 pelo Novojornal.

Apuramos que a antecipação e reedição da matéria do Novojornal pelo jornal “Estado de Minas” tiveram um único intuito: retirar do foco das investigações o grupo do deputado Rodrigo de Castro.

Querem apresentar um “bode expiatório”, a exemplo de Marcos Valério, para assumir a culpa das ações criminosas praticadas pelo grupo.

Uma vez que a punição dos integrantes da Polícia Militar (PM) que participaram do esquema na “Máfia do Carvão” já ocorreu - faltando agora a punição dos corruptores.

Baseados nos fatos ocorridos nos últimos anos é bem possível que consigam.

Entretanto, será necessária a cumplicidade do MP e do TJMG para que se consuma esta “jogada”.

As irregularidades cometidas foram tantas que enquanto se tenta apagar o incêndio relativo à “Máfia do Carvão”, novo esquema montado trará à tona com maiores evidências a participação do deputado Rodrigo de Castro no esquema criminoso que atua no setor do Gusa e a fraudulenta transferência da Tecnosider Siderurgia Ltda. da cidade de Matozinhos para Sete Lagoas.

Dias depois da transferência da empresa para Sete Lagoas foi ajuizada contra a mesma em Matozinhos uma execução fiscal da Fazenda Estadual de R$ 117.735.265,89.

Todas as investigações estão a cargo do Ministério Público Mineiro.

Agora é esperar para ver.

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