segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Lula cobra EUA e China sobre redução de gases

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (16) em seu programa de rádio que espera que os líderes mundiais da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico adotem um compromisso básico de redução de gases de efeito estufa para levar à reunião das Nações Unidas sobre o clima em Copenhague em dezembro.

Reunidos no fim de semana em Cingapura, os líderes da Apec (na sigla em inglês), entre eles Estados Unidos e China, decidiram adiar a tarefa de alcançar um acordo para o clima. Houve uma avaliação por parte na reunião de cúpula de que seria irrealista esperar que um pacto completo, legalmente obrigatório, seja negociado de agora até o encontro de Copenhague.

A reunião, cercada de expectativa quanto a decisões que reduzam o aquecimento global, será entre 7 e 18 de dezembro. Lula disse durante o programa que estará na capital dinamarquesa nos dias 16 e 17 do mês que vem.

- Eu espero que a decisão da Apec, que não avançou com a participação de Estados Unidos, de China e de outros países, em Copenhague, [que] eles consigam avançar para no mínimo assumir alguns princípios básicos para que a gente consiga diminuir o gás de efeito estufa - disse Lula no programa semanal de rádio Café com o Presidente.

As negociações andam atoladas em impasses, com os países em desenvolvimento acusando o mundo rico de não fixar para si metas suficientemente altas de redução das emissões de gases estufa até 2020. A posição dos 21 países-membros da Apec é crucial para a reunião do clima, pois o grupo é responsável por cerca de 60% das emissões.

No sábado, Lula se reuniu com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, quando anunciaram decisão conjunta de pressionar os Estados Unidos e a China a se comprometerem com metas para o clima. Segundo declaração conjunta, cobram que até 2050 os países industrializados reduzam as emissões de gases causadores do efeito estufa em pelo menos 80% ante os níveis da década de 1990.

Cerca de 40 ministros se reúnem em Copenhague nesta segunda-feira em uma reunião prévia à cúpula global. A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), que chefiará a delegação brasileira em dezembro, expõe no encontro o compromisso do Brasil de cortar as emissões de CO2 de 36,1 a 38,9 por cento até 2020, anunciado na sexta-feira.

- O Brasil por conta própria, tomou uma decisão que eu acho extremamente importante - disse Lula no programa de rádio.

Cerca de 20% da redução de emissões virá da diminuição do desmatamento na Amazônia, que foi reduzido ao menor nível em 21 anos no levantamento divulgado na semana passada.

- Uma demonstração extraordinária de que as coisas estão dando certo. E nós vamos continuar trabalhando para que dê mais certo ainda.

Reuters.

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