quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Além de Brasília:Oposição quer CPI para investigar mensalão do DEM em São Paulo


Deputado do PT diz que existem "indícios" de relações entre empresas do esquema com governo paulista

Andréia Sadi, do R7.


O deputado estadual Simão Pedro (PT) disse nesta quinta-feira (17) ao R7 que está coletando assinaturas para instalar uma CPI na Assembleia Legislativa para investigar as conexões do mensalão do DEM com o governo José Serra, em São Paulo. Simão disse que já tem 23 assinaturas e são necessárias 32, mas que, se conseguir, a comissão só começa a trabalhar em fevereiro por conta do recesso parlamentar.

- Vai ser difícil, houve pressão muito grande do Serra e do governo para que a Assembleia entrasse em recesso rápido. O tema assusta deputados do DEM e do PSDB porque as conexões entre as empresas que estão na base do chamado 'mensalão do Arruda', as ramificações são muito fortes. É isso que a CPI pretende aprofundar.

Procurada pela reportagem, a assessoria do governador disse que não comenta uma "questão do Legislativo" e que se pronunciaria caso tivesse uma acusação e não indícios.

A Polícia Federal deflagrou no dia 27 de novembro a operação Caixa de Pandora, que investiga o mensalão do DEM em Brasília, um suposto esquema de arrecadação e pagamento de propina comandado pelo governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, e que envolve políticos aliados – entre eles deputados distritais. O governador nega o envolvimento.

O dinheiro viria, segundo as investigações, de maneira ilegal com empresas que têm negócios com o governo. Segundo Simão Pedro, a Justiça vai produzir provas, mas a oposição quer a CPI porque já tem "indícios fortes" da relação destas empresas com governo paulista.

- Temos indícios fortes de uma rede ligada as mesmas empresas que atuavam irregularmente na gestão do Arruda em Brasília fazendo as mesmas operações aqui (em São Paulo).

Pressionado, Arruda pediu a desfiliação do DEM na semana passada. Arruda é alvo de três pedidos de impeachment na Câmara Legislativa, mas a análise dos processos ficará para 2010.

Nenhum comentário: