quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Se depender de Arruda, brasiliense vai sambar na lama

O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, alvejado pelo maior escândalo de corrupção em formato VHS da história do DF acaba de anunciar a liberação de R$ 1,5 milhão para a União das Escolas de Samba locais. Só que o governador não quer folia em Brasília. Mandou avisar à Liga dos Blocos que, de preferência, devem brincar o carnaval na cidade satélite de Ceilândia, a 30km da capital.

Arruda quer despachar todo mundo para o Ceilambódromo, mais conhecido pelos brasilienses como “lamódromo”, tal é a invasão de barro e lama na passarela do samba. Aliás, sob este aspecto, até que a transferência faz sentido. Para se ter uma idéia da dramática situação dos sambistas, nas imediações do desfile, chegam a ser instalados lavapés semelhantes a cochos, para permitir a limpeza de pés e sapatos de quem se arrisca na brincadeira. Resumindo: deprimente. De novo, faz sentido, se considerarmos a situação política local.

É que o principal mote dos foliões mais irreverentes, os dos blocos brasilienses, será, é claro, o escândalo que arrastou metade do governo de Arruda e quase toma o mandato do democrata. Não vão faltar panetones e referências aos vídeos, com deputados escondendo dinheiro na meia, e outras bandalheiras.

Mas vai haver reação dos foliões. O presidente da Liga dos Blocos Tradicionais, Jean de Souza Costa, afirmou que não foi avisado oficialmente da determinação do governador e vai manter o desfile dos blocos em Brasília, no Plano Piloto, onde acontece há mais de trinta anos.

É como dizia aquele samba antigo: “batuque na cozinha, sinhá não quer…”


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