sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Arrudaduto:ONG de Joãosinho Trinta pediu 40%


O Estado de S. Paulo - 18/12/2009


O presidente de honra da Beija-Flor, o bicheiro Aniz Abrahão David, o Anísio, disse que o presidente da ONG Instituto Joãosinho Trinta, Ricardo Marques, se propôs a intermediar verbas para a escola de samba em troca de comissão de 20% a 40%. O enredo de 2010 homenageia os 50 anos de Brasília. Anísio frisou que Marques foi "rechaçado" pelo vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM).

Segundo revelou ontem o Estado, a negociação do patrocínio do DF virou disputa entre deputados distritais citados no "mensalão do DEM", o carnavalesco Joãosinho Trinta e o grupo do vice-governador. "É um dinheiro maldito", disse o carnavalesco.

Anísio contou ter recebido Marques em sua casa. O dirigente da ONG teria acenado com a possibilidade de arrecadar mais de R$ 7 milhões. Pedia, em troca, comissão de 40%, caso o valor fosse superior a R$ 7 milhões, e 20%, se ficasse entre R$ 4 milhões e R$ 7 milhões. Exigia que o dinheiro passasse pela ONG. Procurado ontem duas vezes, Marques não ligou de volta. Em entrevista gravada anteontem, ele disse que a comissão pela intermediação seria de 10%.

Anísio disse que a proposta de intermediação do instituto foi rejeitada, mas ele concordou em pagar a comissão, desde que não fosse sobre o dinheiro já negociado com o governo do DF. Exigiu, também, recibo do que fosse repassado à entidade.

SEM PEDÁGIO

O presidente da Beija-Flor, Farid Abrahão David, afirmou que nenhum representante da escola esteve com deputados e frisou que as negociações do patrocínio do DF foram feitas com representantes do governo, notadamente o vice-governador, o presidente da Empresa Brasiliense de Turismo (Brasiliatur), João Oliveira, e o secretário de Cultura, Silvestre Gorgulho. O patrocínio total foi de R$ 3 milhões - metade já recebida.

Quando Farid, junto com o primo, o deputado Simão Sessin (PP-RJ), o diretor de carnaval da Beija-Flor, Luiz Fernando do Carmo, o Laila, e o carnavalesco Alexandre Louzada foram a Brasília fechar o acordo com o vice-governador, Marques teria aparecido. De acordo com Farid, o representante da ONG foi "imediatamente rechaçado" por Paulo Octávio.

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