Chega a ser vergonhoso a torcida do PiG a favor da candidatura Serra.O PiG está tão desesperado que quer porque quer que Zé Alagão ponha a sua candidatura na rua, mais do que já colocou.Primeiro foi Noblat que jogou a toalha, segundo foi Fernando Barros e Silva, o sabujão da Folha de São Paulo, e, para completar, aparece essa sabuja do Jornal do Brasil quase desesperada com a inércia dos tucanos.Calma, gente! A eleição nem começou ainda, é melhor guardar o estoque de Diazepan, Clonozepan, Ampictril, Gardenal, Rivoltril e toda a família do Pan para quando começar a campanha eleitoral.Muita calma nessa hora!
A estrela sobe. E os tucanos assistem.
Coisas da Política
Cristian Klein
Jornal do Brasil - 23/02/2010
O fim do Carnaval marca o momento em que o ano efetivamente começa para valer no Brasil. E 2010 é um ano eleitoral. Dos mais importantes, pois se prevê uma acirrada disputa pela Presidência da República, talvez a maior desde 1989. Os pré-candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), líderes nas pesquisas, aproveitaram a festa momesca para aparecer e divulgar suas imagens. Aliás, nada menos a ver com o perfil dos dois concorrentes do que a empolgação do Carnaval. Mas política é a arte da dissimulação, não tem jeito. E há dissimulações piores e mais daninhas. O populismo, aquele sorriso armado no rosto, é uma característica dos políticos profissionais em qualquer democracia, tanto aqui, nos Estados Unidos, quanto na gélida Islândia.
Jornal do Brasil - 23/02/2010
O fim do Carnaval marca o momento em que o ano efetivamente começa para valer no Brasil. E 2010 é um ano eleitoral. Dos mais importantes, pois se prevê uma acirrada disputa pela Presidência da República, talvez a maior desde 1989. Os pré-candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), líderes nas pesquisas, aproveitaram a festa momesca para aparecer e divulgar suas imagens. Aliás, nada menos a ver com o perfil dos dois concorrentes do que a empolgação do Carnaval. Mas política é a arte da dissimulação, não tem jeito. E há dissimulações piores e mais daninhas. O populismo, aquele sorriso armado no rosto, é uma característica dos políticos profissionais em qualquer democracia, tanto aqui, nos Estados Unidos, quanto na gélida Islândia.
Pois o Carnaval acabou, e a impressão ainda é a de que o ano só começou para um dos lados da disputa. Mal terminada a folia, o noticiário foi dominado pelos movimentos do governo e do Partido dos Trabalhadores. Os tucanos, como diria a letra de Ideologia, de Cazuza e Frejat, assistem a tudo em cima do muro, ou da copa de alguma árvore da selva eleitoral.
Os últimos dias foram tomados pelas discussões em torno do que sairia, que propostas de governo seriam aprovadas pelo 4º Congresso Nacional do PT e como seria o pré-lançamento da candidatura da ministra-chefe da Casa Civil. Foi um grande fato político, rico em sinais que deram margem a todo tipo de interpretações. O PT, depois do pragmatismo necessário para alcançar o poder e da liderança moderada de Lula, dará uma guinada à esquerda? Dilma, caso vença, fará um governo mais interventor, estatizante, socialista (seja que termo for) que o atual? Dilma, por não ter a mesma trajetória e liderança que Lula, terá menos independência em relação às preferências do PT? Como seria a recepção entre os delegados e militantes – fria ou entusiasmada –, uma vez que a escolha da candidata, ungida por Lula, não foi gerida pelo partido?
Respostas às primeiras perguntas mereceriam, cada uma, coluna à parte. Quanto à última questão, bem, a acolhida acabou não sendo das mais eletrizantes. Mas tudo foi organizado de modo a se criar o culto à personalidade em torno da ministra: os enormes painéis, em que aparecia ao lado de Lula, as imagens que mostravam sua trajetória de vida, o tom grandiloquente, enfim. O Congresso Nacional do PT foi o palco cuidadosamente montado para se anunciar o nascimento da filha política de Lula, que o partido não é louco de enjeitar. A estrela sobe. Seguidas pesquisas confirmam e mostram seu crescimento na preferência dos eleitores, deixando-a cada vez mais próxima de José Serra.
Neste momento, o governo tem uma candidata aclamada; o maior partido do país, o PMDB, implorando para confirmar seu presidente, Michel Temer, como vice na chapa; um técnico de prestígio (Lula), uma equipe motivada (os filiados) e até canto de torcida, no jingle com ritmo de marchinha de Carnaval: “Depois d’o Cara, vem a Coroa... O povo quer é gente boa... Deixa o Lulinha sair, deixa a Dilminha entrar”.
Ou seja, tudo vem conspirando a favor da candidatura do Planalto. O que não é obra do acaso, mas de planejamento, esperteza e habilidade política de lançar uma desconhecida com bastante antecedência e fazê-la uma concorrente viável, mesmo com inaugurações de obras que suscitaram, compreensivelmente, reclamações da oposição na Justiça, alegando campanha eleitoral antecipada.
Há dois meses, às vésperas do Natal, a candidatura de Dilma Rousseff era uma incógnita. Hoje aparece como um fenômeno. Ainda é cedo, há muita água para rolar – por exemplo a confirmação ou não de Ciro Gomes (PSB) na disputa –, mas especialistas já anteveem um cenário cuja tendência é o contínuo declínio de Serra e a ascensão de Dilma.
Enquanto isso, a oposição vive seu inferno. Arruda e Kassab causam dor de cabeça ao DEM, e as enchentes de São Paulo deixaram Serra na mídia em situação negativa. O lançamento de sua candidatura é por demais retardado e, agora, reflete indecisão, paralisia. É preciso avisar que o ano já começou.
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