Confesso que dado o momento político de largada para uma sucessão presidencial, eu tinha outra expectativa - e acredito, também o país - em relação ao discurso com o qual José Serra (PSDB-DEM-PPS) deixou o governo de São Paulo nessa 4ª feira e tornou-se candidato da oposição à presidência da República.
Esperava, mas ele não falou das suas propostas para o país. A julgar por seu pronunciamento, vê-se que a oposição continua sem discurso, bandeiras, metas, programa, errática como sempre.
Serra fez um discurso pequeno, menor, para criticar o governo Lula e o PT. Além disso, com inverdades. Dizer que seu governo em São Paulo não discriminou prefeitos de outros partidos é demais e só lhe foi possível fazê-lo porque ele e a oposição contam com uma midia comprometida que não irá conferir a realidade com os prefeitos da oposição, particularmente com os do PT.
Repetir, como o fez no discurso dessa 4ª no Palácio dos Bandeirantes, a estória do aparelhamento do Estado na frente de milhares de filiados do PSDB e dos demais partidos que compõem seu governo - PMDB, PTB, PPS, DEM e PV - e ocupam milhares de cargos de confiança é abusar da inteligência alheia.
E num mar de inaugurações com banda de música e foguetório, e numa avalanche de publicidade na midia paga com o dinheiro do contribuinte, falar que seu governo repudia a espetacularização, francamente é uma piada de mau gosto.
Surrealista
Numa dessas situações surrealistas, o presidenciável da oposição dedicou-se a exaltar o caráter e a honra dos tucanos. E isso ao lado de toda a cúpula do DEM. Não teve nenhum constrangimento em falar de escândalos ao lado desse partido!
Do mesmo modo, lembrou a criação do PSDB tendo a seu lado o ex-governador Orestes Quércia (PMDB), que agora faz parte de seu governo, mas que é visto exatamente como símbolo do oposto ao que pregou Serra em todo o seu discurso. Vocês se lembram, Quércia foi a razão da criação do PSDB. Os tucanos saíram do PMDB alegando discordar de suas práticas político-administrativas.
Fora a fraude de anunciar que na crise gerou 1 milhão de empregos em São Paulo, como se o governo estadual tivesse tido algum papel relevante na recente superação pelo Brasil da turbulância econômica global. Na verdade, Serra escondeu que os tucanos votaram no Congresso Nacional contra todas as medidas anticrise propostas pelo presidente Lula.
Já sobre o Brasil, o futuro do país, programas, nada. Nem uma palavra sobre suas propostas para o Brasil - omitiu-se sobre as suas e as de seu partido ou da coalizão com o DEM e o PPS.
Mas, o discurso do governador e agora candidato dos tucanos e demos a presidente da República vale a pena ser lido. Principalmente porque pela forma como rebateu os ataques que lhe são feitos, e ao não se constranger em se auto-elogiar (definiu-se como inovador, profissional, obsessivo, e não centralizador) o pronunciamento revela a personalidade e o homem que não aceita criticas.
Fonte: Blog do Dirceu
Esperava, mas ele não falou das suas propostas para o país. A julgar por seu pronunciamento, vê-se que a oposição continua sem discurso, bandeiras, metas, programa, errática como sempre.
Serra fez um discurso pequeno, menor, para criticar o governo Lula e o PT. Além disso, com inverdades. Dizer que seu governo em São Paulo não discriminou prefeitos de outros partidos é demais e só lhe foi possível fazê-lo porque ele e a oposição contam com uma midia comprometida que não irá conferir a realidade com os prefeitos da oposição, particularmente com os do PT.
Repetir, como o fez no discurso dessa 4ª no Palácio dos Bandeirantes, a estória do aparelhamento do Estado na frente de milhares de filiados do PSDB e dos demais partidos que compõem seu governo - PMDB, PTB, PPS, DEM e PV - e ocupam milhares de cargos de confiança é abusar da inteligência alheia.
E num mar de inaugurações com banda de música e foguetório, e numa avalanche de publicidade na midia paga com o dinheiro do contribuinte, falar que seu governo repudia a espetacularização, francamente é uma piada de mau gosto.
Surrealista
Numa dessas situações surrealistas, o presidenciável da oposição dedicou-se a exaltar o caráter e a honra dos tucanos. E isso ao lado de toda a cúpula do DEM. Não teve nenhum constrangimento em falar de escândalos ao lado desse partido!
Do mesmo modo, lembrou a criação do PSDB tendo a seu lado o ex-governador Orestes Quércia (PMDB), que agora faz parte de seu governo, mas que é visto exatamente como símbolo do oposto ao que pregou Serra em todo o seu discurso. Vocês se lembram, Quércia foi a razão da criação do PSDB. Os tucanos saíram do PMDB alegando discordar de suas práticas político-administrativas.
Fora a fraude de anunciar que na crise gerou 1 milhão de empregos em São Paulo, como se o governo estadual tivesse tido algum papel relevante na recente superação pelo Brasil da turbulância econômica global. Na verdade, Serra escondeu que os tucanos votaram no Congresso Nacional contra todas as medidas anticrise propostas pelo presidente Lula.
Já sobre o Brasil, o futuro do país, programas, nada. Nem uma palavra sobre suas propostas para o Brasil - omitiu-se sobre as suas e as de seu partido ou da coalizão com o DEM e o PPS.
Mas, o discurso do governador e agora candidato dos tucanos e demos a presidente da República vale a pena ser lido. Principalmente porque pela forma como rebateu os ataques que lhe são feitos, e ao não se constranger em se auto-elogiar (definiu-se como inovador, profissional, obsessivo, e não centralizador) o pronunciamento revela a personalidade e o homem que não aceita criticas.
Fonte: Blog do Dirceu
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