Por Redação Correio do Brasil, de São Paulo
Chegada a reta final das eleições, políticos de todo o país passaram a pensar mais na própria eleição do que na campanha presidencial e o resultado é a maior debandada já vista até hoje na história do Partido da Social Democracia Brasileiro (PSDB). Em Minas, Estado que se tornou o fiel da balança para o tucano José Serra, os “santinhos” dos candidatos começam a aparecer com as chamadas “colas”, mas os dos candidatos aliados a Serra não indicam o voto no 45 para a Presidência. A “cola” estabelece a ordem dos candidatos que aparecerá na urna eletrônica.
Em Juiz de Fora, principal cidade da Zona da Mata mineira e domicílio eleitoral do ex-presidente da República Itamar Franco, candidato a uma vaga no Senado por um dos partidos aliados de Serra, o Partido Popular Socialista (PPS), cerca de 1 milhão de “colas” impressas pelo PSDB sairam com o campo reservado para o candidato à Presidência em branco. Foram assinalados apenas os números e nomes do ex-governador Aécio Neves (PSDB) e de Itamar Franco (PPS), candidatos a senador, e o do governador Antonio Anastasia (PSDB), que busca a reeleição. Esses três aparecem em uma foto, abraçados, sem nenhuma referência a Serra.
Aécio, que evitou colar a candidatura do ex-colega paulista à sua propaganda, chegou a ser chamado a São Paulo, onde ouviu do presidente da legenda, Sérgio Guerra, o pedido para que ajudasse o postulante tucano. O ex-governador mineiro, ainda que reticente, chegou a prometer alguns minutos no programa de TV e cumpriu a promessa. Na semana passada, inseriu três imagens do presidenciável tucano, sem qualquer referência às propostas do candidato ao Palácio do Planalto.
Para diminuir um pouco a pressão dos tucanos paulistas sobre os mineiros, Serra foi convidado para a “Caminhada da Vitória”, em Belo Horizonte. O Diretório Regional do partido, no entanto, ainda não informou a data. Irritado, Serra recebeu o convite, sem data e hora, como um sinal de má vontade dos correligionários mineiros. De sua parte, Aécio justificou o abandono com o argumento de que a nacionalização da disputa em Minas Gerais seria um risco à eleição de Anastasia.
Anastasia também acredita no argumento de Aécio:
– Temos uma base política que também apoia nacionalmente a candidata oficial no nível federal (Dilma Rousseff).
Palanque desfalcado
Em Sergipe, neste fim de semana, o abandono da candidatura oficial do PSDB ficou evidente no palanque do comício que não chegou a reunir 5 mil pessoas em uma das principais cidades do Estado. Serra foi totalmente abandonado por seu partido. Durante carreata, corpo a corpo e comício, o tucano esteve acompanhado apenas por candidatos do DEM de do PPS. Principal líder tucano no Estado, o ex-governador e candidato ao Senado Albano Franco faltou aos eventos.
Serra não conseguiu disfarçar o constrangimento durante comício no município de Itabaiana, a 54 km de Aracaju, quando o candidato do PPS ao Senado, Emanuel Cacho, afirmou que Albano Franco vota em Dilma.
– O seu aliado Albano Franco não está no palanque. Ele correu do palanque. Isso é uma vergonha. Albano Franco vota em Dilma Rousseff. Não vota no (candidato) a presidente da República do partido dele (Serra). Nós não podemos homologar o que está acontecendo – disse Cacho.
Candidato ao Senado pelo DEM, José Carlos Machado afirmou que Albano não reproduz o nome de Serra em seu material de campanha e que, de forma velada, apoia a candidatura do governador Marcelo Déda (PT).
– Todos os integrantes do PSDB aqui no Sergipe apoiam a candidatura de Déda – afirmou
Serra também obteve, junto ao pequeno público que acompanhou o comício, mais uma prova que a onda de denúncias patrocinada por ele nos últimos dias não chegam ao público e, quando isso acontece, acaba por prejudicá-lo ainda mais. Ele perguntou aos presentes se ficaram sabendo do escândalo da Casa Civil, que derrubou Erenice Guerra do posto de ministra.
– Vocês viram o novo escândalo. Quem soube do escândalo na Casa Civil. Um escândalo grave – disse. Meia-dúzia levantou o braço.
Sem aliados
Além das deserções observadas nos Estados, partidos inteiros debandaram da nau serrista nos últimos dias. Depois do PSC, que abandonou a candidatura demotucana para apoiar Dilma Rousseff há mais de um mês, e do PP, que fechou “informalmente” com o PT em todo o Brasil, o PTB também está fora da aliança:
– Quase todos (os petebistas), na verdade, a grande maioria está com a Dilma – declarou o senador Romeu Tuma, candidato à reeleição pelo PTB, em recente visita acompanhada pela candidata ao Senado pelo PT, Marta Suplicy, à Prefeitura de Santo André. O município andreense é administrado por um petebista, Aidan Ravin, que também apoia a petista.
Tuma afirmou que a decisão do PTB de apoiar a coligação entre o DEM e o PSDB no Brasil e em São Paulo partiu apenas das cabeças de Campos Machado e (o deputado cassado) Roberto Jefferson, que comandam a legenda. No entanto, os dois, agora, não conseguem segurar os petebistas de todo país, que partem para a campanha de Dilma.
– O Roberto Jefferson e a Executiva acreditam na ditadura no partido. Muitos tem outras opiniões. Eles tomaram as decisões, mas em Brasília e em todo o Brasil, a maioria do PTB é Dilma – garantiu Tuma.
Candidato a deputado federal e vice-prefeito de São Bernardo, Frank Aguiar concorda com Tuma:
– Hoje, 80% do PTB apoiam, declaradamente, a Dilma.
Frank Aguiar faz parte da porcentagem que está com a petista. Outro petebista que declarou voto à Dilma é o ex-presidente Fernando Collor, em Alagoas.
Vale-tudo
Arquirrival de Serra, o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu constatou, nesta segunda-feira, em seu blog, que o candidato tucano, diante da derrota iminente, “resolveu partir do vale-tudo em que já estava na campanha para a ignorância, como se diz popularmente”.
“O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, apesar de sua condição de ex-chefe de Estado e de Governo, compara o presidente Lula a Benito Mussolini, ditador chefe do fascismo na Itália; o ex-presidente nacional do PFL e ex-senador Jorge Bornhausen (SC), diz que o presidente da República bebeu ao criticar o Democratas; e alguns líderes deste partido associam o presidente aos nazistas”.
Serra, ainda segundo Dirceu, “usa qualquer tipo de baixaria em seu programa e entrevistas na televisão. No outro lado da telinha, José Serra continua perdido. Basta ver seus programas. Agora promete tudo: salário mínimo de R$ 600,00 com um custo de R$ 17 bi para o país; asfaltar a Transamazônica; uma ou diversas promessas em cada Estado que visita; várias – e até tudo – para cada região”, afirmou.
Para o ex-ministro, “os tucanos paulistas perderam as rendas dos punhos e revelam agora sua verdadeira face – autoritária, truculenta e reacionária. Fazem uma campanha de dar dó”.
Segundo Dirceu, a campanha de Dilma organizará, na última semana da campanha, uma série de visitas de casa em casa e irá preparar a ofensiva final “para vencer no primeiro turno e eleger a maioria na Câmara e no Senado, além do maior número de governadores”.
“Já (à campanha de) Serra não resta nada a não ser fabricar factóides, escândalos e baixarias. A cada dia que passa está mais sem campanha nos Estados, sem palanques, sem apoio dos candidatos a deputado, a senador e a governador de seu próprio partido”, afirmou.
Dirceu também percebeu que o candidato tucano tem sido, gradativamente, “abandonado pelos aliados e pelos governadores tucanos atuais”.
“Tenho visitado Estados e não há material – nem gente – dele nas ruas, carros, casas, em nenhuma cidade, enfim. Se é que existiu algum dia. Sua campanha inexiste hoje fora da midia e do horário eleitoral. Seus, porque nas redes eleitorais estaduais seus aliados nunca o colocaram na campanha. Sem aceitar provocações e sem nos igualar aos tucanos vamos vencer as eleições na política e no debate, com apoio da maioria do nosso povo”, constatou.
Jogaram a toalha
Às vésperas do primeiro turno das eleições, os principais líderes do PSDB e do DEM jogaram a toalha. Em conversa com jornalistas, três dos principais dirigentes partidários, um do DEM e dois tucanos, que preferiram guardar suas identidades, concordaram que o desânimo tomou conta da campanha de Serra. Um deles chegou a afirmou que a derrota do tucano é uma “evidência matemática”.
Não é de se estranhar tamanha falta de crença em uma quase impossível virada a essa altura dos acontecimentos. Para impedir que Dilma vença no primeiro turno, no próximo dia 3, seria preciso tomar dela algo perto dos 9,4 milhões de votos, ou o equivalente a 627 mil votos por dia. Os cálculos baseiam-se na última aferição do Datafolha, considerando-se somente os votos válidos, sem os brancos e nulos, nem os indecisos.
– Se a gente olha os percentuais das pesquisas, fica desanimado. Quando o percentual vira número de votos, entende-se o por quê – resigna-se o tucano.
Para o líder tucano Serra já fez todo o possível na campanha, ainda que de forma errática. Começou como uma oposição light ao presidente Lula. Ele atirava em Dilma, mas preservava o presidente, chegando a aparecer em fotos ao lado do líder petista, o que mereceu a crítica de aliados e adversários. Ao perceber que estratégia mais tirava do que conquistava os votos, partiu para a repercussão do noticiário sobre a violação do sigilo fiscal de tucanos. Ele elevou o tom contra a campanha adversária, mas as pesquisas mostraram apenas que a estratégia foi nociva e resolveram abandoná-la para, ato seguinte, partir para o ataque à ex-ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra.
Sobre o fato, o líder tucano lamentou:
– O Serra de hoje está distante do Serra dos primeiros dias da campanha como a Lua da Terra. E as pesquisas mostram que os dois Serras foram mal recebidos.
No DEM, embora Serra ainda encontre mais afeição do que dentro de seu próprio ninho, a situação não é muito diferente. A debandada segue firme e, nesse fim de semana, foi a vez do vice-prefeito Natanael Casavechia (DEM), de São José do Rio Claro (315 km ao Norte de Cuiabá) oficializar seu apoio à reeleição do governador Silval Barbosa (PMDB), candidato da coligação Mato Grosso em Primeiro Lugar, que apoia Dilma.
A manifestação aconteceu durante cumprimento de agenda de campanha no município. Silval foi recepcionado no aeroporto pelo vice e pelo prefeito municipal Massao Watanabe (PR). São José do Rio Claro foi o primeiro de sete municípios visitados pelo candidato. Do aeroporto, a comitiva seguiu em carreata pelas ruas e avenidas do município. A temperatura na cidade no início da manhã girava em torno de 31 º Celsius, mas o calor parecia maior em função da boa receptividade da Caravana da Vitória.
A carreata terminou na Praça Domingos Briante, onde Silval reuniu cerca de 300 pessoas para ouvir suas propostas para governar Mato Grosso por mais quatro anos, ao lado dos candidatos ao Senado, Blairo Maggi (PR) e Carlos Abicalil (PT).
Chegada a reta final das eleições, políticos de todo o país passaram a pensar mais na própria eleição do que na campanha presidencial e o resultado é a maior debandada já vista até hoje na história do Partido da Social Democracia Brasileiro (PSDB). Em Minas, Estado que se tornou o fiel da balança para o tucano José Serra, os “santinhos” dos candidatos começam a aparecer com as chamadas “colas”, mas os dos candidatos aliados a Serra não indicam o voto no 45 para a Presidência. A “cola” estabelece a ordem dos candidatos que aparecerá na urna eletrônica.
Em Juiz de Fora, principal cidade da Zona da Mata mineira e domicílio eleitoral do ex-presidente da República Itamar Franco, candidato a uma vaga no Senado por um dos partidos aliados de Serra, o Partido Popular Socialista (PPS), cerca de 1 milhão de “colas” impressas pelo PSDB sairam com o campo reservado para o candidato à Presidência em branco. Foram assinalados apenas os números e nomes do ex-governador Aécio Neves (PSDB) e de Itamar Franco (PPS), candidatos a senador, e o do governador Antonio Anastasia (PSDB), que busca a reeleição. Esses três aparecem em uma foto, abraçados, sem nenhuma referência a Serra.
Aécio, que evitou colar a candidatura do ex-colega paulista à sua propaganda, chegou a ser chamado a São Paulo, onde ouviu do presidente da legenda, Sérgio Guerra, o pedido para que ajudasse o postulante tucano. O ex-governador mineiro, ainda que reticente, chegou a prometer alguns minutos no programa de TV e cumpriu a promessa. Na semana passada, inseriu três imagens do presidenciável tucano, sem qualquer referência às propostas do candidato ao Palácio do Planalto.
Para diminuir um pouco a pressão dos tucanos paulistas sobre os mineiros, Serra foi convidado para a “Caminhada da Vitória”, em Belo Horizonte. O Diretório Regional do partido, no entanto, ainda não informou a data. Irritado, Serra recebeu o convite, sem data e hora, como um sinal de má vontade dos correligionários mineiros. De sua parte, Aécio justificou o abandono com o argumento de que a nacionalização da disputa em Minas Gerais seria um risco à eleição de Anastasia.
Anastasia também acredita no argumento de Aécio:
– Temos uma base política que também apoia nacionalmente a candidata oficial no nível federal (Dilma Rousseff).
Palanque desfalcado
Em Sergipe, neste fim de semana, o abandono da candidatura oficial do PSDB ficou evidente no palanque do comício que não chegou a reunir 5 mil pessoas em uma das principais cidades do Estado. Serra foi totalmente abandonado por seu partido. Durante carreata, corpo a corpo e comício, o tucano esteve acompanhado apenas por candidatos do DEM de do PPS. Principal líder tucano no Estado, o ex-governador e candidato ao Senado Albano Franco faltou aos eventos.
Serra não conseguiu disfarçar o constrangimento durante comício no município de Itabaiana, a 54 km de Aracaju, quando o candidato do PPS ao Senado, Emanuel Cacho, afirmou que Albano Franco vota em Dilma.
– O seu aliado Albano Franco não está no palanque. Ele correu do palanque. Isso é uma vergonha. Albano Franco vota em Dilma Rousseff. Não vota no (candidato) a presidente da República do partido dele (Serra). Nós não podemos homologar o que está acontecendo – disse Cacho.
Candidato ao Senado pelo DEM, José Carlos Machado afirmou que Albano não reproduz o nome de Serra em seu material de campanha e que, de forma velada, apoia a candidatura do governador Marcelo Déda (PT).
– Todos os integrantes do PSDB aqui no Sergipe apoiam a candidatura de Déda – afirmou
Serra também obteve, junto ao pequeno público que acompanhou o comício, mais uma prova que a onda de denúncias patrocinada por ele nos últimos dias não chegam ao público e, quando isso acontece, acaba por prejudicá-lo ainda mais. Ele perguntou aos presentes se ficaram sabendo do escândalo da Casa Civil, que derrubou Erenice Guerra do posto de ministra.
– Vocês viram o novo escândalo. Quem soube do escândalo na Casa Civil. Um escândalo grave – disse. Meia-dúzia levantou o braço.
Sem aliados
Além das deserções observadas nos Estados, partidos inteiros debandaram da nau serrista nos últimos dias. Depois do PSC, que abandonou a candidatura demotucana para apoiar Dilma Rousseff há mais de um mês, e do PP, que fechou “informalmente” com o PT em todo o Brasil, o PTB também está fora da aliança:
– Quase todos (os petebistas), na verdade, a grande maioria está com a Dilma – declarou o senador Romeu Tuma, candidato à reeleição pelo PTB, em recente visita acompanhada pela candidata ao Senado pelo PT, Marta Suplicy, à Prefeitura de Santo André. O município andreense é administrado por um petebista, Aidan Ravin, que também apoia a petista.
Tuma afirmou que a decisão do PTB de apoiar a coligação entre o DEM e o PSDB no Brasil e em São Paulo partiu apenas das cabeças de Campos Machado e (o deputado cassado) Roberto Jefferson, que comandam a legenda. No entanto, os dois, agora, não conseguem segurar os petebistas de todo país, que partem para a campanha de Dilma.
– O Roberto Jefferson e a Executiva acreditam na ditadura no partido. Muitos tem outras opiniões. Eles tomaram as decisões, mas em Brasília e em todo o Brasil, a maioria do PTB é Dilma – garantiu Tuma.
Candidato a deputado federal e vice-prefeito de São Bernardo, Frank Aguiar concorda com Tuma:
– Hoje, 80% do PTB apoiam, declaradamente, a Dilma.
Frank Aguiar faz parte da porcentagem que está com a petista. Outro petebista que declarou voto à Dilma é o ex-presidente Fernando Collor, em Alagoas.
Vale-tudo
Arquirrival de Serra, o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu constatou, nesta segunda-feira, em seu blog, que o candidato tucano, diante da derrota iminente, “resolveu partir do vale-tudo em que já estava na campanha para a ignorância, como se diz popularmente”.
“O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, apesar de sua condição de ex-chefe de Estado e de Governo, compara o presidente Lula a Benito Mussolini, ditador chefe do fascismo na Itália; o ex-presidente nacional do PFL e ex-senador Jorge Bornhausen (SC), diz que o presidente da República bebeu ao criticar o Democratas; e alguns líderes deste partido associam o presidente aos nazistas”.
Serra, ainda segundo Dirceu, “usa qualquer tipo de baixaria em seu programa e entrevistas na televisão. No outro lado da telinha, José Serra continua perdido. Basta ver seus programas. Agora promete tudo: salário mínimo de R$ 600,00 com um custo de R$ 17 bi para o país; asfaltar a Transamazônica; uma ou diversas promessas em cada Estado que visita; várias – e até tudo – para cada região”, afirmou.
Para o ex-ministro, “os tucanos paulistas perderam as rendas dos punhos e revelam agora sua verdadeira face – autoritária, truculenta e reacionária. Fazem uma campanha de dar dó”.
Segundo Dirceu, a campanha de Dilma organizará, na última semana da campanha, uma série de visitas de casa em casa e irá preparar a ofensiva final “para vencer no primeiro turno e eleger a maioria na Câmara e no Senado, além do maior número de governadores”.
“Já (à campanha de) Serra não resta nada a não ser fabricar factóides, escândalos e baixarias. A cada dia que passa está mais sem campanha nos Estados, sem palanques, sem apoio dos candidatos a deputado, a senador e a governador de seu próprio partido”, afirmou.
Dirceu também percebeu que o candidato tucano tem sido, gradativamente, “abandonado pelos aliados e pelos governadores tucanos atuais”.
“Tenho visitado Estados e não há material – nem gente – dele nas ruas, carros, casas, em nenhuma cidade, enfim. Se é que existiu algum dia. Sua campanha inexiste hoje fora da midia e do horário eleitoral. Seus, porque nas redes eleitorais estaduais seus aliados nunca o colocaram na campanha. Sem aceitar provocações e sem nos igualar aos tucanos vamos vencer as eleições na política e no debate, com apoio da maioria do nosso povo”, constatou.
Jogaram a toalha
Às vésperas do primeiro turno das eleições, os principais líderes do PSDB e do DEM jogaram a toalha. Em conversa com jornalistas, três dos principais dirigentes partidários, um do DEM e dois tucanos, que preferiram guardar suas identidades, concordaram que o desânimo tomou conta da campanha de Serra. Um deles chegou a afirmou que a derrota do tucano é uma “evidência matemática”.
Não é de se estranhar tamanha falta de crença em uma quase impossível virada a essa altura dos acontecimentos. Para impedir que Dilma vença no primeiro turno, no próximo dia 3, seria preciso tomar dela algo perto dos 9,4 milhões de votos, ou o equivalente a 627 mil votos por dia. Os cálculos baseiam-se na última aferição do Datafolha, considerando-se somente os votos válidos, sem os brancos e nulos, nem os indecisos.
– Se a gente olha os percentuais das pesquisas, fica desanimado. Quando o percentual vira número de votos, entende-se o por quê – resigna-se o tucano.
Para o líder tucano Serra já fez todo o possível na campanha, ainda que de forma errática. Começou como uma oposição light ao presidente Lula. Ele atirava em Dilma, mas preservava o presidente, chegando a aparecer em fotos ao lado do líder petista, o que mereceu a crítica de aliados e adversários. Ao perceber que estratégia mais tirava do que conquistava os votos, partiu para a repercussão do noticiário sobre a violação do sigilo fiscal de tucanos. Ele elevou o tom contra a campanha adversária, mas as pesquisas mostraram apenas que a estratégia foi nociva e resolveram abandoná-la para, ato seguinte, partir para o ataque à ex-ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra.
Sobre o fato, o líder tucano lamentou:
– O Serra de hoje está distante do Serra dos primeiros dias da campanha como a Lua da Terra. E as pesquisas mostram que os dois Serras foram mal recebidos.
No DEM, embora Serra ainda encontre mais afeição do que dentro de seu próprio ninho, a situação não é muito diferente. A debandada segue firme e, nesse fim de semana, foi a vez do vice-prefeito Natanael Casavechia (DEM), de São José do Rio Claro (315 km ao Norte de Cuiabá) oficializar seu apoio à reeleição do governador Silval Barbosa (PMDB), candidato da coligação Mato Grosso em Primeiro Lugar, que apoia Dilma.
A manifestação aconteceu durante cumprimento de agenda de campanha no município. Silval foi recepcionado no aeroporto pelo vice e pelo prefeito municipal Massao Watanabe (PR). São José do Rio Claro foi o primeiro de sete municípios visitados pelo candidato. Do aeroporto, a comitiva seguiu em carreata pelas ruas e avenidas do município. A temperatura na cidade no início da manhã girava em torno de 31 º Celsius, mas o calor parecia maior em função da boa receptividade da Caravana da Vitória.
A carreata terminou na Praça Domingos Briante, onde Silval reuniu cerca de 300 pessoas para ouvir suas propostas para governar Mato Grosso por mais quatro anos, ao lado dos candidatos ao Senado, Blairo Maggi (PR) e Carlos Abicalil (PT).
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