quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O “Zé” vai entrar pra história pela lata do lixo (II)




O candidato das forças do atraso à Presidência da República, o demotucano José Serra, ou simplesmente o “Zé”, definitivamente perdeu o rumo e mais parece uma biruta de aeroporto. No debate do último domingo, na Record, ele jogou a toalha e reconheceu a derrota quando afirmou, nas suas considerações finais, que a única coisa que tinha a apresentar aos brasileiros era o seu currículo. Foi aí que ele se perdeu.

Se a única coisa que tem a apresentar é o seu currículo, então não tem nada para oferecer. Isto porque ele não tem mais currículo. Este ele o jogou na latrina e deu descarga, não tendo mais retorno.

Renegando todo o seu passado ao se aliar com o que há de mais retrógrado neste País, o “Zé” termina sua carreira política melancolicamente, abandonado até pelos aliados que agora o escondem, e até pela grande mídia conservadora, venal e golpista que o trocou pela Marina Silva, do PV, que deixou de ser jurássica, “eco-chata”. A verde agora é a queridinha dessa mídia, pois não questiona as mentiras da Veja, as omissões da Globo dos fatos mais importantes, e o golpismo da Folha e do Estadão. Ela está em lua de mel com o GAFE (Globo, Abril, Folha e Estadão).

Mas resta um consolo para o “Zé” Traíra. A extrema direita continua apostando na sua eleição e tem usado as 24 horas do dia, sete dias da semana, enviando mensagens apelativas, mentirosas, injuriosas para milhões de emails. No Ceará, o “Zé” Traíra tem como principal cabo eleitoral o “Grupo Guararapes”, uma organização de extrema direita composta por um punhado de coroneis e generais de pijama e meia dúzia de civis viúvas da ditadura militar, que, como ele, defende democracia sem povo.

Depois de demonizar a candidata das forças democráticas, populares e progressistas, Dilma Rousseff, os generais de pijama enchem a bola do “Zé” e chegam a afirmar que ele foi o “melhor ministro do governo FHC”, e saem com essa pérola: “Já, (sic) o Serra é apoiado pelas legendas dos partidos que defendem o pluripartidarismo e adotam, nos seus ideários estatutários, a Democracia Representativa do Estado de Direito”.

Dizem ainda os generais de pijama de extrema direita que “Serra, (sic) jamais tentou impor pelas armas o seu socialismo e galgou pela eleição a representação popular, com expressiva votação, consecutivamente, sem interrupção, a Deputado Federal Constituinte, Deputado Federal, Prefeito e Governador de São Paulo...”

Em todos os inoportunos emails que enchem as caixas postais dos internautas, os generais de pijama deixam transparecer que ainda vivem na época da guerra fria e que a famigerada lei de segurança nacional ainda está em vigor. Perderam o bonde da história e, mais que isso, o senso do ridículo. Eles sempre defenderam e continuam defendendo uma democracia sem povo. Preferem o cheiro dos cavalos ao cheiro do povo, como dizia o general ditador João Baptista Figueiredo, de triste memória.

Quando o “Zé” trocou o cheiro do povo pelo perfume das dondocas da Daslu, que passou a criminalizar os movimentos sociais, que passou a defender o golpismo da sua mídia, que pretendeu cassar a candidatura de Dilma Rousseff levando a disputa para o tapetão, depois de difundir desbragadas mentiras e caluniar contra a sua principal opositora, e de se juntar à extrema direita, de bater às portas dos quartéis para dizer que o que motivou o golpe de abril de 1964 era fichinha com relação ao que acontece hoje, quando assumiu de vez a defesa do imperialismo e demonstrou sua posição fascista contra Cuba, a Bolívia, a Venezuela e até à Palestina, ele tirou a máscara. Não é à toa que, do Oiapoque ao Chuí ele está sendo chamado de “Zé” Traíra.

Fazendo coro com a grande mídia conservadora, venal e golpista, o “Zé” Traíra não consegue esconder a sua adesão à canalha neo-udenista. Ele repete o que vem dizendo o Coisa Ruim (FHC, verdadeiro cadáver político insepulto): “a democracia está ameaçada”. E para tanto mobilizou meia dúzia de intelectuais e ex-ministros tucanos para um ato na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo, para acusar o presidente Lula e seu governo de autoritário.

Mas a resposta veio a jato. Um grupo de mais de 60 juristas, entre eles Dalmo de Abreu Dallari, professor emérito da USP, divulgou ontem a Carta Aberta em Defesa de Lula, onde é enfatizada que os valores democráticos consagrados na Constituição da República de 1988 foram preservados e consolidados pelo atual governo.

Os juristas democráticos lembram que o presidente Lula não se deixou seduzir pela popularidade, com 80% de aprovação popular. Poderia ter tentado casuisticamente alterar a Constituição para buscar um novo mandato, como fez o Coisa Ruim que comprou deputados e senadores, num dos maiores escândalos de corrupção jamais visto.

Agora os golpistas tentam levar a eleição para o segundo turno manipulando pesquisas. Ontem, o Datafolha (Dataserra, Datafalha) divulgou “pesquisa” garantindo o segundo turno. A Globo deu a maior ênfase em seus telejornais. Mas o Vox Populi, também ontem, mostrou números bem diferentes: Dilma 49%, Serra 25% e Marina 12%, demais candidatos 1%. Portanto uma diferença de 11 pontos percentuais em favor da candidata petista. Os brasileiros não permitirão o retrocesso.

O “Zé” Traíra pirou de vez. O desespero é tamanho que o levou a prometer o que sempre combateu: salário mínimo de R$ 600,00, reajuste de 10% aos aposentados e 13º aos beneficiários do bolsa-família.

Por tudo isso, e muito mais, é que ele vai entrar pra história pela lata do lixo. Triste fim!


* Diretor de comunicação da Associação de Amizade Brasil-Cuba do Ceará, e membro do Conselho de Ética do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará e do Comitê Estadual do PCdoB.

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