Quem vai ao segundo turno?

Ilustração: Patricio

Uma outra leitura dos ataques caluniosos desprovidos de quaisquer provas contra Dilma e o PT que ocuparam as manchetes na última semana, mostra que não surtiram efeito no quadro eleitoral. As pesquisas continuam estáveis na margem de erro. Só espremendo os números já distorcidos dos institutos de pesquisa serristas e forçando a imaginação, pode se fazer uma interpretação positiva, mesmo que irrisória, para o candidato demotucano. A oposição, na verdade, já arriou. Restam o PIG e os cães raivosos (os 4%) que continuam a destilar seu preconceito ensebado, pois a ficha grudada em sua gosma mental, demora um pouco mais para cair.

Nesta mesma leitura, pode-se detectar que a imprensa da oposição vai recuar à trincheira habitual para tentar salvar a eleição paulista, onde até o início da ofensiva infeliz contra a candidata do PT, dava-se como favas contadas a vitória de Alckmin, em primeiro turno. É interessante notar como os ataques a Dilma acertaram o pé de Alckmin. O eleitor paulista pode ser conservador, mas não é cego: ao ver a campanha mesquinha com a qual o PIG e seu candidato tentam desqualificar a oponente e a tentativa de pregar preconceitos chulos do mais arcaico stalinismo contra o PT, começou a torcer o nariz para a diarréia imoral da imprensa que ainda o crê burro e facilmente manipulável.

Honestamente: quem pode levar a sério o argumento mirabolante de que o PT é dominado por Chaves que é amigo de infância de Fidel que foi mestre de Bin Laden que é aconselhado por José Dirceu que é discípulo de Stalin e que, de todos eles juntos, Dilma tirou sua lição de vida?

O bando de vedetes mofadas do PSDB e sua imprensa decadente ainda estão na era dos dinossauros do século passado. São John Wayne levando porrada do delegado Protógenes. São clipes publicitários da novela das 8 esmagados pelo Youtube. São jornalismo de esgoto prontamente desmascarado pelos blogueiros progressistas. Sua mídia estúpida não vai mudar a opinião nem vai anular os formadores de opinião da grande maioria do povo que vive uma nova realidade, plena de realizações consistentes e promissoras. Quem nasceu para golpista, jamais chegará a jornalista.

A última batalha do primeiro turno destas eleições se dará no alavancamento da candidatura Marina que, apesar de sonsa e derrotada, servirá àqueles que não conseguem mais tirar voto de pedra em favor de José Serra. A este eleitor indeciso enfiarão goela abaixo Marina Sonsa Silva.

Na semana que entra, as atenções estarão voltadas para São Paulo, o maior colégio eleitoral do país. Aqui, não há como desvincular Alckmin de Serra e ambos de FHC. Serra e Alckmin tem ligações umbilicais no troca-troca de placas do mesmo gabinete e a mesma poltrona de governador que lhes acomodou a parte mais “produtiva” de suas anatomias. FHC é o céu destes dois. O modo desclassificado com que Serra faz campanha impregna Alckmin do que há de mais nefasto no parceiro. E vice-versa. O resultado não podia ser outro: em vez de adiarem a derrota de Serra, é mais provável que levem Mercadante ao segundo turno. E não dá pra imaginar sorte maior a São Paulo do que poder, finalmente, integrar-se à União através de um governo Mercadante.

Na próxima semana, Lula terá palanques em São Paulo que darão inveja aos velhos candidatos da direita paulista. Seu “script” foi implacável até agora. E tudo leva a crer que sairá absolutamente vitorioso do seu mandato. Inclusive no que diz respeito à nova configuração do governo e dos parlamentares que o sustentarão.

Já o aceno “mineiro” de Aécio Neves, batendo em retirada do PSDB, é uma lição de perspicácia que já havia demonstrado quando se negou a mergulhar com Serra no abismo de sua arrogância. O que se desenha no horizonte deste PSDB – já em processo acelerado de desmanche – é seu encolhimento à altura nanica. Aécio formará uma nova oposição. Respeitável até.

E o PIG já está no “aquecimento” para aplicar em Dilma a mesma dedicação golpista que aplicou em Lula nos últimos 8 anos. Depois de lançarem as cinzas de seu candidato ao mar, devem voltar a sonhar com os anjos que produzirão o impeachment da “mulher que substituiu o metalúrgico”. E vão ficar cansados de tentar. Pois é muito mais provável que o projeto petista para o Brasil ofusque seus maus agouros, diante das ótimas perspectivas que o atual governo criou e merece gerenciar na próxima década.

Fonte:O que será que me dá?