Ontem, pela manhã, eu falei sobre isso aqui.Não tenho dúvidas que foi Yeda Cruzes quem mandou violar os dados de Tarso Genro. O suposto acesso aos dados de Yeda Cruzes foi apenas um despiste.Ora, se o assessor direto da governadora recebeu ordem de um superior, resta mais que claro que esse superior só pode ter sido Yeda Cruzes.
Defesa de sargento do RS diz que ele seguiu ordens para acessar os dados
Mais de 20 autoridades tiveram dados acessados no RS, diz MPA defesa do sargento da Polícia Militar do Rio Grande do Sul César Rodrigues de Carvalho, preso desde sexta-feira (3), afirma que os acessos a dados confidenciais de um sistema integrado do governo do estado acontecia em obediência a ordens de superiores, como da chefia da Casa Militar do governo gaúcho. Carvalho teria acessado dados de mais de 20 autoridades do estado, como o candidato do PT ao governo, Tarso Genro, e a própria governadora, Yeda Crusius (PSDB).
Adriano Marcos Santos Pereira, advogado do sargento, afirmou ao G1 em entrevista por telefone que os acessos aos dados confidenciais atendiam demandas de superiores.
“Sobre essa questão dos sigilos, o sargento Rodrigues exercia uma função de hiperinteligência, ele era top de inteligência no estado. As pessoas pediam para ele consultar, ele seguia as ordens e fazia as consultas. É bom deixar claro que em nenhum momento ele usou desses dados de forma ilegal para ter benefícios, para montar dossiê ou para prejudicar alguém. Não existe dossiê”, afirma o advogado.
Você tem na estrutura o chefe da Casa Militar e têm vários oficiais superiores. Todos poderiam dar ordem para ele"Adriano Marcos Santos Pereira, advogado do sargento RodriguesO advogado afirma que vários superiores podem ter dado as ordens que levaram ao acesso de dados de políticos. “Você tem na estrutura o chefe da Casa Militar e têm vários oficiais superiores. Todos poderiam dar ordem para ele”.
O G1 tentou contato com a Casa Militar do Rio Grande do Sul. O único assessor que teria autorização para falar sobre o caso, porém, não atendeu às ligações.
Segundo a defesa, o sistema acessado pelo sargento não continha dados sigilosos. O sistema Consultas Integradas, da Secretaria de Segurança Pública, permitia o acesso apenas a dados como endereço, telefone, dados de veículos de propriedade da pessoa e informações sobre ocorrências policiais em que a pessoa seja vítima ou investigada.
“Não tinha nenhum dado fiscal e não dava para ver os detalhes de nenhuma ocorrência policial, por exemplo. Só tem dados pessoais, dados de identificação das pessoas”, diz Pereira.
O advogado afirma que a senha do sargento tinha um papel de “auditoria” e permitia a ele ver também quantas pessoas acessavam os dados do sistema. Segundo ele, é possível que centenas de pessoas possam ter acessado os dados de políticos. “No caso do Tarso Genro, por exemplo, se você for olhar lá vai ver que várias pessoas consultaram, muitas vezes por questão de curiosidade até”. De acordo com o advogado, 18 mil senhas dariam acesso a dados do sistema Consultas Integradas.
Acesso a dados do PT
Pereira afirma ter havido uma ordem específica para seu cliente verificar dados relativos ao PT. Segundo o advogado, o pedido teria acontecido porque pessoas do governo gaúcho suspeitaram que estariam sendo seguidas.
“Teve uma ordem para ele ver quantos carros em nome do PT existiam porque houve a suspeita de alguém seguindo pessoas ligadas ao governo. Como o PT era o principal partido da oposição veio essa ordem”, diz o advogado.
A defesa já entrou com um pedido de habeas corpus para o sargento. Segundo o advogado, o pedido de liberdade está nas mãos do Ministério Público. G1
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