Acabaram de ser divulgados os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) dirigida pelo IBGE. O conjunto dos números divulgados sugere inúmeras reflexões, mas o que fica na análise de alguns indicadores é o andamento do processo de construção de um novo país – menos desigual – nos últimos anos.
Por Renato Rabelo*
O primeiro quesito é o do chamado “adensamento de renda”. Entre 2004 e 2009 a renda média do trabalhador brasileiro cresceu 20%, quase na mesma proporção que o número de empregos que subiu 16,79%. Isso incide de forma reta sobre outras variáveis e indicadores. Vale a pena passar a vista em alguns deles.
Esse incremento da renda – fruto de políticas direcionadas a esta questão pelo atual governo – é visível na relação com outros dados. Por exemplo, a questão da inclusão digital (que reflete diretamente no chamado “acesso a informação”). Entre 2004 e 2009 o uso de internet expandiu-se em 112,9% no país como um todo. Porém, os maiores índices de crescimento nesta matéria foram verificados nas regiões Norte (aumento de 213,9%) e no Nordeste (171,2%).
A “questão regional” intrínseca a um processo de plena concentração territorial e de renda verificado em nosso país nas últimas décadas parece estar em processo de reversão. Os números divulgados no que cerne ao acesso a internet nas regiões norte e nordeste do Brasil tem liga direta com o fato desta pesquisa demonstrar o já citado incremento da renda do trabalhador da ordem de 20%, mas também com outro fato: a renda média do trabalhador no Nordeste cresceu 28,8%. Logo, teve aumento médio maior que o de outras regiões.
A diferença de renda entre as regiões sudeste e centro-oeste – em comparação ao Nordeste – que era de 88% em 2004 teve uma queda drástica para 71% em 2009. Evidente que a concentração de renda em algumas regiões ainda é grande e até certo ponto insuportável. Mas, o interessante é notar que uma mudança qualitativa neste sentido está em franco acontecimento.
Claro que um largo processo ainda se faz necessário para se superar as ainda inúmeras mazelas sociais vividas em nosso país. A construção desta desigualdade demandou décadas. Sua superação, em contrapartida, também deve se remeter a décadas a fio de trabalho. O importante neste momento, além, da análise fria dos números, deve ser a garantia de continuidade do processo engendrado nos números divulgados.
O retrocesso político é sinônimo, também, de retrocesso social.
*Presidente nacional do PCdoB
Por Renato Rabelo*
O primeiro quesito é o do chamado “adensamento de renda”. Entre 2004 e 2009 a renda média do trabalhador brasileiro cresceu 20%, quase na mesma proporção que o número de empregos que subiu 16,79%. Isso incide de forma reta sobre outras variáveis e indicadores. Vale a pena passar a vista em alguns deles.
Esse incremento da renda – fruto de políticas direcionadas a esta questão pelo atual governo – é visível na relação com outros dados. Por exemplo, a questão da inclusão digital (que reflete diretamente no chamado “acesso a informação”). Entre 2004 e 2009 o uso de internet expandiu-se em 112,9% no país como um todo. Porém, os maiores índices de crescimento nesta matéria foram verificados nas regiões Norte (aumento de 213,9%) e no Nordeste (171,2%).
A “questão regional” intrínseca a um processo de plena concentração territorial e de renda verificado em nosso país nas últimas décadas parece estar em processo de reversão. Os números divulgados no que cerne ao acesso a internet nas regiões norte e nordeste do Brasil tem liga direta com o fato desta pesquisa demonstrar o já citado incremento da renda do trabalhador da ordem de 20%, mas também com outro fato: a renda média do trabalhador no Nordeste cresceu 28,8%. Logo, teve aumento médio maior que o de outras regiões.
A diferença de renda entre as regiões sudeste e centro-oeste – em comparação ao Nordeste – que era de 88% em 2004 teve uma queda drástica para 71% em 2009. Evidente que a concentração de renda em algumas regiões ainda é grande e até certo ponto insuportável. Mas, o interessante é notar que uma mudança qualitativa neste sentido está em franco acontecimento.
Claro que um largo processo ainda se faz necessário para se superar as ainda inúmeras mazelas sociais vividas em nosso país. A construção desta desigualdade demandou décadas. Sua superação, em contrapartida, também deve se remeter a décadas a fio de trabalho. O importante neste momento, além, da análise fria dos números, deve ser a garantia de continuidade do processo engendrado nos números divulgados.
O retrocesso político é sinônimo, também, de retrocesso social.
*Presidente nacional do PCdoB
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