O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, fizeram do comício em Betim (MG), do qual participaram nesta quarta-feira (8), uma manifestação de apoio à candidatura de Hélio Costa (PMDB) ao governo de Minas. Lula perguntou ao público quem é que poderia estabelecer mais parcerias com o governo federal caso Dilma fosse eleita. "Lamentavelmente não será ninguém do DEM ou do PSDB", afirmou com ironia.
Costa está tecnicamente empatado nas pesquisas de intenção de votos com o governador e candidato à reeleição Antonio Anastasia (PSDB). Nas últimas semanas, o peemedebista cobrou maior empenho de Dilma e Lula em sua campanha em Minas Gerais, que ficou ameaçada pelo grande crescimento de Anastasia desde o início do horário eleitoral gratuito.
Ontem, Lula acusou durante o comício o ex-governador mineiro Aécio Neves (PSDB), a quem Anastasia sucedeu, de ter aplicado apenas a metade dos recursos exigidos no orçamento do estado para a área da saúde. Segundo Lula, em vez dos 12%, estipulados constitucionalmente, o governo de Minas aplicou apenas 6%. Em tom de desafio, Lula perguntou à plateia: "Quem colocou mais mineiros na universidade? Foi o governo federal ou foram eles aqui?"
Em outro ataque ao ex-governador tucano, o presidente afirmou que a base de Aécio no Congresso votou pelo fim da CPMF. Segundo Lula, os oposicionistas do PSDB e do DEM agiram "por ódio e por vingança e porque queriam que não tivesse o controle do pagamento de impostos, do combate à sonegação por meio do sistema financeiro".
Assim como Lula, Dilma foi enfática no apoio a Hélio Costa, em atitude diferente do que fez no comício anterior em Minas Gerais. Em tom coloquial, a petista afirmou que "a oposição azarou o tempo todo o nosso governo", citando como exemplo a ação que o DEM move contra o Prouni, no Supremo Tribunal Federal (STF).
A candidata concluiu afirmando que "Minas tem que estar no mesmo trilho do Brasil". Segundo Dilma, caso Costa seja eleito, obras como a extensão do metrô até Betim poderiam ser viabilizadas.
Antes de viajar a Minas Gerais, Dilma disse, em Brasília, que "há um salto mortal" entre a sua campanha e o vazamento de dados de pessoas ligadas ao PSDB dentro da Receita Federal. A petista disse ainda que a sua defesa feita na terça-feira pelo presidente Lula em seu programa de TV foi uma fala "institucional" de um líder do PT.
Segundo Dilma, a Justiça Eleitoral, ao arquivar uma ação do PSDB que pedia a cassação do registro de sua candidatura, reconheceu que não há ligação de sua campanha com a quebra de sigilo na Receita. "Você sabe que nessa questão da legalidade é interessante que tem um salto mortal entre o vazamento da Receita e a minha campanha. E essa legalidade, o TSE reconheceu ao dizer que não tinha nenhuma evidência, nenhuma prova. O TSE, que nesse caso do processo eleitoral é depositário da legalidade, disse isso com todas as letras."
Na opinião de Dilma, sua campanha não está preocupada com o impacto do caso da Receita nas urnas. "Estamos tranquilos. A nossa avaliação é que o brasileiro é um povo pacífico, que gosta de diálogo e detesta agressão." A petista evitou dizer se acredita que o vazamento na Receita tenha sido produto da disputa interna do PSDB para a definição do candidato à Presidência, que envolveu Serra e o ex-governador Aécio Neves.
"Não faço ilações, não faço acusações. Agora, pedimos investigação”, afirmou Dilma. “Em 2009, em setembro ou abril ou outubro não existia campanha ou pré-campanha. Não existia candidatura ou pré-candidatura, então, tem um problema que é de base material."
Valor Econômico
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