O 4º Congresso Nacional do PT aprovou neste sábado, em Brasília, uma resolução política que pede “medidas mais ousadas” para garantir a redução dos juros e conter a desvalorização cambial. O partido afirma que a especulação financeira continua influenciando a economia nacional. O documento ainda pode ganhar emendas até domingo, quando o evento será encerrado.
A resolução coincide com o esforço do governo Dilma Rousseff para a implantação de uma política fiscal mais austera e logo após o Banco Central ter surpreendido o mercado reduzindo a taxa Selic em meio ponto percentual nesta semana, para 12% ao ano.
O texto aprovado pelas lideranças petistas do País afirma que “a questão dos juros e do câmbio precisa ser enfrentada com medidas mais ousadas. O câmbio elevado é uma ameaça à economia brasileira, que exigirá no curto prazo medidas de impacto, capaz de frear o livre ingresso de dólares”.
Para Dilma conseguir aprofundar as mudanças das gestões Lula, o governo precisará “enfrentar e superar obstáculos muito difíceis, entre os quais se destacam os impactos deletérios da crise internacional do capitalismo neoliberal; a influência do pensamento conservador nos meios de comunicação; a corrupção que degenera o sistema político brasileiro; a regressividade do sistema tributário e seus impactos nas políticas públicas”, diz o texto.
A resolução política do PT pede ainda que sejam incentivados novos “instrumentos financeiros” que complementem a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos financiamentos de longo prazo. O PT não especifica quais mecanismos devem ser adotados pelo governo.
Ainda na situação econômica, o PT defende que o Brasil se articule com os demais países emergentes “para instituir mecanismos efetivos de regulação financeira e combate à guerra cambial”, diz o texto básico aprovado.
Mudanças internas no PT
No final da tarde de sábado, as lideranças petistas decidiram mudar as regras para a participação dos filiados nas disputas internas. Também ficou decidido que todos os filiados continuarão obrigados a fazer contribuições financeiras.
Coordenada pelo ex-presidente do PT, deputado federal Ricardo Berzoini (SP), a Comissão de Reforma do Estatuto teve suas propostas aprovadas, depois de longos debates internos.
Ficou definido que os novos filiados terão que participar de pelo menos uma reunião de formação política antes de estarem aptos a votar nas eleições internas, os chamados Processos de Eleição Direta (PEDs), que definem as direções partidárias. As exigências para os novos filiados foram criticadas por vários grupos petistas, que pretendiam massificar a participação interna. Berzoini teve que fazer acordos internos e reduziu as exigências iniciais, mais amplas.
“Queremos o PT mais qualificado e não esculhambado”, disse o ex-presidente do partido. Pelo que foi aprovado no sábado, quem não participar do último PED perde o direito de concorrer a cargos internos. Segundo Berzoini, a idéia é evitar a formação de currais eleitorais internos no partido.
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