quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Presidenta puxou as orelhas de Washington



Em resumo, a presidenta Dilma puxou as orelhas de Washington tanto quanto era possível sem causar uma crise diplomática. Ainda mais incisivo que o apoio explícito ao Estado Palestino e à sua admissão nas Nações Unidas – “lamento não poder saudar, desta tribuna, o ingresso pleno da Palestina na ONU, é chegado o momento de a termos aqui representada” – foi a condenação explícita às guerras promovidas pelos Estados Unidos no Oriente Médio.


“O mundo sofre, hoje, as dolorosas conseqüências de intervenções que agravaram os conflitos, possibilitando a infiltração do terrorismo onde ele não existia; inaugurando novos ciclos de violência; multiplicando os números de vítimas civis. Muito se fala sobre a responsabilidade de proteger; pouco se fala sobre a responsabilidade ao proteger”. O plural se refere tanto a Bush júnior no Iraque, quanto Barack Obama na Líbia, igualmente irresponsáveis.


No que se refere à política econômica, os países ricos receberam broncas mais ou menos por igual: “Esta crise é séria demais para que seja administrada apenas por uns poucos países… Não é por falta de recursos financeiros que os líderes dos países desenvolvidos ainda não encontraram uma solução para a crise. É permitam-me dizer, por falta de recursos políticos e de clareza de ideias”. São os BRICS mandando o G-7 fazer a lição de casa.



A referência aos 18 anos das negociações sem resultados para a reforma do Conselho de Segurança foi outra discreta lambada nos países do Norte. Mas não exageremos sua importância, como fazem análises superficiais que, sem terem conhecimento do contexto, interpretam cada tomada de posição do Brasil como se esse fosse o objetivo máximo, ou único, de sua política externa.


No conjunto, a fala reafirmou a essência da política externa dos anos de Lula e Celso Amorim , talvez até de forma um pouco mais incisiva. Pode-se notar também menos ênfase no combate à pobreza (sem deixar de mencioná-la) e um discurso mais explícito em relação aos direitos humanos, mas do ponto de vista de “presidenta de um país emergente” e, como disse no fechamento, de “mulher que sofreu tortura no cárcere”. Condenou “as repressões brutais”, mas sem endossar as “intervenções que agravaram os conflitos” e “sem retirar dos cidadãos a condução do processo”.



O discurso de Barack Obama, que a seguiu, foi comparativamente anódino e provinciano, dirigido mais ao eleitorado dos EUA e a Israel do que ao mundo, sem o menor receio de expor contradições óbvias para todo o resto do planeta, como condenar as “tiranias” enquanto se mantém solidamente alinhado a regimes repressivos como os da Arábia Saudita, Iêmen e Bahrein. “Foi enterrada a ideia de que a mudança só virá com violência”, afirmou, e isso enquanto move três guerras simultâneas. Teve seu momento mais hipócrita ao dizer que “celebramos a coragem de um Presidente da Colômbia que voluntariamente deixou o governo”, depois que Álvaro Uribe subornou parlamentares para tornar possível sua primeira reeleição e só desistiu da segunda quando a Corte Constitucional de seu país a declarou ilegal.


Obama, sem lembrar seu discurso de há um ano no qual disse esperar que a Palestina estivesse presente como integrante já nesta Assembleia, insistiu em que ela precisa negociar e pedir licença a Israel para buscar sua independência – como se os EUA tivessem pedido permissão aos ingleses.


Dilma, na sua vez, disse que “apenas uma Palestina livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios de Israel por paz com seus vizinhos”. Outro exemplo de como esta abertura da Assembleia Geral em 2011 expôs a fenda crescente entre os países emergentes em ascensão e o grupo dos países desenvolvidos que luta por preservar privilégios e relações de poder que já se tornaram anacrônicas, como se o mundo nada tivesse mudado desde 1948.

12 comentários:

Anônimo disse...

Os americanos conhecem a ficha da Dilma. Eles já esperavam por isso. Ninguém, ou muito poucos, deram importancia na mídia mundial.

Odete disse...

Então, tá. Ninguém deu importância, é? Vamos ver, cara pálida. Não tem essa de ficha de quem quer que seja. Quem estava lá não era Dilma, a lutadora contra o regime militar. Lá estava DILMA, Presidenta Do Brasil. Tudo o que ela colocou foi muito bem analisado pelos diversos governos e representa o papel protagonista que o Brasil tem e terá muito mais em tudo que doravante acontecerá no mundo. Dor de cotovelo, é, cara?

O TERROR DO NORDESTE disse...

Odete, essa naonimo é uma abestalhado. Só vive repetindo o que diz Reinaldo Azevedo e caterva.É um pobre coitado.

Anônimo disse...

A melhor definição para Sérgio Guerra foi feita, anos e anos atrás, pela ex-deputada Cristina Taveres (MDB-PE): “Uma inteligência a procura de um caráter”.

Zé disse...

E quem disse que os assassinos do norte querem acabar com a guerra? E a indústria bélica vai deixar?

Me engana que eu gosto.

PERNAMBUCANO FALANDO PARA E COM O MUNDO disse...

Que o presidente Barack OBA-OBA se foda!!!

Faz tempo que já conheço o discurso inócuo dos representantes do povo do norte.

Lamento nossa presidenta não ter sido mais INCISIVA...

VERA disse...

Anônimo tucanalha: INVEJOSO E PERDEDOR!!!

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

henrique de oliveira disse...

O que os EUA falam ou deixam de falar ninguem mais quer saber , dava para ver na cara de cada estadista presente na ONU que eles queriam ouvir DILMA , Obama falou de cabeça baixa como se tivesse sendo engolido por seu proprio medo , um cara fraco e deixou isso transparecer já DILMA foi DILMAIS.

Anônimo disse...

ESSA DONA TEM MAIS QUI FICÁ EM CASA FAZENDU FAXINA
TÁ UMA SUGEIRA AQUI
ELA ABRE A BOCA E FEDI

Anônimo disse...

Era uma vez um paisinho latino-americano que vivia de pires na mão no mundo praticando o "toma lá" e o único "dá cá" que recebia era esporro de presidente americano e do FMI. Um dia, esse pobre país elegeu um sapo barbudo e se tornou um dos mais importantes no cenário internacional, chegando mesmo a se tornar credor daqueles de quem era dependente.
Tem gente que acredita que isto é um conto de fadas e não vê a hora de acabar. Deve ser muito difícil aceitar que aqueles que um dia eram vistos como nossos senhores agora não são mais - é preciso tratar a "síndrome de vira-latas".

Roberto Oliveira
RJ

VERA disse...

Anônimo tunganotário INVEJOSO e PERDEDOR!!!

"SuJeira" se escreve com "J", seu ANALFABETO!!!

Vai pra escola aprender a escrever, seu ASNO!!!

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

VERA disse...

Tanto "NÃO deram importância" q ela apareceu na capa da NEWSWEEK!!!

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

INVEJOSO E PERDEDOR!!!