27/08/2008 - 21h08Pedro Simon cai e passará por cirurgia; gabinete de Flexa Ribeiro é assaltado
GABRIELA GUERREIROda Folha Online, em Brasília
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) sofreu uma queda nesta quarta-feira e terá que ser submetido a uma cirurgia para colocação de uma espécie de "pino" no braço. Ao chegar no Ministério de Minas e Energia na tarde de hoje, onde teria audiência para discutir a construção de uma usina termelétrica no Rio Grande do Sul, o senador caiu em cima do braço e teve que ser internado no Hospital Sarah Kubitschek.
O senador será operado no hospital amanhã, mas segundo assessores, passa bem, sem gravidade no seu quadro de saúde.
Na semana passada, a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) também sofreu um acidente após a queda de um palanque na cidade de Naviraí (MS), a 300 quilômetros de Campo Grande. A senadora bateu com a cabeça no momento em que o palanque desabou durante o comício da candidata tucana à prefeitura, Lourdes Elerbrock Virote.
Após a queda, Serrano foi levada para um hospital de Campo Grande, submeteu-se a exames neurológicos, mas foi liberada pela equipe médica --que não identificou nenhum ferimento grave. A candidata à prefeita fraturou a perna, teve que ser submetida a um procedimento cirúrgico em Maringá (PR), mas se recuperou da queda.Além de Serrano e de Elerbrock, o deputado Waldir Neves (PSDB-MS) também participava do comício no momento em que a estrutura do palanque ruiu, mas todos acabaram não se ferindo com gravidade.
Assalto
O incidente com Simon não foi o único a marcar a quarta-feira dos parlamentares. No plenário do Senado, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) relatou que seu gabinete em Belém (PA) foi assaltado por um grupo de quatro homens armados. Os assaltantes levaram computadores, telefones e objetos pessoais do parlamentar.
Ribeiro pediu que o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), peça auxílio da Polícia Federal para investigar o assalto. "O escritório é uma extensão do Senado. Vou comunicar a Polícia Federal para investigar esse assalto. Peço que Vossa Excelência solicite à PF que investigue e apure o assalto feito por meliantes", afirmou dirigindo-se a Garibaldi.
O senador Romeu Tuma (PTB-SP) disse que o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Correa, entrou em contato com o superintendente da instituição no Estado para investigar o assalto. "Ele disse que vai tomar as providências cabíveis porque os meliantes sejam presos", afirmou Tuma.
Comentários.
Flexa Ribeiro foi assaltado, é?
Ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão.
Ex-senador e suplente são presos
Polícia Federal desbarata quadrilha acusada de fraudar licitações em três Estados e no Distrito Federal
Hugo Marques , JB.
BRASÍLIA - A Polícia Federal prendeu ontem 25 pessoas no Amapá, Minas Gerais, Pará e Distrito Federal, acusadas de participar de uma quadrilha que fraudava licitações. Entre supostos integrantes da quadrilha, detidos estão o ex-senador pelo Amapá Sebastião Rocha (PDT) e o empreiteiro paraense Fernando de Souza Flexa Ribeiro(PSDB-PA), que assume mandato de senador em janeiro, na vaga do senador Duciomar Costa (PTB-PA), prefeito eleito de Belém.
A quadrilha fraudou licitações de pelo menos 17 grandes obras públicas no Amapá, que juntas totalizam R$ 103 milhões, segundo as investigações conduzidas pela Operação Pororoca. A grande maioria está paralisada. Uma das obras, o Porto de Santana, tem orçamento de R$ 64 milhões.
Segundo o chefe da Delegacia de Crimes Fazendários da PF no Amapá, delegado Tardelli Cerqueira Boaventura, Fernando Flexa Ribeiro - também diretor da Confederação Nacional da Indústria - participou da licitação do Porto de Santana ''em conluio'' com outros empresários para ''direcionar'' a concorrência para a empresa Queiroz Galvão.
Flexa Ribeiro é dono da Engeplan Engenharia e, segundo a PF, entrava nas licitações para dar ''aparência de legalidade'' à concorrência fraudulenta. Outro empresário de Belém, Eduardo Perez Boullosa Júnior, da Habitare, também foi preso por envolvimento com a quadrilha. Tardelli afirmou que o ex-senador Sebastião Rocha teria recebido propina para liberar o dinheiro que a Secretaria de Saúde devia ao líder da quadrilha, o empresário Luiz Eduardo Pinheiro Corrêa, dono da Método Norte Engenharia.
As investigações começaram há um ano e meio, com a interceptação telefônica do então presidente da Comissão de Licitação de Santana e atual presidente da Companhia Docas, Rodolfo dos Santos Juarez. A PF descobriu ligações de Rodolfo com empresários, políticos e servidores. O grupo direcionava as licitações de Santana e Macapá.
As fraudes começavam com convênios e licitações que envolviam dinheiro do governo federal. A Método Norte Engenharia executava boa parte das obras e repassava ''comissões'' para empresários, servidores e lobistas, além de políticos da região. Em uma das gravações da PF, segundo o delegado, Sebastião Rocha diz que as empresas poderiam até apresentar orçamentos para concorrer, mas ele é quem decidia quem ficaria com as obras.
Na lista de autoridades presas por envolvimento com a quadrilha no Amapá estão o diretor de Obras Viárias do governo, Elias Correia dos Santos, e o engenheiro fiscal de Obras do Governo, Marcelo Coelho Lima. A atual presidente da Comissão de Licitação de Santana, Maria Sulley Antunes Aguiar, também foi presa. Foi detido ainda o Secretário de Obras de Macapá, Giovanni Coleman de Queiroz, e o diretor do Departamento de Obras, Giovanni Monteiro.
No município de Santana, a PF prendeu o secretário de Obras da cidade, Olavo dos Santos Almeida, e o sobrinho e ex-assessor de Sebastião Rocha, José Josivaldo Rocha Brandão.
Outro braço da quadrilha foi desmontado em Brasília. A PF prendeu o lobista André Cleiton Fernandes Dias, que intermediava as fraudes no Sistema de Administração Financeira (Siafi), banco de dados que gerencia todo o orçamento da União. André pagava para que os funcionários do Ministério da Educação suspendessem temporariamente as inadimplências das prefeituras, de forma fraudulenta. Com isso, o governo federal transferia os recursos de convênios para as obras tocadas pela quadrilha.
Este braço da quadrilha em Brasília teria suspendido inadimplências no Siafi para 53 prefeituras e para um governo de Estado. Para suspender uma inadimplência de R$ 800 mil, por exemplo, os lobistas recebiam R$ 50 mil dos empresários e políticos envolvidos com as fraudes em licitações.
Para receber R$ 800 mil da Fundação Nacional de Saúde e mais R$ 313 mil do Ministério da Integração, a Prefeitura de Santana contou com a ajuda de dois servidores do Ministério da Educação, que suspenderam uma inadimplência de R$ 613 mil da prefeitura.
Também foi presa em Brasília a lobista Lysiane Nogueira da Rocha Fragoso. Segundo o delegado, ela ajudava a suspender inadimplências como assessora do deputado Coronel Alves (PL-AP). Também foi preso o assessor de deputado federal Erick Janson. Na internet, o nome dele aparece em reportagens locais de interesse do deputado Benedito Dias (PP-AP).
Em Belo Horizonte a PF prendeu o lobista Luiz Eduardo Monteiro, acusado de tráfico de influência por fraudar um convênio do Departamento Nacional de Infra-Estrutura e de Transporte, com a Prefeitura de Santana. Há suspeitas de que a quadrilha fraudava o banco de dados da Receita no Amapá, com a participação do advogado Carlos Alberto Lobato Lima, preso ontem.
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