domingo, 24 de agosto de 2008

NÃO HÁ MAIS JUSTIFICATIVA PARA POUPAR EFRAIM MORAIS, CASSAÇÃO JÁ DESTE CORRUPTO


Inquérito sobre irregularidades em contratos mostra conversas telefônicas sobre licitações no Senado

A íntegra do inquérito da Polícia Federal sobre a Operação Mão-de-Obra reforça os indícios de que o primeiro-secretário do Senado, senador Efraim Morais (DEM-PB), e o diretor-geral, Agaciel Maia, sabiam do esquema para que as empresas Ipanema e Conservo ganhassem em 2006 os contratos milionários destinados a oferecer funcionários terceirizados na Casa.Esses serviços, que somam R$ 35 milhões, foram prorrogados sem licitação até 2009.

O inteiro teor de diálogos telefônicos gravados pela PF mostra os empresários discutindo o resultado das concorrências no Senado, indicando que Agaciel tinha ciência de que havia um acerto para o resultado dessa disputa. Segundo a investigação policial, o diretor-geral não queria se “expor”, a não ser que alguém acima dele desse alguma ordem.

É o que revela uma conversa entre José Araújo, dono da Ipanema, e Paulo Duarte, então gerente da empresa, em 27 de março de 2006. Um problema havia surgido entre os empresários e o intermediário, o lobista Eduardo Bonifácio Ferreira. O diretor-geral teria dito que esse impasse deveria ser resolvido fora do Senado.

“Se o cara não quis botar claramente aquele negócio, é porque ele já tinha alguma coisa e o próprio Agaciel disse: ‘Eu, se for eu que assino, eu não vou fazer isso não. Vocês resolvem lá fora isso aí’”, disse Araújo a Duarte.

No mesmo diálogo, Duarte revela que Dimitrios Hadjinicolaou, diretor de compras do Senado, avisou que seria difícil dar certo a “subempreitada”, nome dado ao esquema para que, além de Ipanema e Conservo, a Brasília Informática também ganhasse uma licitação. “O Dimitrios tinha me adiantado que não sairia a subempreitada, que o Agaciel não ia se expor nisso, só se o homem (alguém acima, segundo a PF) mandasse fazer. Só que o homem também não quer se expor, então. Mas aí foi bom que o Eduardo chegou e deu um trava neles”, disse o gerente da Ipanema. No final, valeu o que Dimitrios teria dito: apenas Ipanema e Conservo venceram.

O inquérito da PF inclui Agaciel Maia entre os investigados. Mas ele ficou de fora da denúncia feita em março deste ano pelo Ministério Público Federal porque, segundo o procurador Pedro Antônio Machado, a apuração foi prejudicada em 2006 depois que a PF avisou o Senado com antecedência que a sala do diretor-geral seria vasculhada. Agaciel Maia alega que não tem qualquer relação com as irregularidades e diz que tem sido ouvido como testemunha, embora a polícia o cite como “envolvido”.

Lobista

Eduardo Ferreira é o lobista acusado pelo MPF de negociar as licitações em nome do Senado. Ele seria o intermediário. Filiado ao DEM, Ferreira foi flagrado pela PF em 29 de junho de 2006 abrindo com a própria chave o gabinete de Efraim, quando não era funcionário do Senado. O lobista chegou a trabalhar na Casa, entre 2003 e 2005, na Liderança da Minoria, ocupada por Efraim até 2004.

Na quinta-feira, o Correio revelou que Ferreira passou uma procuração ao primeiro-secretário transferindo capital de uma empresa de consultoria. O senador tem evitado explicar até agora qual sua relação com o lobista, cada vez mais vinculado a ele.

O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), promete ouvir Ferreira nos próximos dias. Os senadores esperam ainda que Efraim quebre o silêncio e esclareça as ligações com a pessoa acusada de acertar o resultado das licitações milionárias. O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), promete substituir esses contratos suspeitos até o fim do ano.
Entenda o caso

O mapa do esquema
O Senado prorrogou até 2009 contratos com as empresas Conservo e Ipanema que estão sob suspeita de fraude.

A investigação diz que os empresários negociaram com o lobista Eduardo Bonifácio Ferreira o resultado dessas concorrências.

O Correio já revelou quatro elos entre Ferreira e o primeiro-secretário, Efraim Morais (DEM-PB), responsável pelos contratos: uma procuração entre eles, o flagrante do lobista abrindo o gabinete do senador com a chave pessoal, a nomeação para trabalhar na Liderança da Minoria quando o parlamentar era o líder e a filiação ao DEM.

Os diálogos captados pela PF reforçam os indícios de que o diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, tinha ciência do esquema. Além deles, outros dois servidores são suspeitos: Dimitrios Hadjinicolaou e Aloysio Vieira. O inquérito da PF inclui os três como investigados.

A PF e o Ministério Público argumentam que a investigação em torno de Agaciel ficou prejudicada porque o Senado foi avisado com antecedência da Operação Mão-de-Obra que tinha como objetivo, entre outros, vasculhar o gabinete do diretor-geral .

Comentários.

A pergunta que não quer calar:

Quando será que esse corrupto Efraim vai ser cassado?

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