22/08/2008 - 14h40
Ex-gerente da Alstom é preso em operação na Suíça, diz jornal norte-americano e pode complicar tucanos
Folha Online
Promotores da Suíça prenderam um ex-gerente da companhia francesa Alstom sob as acusações de corrupção e lavagem de dinheiro. A operação envolveu mais de 50 policiais que realizaram buscas em escritórios da Alstom na Suíça, segundo reportagem desta sexta-feira no diário financeiro americano "The Wall Street Journal" ("WSJ").
Uma porta-voz da subsidiária da Alstom na Suíça disse que foram realizadas buscas nos escritórios da empresa, iniciadas ontem, e que a Alstom está cooperando com as investigações. Ela não disse o nome do ex-gerente que foi preso nem quando ele deixou a empresa. Em Paris, outra porta-voz da Alstom não quis comentar o caso, segundo o "WSJ".
A prisão é parte de investigações de casos de corrupção iniciadas em 2004 na Suíça e que já chegaram à França e ao Brasil --onde a empresa é acusada de pagar propina a tucanos para obter vantagens em contratos, inclusive com a Eletropaulo.
As autoridades suíças investigam suspeitas de pagamentos de propinas para obter contratos na Ásia e na América do Sul entre 1995 e 2003.
Em maio, o "Wall Street Journal" revelou que a França e a Suíça tinham documentos mostrando que Alstom teria pagado US$ 6,8 milhões a políticos para ganhar uma licitação de US$ 45 milhões do Metrô de São Paulo nas gestão tucanas. Contratos fechados pela Alstom com outras estatais paulistas --como a Eletropaulo-- também estão sob suspeita.
Em 27 de junho, o engenheiro Jean-Pierre Courtadon declarou ao Ministério Público que o sociólogo Claudio Mendes, apontado como pivô do caso Alstom, vendia facilidades e contatos com pessoas do governo de São Paulo para empresas da área de energia. Os dois são investigados sob suspeita de terem recebido recursos que depois foram distribuídos para políticos do PSDB paulista entre 1998 e 2003, nos governos Mario Covas e Geraldo Alckmin. Mendes e Courtadon negam as acusações.
No Brasil também está sendo investigado o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Robson Marinho; ele teria sido citado com a sigla RM que aparece em documentos que a Promotoria da Suíça enviou ao Brasil sobre o suposto pagamento de propinas da Alstom a políticos brasileiros. Ele foi um dos políticos mais próximos de Mario Covas (1930-2001), governador do Estado entre 1995 e 2001.
Comentários.
Em primeiro lugar, vejam como o Grupo Folha trata os tucanos.
Quando tem petista envolvido, a Uol publica a matéria como chamada principal, quando tem tucano envolvido, a Folha Online põe a matéria bem escondidinha para que ninguém leia a notícia.
Em segundo lugar, só a AMB não viu a ficha suja do PSDB.
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