sexta-feira, 19 de setembro de 2008

VEJA UM EXEMPLO DE JORNALISMO IRRESPONSÁVEL


Laudo da PF diz que maletas podem fazer escutas ambientais
O laudo da Polícia Federal sobre as maletas compradas pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) em conjunto com o Exército mostra que os equipamentos, apesar de não realizarem grampos telefônicos, têm capacidade de fazer escutas ambientais. O documento afirma que o aparelho Stealth LPX, de posse da Abin, é "típico para uso em interceptações de áudio ambiental".Segundo o laudo, o Stealth LPX permite acionar um transmissor a partir de uma estação de controle com alcance superior a 200 metros, o que permite captar áudios dentro de uma sala, por exemplo.

O documento afirma, no entanto, que o aparelho "não possui capacidade para interceptar, demodular e decodificar" sinais provenientes de telefonia móvel.

Elaborado pelo INC (Instituto Nacional de Criminalística) da PF, o laudo afirma que as maletas não fazem grampos em telefones celulares nem em linhas digitais fixas. "Nenhum dos equipamentos analisados possui capacidade para realizar a decodificação e conseqüente gravação de conversas telefônicas realizadas por meio de sistemas de telefonia fixa digital", diz o laudo.

Além do Stealth LPX, a Polícia Federal também analisou o Oscor 5000 (Omni Spectral Correlator OSC-5000) --aparelho comprado pela Abin por intermédio do Exército. A companhia norte-americana de produtos de inteligência REI (Research Eletronics International) havia enviado à Folha Online documento autenticado nos EUA no qual nega que o Oscor seja usado para fazer interceptações telefônicas.

Escutas ambientais

O presidente da CPI das Escutas Clandestinas da Câmara, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), considerou grave o fato do aparelho realizar escutas ambientais porque sustenta que a Abin não tem poderes legais para realizar nenhum tipo de interceptação."A Abin não deveria possuir esse equipamento porque é proibida por lei de fazer qualquer interceptação. É sempre preocupante um órgão ter instrumento que precisa de autorização judicial para ser executado. A Abin não é autoridade policial", disse Itagiba.

O deputado evitou comentar a dupla versão apresentada pelos ministros Nelson Jobim (Defesa) e Jorge Félix (Gabinete de Segurança Institucional) sobre a capacidade das maletas realizarem grampos. Enquanto Jobim comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que os equipamentos teriam capacidade de realizar escutas telefônicas, Félix negou a informação."Essa briga é do Félix com o Jobim. O laudo não isenta nem culpa a Abin. Não cabe exibir ninguém neste momento, as investigações têm que ser aprofundadas", disse Itagiba.
Comentários.

Mesmo sendo publicada originariamente na Folhanews, que ao menos não publicou no portal Uol, esta matéria continua como chamada do site do Correio Braziliense, insinuando que a ABIN grampeou os aloprados aliados dos tucanos.

O laudo é bem claro: O documento afirma, no entanto, que o aparelho "não possui capacidade para interceptar, demodular e decodificar" sinais provenientes de telefonia móvel."Nenhum dos equipamentos analisados possui capacidade para realizar a decodificação e conseqüente gravação de conversas telefônicas realizadas por meio de sistemas de telefonia fixa digital", diz o laudo.

No entanto, o jornalista irresponsável publica uma matéria querendo modificar a conclusão do laudo, sugerindo que só o fato de a maleta fazer grampos ambientais é prova bastante que a ABIN efetuou grampo ilegalmente.
Isso, para mim, é mau-caratismo.

É este tipo de jornalista que deve ser punido duramente, para nunca mais distorcer os fatos.

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