terça-feira, 23 de setembro de 2008

ENQUANTO ISSO, TUCANO PODE TUDO


Secretário da Segurança de SP afasta líder da greve de cargo


da Folha Online

O governo do Estado publicou nesta terça-feira no "Diário Oficial" o afastamento do presidente da Adpesp (Associação dos Delegados do Estado de São Paulo), Sergio Marcos Roque, do Departamento de Inteligência da Polícia Civil (Dipol) para outro departamento. A transferência forçada de Roque provocou uma dança das cadeiras na Delegacia Geral de Polícia do Estado.

Em greve desde o dia 16 deste mês, a categoria pediu hoje a saída do secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão. Roque é um dos líderes do movimento. A Folha adiantou na edição de hoje (exclusivo para assinantes do jornal e do UOL) que, ao saber que o presidente da Adpesp trabalhava no setor de inteligência da polícia, Marzagão decidiu pelo seu afastamento.

Com a saída de Roque, o diretor do Dipol, delegado Domingos Paulo Neto, entregou seu cargo à disposição do delegado-geral da Polícia Civil, Mauricio Lemos Freire. O delegado-geral aceitou a posição de Paulo Neto e colocou em seu lugar o delegado Gaetano Vergine, que assumiu a Corregedoria Geral da corporação há pouco mais de um mês.

Paulo Neto não aceitou o afastamento de Roque de um dos cargos de diretoria do Dipol, feito à sua revelia, por isso entregou o cargo à Delegacia Geral. Roque foi transferido para o Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital).

Para o lugar de Vergine, Lemos Freire nomeou o atual diretor do DAP (Departamento de Administração e Planejamento da Polícia Civil), Alberto Angerami. E uma delegada novata na classe especial --somente servidores dessa categoria podem assumir diretorias na Polícia Civil-- Ana Paula Batista Ramalho Soares, vai assumir a direção do DAP.

As nomeações devem ser publicadas nesta quarta-feira (24) no "Diário Oficial" do Estado.

A postura de Marzagão é um dos pontos condenados pelos grevistas, que exigem, além do reajuste salarial, mudança em determinadas ações do secretário e da Delegacia Geral, como o afastamento de delegados sem justificativas, como ocorreu com Roque.

Paralisação

Os grevistas reivindicam aumento salarial de 15% neste ano e reajustes de 12% nos dois anos seguintes. O comando de greve estima em 80% a adesão dos Distritos Policiais na Grande São Paulo. No interior do Estado, os grevistas dizem que 100% dos DPs estão apoiando o movimento.
O governo do Estado, porém, afirma que a adesão na cidade de São Paulo foi de menos de 30% das delegacias. No interior do Estado, a paralisação é inferior a 40%, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública).

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