18/02/2009
Brasil já venceu a pior parte da crise, diz Ipea
Rio de Janeiro, 18 fev (EFE).- O Brasil já passou pelo pior momento da crise financeira e pode esperar uma melhoria inclusive no primeiro semestre deste ano, diz um estudo divulgado hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Segundo a entidade pública de estudos econômicos, os efeitos da crise internacional, que provocaram um "dezembro negro" para a indústria, podem ser superados nos próximos meses com as ações já adotadas pelo Governo, entre as quais se destacam reduções de impostos e aumentos de créditos.
"Existem vários elementos que permitem inferir uma possível melhoria nas condições econômicas do país nos próximos meses, ou pelo menos no segundo semestre de 2009", afirma o estudo.
"Em outras palavras: o cenário recessivo observado nos países desenvolvidos não se estenderá à economia brasileira", acrescenta.
A divulgação da análise coincidiu com as declarações nas quais o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, destacou os sinais de reação dos setores atingidos pela crise, como eletrodomésticos, automóveis e têxteis.
Ele citou, entre outros sinais, as contratações anunciadas pela indústria têxtil, o aumento das vendas de automóveis e a não concretização da previsão de que o Brasil seria invadido por importações de países com altos estoques e que não puderam colocar seus produtos em nações desenvolvidas.
"Continuamos otimistas e pensando que poderemos passar melhor pela crise que vários outros países em situação mais grave", afirmou o ministro.
O mesmo otimismo foi apresentado pelo diretor de Estudos Setoriais do Ipea, Marcio Wohlers, na entrevista coletiva na qual apresentou os resultados do documento "Crise Internacional: reações na América Latina e canais de transmissão no Brasil".
Segundo Wohlers, os indicadores econômicos de janeiro, principalmente o crescimento da produção de automóveis e o aumento do consumo de energia elétrica, permitem pensar na superação dos fatores que provocaram uma forte queda na indústria no final do ano passado.
"A possibilidade de que o dezembro negro da indústria se repita no primeiro trimestre é muito pequena", declarou.
Segundo o Ipea, apesar de a crise financeira ter agravado a situação, vários elementos anteriores indicavam que o ciclo de expansão iniciado pela indústria brasileira em 2004 já estava em seu ápice e que o setor começaria a sofrer uma desaceleração.
"Em vários setores o uso da capacidade instalada já estava no nível mais alto em muitos anos e começavam a surgir preocupações pela escassez de capacidade produtiva e de mão-de-obra qualificada", afirma o documento do Ipea.
Segundo o estudo, nesta conjuntura, agravada pela crise internacional, a taxa de crescimento anual da produção industrial desabou do 6,8% de setembro até o 3,1% de dezembro.
A produção industrial brasileira diminuiu em dezembro 12,4% em comparação a novembro e 14% em comparação ao mesmo mês de 2007, sua maior queda histórica.
Apesar de a crise ter provocado uma grande redução do crédito no Brasil, a situação já começou a melhorar, afirma o Ipea.
Apesar de as concessões de empréstimos terem caído significativamente em outubro e novembro, o volume em dezembro já estava em níveis similares aos de antes da crise (setembro), acrescenta.
"A estabilidade dos indicadores medidos por diferentes instituições em janeiro e a recuperação do índice de confiança do consumidor permitem pensar que não haverá uma piora drástica da situação no primeiro trimestre do ano", informa o organismo.
"Há sinais de que janeiro não foi um mês tão difícil. O volume de vendas e produção de automóveis cresceu. O consumo de energia elétrica também cresceu. Em resumo, embora não seja possível afirmar que haverá uma recuperação da indústria já nos primeiros meses, talvez seja possível dizer que o pior do ajuste da indústria já passou", conclui.
Brasil já venceu a pior parte da crise, diz Ipea
Rio de Janeiro, 18 fev (EFE).- O Brasil já passou pelo pior momento da crise financeira e pode esperar uma melhoria inclusive no primeiro semestre deste ano, diz um estudo divulgado hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Segundo a entidade pública de estudos econômicos, os efeitos da crise internacional, que provocaram um "dezembro negro" para a indústria, podem ser superados nos próximos meses com as ações já adotadas pelo Governo, entre as quais se destacam reduções de impostos e aumentos de créditos.
"Existem vários elementos que permitem inferir uma possível melhoria nas condições econômicas do país nos próximos meses, ou pelo menos no segundo semestre de 2009", afirma o estudo.
"Em outras palavras: o cenário recessivo observado nos países desenvolvidos não se estenderá à economia brasileira", acrescenta.
A divulgação da análise coincidiu com as declarações nas quais o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, destacou os sinais de reação dos setores atingidos pela crise, como eletrodomésticos, automóveis e têxteis.
Ele citou, entre outros sinais, as contratações anunciadas pela indústria têxtil, o aumento das vendas de automóveis e a não concretização da previsão de que o Brasil seria invadido por importações de países com altos estoques e que não puderam colocar seus produtos em nações desenvolvidas.
"Continuamos otimistas e pensando que poderemos passar melhor pela crise que vários outros países em situação mais grave", afirmou o ministro.
O mesmo otimismo foi apresentado pelo diretor de Estudos Setoriais do Ipea, Marcio Wohlers, na entrevista coletiva na qual apresentou os resultados do documento "Crise Internacional: reações na América Latina e canais de transmissão no Brasil".
Segundo Wohlers, os indicadores econômicos de janeiro, principalmente o crescimento da produção de automóveis e o aumento do consumo de energia elétrica, permitem pensar na superação dos fatores que provocaram uma forte queda na indústria no final do ano passado.
"A possibilidade de que o dezembro negro da indústria se repita no primeiro trimestre é muito pequena", declarou.
Segundo o Ipea, apesar de a crise financeira ter agravado a situação, vários elementos anteriores indicavam que o ciclo de expansão iniciado pela indústria brasileira em 2004 já estava em seu ápice e que o setor começaria a sofrer uma desaceleração.
"Em vários setores o uso da capacidade instalada já estava no nível mais alto em muitos anos e começavam a surgir preocupações pela escassez de capacidade produtiva e de mão-de-obra qualificada", afirma o documento do Ipea.
Segundo o estudo, nesta conjuntura, agravada pela crise internacional, a taxa de crescimento anual da produção industrial desabou do 6,8% de setembro até o 3,1% de dezembro.
A produção industrial brasileira diminuiu em dezembro 12,4% em comparação a novembro e 14% em comparação ao mesmo mês de 2007, sua maior queda histórica.
Apesar de a crise ter provocado uma grande redução do crédito no Brasil, a situação já começou a melhorar, afirma o Ipea.
Apesar de as concessões de empréstimos terem caído significativamente em outubro e novembro, o volume em dezembro já estava em níveis similares aos de antes da crise (setembro), acrescenta.
"A estabilidade dos indicadores medidos por diferentes instituições em janeiro e a recuperação do índice de confiança do consumidor permitem pensar que não haverá uma piora drástica da situação no primeiro trimestre do ano", informa o organismo.
"Há sinais de que janeiro não foi um mês tão difícil. O volume de vendas e produção de automóveis cresceu. O consumo de energia elétrica também cresceu. Em resumo, embora não seja possível afirmar que haverá uma recuperação da indústria já nos primeiros meses, talvez seja possível dizer que o pior do ajuste da indústria já passou", conclui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário