A oposição infla a candidata Dilma

10/07/2009

Mauricio Dias

A poeira no senado, levantada pela oposição para confundir e não para explicar, começou a baixar nos últimos dias e só um fato de relevância como, por exemplo, a renúncia de José Sarney, presidente da casa, poderia mudar esse rumo e reacender uma crise política de fato. Mas, agora, já é possível fazer um balanço do resultado político que a oposição persegue.

Há três consequências visíveis. A primeira delas indica que a oposição, notadamente o PSDB e o DEM, empurrou o PMDB para o colo da ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República, em 2010. A outra é a visibilidade dada ao poder dos burocratas diante de senadores acovardados e com lama até o pescoço, bem como a fragilidade da bancada do PT, apavorada com as manchetes dos jornais (“Há uma eleição pela frente”, lembrou a ex-ministra e senadora Marina Silva) e esquecido que, ao lado dos dissidentes, há um líder político com a credibilidade quase total da população, atestada por todas as pesquisas.

Ressalvadas as dissidências de sempre, há evidências de uma maior reaproximação do partido do governo. Análises encaminhadas à Secretaria de Relações Institucionais, no dia 7 de julho, mostram que, após quedas sucessivas em abril (63,64%) e maio (53,43%), voltou a subir em junho (64,58%) o apoio do PMDB ao governo na Câmara.

A interferência do presidente Lula, na contramão de cinco dos doze integrantes da bancada do PT no Senado que se alinharam com a oposição, evitou não só que o PMDB se desgarrasse da base governista como consolidou a aliança em torno da candidatura petista no ano que vem. O comportamento de Lula não poderia ser diferente. Não mudaria como ingenuamente acreditavam as cinco ovelhas desgarradas, mudaria as relações com a oposição. O pleito de 2010 torna isso impossível.

*Confira a íntegra desta reportagem na edição impressa de CartaCapital.