sábado, 31 de outubro de 2009
Folha rebate Record e acusa o golpe: trauma da “ditabranda” vive
Por André Cintra
Verdade seja dita: segundo o IVC (Instituto Verificador de Circulação), é o conjunto da grande imprensa ― e não só o jornal da família Frias ― que sofre deserções em massa de leitores. No primeiro trimestre de 2009, O Estado de S.Paulo, a exemplo da Folha, já registrava sua pior circulação diária nesta década (217,4 mil exemplares, bem abaixo dos 391 mil de janeiro a março de 2000). Em agosto, as vendas do Estadão caíram mais um pouco e chegaram à média diária de 213.205 mil.
Mas também é verdade que, no segundo ponto, a matéria da TV Record está coberta de razão: a Folha atravessa a pior crise de credibilidade de sua história. Num excelente e imperdível trabalho jornalístico (veja o vídeo abaixo), a Record prova, exemplarmente, que o diário mais vendido do Brasil foi assíduo colaborador da ditadura militar. A reportagem também lembra que o estopim da crise atual foi o editorial que, em 17 de fevereiro deste ano, classificou de “ditabranda” o nefasto regime dos generais-presidentes.
E o que alegam os réus? Sobre a queda de circulação, nada. A respeito de sua credibilidade em xeque, tampouco. Segundo o site Adnews, Suzana Singer, secretária de redação da Folha, limitou-se a dizer que “as acusações feitas pela Record são falsas. A Folha não compactuou com o regime militar, nunca foi condescendente com casos de tortura e esteve à frente dos demais órgãos de comunicação na campanha pelas Diretas Já. Quando a Folha erra ― como ocorreu no uso do termo ‘ditabranda’ ―, o jornal reconhece e registra seus erros”.
Afirmar que a Folha liderou a campanha das Diretas na grande mídia é chover no molhado. Já dizer que “a Folha não compactuou com o regime militar” é abusar do proselitismo. Como guardião da história da família Frias e de seu jornal, dava para esperar que Suzana Singer fosse, na pior das hipóteses, uma discípula da longa tradição dos jornalistas sabujos, prepostos, caudatários, subalternos. Mas sua resposta à Record mostra que a secretária de redação da Folha vai além e não tem pudor em ser mais realista que o rei.
Os próprios Frias já admitiram a adesão do jornal ao Golpe de 1964 e o prolongado apoio ao regime militar. Em fevereiro de 2001, na comemoração de seus 80 anos, a Folha registrou que “apoiara editorialmente o movimento militar que depôs o governo constitucionalista de João Goulart”. Assumiu, ainda, que apoiou “o governo de Emílio Garrastazu Médici, o mais duro do regime”. Segundo a biografia chapa-branca A Trajetória de Octavio Frias de Oliveira (2007), de Engel Paschoal, os Frias reconhecem o uso de peruas do Grupo Folha em diligências do DOI-Codi e da Oban (Operação Bandeirantes).
Explicar o quê?
O regime militar acabou há mais de 24 anos, e talvez seja mais fácil negar o passado do que deturpar a realidade concreta. A Folha não fala em índices de tiragem porque seus números são sintomáticos. A Record lembra que o jornal saiu de 513 mil exemplares impressos em 1998 para 299 mil em 2008 ― uma queda expressiva de 41% em dez anos.
A debandada prossegue. Na comparação entre os primeiros oito meses de 2009 e período semelhante do ano passado, a circulação da Folha caiu mais 6,13%. Em agosto de 2009, nas bancas de jornal da própria São Paulo (SP), o carro-chefe dos Frias conseguiu vender menos do que outros quatro jornais ― Estadão, Diário de S.Paulo, Agora e até Jornal da Tarde. Tudo isso são fatos.
A Folha não questiona a ideia de “crise de credibilidade” porque sua ficha corrida anda desastrosa. Não houve, neste ano, uma única denúncia, matéria ou opinião da Folha que possa ser considerada como um marco de sua história, um feito especial da imprensa, mais uma grande contribuição do jornalismo à sociedade e ao Brasil. Desde que Otavio Frias Filho passou a ocupar cargos de primeiríssimo escalão na Folha ― e lá se vão 25 anos ―, não há nada sequer parecido com a “tragédia de 2009”.
O caso “ditabranda” ilustra o descompasso entre a opinião pública e a Folha. Em apenas 25 dias — de 17 de fevereiro a 13 de março deste ano —, o “Painel do Leitor” (seção de cartas da Folha) recebeu 369 mensagens sobre a polêmica. O jornal, no entanto, procurou fugir como pôde — apenas 15 mensagens (menos de 6%, portanto) foram publicadas. O ombudsman Carlos Eduardo Lins da Silva recebeu outras 174 reclamações de leitores nos primeiros dez dias após a publicação do editorial.
A insatisfação alavancou o manifesto Repúdio e Solidariedade — um abaixo-assinado on-line que recebeu mais de 8 mil adesões na internet. Em 7 de março, um ato promovido pelo Movimento dos Sem-Mídia levou cerca de 500 pessoas à frente do prédio da Folha, na Rua Barão de Limeira, em São Paulo. Faixas, cartazes e discursos contundentes emparedaram ainda mais o jornal da família Frias. Em meio à manifestação, cem blogs agregados a partir do tema “ditabranda” somavam mais de 60 mil visitas.
No dia seguinte, a Folha se corrigiu parcialmente, numa espécie de autoadmoestação assinada por Frias Filho. “O termo (‘ditabranda’) tem uma conotação leviana que não se presta à gravidade do assunto. Todas as ditaduras são igualmente abomináveis. Do ponto de vista histórico, porém, é um fato que a ditadura militar brasileira, com toda a sua truculência, foi menos repressiva que as congêneres argentina, uruguaia e chilena — ou que a ditadura cubana, de esquerda”.
“Sabor especial”
Quase oito meses depois, a matéria da Record e a reação acalorada da Folha não são as únicas mostras de que a polêmica da “ditabranda” ainda é um fantasma para o jornal paulista. Na última segunda-feira (26), ao ganhar menção honrosa durante a entrega do Prêmio Vladimir Herzog, em São Paulo, o jornalista Rodrigo Vianna espinafrou a Folha: “Receber um prêmio como este, por uma matéria, que lembra os 30 anos da anistia, tem um sabor especial neste ano, em que um importante jornal de São Paulo chamou a ditadura de ‘ditabranda’”.
Não acaba por aí. Em breve, pesquisadores poderão ter acesso a arquivos da Comissão de Anistia que relatam inúmeras parcerias entre Folha e regime militar. Ainda inédito, o magistral documentário Cidadão Boilesen, vencedor do Festival É Tudo Verdade 2009, acusa formalmente a Folha de ceder apoio logístico à ditadura. É bom Suzana Singer afiar a língua para proteger o jornal em que trabalha. Até aqui, seu proselitismo foi tão-somente provinciano ― nada mais.
Aviso aos navegantes
Chávez pede apoio de mulheres venezuelanas à candidatura de Dilma
"Vou dizer algo para vocês. Lula me convidou para uma conversa com uma grande mulher brasileira e o coração me disse que ela será a próxima presidenta do Brasil. É uma extraordinária mulher que vocês vão conhecer. Dilma Rousseff esteve também na guerrilha no Brasil, esteve presa, torturada e está preparando-se para assumir a campanha no próximo ano. Aqui, chamo a todas que apoiemos Dilma para a Presidência do Brasil. Uma mulher digna, revolucionária, valente. Vocês vão conhecer", disse Chávez.
O presidente venezuelano havia passado o dia recebendo a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e na noite de quinta-feira (29) jantou com ele e a ministra Dilma no Hotel Humbold, um símbolo de Caracas localizado no alto da montanha El Ávila, ao norte da capital. Chávez apostou na popularidade de Lula para ajudar a eleger a minsitra. "Meu coração me disse muita coisa e me disse que não vai ser fácil. Mas Lula tem uma aprovação de mais de 70%".
Chávez também lembrou a atuação de outras mulheres em cargos de liderança e citou a presidente do Chile, Michelle Bachelet, além da presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Maria Fernanda Ramos Coelho, que participou na quinta-feira da inauguração do escritório de representação da CEF em Caracas.
Ao homenagear as mulheres, Chávez chegou a cantar "La Noche que me Quieras". Ele também citou a produção de soja no vale do Rio Oninoco, produzida com tecnologia brasileira desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e pediu que todas passassem a consumir produtos feitos com soja. "Tomem leite de soja, comam carne de soja, queijo de soja", pediu Chávez. Uol.
Chávez: meu coração diz que Dilma será presidente
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, elogiou nessa sexta o caráter "revolucionário" de Dilma Rousseff e afirmou que seu "coração" diz que a atual ministra-chefe da Casa Civil chegará à Presidência do Brasil.
Chávez conversou com Dilma dentro da visita de trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizada nesta sexta-feira na cidade de El Tigre, no leste da Venezuela. "O coração me diz que Dilma Rousseff vai ser a próxima presidente do Brasil", afirmou o líder venezuelano.
Em um ato oficial à noite em Caracas, Chávez ressaltou que a política brasileira "esteve na guerrilha, foi presa, torturada", e agora "está se preparando para assumir o desafio" de tentar a Presidência. "Chamo todo povo (venezuelano) a apoiar Dilma, uma mulher digna revolucionária", disse Chávez.
Lula chegou à Venezuela no fim da tarde de quinta-feira, quando cumpriu uma agenda particular que incluiu um jantar com o presidente venezuelano. Ao se despedir esta tarde após o encontro de trabalho, Chávez comentou com a imprensa ter se impressionado com a "visão integracionista" de Dilma. "É uma grande política", disse o chefe de Estado venezuelano.
Durante a sétima reunião de trabalho de Chávez e Lula, foram assinados 15 novos acordos, entre eles o da construção e operação conjunta de uma refinaria em Pernambuco. EFE.
Tarso diz que não se pode "demonizar" MST em CPI
"Pode haver uma tentativa de demonização na CPI, por aqueles setores que não apostam no diálogo social e que entendem que movimento social é caso de polícia. O que nós esperamos é que tenha uma maioria na CPI que coloque as situações reais", disse Tarso. "Que coloque a questão do MST no mesmo nível de exame que se colocam as grandes questões do agronegócios, por exemplo, aqui no Brasil."
Segundo o ministro, nunca se viu a demonização dos grandes produtores e proprietários no Brasil. "E eles já fizeram ações diretas pesadas. Já interromperam estradas, interromperam vias férreas, ocuparam o banco do Brasil", disse. "E isso foi sempre tratado dentro da lei e da ordem. E assim se deve proceder em relação aos movimentos sociais.
A senadora Kátia Abreu (DEM-PI), que propôs abertura da comissão, afirmou que o próprio movimento se demonizou aos olhos da população brasileira "com as suas agressões, com destruição de laranjais, de tratores, de propriedades, de reserva legal. Os líderes do MST se encarregaram de se autodemonizar".
A CPI Mista pretende investigar o suposto repasse para o MST de recursos públicos recebidos por organizações não governamentais.
Redação Terra
Genoíno:PT vai priorizar Presidência e Congresso em 2010
Para Genoino, campanha será plebiscitária, entre projeto do governo e da oposição
Agência Estado - Fechado o pré-compromisso com o PMDB, o que avançou até agora nesses dez dias?
José Genoino - O que avançou é que agora nós temos uma diretriz nacional, e é fundamental a aliança com o PMDB. São dois os motivos: o PMDB participa do governo, tem sido um fator de estabilidade e dará palanques fortes e tempo na televisão para Dilma. O PMDB deve compor a chapa majoritária, e para isso nós temos de avançar nos Estados para termos palanques unificados. A existência de mais de um palanque deve ser exceção e não regra. Nós temos de ter uma aliança com palanques estaduais que vá do bloco de esquerda até o centro, que é o PMDB, passando pelo PR.
AE - A ministra Dilma e a cúpula do PT já conversaram com o PR, com o PDT, com o PMDB. É uma tentativa de fazer uma campanha no estilo "nós contra a oposição", personificada no PSDB, no DEM e no PPS?
Genoino - A campanha deve ser plebiscitária com dois projetos: o liderado por Lula e Dilma e o da aliança demo-tucana. São dois projetos, não tem terceira nem quarta via. Portanto, plebiscitar é o conteúdo da campanha. Esse plebiscito tem de se materializar nos Estados porque a eleição das bancadas de deputados estaduais, deputados federais e de senadores se dá no primeiro turno. Interessa-nos eleger grandes bancadas. Por isso, reafirmo, a prioridade é, primeiro, eleger presidente; em seguida, bancadas fortes e, depois, governadores dentro de uma eleição polarizada nacionalmente.
AE - Por que a preocupação de eleger uma bancada grande de deputados e de senadores é maior do que a de eleger governadores?
Genoino - Em primeiro lugar, pela nossa experiência. Nós temos de ter uma aliança e uma coalizão programática na eleição nacional e manter essa relação com a eleição para o Congresso Nacional. É muito difícil fazer maioria depois da eleição. É melhor construir essa maioria política durante a campanha eleitoral. Então, o importante é, primeiro, eleger bancadas afinadas com o programa da companheira Dilma. A nossa experiência do mandato do presidente Lula mostra a importância de ter uma maioria mais definida na Câmara e no Senado. Nós temos de trabalhar com isso, inclusive mostrar para a população que é importante eleger senadores e deputados.
AE - E a bancada de governadores?
Genoino - No caso de governadores, nós temos de analisar em cada Estado de acordo com quem tem viabilidade e quem pode montar um palanque unificado. O palanque unificado facilita a eleição de deputado e de senador, e nós temos de ter tempo na televisão. Como nós temos um bom governo, precisamos de palanques estaduais e tempo na televisão para falar bem desse governo. Se o PT não tem nome competitivo, deve ceder espaço para os aliados de maneira programática.
AE - A prioridade de eleger grandes bancadas no Congresso já é preventiva ante eventual dificuldade de governar no caso de a ministra Dilma ser eleita?
Genoino - Ter uma boa e grande bancada é importante para garantir a manutenção, com avanços, dos programas do governo Lula. E nós aprendemos e vivemos essa experiência que a governabilidade no Congresso Nacional tem de avançar para uma governabilidade programática. Qual o caminho que nós temos? Fazer alianças em primeiro turno de maneira transparente. Nós temos de ter bancadas mais unidas, tanto na Câmara quanto no Senado, e o PT tem de priorizar isso. Onde o PT tiver chance de eleger senador, é melhor abrir mão de governador.
AE - Para evitar o que aconteceu com o governo Lula, que precisou compor para montar a base?
Genoino - O governo Lula fez uma experiência de governabilidade que viabilizou esse projeto que está mudando o Brasil. Esse caminho que, no fundamental, foi vitorioso, nos indica a necessidade de ter bancadas mais programáticas. Principalmente, porque nós queremos continuar com avanços e nós temos de ter mais unidade no programa que vai eleger deputado e senador.
AE - Se a prioridade é eleger uma grande bancada para dar sustentação ao governo, como será a atuação do PT no caso de o PSDB ganhar a disputa para Presidência da República?
Genoino - Eu quero ganhar a eleição com a Dilma e ter maioria no Congresso Nacional, portanto eu só falo sobre esse cenário.
AE - E se o PT voltar a ser oposição?
Genoino - Eu não discuto essa possibilidade porque estou 100% empenhado em continuar sendo governo e continuar transformando o Brasil.
AE - Como fechar as alianças nos Estados?
Genoino - Para ter palanques estaduais unificados, o PT deve reivindicar a cabeça de chapa onde tiver nome competitivo e onde o PT já está governando. Onde não tiver condições, o PT deve ceder espaço para os partidos aliados, para o PMDB, para o PSB, para o PDT, para o PR. O melhor caminho é fazer essa coalizão no voto, nas urnas e na rua. Nós estamos mostrando nossa candidata, nosso programa e estamos dizendo que vamos eleger a Dilma com essas bancadas de senadores e de deputados porque nós temos de ter maioria no Congresso Nacional.
AE - O deputado Ciro Gomes (PSB-SP), que pretende se candidatar à Presidência, é um problema para a estratégia de campanha plebiscitária?
Genoino - Ciro Gomes é um parceiro, uma pessoa muito importante na defesa do governo Lula e está no nosso projeto. Nós temos de dialogar com o Ciro e com o PSB para ele somar nesse projeto estratégico. O melhor caminho é Ciro formar um grande palanque no Estado de São Paulo, junto com o PT, com o PSB, como PDT, com o PCdoB e com o PR. O PT, abrindo a possibilidade de ter Ciro como candidato ao governo, dará uma grande demonstração de que prioriza a eleição nacional e mostrará que o caminho é eleger uma bancada forte para o Congresso. Defendo uma aliança ampla com Ciro na cabeça de chapa e com Chalita (ex-tucano, o vereador Gabriel Chalita é do PSB) e Mercadante para o Senado.
AE - Como convencer os petistas paulistas a abrirem mão de um candidato próprio ao governo?
Genoino - No debate. Mostrando que o decisivo e o determinante é a aliança nacional. O que contribuir para a aliança nacional o PT dos Estados tem de ceder. Onde o PT não tem viabilidade política eleitoral, nós temos de ceder para os aliados. Em São Paulo, por exemplo, a pré-candidatura de Ciro Gomes conforma um bloco de partidos. O PT pode ter um nome próprio, desde que seja cumprida a condição de esse nome reunir a aliança com os demais partidos, PSB, PCdoB e PDT. O PT sair sozinho em São Paulo é ruim para o projeto nacional de eleger a Dilma.
AE - E no Rio de Janeiro? (A cúpula petista apoia a reeleição de Sérgio Cabral, do PMDB, aliança considerada fundamental para o acordo nacional, mas o prefeito de Nova Iguaçu, o petista Lindberg Farias, se lançou na disputa pelo cargo do peemedebista).
Genoino - Nós temos uma aliança de governo com Sérgio Cabral. Se nós participamos do governo, temos de ajudar a reeleição de Sérgio Cabral, compondo a chapa majoritária com candidatos ao Senado. Se Garotinho (ex-governador do Rio Anthony Garotinho, que está no PR) for candidato a governador, nós não podemos hostilizá-lo nem criticá-lo na medida em que ele é de um partido da base e vai apoiar Dilma. Garotinho não pode se transformar em um adversário nosso. Ele terá autonomia para apoiar a Dilma, e é bom que isso aconteça. Agora, o PT ter candidato próprio no Rio de Janeiro é um grande equívoco. Nós temos um triângulo político do colégio eleitoral: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas. Nós não podemos errar nestes Estados.
AE - O que fazer em Minas Gerais? (São pré-candidatos os ministros das Comunicações, o peemedebista Hélio Costa, e do Desenvolvimento Social, o petista Patrus Ananias, e o petista e ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel).
Genoino - Em Minas, o PT passa por uma disputa interna (Processo de Eleição Direta que vai escolher a nova direção do partido em 22 de novembro) e precisamos esperar o seu resultado. Com o peso de Minas e com a responsabilidade dos protagonistas envolvidos nesta disputa, nós temos de apelar para que haja bom senso e juízo. Os tucanos são fortes em Minas, com Aécio Neves (governador do Estado), e em São Paulo, com José Serra (governador do Estado), e nós não podemos errar. Portanto, a precondição é concretizar a aliança com o PMDB e nós temos de avaliar quem estará na cabeça de chapa.
AE - Qual é o critério para a escolha do candidato em Minas, estar na frente das pesquisas de intenção de voto?
Genoino - O critério é estar na frente da pesquisa. Segundo critério, quem tem melhores condições de ganhar. Terceiro critério, quem soma mais apoio político, aliança e voto para a candidatura nacional. Toda a análise está amarrada na prioridade da eleição nacional com a companheira Dilma, que é o projeto estratégico nosso. Esse projeto estratégico orienta, decide e induz as alianças estaduais.
AE - E na Bahia? (O ministro da Integração Nacional, peemedebista Geddel Vieira Lima, vai disputar com o governador petista Jaques Wagner, que busca reeleição).
Genoino - Na Bahia, se forem dois palanques, nós temos de ter uma relação respeitosa. Onde tiver dois palanques apoiando a Dilma, ela e Lula terão de estar nesses dois palanques.
AE - Pará? (O PMDB do deputado Jader Barbalho está de olho no cargo da governadora petista Ana Júlia Carepa, candidata à reeleição).
Genoino - No Pará, nos somos governo. O PT tem candidatura e temos de viabilizar a reeleição de Ana Júlia. Para isso, temos de negociar a composição da chapa majoritária, para o Senado. Tanto na Bahia quanto no Pará, nós temos candidatos competitivos.
AE - E em Mato Grosso do Sul? (O governador peemedebista André Puccinelli quer a reeleição, mas o petista e ex-governador Zeca do PT quer concorrer).
Genoino - O PT tem de fazer uma discussão nacional com o PT de Mato Grosso do Sul e buscar uma negociação com o PMDB. O PT não deve ficar sozinho na disputa nesse Estado. Se o PT quer reeleger um governador em Estado que está governando e quer o apoio do PMDB, o mesmo deve acontecer no inverso. O PMDB em Mato Grosso do Sul tem governador e está nos chamando para apoiá-lo, como chamamos os peemedebistas do Pará e da Bahia. O PT tem de ser mais flexível e fazer uma aliança com (André) Puccinelli.
AE - Ceder nesse caso?
Genoino - É. Qual o critério que estou defendendo? O partido tem governador, é um nome competitivo e apoia Dilma? O raciocínio serve em todos os Estados. É uma boa aliança para o PT apoiar Puccinelli e priorizar a composição para o Senado.
AE - Em quais Estados o PT já considera inviável o acordo com o PMDB?
Genoino - São Paulo, Acre, Rio Grande do Sul, que já têm definições em curso. Agora, em outros Estados com problemas, devemos criar o consenso processual. Unir o possível e deixar algumas questões para depois. Vamos construindo o acordo.
AE - Um eventual governo de Dilma será mais petista do que o de Lula, que tem o perfil mais conciliador?
Genoino - O Lula é petista, e o PT é lulista. Essa tentativa de tratar o Lula separado ou diferente do PT é de marqueteiro que não conhece a história do PT nesses quase 30 anos. São cinco elementos que constroem essa maioria: Lula, PT, movimento social, governo e alianças. Isso nos dá condição de construir maioria. O PT é um elemento central para a campanha da Dilma, porque as alianças serão costuradas pelo PT no plano nacional e em cada Estado. O PT será uma força central na governabilidade do próximo período. Por isso, temos de definir alianças para a Câmara e para o Senado.
MP abre ação contra secretário de Saúde de Serra
Promotoria de Justiça de Direitos Humanos - área da saúde pública, do Ministério Público do Estado de São Paulo, propôs nessa quinta-feira (29) ação civil pública contra o estado de São Paulo; a OSS Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina; o secretário de estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, e o ex-diretor presidente da SPDM, Ulysses Fagundes Neto.
Na ação, os promotores de Justiça Anna Trotta Yaryd, Ana Lúcia Menezes Vieira e Arthur Pinto Filho pedem que a Justiça declare a ilegalidade e conseqüente nulidade do contrato de gestão celebrado em abril de 2007 entre o Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Saúde, e a OSS/ Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina para a implantação, operacionalização da gestão e realização de exames laboratoriais no Centro Estadual de Análises Clínicas da Zona Leste (Ceac Zona Leste).
Além disso, a ação busca responsabilizar os contratantes, o secretário estadual de Saúde, Luiz Barradas Barata, e Ulysses Fagundes Neto, à época diretor presidente da Organização Social de Saúde APDM, por ato de improbidade administrativa, assim como ressarcir o erário dos danos causados aos cofres públicos.
A ação é resultado de inquérito civil instaurado na Promotoria em setembro do ano passado. O inquérito apurou que, um mês após a criação do Ceac-Zona Leste, o Estado transferiu a gestão integral da unidade pública para a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, dando início ao desmantelamento dos serviços laboratoriais que existiam na rede pública. Mas um dia antes da assinatura do contrato de gestão, a Associação Paulista transferiu a totalidade do objeto contratado à Associação Fundo de Incentivo à Psicofarmacologia (AFIP), que não é qualificada como OSS e que somente poderia ser contratada mediante prévia licitação.
Para os promotores, essa subcontratação é ilegal, porque a lei de licitações não permite a transferência da totalidade dos serviços, não era prevista contratualmente e causou prejuízos ao erário, porque a OSS/SPDM, agindo como mera intermediária do negócio, sem realizar qualquer atividade ou serviço que pudesse justificar, reteve mensalmente 6% dos valores fixados no contrato de gestão para os exames realizados, uma vez que a AFIP, ao ser contratada pela SPDM ofereceudesconto de 6% para a realização dos exames. Além disso, o contrato de gestão foi firmado com a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, que não era especializada na realização de exames laboratoriais, e não tinha capacitação própria para o serviço.
A ação pede, ainda, que a OSS/SPDM seja obrigada a realizar os exames laboratoriais pelo mesmo preço dos exames laboratoriais que vinham sendo realizados pela AFIP, ou seja, oferecendo 6% de desconto sobre o valor da contratação realizada com o poder público, e que o Estado seja obrigado a realizar nova contratação para prestação dos serviços laboratoriais, sob pena de multa diária no valor de R$ 10 mil. Portal Vermelho.
Demo aproveita Dia dos Mortos e reúne juventude
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador
Veja o que diz o texto do DEM:
"(...) é claro, vai ter também muita festa. Primeiro, por que para o jovem a política significa fazer novos amigos."
Ah, que bonitinho. Eles vão fazer amigos no Dia dos Mortos!
Outro trecho:
"Para muitos que sairão de canto distantes do país e que já mantem contato pelas redes na internet, o evento é a oportunidade conhecer cara-a-cara os parceiros de militância política. Sem contar que Blumenau é nada mais, nada menos, do que a terra da OktoberFest. Na organização geral, está a moçada de Santa Catarina, que montou um verdadeiro quartel-general para que absolutamente todo detalhe corra bem."
Quartel-general. Disso, a turma do DEM entende - desde 64.
Jorge "vamos acabar com essa raça" Bornhausen integra a juventude demo? E o Heráclito Fortes?
Serra não foi convidado. O DEM acha que o governador de São Paulo anda meio mortão...
O Marcelo Tas (aquele do CQC — programa de humor) estará lá. Vai animar a festinha em Blumenau. E isso não é piada, tá no site do partido. O Tas virou palestrante demo.
Ótimo programa pro Dia dos Mortos...
Só resta uma alternativa para José Serra:nomear Marcola para Secretário da SSP-SP
Violência continua a crescer pelo terceiro trimestre consecutivo em SP
Folha Online
A violência continua a crescer no Estado de São Paulo pelo terceiro trimestre seguido. É o que revelam os dados divulgados na noite desta sexta-feira pela Secretaria da Segurança Pública da gestão José Serra (PSDB), que apontam aumento em praticamente todas as variações de crime, informa reportagem de André Caramante para a Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).
A mais alta mudança contabilizada foi nos crimes de sequestro, com um aumento de 136% em relação ao mesmo período de 2008.
Em maio deste ano, quando os números referentes ao primeiro trimestre do ano já apontavam para a elevação da criminalidade no Estado, o governo atribuiu o problema à crise econômica.
Após a divulgação dos dados na noite de ontem, o porta-voz da Secretaria da Segurança Pública, Enio Lucciola Lopes Gonçalves, disse à Folha que ninguém do órgão iria se manifestar sobre os dados "por causa do horário".
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Gol do Brasil na crise de Honduras
Por Flávio Aguiar, na Carta Maior*
Foi o Secretário (equivalente a Ministro no Brasil) Thomas Shannon Jr. sair do banco de reservas e entrar em campo para Micheletti, o presidente golpista em Honduras, afinar e aceitar alguma forma de acordo. Pudera: além de levar para a área de Micheletti o risco dos EUA não reconhecerem a eleição de novembro sem um acordo com Zelaya, Shannon levava também por debaixo do pano a ameaça de que isso redundasse na retirada dos milhões de dólares da ajuda norte-americana ao país, cujo governo ficaria então, literalmente, pendurado no pincel e sem escada para descer, ameaçando esborrachar-se.
Mas não nos iludamos. Neste jogo perigoso o gol não foi norte-americano. O gol foi do Brasil, na verdadeira folha seca que foi, em curva pelo lado da barreira, como fazia Waldir Pereira, o imortal Didi, o acolhimento de Zelaya na nossa embaixada em Tegucigalpa. Os norte-americanos escaparam isso sim de marcar um gol contra, ameaçados que estavam de uma conivência velada com os golpistas por omissão, o que arruinaria de vez a política do presidente Barack Obama para a América Latina, além de mergulha-lo no descrédito.
Esse descrédito não seria apenas externo. Seria interno também. A partir de um fracasso de Obama na questão, os republicanos e seus lobistas mais à direita fariam gato e sapato com tudo o que o novo governo tentasse fazer, em qualquer frente, inclusive na área da saúde.
Aparentemente foi mais complicado negociar internamente no próprio governo norte-americano do que soltar a pelota na área de Micheletti e mandar escrever, senão o pau ia comer na pequena área.
Por seu lado, o Brasil sai com um trunfo e um triunfo na mão, contra todos os fantasmas que se ergueram no caminho, alegando que o Itamaraty estava deixando sua tradicional posição “equilibrada” para se envolver numa disputa que não era sua, como se democracias e ditaduras nas vizinhanças não nos dissessem respeito.
Junto com a aprovação da entrada da Venezuela na Comissão de Relações Exteriores do Senado, esse acordo em Tegucigalpa, possibilitando que Zelaya deixe a embaixada para o Palácio Presidencial, ou pelo menos encaminhando a questão nesse sentido, é uma grande vitória para o governo e sua política interna e externa. “O Brasil estava certo”, é o que se pode ler nas entrelinhas de qualquer noticiário. Foi a intervenção brasileira, acolhendo Zelaya, que abriu a oportunidade e ao mesmo tempo forçou os Estados Unidos a agirem.
Se os golpistas, apesar das repetidas juras de Micheletti em sentido contrário, atentassem contra a embaixada, os Estados Unidos e sua omissão seriam co-responsáveis pelo que viesse a ocorrer. E ficou mais uma vez comprovado que o Brasil tornou-se um jogador indispensável dentro dessas quatro linhas, que é a complicada quadratura do círculo da política regional e mundial.
Fonte: http://www.agenciacartamaior.com.br/
Chávez diz ter certeza de que Dilma será eleita em 2010
EL TIGRE - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou lamentar o fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter que deixar o governo do Brasil em janeiro de 2011 e defendeu a candidatura dele a um terceiro mandato. Declarou, no entanto, ter certeza de que, em 2010, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) será eleita sucessora de Lula. "Eu lamento que Lula saia do governo. Por que ele tem de sair? Se um presidente governa bem e tem 80% (de aprovação popular), por que ele tem de sair?", perguntou Chávez, em entrevista a jornalistas enquanto esperava o desembarque de Lula em um pista de pouso desta cidade venezuelana.
Chávez acrescentou que não entende por que a presidente do Chile, Michele Bachelet, também terá que deixar o cargo no próximo ano se conta com índice de aprovação de 60%. "Só deixo a pergunta no ar." Ao afirmar que tem "certeza" de que Dilma será eleita para suceder Lula no cargo em 2010. Afirmou que Dilma "tem peso, é uma grande mulher e tem a cabeça bem ordenada."
"Ela será a próxima presidente do Brasil. Podem escrever", afirmou. A uma pergunta sobre qual será sua reação se a vitória for de um candidato opositor, o presidente venezuelano apelou para o princípio da não-interferência em assuntos de outros países: "Não me meto em questões internas. Vocês são soberanos e podem fazer o que queiram. Eu não me meto", declarou.
Deu a louca no PIG
Jornalista com mais de 20 anos de profissão e passagem por alguns dos principais jornais brasileiros – Folha, Globo, JB, Zero Hora e Correio –, sei como funcionam as grandes redações. A linha editorial de cada veículo é definida pelos donos dos veículos e seguida à risca pelos editores e colunistas. É a regra do jogo. Entra nele quem quer.
Por Olímpio Cruz Neto, em seu blog
Da janela do meu trabalho, aqui em Brasília, admito que surpreendo-me muito pouco com o comportamento da grande imprensa. Mas, quando tais surpresas revelam essa lógica estranha da inversão de papéis, é difícil acreditar. No jogo político, a imprensa agora é a principal protagonista. À oposição, resta seguir as orientações gerais de colunistas.
Assistindo à palestra de Paulo Henrique Amorim, na última segunda-feira, num evento realizado pela Escola Livre de Jornalismo e Iesb, vi a reação da plateia à uma declaração do veterano jornalista, blogueiro à frente do Conversa Afiada. Provocador e sarcástico, ele bateu duro ao dizer que, no Brasil, agora “não há mais política partidária, não há mais negociação política. Hoje, a política se trava no PIG”. A sigla é o que Paulo Henrique alardeia como “Partido da Imprensa Golpista”. Artigo completo aqui
O soneto e a emenda
Eventuais leitores desta coluna já leram, por aqui, a história da missão que o presidente Lula entregou ao ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, de conversar com os “Barões da Mídia” brasileira que reagiram ao programa Bolsa Família tão logo ele foi implantado, em outubro de 2003.
Patrus rodou jornais e revistas e levou a conclusão a Lula: consideram que o governo investe demais em programas sociais.
O Globo é a expressão mais definida dessa visão. Para isso é capaz de deformar fatos para ludibriar o leitor, como fez na reportagem que, no domingo 25, sustentou a manchete do jornal: “Bolsa Família inibe expansão do emprego formal no interior”.
Não se exige perícia para tirar do próprio texto da reportagem o desmentido da manchete. Na página 3, espaço nobre do jornal, é possível fazer a dissecação da mentira. Eis o flagrante do delito, recolhido no quarto parágrafo:
“A precariedade do emprego formal nessas cidades – municípios pobres, com população abaixo de 30 mil habitantes – não tem relação direta com a concessão do Bolsa Família”.
Em seguida, mais um contraste entre texto e manchete:
“A maioria das lojas não assina carteira”, diz a reportagem.
Em vez de ser a condenação do Bolsa Família, esse é, ao contrário, um dos aspectos da crueldade da parcela do patronato tupiniquim que ainda resiste em pagar o salário mínimo exigido por lei, em vigor desde 1940. É prática de exploração de mão de obra barata no Nordeste do País.
Os empregadores não assinam a carteira de trabalho que tira o emprego da informalidade. Evitam, assim, pagar o mínimo que a lei exige em todo o País. Inclusive, em Presidente Vargas, no Maranhão, cenário real da ficção criada por O Globo. O nome da cidade homenageia Getúlio Vargas, o presidente que consolidou as Leis do Trabalho (CLT), como lembra a reportagem em raro momento de fidelidade.
Por displicência ou má-fé, a reportagem não informa o leitor sobre as bases de funcionamento do programa. Eis um resumo:
Benefício Básico: 68 reais (famílias com renda mensal por pessoa de até 70 reais, independentemente do número de crianças ou adolescentes na família).
Benefício Variável: 22 reais (famílias com renda mensal por pessoa de até 140 reais com crianças ou adolescentes de até 15 anos. Cada família pode receber até três benefícios, o que totaliza 66 reais).
Benefício Variável Jovem: 33 reais (famílias com renda mensal por pessoa de até 140 reais com crianças ou adolescentes de até 15 anos. Cada família pode receber até dois benefícios, o que totaliza 66 reais).
O programa alcança mais de 12 milhões de pessoas e os benefícios são cumulativos. Com isso, cada família poderá receber de 22 a 200 reais.
O benefício médio é de 95 reais. Modestíssimo para muitos. Fundamental para quem enfrenta a miséria. Esse valor é a mola mestra da redução da pobreza no Brasil, entre 2003 e 2008, segundo cálculos da Fundação Getulio Vargas.
Quase 20 milhões de pessoas superaram a condição de pobreza no período cujo impacto provocou queda de 17% na desigualdade social nos últimos cinco anos.
Diante do princípio profissional que estabelece como dever primordial informar o leitor corretamente, a reportagem de O Globo é um atestado de óbito do jornalismo.
A imprensa, Yeda e Lula no Pampa
Paulo Cezar da Rosa
Muita gente acredita na recuperação de Yeda Crusius, na possibilidade dela vir até a reelege-se em 2010. Crê que vencidos os inquéritos, os processos administrativos, judiciais e políticos, como o impeachment e a CPI ainda em curso na Assembleia, a governadora renascerá das cinzas numa campanha eleitoral restauradora de sua imagem e sua política. O trabalho que está sendo feito nos últimos 60 dias para Yeda reforça essa tese. No lugar da governadora geradora de conflitos, uma Yeda "paz e amor" passou a ser apresentada em todos os meios de comunicação em fotos e manchetes.
Até ano passado a possibilidade de recuperação era real. Um conjunto de elementos indicava que Yeda poderia afirmar seu governo e, um pouco como Lula no pós-mensalão, dar a volta por cima. Agora, não existe mais gerenciamento de imagem que resolva seus problemas. Os que acreditam poder recompor sua viabilidade eleitoral em geral subestimam a inteligência do eleitor. Acham que o marketing e mídia podem tudo.
Os motivos que levaram Lula às alturas na avaliação do cidadão brasileiro são os mesmos que colocam Yeda entre os piores governos da história do Rio Grande. O presidente Lula chegou aos 80% de aprovação por causa da sua política e navegando na contra-mão do PIG. Já Yeda fez o inverso. Com uma proteção permanente do PIG, a governadora hoje tem cerca de 80% de desaprovação. Ou seja, assim como o PIG não derrotou Lula, o PIG não será capaz de reerguer Yeda em 2010.
Políticas inversas
A saga de Yeda Crusius no Rio Grande do Sul repete, em grande medida, a de seus antecessores. Jair Soares, Alceu Colares, Antonio Britto, Olívio Dutra, Germano Rigotto foram governadores que buscaram acertar e acabaram recusados pelo eleitor. Mas Yeda tem uma particularidade: ela sempre dependeu da força das suas ideias e pôde desprezar, em sua trajetória, partidos, forças sociais e soluções de compromisso. Até chegar, quase por acaso, ao cargo que ocupa hoje.
Tudo o que se pensar sobre Lula e suas políticas, deve-se colocar um sinal de negativo para compreender Yeda. Enquanto Lula agrega, Yeda confronta. Enquanto Lula conversa, Yeda briga. Enquanto o Brasil segue em frente, O Rio Grande vai para trás.
Yeda faz um governo que teve a ousadia de instalar uma representação em Brasília chamando-a de "embaixada", como se o Brasil fosse um outro país. No governo gaúcho, confrontada com uma posição em que, obrigatoriamente, é preciso "fazer política", Yeda revelou-se incapaz. Sua gestão é uma sucessão de confrontos e feitos inúteis ou negativos, a maior parte deles com os próprios aliados. Incluem-se nesta lista o vice-governador, Paulo Feijó, do DEM; o assessor morto em Brasília, que chegou a ser nomeado "embaixador" da "representação gaúcha"; o "companheiro" Lair Ferst, que teria feito uma delação premiada; o ex-secretário da Segurança Pública, Otávio Germano (PP), que teria a ver com a corrupção no Detran.... A lista é longa e deve frequentar as atas de julgamentos e condenações judiciais nos próximos anos. Diante de tudo isso, Yeda mostrou-se inconfiável ao eleitor. Ela havia prometido "um novo jeito de governar". O mínimo que deveria ter cumprido seria encarar de um modo diferente a corrupção. Mas, não. Yeda acabou decorando o quarto do neto em sua casa particular com dinheiro público. Comprou puffs e assoalhos emborrachados. E não existe PIG no planeta que consiga justificar isso. Nem vai resolver o PSDB intervir no estado gaúcho, nomeando uma agência paulista para cuidar da imagem de Yeda.
O papel do PIG gaúcho
Já manifestei aqui meu distanciamento crítico quanto ao termo PIG. Esqueçam! Vocês, leitores, me convenceram de que é preciso trabalhar com o conceito. Mas vamos ao que interessa: O PIG gaúcho fez tudo o que podia e não podia por Yeda Crusius. Se alguma coisa vale a minha palavra, eu testemunho: nunca um governante teve tamanha boa vontade da mídia quanto Yeda Crusius. Nem mesmo Antônio Britto foi tão defendido. Yeda teve tudo, tudo, tudo. E ainda está tendo. E, em que pese o peso e importância da mídia na formação da opinião das pessoas, todo o apoio que foi dado à governadora não conseguiu forjar uma imagem positiva de seu governo.
Ao mesmo tempo, o PIG gaúcho vem martelando contra Lula noite e dia nos últimos anos mas também não consegue imprimir uma imagem negativa ao presidente. Ao contrário, hoje Lula tem no RS praticamente os mesmos índices que possui no país. Ou seja, o papel do PIG gaúcho, cada vez mais, é enrolar peixe no dia seguinte.
O reconhecuimento bolivariano
BBC Brasil a El Tigre (Venezuela)
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse nesta sexta-feira que seu colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou ao país "como Cristo" ao anunciar "a boa nova" da aprovação preliminar do ingresso da Venezuela no Mercosul.
"Lula veio como Cristo anunciando o Evangelho. Só faltou o cabelo comprido", disse Chávez. "Anunciando a boa nova da decisão da Comissão de Relações Exteriores. Saúdo a todos os senadores."
Lula chegou à Venezuela na quinta-feira, pouco depois de a Comissão de Relações Exteriores do Senado brasileiro ter aprovado a adesão da Venezuela ao Mercosul. A entrada do país no bloco ainda precisa ser votada pelo plenário do Senado.
"Nossa expectativa, lá no horizonte, é positiva", disse Chávez. "Eu considero do ponto de vista econômico, moral, político e territorial que a Venezuela já é parte do Mercosul. Faltam esses passos, que são próprios de cada país."
Ritmo paraguaio
Para se tornar membro integral do Mercosul, a Venezuela precisa ter sua adesão aprovada pelos quatro países integrantes do bloco. Argentina e Uruguai já ratificaram o protocolo de adesão. O Paraguai espera a decisão do Brasil para votar.
"O Paraguai tem seu próprio ritmo. Acredito que mais cedo que tarde nós conseguiremos (que o Paraguai aprove), porque isso beneficia a todos, criar um grande mercado no Sul", afirmou o presidente venezuelano.
Chávez disse que mesmo aqueles que se opuseram ao ingresso de seu país no bloco "devem reconhecer que é de interesse de todos que a Venezuela entre no Mercosul", citando o fato de o país ter uma das maiores reservas de petróleo e de gás do mundo.
A adesão da Venezuela ao Mercosul provocou polêmica no Congresso brasileiro. Opositores da entrada do país no bloco afirmavam que o governo de Chávez deixa a desejar em relação ao respeito aos princípios democráticos.
Questionado sobre essas críticas, Chávez disse que a Venezuela é um país "em plena democracia, com plena liberdade de expressão".
"Aqui, ninguém acredita nesses contos de Chávez ditador, de perseguição contra jornalistas", afirmou.
Dilma
O presidente venezuelano disse que a visita do colega brasileiro "é histórica", porque ele está acompanhado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. "Ele vem com a Dilma. E vocês sabem o peso que a Dilma tem, a trajetória da Dilma", disse.
Chávez também voltou a manifestar apoio a uma candidatura da ministra à Presidência. "A próxima presidente do Brasil será a Dilma. Escrevam, podem escrever. Eu não me meto nisso diretamente, mas é o que me diz esse coração."
O líder venezuelano disse ainda lamentar "que Lula se vá" do poder ao final de seu mandato. "E eu sei que muitos no Brasil lamentam. Por que quando um presidente está fazendo bem tem que ir?"
Os dois presidentes participaram de um jantar na quinta-feira, em que Chávez disse ter cantado "Parabéns a você" e servido bolo para Lula, que fez aniversário no último dia 27.
Colômbia
O presidente venezuelano também voltou a afirmar que está "preocupado" com o acordo assinado nesta sexta-feira entre a Colômbia e os Estados Unidos, que dá a tropas americanas acesso a sete bases colombianas.
"É preocupante que os Estados Unidos e sua máquina de guerra, e seus homens para a guerra, estejam aí na fronteira venezuelana", disse. "Acredito que é uma ameaça não só para a Colômbia. Esses militares ianques têm impunidade, já houve casos de violações em que não foi possível fazer nada, porque são imunes."
Chávez participa nesta sexta-feira, ao lado de Lula, da abertura da colheita da safra de soja produzida em cooperação com a Embrapa, no município de El Tigre.
O líder venezuelano também confirmou a assinatura de um acordo de associação entre as estatais petroleiras PDVSA e Petrobras para a criação da empresa mista que deverá operar na refinaria Abreu e
Vitória da educação do Brasil:Fim da DRU vai garantir R$ 9 bilhões a mais para a educação em 2011
Com a aprovação pelo Senado ontem da proposta de emenda à Constituição (PEC) que determina o fim da Desvinculação de Receitas da União (DRU) para a educação, a área terá 9 bilhões a mais em seu orçamento de 2011. O montante representa 21% do orçamento da área em 2009, que foi de R$ 41 bi. Para o presidente-executivo do Movimento Todos Pela Educação, Mozart Ramos, a aprovação da PEC foi uma “vitória da educação brasileira”, já que o país “ainda investe pouco” na área. “Hoje o que é investido por ano em cada aluno é cerca de R$ 2 mil, o que representa metade do que os países vizinhos como o México, o Chile e a própria Argentina aplicam”, comparou ele, que é membro do Conselho Nacional de Educação (CNE). A União Nacional dos Estudantes divulgou nota “em comemoração” à aprovação do fim da DRU sobre a educação. A diretoria da entidade defende que os recursos sejam aplicados principalmente na democratização da universidade pública. O mecanismo da DRU foi criado no Plano Real, em 1994, para desbloquear 20% das receitas da União que têm gasto obrigatório por lei. Assim, o governo garantiu uma margem para redirecionar dinheiro das contribuições sociais (como o PIS/Cofins e a antiga CPMF) para outras áreas. Com a aprovação do texto, em 2009 e 2010 serão descontados 12,5% e 5%, respectivamente. Em 2011, não haverá incidência da DRU na educação. Além de garantir mais recursos para a educação, a PEC aprovada ontem também amplia a obrigatoriedade do ensino, passando a incluir a pré-escola e o ensino médio. Hoje apenas o ensino fundamental (dos 7 aos 14 anos) é obrigatório. O texto prevê que essa ampliação ocorra de forma gradual até 2016. “O dia de ontem foi histórico porque tratou de duas coisas muito importantes para a qualidade: o financiamento e a universalização da educação básica em todas as suas etapas”, aponta Mozart. Ele defende que os recursos extras que virão com o fim da DRU sejam aplicados justamente na ampliação das matrículas na pré-escola e no ensino médio. “Não adianta ampliar a oferta sem qualidade, e um dos pré-requisitos é ter um financiamento adequado”, afirmou.
Seguindo o exemplo de Lula
Jornal do Brasil - 30/10/2009
A presidente argentina, Cristina Kirchner, anunciou ontem um benefício de US$ 47 mensais para filhos menores de 18 anos com pais desempregados ou que trabalhem na informalidade. Para que os menores recebam o benefício, devem estar cumprindo o ciclo escolar obrigatório, caso tenham idade correspondente, e os pais devem garantir que as crianças até cinco anos estejam com sua vacinação em dia. O programa lembra o Bolsa-Família, do governo brasileiro.
A vida de José Serra é enganar os trouxas
Para Torquato Di Tella, Lula não é populista
Valor Econômico - 30/10/2009
Se é tentador, porém arriscado, enquadrar no conceito de populismo os governos de esquerda da América do Sul de hoje, como os de Hugo Chavez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), e Rafael Correa (Equador), fazer o mesmo com o presidente do maior país do continente, Luiz Inácio Lula da Silva, é temerário. "Lula pode ter alguns traços de populista, mas é social-democrata", afirmou ontem o argentino Torcuato Di Tella, da Universidade de mesmo nome, no último dia da reunião nacional da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciências Sociais (Anpocs). "A tradição do PT não é populista, mas socialista com elementos de centro-esquerda à extrema esquerda", disse.
Além disso, segundo o cientista político, se o populismo pressupõe apoio de massas trabalhadoras desorganizadas e de uma burocracia sindical descolada das bases, isso também não se enquadra no caso brasileiro. Para ele, o movimento sindical que gravita em torno do governo Lula não teve origem no Estado - não incorpora o "peleguismo", conforme é entendido o sindicalismo de burocracias ligadas ao poder mas descoladas das bases -, mas tem uma dinâmica autônoma ao poder público.
Segundo Di Tella, no populismo clássico os governantes vêm de classes altas e ascendem e se mantêm no poder graças a um enorme poder de mobilização das massas. Nas suas raízes, o populismo vem da tradição rural da população que sai do campo para as cidades, incorporando-se às suas periferias pobres. No campo, eles têm três pais: o pai de família, o patrão e o padre. Nas periferias, incorpora o quarto pai, o político "pai dos pobres" - e aí se enquadram, com precisão, Getúlio Vargas, Juan Domingos Perón, da Argentina, na primeira metade do século passado; e, na história recente, Chávez, Morales e Correa. "Não vou falar no Lula", disse seguidas vezes, apenas concordando em emitir opinião quando o simpósio foi aberto a perguntas. E brincou: "Lula é muito popular na Argentina, mas parece que não é muito na Anpocs".
Sequer o peronismo, segundo ele, conseguiu figurar como um populismo puro. Na Argentina, Perón assumiu com o apoio de um grupo militar nacionalista, com parte do clero e da indústria. Conforme mobilizava massas desorganizadas, afugentou esses apoios e agregou também uma base sindical "pelega", originária do Estado, mas que, ao contrário da burocracia sindical americana, tinha algum contato com as bases. A capacidade de mobilização das massas afugentou as indústrias mesmo no momento em que elas eram fortemente beneficiadas pela política protecionista do peronismo, que foi perdendo também o apoio da direita militar nacionalista.
Segundo o argentino, essas contingências históricas de perda de apoio entre as elites pode ter definido, por exemplo, o fato de Perón ter grande simpatias pelo fascismo mas não ter conseguido trilhar esse caminho - para ser fascista, obrigatoriamente teria de ter apoio empresarial e sustentação militar. "O grande inimigo do fascismo eram as classes operárias organizadas. Se ele queria implantar o fascismo, fracassou, porque esses grupos o apoiaram", disse Di Tella. "Os grandes inimigos do peronismo, na verdade, eram a classe alta e a esquerda ideológica", afirmou.
Empurrado por essas forças e inimigos, Perón, ao longo de 20 anos de exílio, os primeiros deles abrigado em países com governos de direita, acabou abandonando convicções direitistas e convenceu-se de que era um grande líder de esquerda. Nessa época, segundo Di Tella, costumava dizer que havia no mundo três grandes líderes: Mao Tsé-tung, Fidel Castro e ele próprio. Vinculou-se aos montoneros, movimento de guerrilha urbana de direita. E a ditadura militar, na sua política de eliminação da esquerda, privilegiou peronistas e seus simpatizantes.
''Justiça é desigual e funciona como há 100 anos''
Estudo encomendado pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) revela que os Estados com pior posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) são os que mais gastam, proporcionalmente, para a manutenção do Judiciário. Eles destinaram 1,19% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2008 para sustentar a estrutura da máquina e quadro de pessoal. Os mais ricos consumiram 0,61% dos respectivos PIBs.
No quadro de magistrados, para cada 100 mil habitantes o estudo aponta grandes diferenças. Os Estados com maior arrecadação e mais desenvolvidos apresentam entre 8,58 e 7,25 juízes por 100 mil habitantes. Já os Estados mais pobres contam com 5,26 a 6,64 magistrados a cada 100 mil habitantes.
O estudo - amparado em dados oficiais repassados por todos os tribunais do País ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) - foi coordenado pela professora Maria Tereza Sadek, da Universidade de São Paulo, que há 19 anos mergulha no Judiciário e suas peculiaridades.
"A Justiça é desigual no Brasil", diz Maria Tereza. "O Judiciário funciona hoje como funcionava há 100 anos. " Segundo ela, cartórios que antigamente recebiam 20 processos, hoje recebem 2 mil. "O Judiciário continua se movendo e se estruturando como no passado distante. O problema é que hoje tramitam no País 70 milhões de processos", observa a especialista.
O trabalho coordenado por ela dá sustentação à campanha inaugurada ontem pela AMB por uma gestão democrática do Judiciário. O juiz Mozart Valadares, presidente da entidade, avalia que a transparência na aplicação dos recursos e o estabelecimento de prioridades dos gastos e investimentos "é o caminho para melhorar a prestação jurisdicional e acabar com a morosidade."
"Falta no âmbito do Judiciário essa cultura do planejamento e da gestão", assevera o juiz Gervásio dos Santos, coordenador da campanha. Segundo ele, 99% dos magistrados desconhecem a verba destinada à sua unidade porque não participa da elaboração e distribuição do orçamento.
Para o criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira, há cinco décadas atuando nos tribunais, "o grande problema do Judiciário está na excessiva burocracia que emperra o rápido andamento dos processos, e não na atividade propriamente jurisdicional do magistrado."
Compromisso com a educação:a escolaridade continua a aumentar no Brasil
A figura ao lado mostra a evolução da escolaridade dos jovens brasileiros (22 anos de idade) nos últimos 10 anos. Analisar o perfil educacional dos mais jovens é importante porque as mudanças na margem antecipam o que acontecerá com os trabalhadores do país todo no futuro, quando esses jovens forem incorporados ao mercado de trabalho, se o ritmo da evolução educacional permanecer o mesmo. Os dados mostram que a porcentagem de jovens que, aos 22 anos de idade, tinha concluído apenas alguma série do ensino fundamental era de 60% em 1998 e declinou para 30% em 2008, ou seja, reduziu-se pela metade em apenas 10 anos. Além disso, a parcela de jovens que atinge o ensino médio passou de 30% para 50% nesse mesmo período. O mais importante é que, depois de praticamente duas décadas de estagnação, a parcela de jovens que chega ao ensino superior está perto de 20%, ou seja, dobrou nos últimos 10 anos.
Esse avanço é bastante significativo e merece ser celebrado conjuntamente pelos governos FHC e Lula. Entretanto, devemos entender que ainda há muito a ser feito, mesmo em termos de acesso à educação. Como está nossa posição educacional frente aos nossos competidores internacionais, especialmente os países mais desenvolvidos? Com relação aos EUA, por exemplo, ainda estamos muito atrasados. Somente 55% dos nossos jovens entre 25 e 29 anos de idade completam pelo menos o ensino médio. Nos EUA, essa porcentagem atualmente é de 90%. Ela era 55% em 1950, ou seja, estamos 58 anos atrasados. Na Coreia do Sul, 95% dos jovens completam o ensino médio, ainda mais que nos EUA. Com relação ao ensino superior, hoje em dia, 30% da população americana acima de 25 anos de idade tem ensino superior, enquanto no Brasil esse índice ainda é de 10%. Ou seja, ainda há muito a ser feito em termos de acesso à educação no Brasil. Continue lendo
O transitório e o duradouro
Prevaleceu o bom senso, e a Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou, ontem, a entrada da Venezuela no Mercosul. Há os que se opõem a esse ingresso e, em passado recente, pretendiam que aderíssemos ao Alca. O Tratado de Livre Comércio das Américas, como o desejavam os norte-americanos, seria, para repetir o guatemalteco Juan Arévalo, a associação entre as sardinhas e o tubarão. A adesão do México ao Nafta representou a desnacionalização da indústria, o aumento da criminalidade, a repercussão dramática da crise econômica norte-americana em seu território. O México perdeu 15% dos empregos existentes em 1994 e, só no ano passado, 6.290 pessoas foram assassinadas na guerra do narcotráfico.
O presidente Chávez tem surpreendido os meios políticos com seu comportamento inusitado. Sua eleição constituiu a quebra de um paradigma. Mas essa quebra de paradigma não ocorreu somente na Venezuela. No mundo inteiro, o eleitorado tem preferido, nos últimos decênios, homens que fogem aos modelos clássicos de chefes de Estado e de governo do século 19 e início do século 20. São homens que não se identificam com o que convencionamos chamar establishment. Esses homens novos, para usar o léxico político romano, não constituem privilégio da esquerda. A direita também os elege, mais do que a esquerda e, talvez, tenha a ela cabido o privilégio de inaugurar o costume, quando fez do caubói Ronald Reagan o presidente dos Estados Unidos em 1980. Quebrou-se, na mesma ocasião, o paradigma na Inglaterra, com a eleição de Mme. Thatcher para ocupar o gabinete de Downing Street, que havia sido, só no século passado, de Lord Balfour e de Lloyd George, de Churchill, Harold Wilson e Bevan. E que dizer de nossos dias, com Berlusconi e Sarkozy? E não nos esqueçamos de Barack Hussein Obama – talvez o que intelectualmente mais se aproxime do modelo clássico dos governantes do passado.
A História registra quebras anteriores de paradigma, mas geralmente localizados e episódicos, como ocorreu com a eleição de Andrew Jackson, nos Estados Unidos de 1828. Quebra de paradigma é também a presença de Lula, no Alvorada. Argumentam, os adversários da inclusão da Venezuela no Mercosul, que o regime, ali, não é democrático. Mas, o que é mesmo democracia? Se os destacados adversários da Venezuela conseguissem defini-la com precisão, resolveriam um dos problemas básicos da ciência política. Em termos pragmáticos – e não acadêmicos – democracia é aquele regime que nos convém, e não democrático aquele que não nos agrada. Há democracias e democracias. Seria, por exemplo, democrático o governo da Itália, cujo primeiro-ministro controla mais da metade do poder de informação no país? Em sua melhor definição, a democracia rejeita adjetivos, e os rejeita porque é um processo – e os processos não admitem qualificações definitivas.
É preciso separar o transitório do duradouro, já que na política, como na vida em geral, não há situações permanentes. O presidente Chávez é um inquilino do Palácio de Miraflores, como outros houve, desde a tumultuada independência da região. Como em todos os países do continente, a história da Venezuela oscila entre o despotismo das oligarquias e a resistência dos pobres. Houve governos que lutaram pela democracia republicana e pela igualdade, como os de Rômulo Bentacourt e Rômulo Gallegos. E ditaduras militares impostas pelos golpes de Estado, como a de Perez Jimenez. E há o clássico exemplo da corrupção insuportável de governos que começaram bem, como ocorreu com Carlos Andrés Perez. Se Chávez e sua forma particular de governo são realidades transitórios, a Venezuela é duradoura. Hoje, a Venezuela é um dos mais importantes parceiros comerciais do Brasil, e, acima dos preconceitos contra o índio Chávez, prevalecem os interesses dos grandes empresários brasileiros, que exportam bens e serviços para aquele país. E, da mesma forma, os nossos objetivos nacionais permanentes.
Requião e o acordo
O governador Roberto Requião disse o que devia dizer. O acordo prévio entre o PMDB e o PT, quanto à Vice-Presidência na chapa de Dilma Rousseff, expressa a vontade da candidata, de Michel Temer e seus próximos. Só a convenção nacional do partido decidirá que posição assumir no pleito do ano que vem. E, embora a candidatura da ministra pareça consolidada no PT, ela só será definitiva depois da convenção de seu partido. Em política, como em tudo na vida, as circunstâncias mudam a cada instante.
Lula volta a criticar o PIG
Para uma plateia formada por catadores de materiais recicláveis, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou ontem, em São Paulo, a criticar o trabalho da imprensa, o que levou o público, estimado em cerca de 3.000 pessoas, a vaiar o grupo de jornalistas que acompanhava o seu discurso.
Além de recomendar que repórteres não interpretem notícias, Lula afirmou que os formadores de opinião "já não decidem mais (...) porque o povo não quer mais intermediário".
"Hoje vocês têm a oportunidade de fazer a matéria da vida de vocês. Se vocês esquecerem a pauta do editor de vocês e se embrenharem no meio dessa gente (...) para vocês conversarem sobre a vida deles (...) Publiquem apenas o que eles falarem. Não tentem interpretar."
Ao concluir as lições sobre jornalismo, o presidente minimizou a importância dos formadores de opinião no Brasil, afirmando que "o povo tem pensamento próprio" e adquiriu o gosto pela cidadania. Em seguida, completou: "O mundo é mais limpo quando o pobre toma consciência".
Na reeleição de Lula em 2006, o PT e o próprio presidente afirmaram que o resultado era uma derrota dos meios de comunicação e dos chamados formadores de opinião. Em entrevista à Folha na semana passada, Lula disse que o papel da imprensa é "informar", e não "fiscalizar".
Lula era o convidado de honra da Expocatadores 2009, evento que reuniu "catadores de rua" do país --catadores de materiais recicláveis.
O petista também aproveitou para fazer uma crítica indireta à elite do país: "Essa gente, que eu diria, até de forma humilhante, não tinha vergonha de passar de carro e jogar um lixo qualquer achando que vocês eram de segunda categoria e tinha obrigação de catar o lixo deles (...) Vocês estão ensinando a essa gente pedante, a essa gente arrogante, que o ser humano não pode der discriminado pelo sua profissão", disse.
O presidente, no palco, pediu que o BNDES viabilize uma linha de financiamento de veículos elétricos (triciclos) produzidos pela Itaipu Binacional aos catadores. O presidente do banco, Luciano Coutinho, também presente, acenou positivamente com a cabeça e prometeu um encontro com catadores para discutir o assunto.
O governo não confirmou oficialmente a implementação da linha de crédito e nem divulgou valores. O triciclo foi projetado para facilitar a coleta de materiais. Segundo Lula, a Itaipu vai transferir os direitos de patente do veículo, fabricado no Paraná, aos catadores.
Imprensa livre é imprensa privada?
A ideologia liberal – dominante nestes tempos – costuma caracterizar se um país é democrático, pelo seu regime político, fazendo suas perguntas clássicas: Se há pluralismo partidário, separação de poderes no Estado, eleições periódicas e imprensa livre. Não contempla a natureza social do país, se há universalização de direitos básicos, se se trata de uma democracia social ou apenas do sistema político.
Um dos problemas dessa visão redutiva que marca o liberalismo, seccionando a esfera político-institucional do resto da formação social, é que vai buscar a resposta no lugar errado. Saber se um país é democrático é saber se sua sociedade é democrática. O sistema político é uma parte dela e deveria estar em função não de si mesmo, mas de criar uma sociedade democrática.
Mas o pior desses critérios é tentar fazer passar que imprensa privada é critério de democracia. Imprensa privada (isto é, fundada na propriedade privada, na empresa privada) como sinônimo de imprensa livre é uma contradição nos termos. Imprensa centrada na empresa privada significa a subordinação do jornalismo a critérios de empresa – lucro, custo-benefício, etc. . etc., a ser financiado por um dos agentes sociais mais importantes – as grandes empresas. O que faz com que a chamada imprensa “livre” seja, ao contrário, uma imprensa caudatária dos setores mais ricos da sociedade, presa a seus interesses, de rabo preso com as elites dominantes.
A chamada imprensa “livre” representa os interesses do mercado, dos setores que anunciam nos veículos produzidos por essas empresas, que são mercadorias, que transformam as noticias e as colunas que publicam em mercadorias, que são compradas e vendidas, como toda mercadoria.
Antes de serem vendidos aos leitores, os jornais – assim como os outros veículos – são primeiro vendidos às agencias de publicidade, que são os instrumentos fundamentais de financiamento da imprensa “livre”. “Um anúncio de uma página em Les Echos (publicação econômica francesa), com tarifa normal, rende mais do que a totalidade de suas vendas nas bancas” – diz Serge Halimi, em artigo no Le Monde Diplomatique de outubro.
São então “livres” de quê? Do controle social, da transparência do seu financiamento, da construção democrática da opinião pública. Prisioneiros do mercado, dos anúncios, das agências de publicidade, das grandes empresas privadas, do dinheiro.
Uma imprensa livre, democrática, transparente, não pode ser uma imprensa privada, isto é, mercantil. Tem que ser uma imprensa pública, de propriedade social e não privada (e familiar, como é o caso das empresas jornalísticas brasileiras).
A Conferência Nacional de Comunicacáo, a ser realizada em novembro, é um momento único para redefinir as leis brasileiras, promovendo a construçãao e o fortalecimento de uma imprensa realmente livre, democrática, transparente, pública.
Lula: Sucesso do Brasil é fruto do trabalho duro dos brasileiros nos últimos anos
"Consolidamos a democracia, derrotamos a inflação, retomamos o crescimento e estamos construindo uma sociedade moderna e cada vez mais justa com todos os seus cidadãos. Do meu período na Presidência, iniciado em 2003, destaco como as maiores conquistas a retomada do desenvolvimento econômico e da capacidade do Governo de investir na educação e na infra-estrutura, além dos programas sociais voltados para as camadas mais pobres da população", afirmou Lula ao jornal.
Para ler a íntegra da entrevista, clique aqui.
Lula viajou na tarde desta quinta-feira para a Venezuela onde se encontrará com o presidente Hugo Chávez e participará da inauguração do Consulado-Geral do Brasil e do escritório da Caixa Econômica Federal (CEF) em Caracas. Nesta sexta-feira (30), Lula e Chávez visitarão uma plantação de soja em El Tigre, um projeto de cooperação com a Embrapa.
Ao falar sobre as eleições presidenciais no Brasil em 2010, Lula afirmou que Dilma Roussef conta com sua total confiança. “A ela confiei o comando do principal programa de obras do Governo no segundo mandato, o Programa de Aceleração do Crescimento, e os resultados mostram sua grande capacidade como gestora e como líder. Sua experiência acumulada como parte de nossa equipe desde o início, em 2003, e sua identidade com nosso projeto para o País asseguram que continuaremos a crescer e a diminuir as desigualdades sociais e regionais ainda existentes”, afirmou.
Lula disse que seria uma grande conquista para as brasileiras fazer história com a eleição da Dilma e revelou ter esperanças de ver a ministra da Casa Civil como a primeira mulher a assumir a Presidência do Brasil. “O caráter simbólico dessa conquista é poderoso, e espero contribuir para que ela aconteça”, enfatizou.
Lula apontou a integração regional na América do Sul como uma de suas prioridades na política externa. Explicou ainda o envolvimento do Brasil na crise política de Honduras.
“Essa página da História ficou para trás e não deve mais voltar. O envolvimento direto ocorreu em razão da decisão do Presidente Zelaya de pedir proteção na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, e obviamente não poderíamos negar essa proteção a ele ou a quem considere estar com sua vida em risco por conta das posições políticas que defenda. Muitos integrantes do meu governo e da oposição no Brasil tiveram que se refugiar em Embaixadas estrangeiras durante o regime militar em nosso país nos anos 60 e 70”, disse.
“Espero que um acordo político possa solucionar a crise em Honduras. Vejo que as forças políticas hondurenhas estão empenhadas nesse sentido, e, para isso, contam com o apoio da comunidade internacional e de organismos como a OEA. O que não se pode perder de vista é que Manuel Zelaya é um Presidente eleito democraticamente, e esse fato deve ser respeitado nas negociações. O Brasil não reconhecerá um novo governo em Honduras que resulte de eleições conduzidas por um regime golpista”, afirmou o presidente.
Outros temas tratados pelo presidente Lula na entrevista foram as bases norte-americanas na Colômbia, a instituição do Conselho de Defesa da Unasul e a crise econômica mundial.
Blog do Planalto
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
MST critica o empresário-ministro durante ato contra grilagem
IARAS - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, foi alvo de ataques de lideranças do Movimento dos Sem-Terra (MST), hoje, durante ato para lembrar a existência de terras públicas griladas na região de Iaras, no centro-oeste de São Paulo.
O coordenador nacional do movimento, Gilmar Mauro, disse que Mendes se transformou em porta-voz dos setores mais retrógrados da sociedade. Ele recomendou ao presidente do STF que faça cumprir a Constituição, que manda destinar à reforma agrária as terras que não cumprem a função social. "Se a Constituição não é cumprida, que moral ele tem para criticar o MST? Ele que vá dar conselhos aos filhos dele", disse Mauro.
A manifestação reuniu cerca de 600 militantes no Assentamento Zumbi dos Palmares, a três quilômetros da fazenda Santo Henrique, da empresa Cutrale, depredada durante invasão do MST no início do mês. Mendes havia criticado a destruição de laranjais na propriedade e sugerido o corte de recursos liberados a entidades ligadas ao MST. Mauro argumentou que, se o Estado fizesse seu papel, não haveria necessidade de repassar verbas para nenhuma entidade.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) criada para investigar as verbas do MST também foi atacada. "Qual é a moral desses deputados?", perguntou o líder do MST. "Eles deveriam vir aqui no meio do mato conversar com esse povo, que não está aqui para fazer piquenique." A CPMI, segundo ele, é uma forma de criminalizar o movimento.
Gilmar Mauro não descartou novas invasões na Cutrale. "Continua na mira, assim como as outras áreas que foram griladas ou são improdutivas. Vamos fazer novas ocupações ainda este ano e no ano que vem. Estamos avisando a todos que vamos continuar aqui."
Já o coordenador estadual Delweck Matheus disse que a região tem 80 mil hectares de terras griladas e que tiveram os recursos naturais destruídos, entre elas as terras ocupadas pela Cutrale. "Por causa de uns pés de laranja se criou uma comoção nacional, passando por cima do grilo."
Ele convocou os sem-terra para "lutar" pela transformação da região "numa grande região de assentamentos". "Vamos fazer ocupações até que as terras sejam arrecadadas." Ele criticou a demora dos processos na Justiça e a falta de ação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). "A reforma agrária vai sair na marra", disse.
O ato do MST reuniu militantes de várias regiões, inclusive do Pontal do Paranapanema. Os sem-terra chegaram em nove ônibus, caminhões e carros. Antes, o grupo participou de uma reunião, sem a presença da imprensa, na sede da fazenda Agrocento, transformada em escola de formação de militantes. Sindicatos ligados às centrais Conlutas e CUT, inclusive o dos Metroviários, da Capital, apoiaram o ato com veículos e equipamentos. A manifestação reuniu vereadores e deputados do PT e do Psol.
Apeoesp desmascara secretário de Serra e rebate matéria da Veja
Depois de 15 anos à frente do governo paulista, os tucanos se isentam de qualquer culpa pelo fiasco de sua política educacional. Em depoimento à revista Veja, o secretário estadual de Educação de São Paulo, Paulo Renato de Souza, afirmou que não o PSDB, mas, sim, “os sindicatos são um entrave para o bom ensino”. Claro que a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) não passou recibo.
De acordo com a presidente da entidade, Maria Izabel Azevedo Noronha, a entrevista é mais uma prova de que o governo Serra “está mais preocupado em fomentar a ‘competitividade’ entre os professores e aplicar receitas empresariais ao sistema público de ensino”. Em carta enviada à Veja, Maria Izabel também cobra que “seja aberto espaço” na revista para que uma categoria de 178 mil professores possa expor suas posições.
Confira abaixo a íntegra da carta de Maria Izabel à Veja
Educação não é valorizada
A entrevista do secretário Paulo Renato apenas confirma que o governo do PSDB no estado de São Paulo está mais preocupado em fomentar a “competitividade” entre os professores e aplicar receitas empresariais ao sistema público de ensino do que em melhorar a qualidade de ensino para todos os estudantes das escolas estaduais.
O secretário culpa os sindicatos de professores pela queda na qualidade de ensino, como forma de fugir de suas próprias responsabilidades. Ele já foi secretário de Educação no governo Franco Montoro e ministro da Educação por longos oito anos, no governo FHC. Seu viés é sempre o da exclusão. Quando criou o Fundef, deixou descobertas as duas pontas da educação básica: a educação infantil e o ensino médio, concentrando recursos apenas no ensino fundamental, praticando assim uma política de foco. Esta é a forma como vê a educação.
Um projeto que exclui, de imediato, 80% dos professores de reajustes salariais e, ainda assim, não assegura que os demais 20% terão mesmo direito à melhoria salarial (pois depende de disponibilidade orçamentária) não vai contribuir para a qualidade de ensino e sim para gerar mais revolta e desestímulo na categoria. Os professores tem como ofício educar e sua ferramenta é a educação; e a educação não está sendo valorizada.
As posições externadas pelo secretário estão na contramão de todos os avanços que se tem verificado na educação nacional nos últimos anos. Por certo são ainda insuficientes, mas apontam na direção da escola pública de qualidade.
Por outro lado, é difícil entender como, num Estado democrático de direito, todo o espaço é reservado apenas para um dos lados, que se permite fazer juízos de valor sobre o sindicato, sem que nos seja oferecido espaço equivalente. O que queremos, em nome dos 178 mil associados da Apeoesp, é que nos seja aberto espaço nesta revista para que nós próprios possamos expor nossas posições.
Não somos corporativistas. O que nos move é a qualidade da educação e a valorização dos profissionais que nela trabalham, pois a educação abrange bem mais que a relação professor-aluno em sala de aula. Entretanto, ainda que fôssemos corporativistas, o papel de um sindicato não é justamente defender os direitos e reivindicações da categoria que representa?
Aguardamos a publicação desta carta e a abertura de espaço para que possamos expor e defender nossos pontos de vista.
Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da Apeoesp
Membro do Conselho Nacional de Educação