O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou nesta quarta-feira (11) que o blecaute que atingiu dez estados brasileiros teve origem em função de condições adversas meteorológicas. Em entrevista coletiva nesta manhã, ele afirmou que os problemas ocorreram em três linhas de transmissão, que recebem energia vinda da usina hidrelétrica de Itaipu (PR).
Segundo o secretário, as panes ocorreram em duas linhas que ligam a cidade de Ivaiporã, no centro do Paraná, a Itaberá, no sul de São Paulo. E outra, em uma estação que liga Itaberá a Tijuco Preto (SP).
A energia, segundo o secretário, foi restabelecida quatro horas depois do começo do blecaute, que teve início às 22h14 de terça-feira (10). “Não há danificação de equipamentos. Houve uma frente [fria] muito forte, com ventos e chuvas muito fortes, concentradas em Itaberá”, explicou. A cidade recebe circuitos da usina hidrelétrica de Itaipu e redistribui energia para outras regiões.
A origem do problema deverá ser apresentada em reunião marcada para às 17h, no Centro Nacional de Operação do Sistema Elétrico (CNOS).
A usina hidrelétrica de Itaipu está operando normalmente desde ontem.
Reunião de emergência
O blecaute será tema de encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro de Minas e Energias, Edison Lobão, na manhã desta quarta-feira.
O Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CMSE), composto por autoridades do setor, também tem reunião marcada para as 16h30 desta quarta para tratar do tema.
Em sua página no site de microblogs Twitter, a administração da usina de Itaipu informou que 18 das 20 unidades geradoras estão produzindo energia para Brasil e Paraguai. Das outras duas unidades, uma está em manutenção programada e a outra em "stand by", segundo a usina.
Itaipu informou também que 10.450 megawatts de energia estão sendo transmitidos para os dois países e que colaborará na investigação das causas do blecaute.
Uso político do problema
A oposição, com a mídia à frente, já busca formas de tentar explorar politicamente o problema. Mas há dificuldades para arranjar argumentos que possam afetar o governo, já que a oposição de direita, quando governava o Brasil durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, teve que conviver com dois graves episódios de apagão, em 1999 e em 2001.
Ao contrário do blecaute de ontem, causado por condições meteorológicas adversas e rapidamente solucionado, os apagões da era FHC foram causados por falta de investimento na infraestrutura energética país e causaram prejuízos de mais de R$ 45 bilhões, de acordo com uma contabilização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Além de obrigar a população a pagar pelo prejuízo diretamente na conta de luz, o governo FHC ainda submeteu vários estados a um racionamento de energia.
Para osecretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, desta vez a situação é bem diferente pois "o sistema brasileiro é de ponta", disse ele, acrescentando que o Brasil vem investindo nos últimos anos no sistema de transmissão e na interligação elétrica do País.
"O que tivemos não foi um problema de falta de energia, mas um problema elétrico", afirmou. Zimmermann disse que não há como comparar o blecaute de ontem com os apagões da era FHC. "Em 2001 faltaram investimentos em transmissão e em geração", disse.
O secretário também afirmou que o tempo de restabelecimento do sistema foi relativamente curto - cerca de 4 horas. Ele lembrou que recentemente um apagão nos Estados Unidos levou quase dois dias para ser solucionado.
Da redação, Vermelho,
Cláudio Gonzalez
com agências
Nenhum comentário:
Postar um comentário