terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Haja corrupção:empresários distribuem propina para o mensalão do DEM





Representantes de uma das empresas acusadas de financiar o mensalão do DEM foram flagrados em vídeo gravado pelo ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa repartindo propina de R$ 298 mil.

Acerto feito entre eles e manuscrito juntado aos autos (apensos 3, página 38) da Operação Caixa de Pandora revelam que parte do dinheiro seria repassado para o governador José Roberto Arruda e o vice Paulo Octávio, ambos do DEM, além de outros integrantes do governo.

A Infoeducacional tem contrato com a Secretaria de Educação para o desenvolvimento de softwares para as disciplinas de português e matemática. Segundo o então secretário José Luiz Valente, um dos que supostamente receberam propina, a empresa foi contratada por licitação. A reportagem do iG procurou a Infoeducacional em sua sede, em Belo Horizonte. Segundo a recepcionista, o advogado da empresa, Leonardo Amaral, estava em Brasília, mas não vai atender jornalistas.

Durval recebeu os três representantes da empresa em outubro, em seu gabinete. O primeiro à direita no vídeo, identificado como “Mineirinho” e que seria representante da Infoeducacional, diz que trouxe a “encomenda”, e tira maços de dinheiro em notas de R$ 100 de uma pasta preta. Para a Polícia Federal, o dinheiro foi desviado de contratos com a secretaria.

Segundo o inquérito, R$ 60 mil foram encaminhados para Valente, por meio do “professor Adaílton”, assessor de Valente na secretaria e que está sentado entre os dois homens. Outros R$ 60 mil, prossegue o documento policial, seriam repartidos para Fábio Simão, chefe de gabinete do governador, e Gibrail Gebrim, assessor da secretaria de Educação. O responsável por levar os recursos foi Massai Kondo, homem identificado pela Polícia Federal como o primeiro à esquerda no vídeo.

O restante, R$ 178 mil, ainda segundo o inquérito da PF, seria distribuído por Durval Barbosa entre Arruda (40%, ou R$ 71.200), o vice Paulo Octávio (30%, ou R$ 53.400), Omézio Pontes, assessor de imprensa do governador (10%, R$ 17.800) e José Geraldo Maciel, ex-chefe da Casa Civil (também 10%) (veja o manuscrito na página 38). Segundo o documento policial, outra quantia de R$ 17.800 ficaria à “espera de comando”. Conforme o inquérito, o responsável por autorizar a distribuição do dinheiro seria o governador Arruda.


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