terça-feira, 15 de dezembro de 2009

ONGs apostam no protagonismo de Dilma para intervir na COP 15


Duas grandes organizações não-governamentais (ONGs) ambientalistas, Greenpeace e WWF, pediram nesta terça-feira (15/12) ajuda da delegação brasileira na Conferência da ONU sobre Clima (COP 15), em Copenhague, para pressionar os países desenvolvidos a colocarem números mais ousados de redução de emissões na mesa de negociação e impedir que o texto sobre emissões do desflorestamento e degradação (Redd), a ser apresentado hoje na reunião de ministros, seja aprovado.

Paulo Adario, diretor da campanha de Amazônia do Greenpeace, pediu apoio da ministra Dilma Roussef (Casa Civil) para impedir que o texto do capítulo Redd da Convenção do Clima da ONU seja aprovado. Segundo ele, o texto é muito ruim e sofre pressão dos Estados Unidos.

Carlos Rittl, coordenador do programa Mudanças Climáticas e Energia da WWF, explica que os esforços dos países em desenvolvimento para reduzir suas emissões têm sido maiores do que os das nações desenvolvidas.

Dilma pediu que ambas as organizações entregassem a ela mais detalhes por escrito.

A ministra está chefiando a delegação brasileira em Copenhague, que conta ainda com integrantes dos ministérios das Relações Exteriores, do Meio Ambiente, da Ciência e Tecnologia e da área econômica. Hoje, o presidente Lula deve chegar à Dinamarca para juntar-se à delegação e ajudar na pressão para que a COP 15 tenha um desfecho favorável.

Ontem, outras organizações importantes da Europa -- a ONG Germanwatch e a rede Climate Action Network (CAN)-- reconheceram o protagonismo brasileiro na defesa ambiental ao divulgarem um ranking de países que mais colaboram para combater a mudança climática. O Brasil encabeça a lista. É a primeira vez, desde que o indicador começou a ser medido, que um país emergente ocupou a liderança no ranking, passando para trás países desenvolvidos como a Suécia, a Alemanha e a Noruega.

O Brasil obteve uma nota 68, o que o coloca no grupo dos países cujo desempenho nesse sentido é considerado “bom”. No mesmo grupo ficaram a Suécia (67.4), Grã-Bretanha e Alemanha (65.3), França (63.5), Índia (63.1), Noruega (61.8) e México (61.2).

Dilma: empenho do Brasil

Ontem (14), Dilma afirmou que o Brasil está decidido a evitar o fracasso da conferência sobre a mudança climática, ao convocar os países industrializados a assumirem suas responsabilidades. "Não viemos a Copenhague para desperdiçar esta oportunidade. Não estamos aqui para um fracasso, e sim para o sucesso, não aceitamos andar para trás, queremos seguir adiante", afirmou a pré-candidata à presidência, ao lado dos chefes das delegações de China e Índia.

"Chegou o momento de os países industrializados estabelecerem objetivos ambiciosos e vinculantes, e de proporcionarem o financiamento necessário aos paíse em desenvolvimento para que possam fazer mais no combate ao aquecimento global", frisou a ministra.

Dilma Rousseff lembrou o grande número de países em desenvolvimento que chegaram a Copenhague com objetivos voluntários de redução de suas emissões de gases do efeito estufa, e destacou que o Brasil assumiu o compromisso de reduzir suas emissões de CO2 entre 36% e 39% em relação à previsão de emissões para 2020.

"Estamos fazendo a nossa parte, agora esperamos que os países desenvolvidos façam a sua", disse Dilma.

"Queremos que os países em desenvolvimento façam um esforço, e não vamos aceitar que nossos países não possam prosseguir com seu desenvolvimento, porque isto equivaleria a nos condenar à pobreza permanente".


Veja abaixo os depoimentos dos dirigentes da WWF e Greenpeace




Fonte:Portal Vermelho.

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