Redação CartaCapital
Em março, o chefe do Comando Sul dos EUA, general Douglas Fraser, reuniu-se com Lula, Nelson Jobim e o chefe da Polícia Federal. O Globo e O Estado de S. Paulo lançaram o boato, reproduzido pela imprensa internacional, sobre a negociação de uma base do Pentágono no Rio de Janeiro e alguns jornalistas entenderam que o subsecretário de Estado para as Américas, Arturo Valenzuela, confirmou esse acordo em Quito, dia 5 de abril.
Seria um contrassenso ante a forte reação brasileira às bases dos EUA na Colômbia. No dia 6, Marco Aurélio Garcia, assessor de Lula, negou terminantemente a possibilidade. Em 7 de abril, o Itamaraty anunciou um acordo com os EUA sobre cooperação em defesa sem bases, imunidade para as tropas do Pentágono ou combate ao narcotráfico: apenas cooperação em equipamentos, tecnologia e treinamento. Não havia um acordo formal desde 1977, quando o ditador Ernesto Geisel, acusado de violações de direitos humanos, rompeu com os EUA, mas nada muda de substancial.
Por outro lado, como apontou a BBC, o acordo e a proposta de Washington de indenizar os algodoeiros brasileiros para evitar sanções de Brasília sinalizam distensão após os atritos por causa de Honduras e do Irã. Os EUA mostram interesse em reconquistar as boas graças do Brasil. A recomendação do ex-secretário de Bill Clinton James Rubin de fazer o Brasil “pagar” por sua rebeldia, publicada na Newsweek, pode ser descartada como mera bravata .
Nenhum comentário:
Postar um comentário