Candido Mendes
Jornal do Brasil - 14/04/2010
Lula chega nestes dias ao extremo de uma popularidade de mais de 82%, em condição inédita no país em fins de um segundo mandato. E a saída de Dilma para entrada em campanha vem de par com um discurso fortemente coeso e articulado de denúncia implacável do liberalismo econômico, da presença do Estado no desenvolvimento brasileiro. É ruptura por inteiro com as premissas do tucanato, juntando a condenação do Estado mínimo com a ausência de qualquer medida que fugisse da conformação com a inércia do mercado, para promover a dinâmica das ditas e exclusivas forças privadas para a mudança brasileira.
Não encontrou até agora a oposição o gatilho de um alinhamento ou de uma confrontação com o situacionismo capaz, de fato, de oferecer-lhe uma alternativa temática para o futuro do país. Esgarçou-se, de saída, a ofensiva moralista, apoiada nos fantasmas do mensalão após os índices de corrupção do DEM e do próprio PSDB, nos incidentes do processo do senador Azeredo e na prisão do ex-governador Arruda. A nova carga vai à tentativa de desmoralização do PAC, a juntar possíveis mentiras dos resultados obtidos com os percentuais do já feito e realizado.
Acontece que, descontada a usura natural e atraso de todo começo de obra, a agenda mostra o quanto é, no curso deste ano de 2010, que este programa avança em todo o país, na sua própria aceleração interna e da obra à vista de todos os munícipes brasileiros. O crucial para o dia do voto é o efeito cumulativo que pode representar, por um sucesso simultâneo em todo o país.
O básico também é o quanto não se está diante de resultados de última hora, nem de efeitos eleitorais, mas da retomada de um desenvolvimento planejado que, exatamente, frutificará a largo prazo, como pede qualquer agenda básica de um desenvolvimento sustentado. E é este salto agora sobre o futuro que permite prever-se desde já, com Lula ou sem Lula, a nova dimensão brasileira. E a mudança de escala que logrou nestes oito anos.
O realismo de Serra vem se dissociando da ortodoxia tucana e do que seja até agora, de malogro em malogro, a credibilidade do confronto com o Planalto. O desejo de descartar a palavra do presidente Fernando Henrique no lançamento da campanha é de fugir da matriz do recado do PSDB e, talvez, o de escapar a toda invocação do retorno ao liberalismo numa vitória do governador.
Doutra parte ainda, o sucesso da administração Serra não se desgruda de uma reprodução dos lineamentos do próprio PAC na convocação de recursos públicos e em novas parcerias com o setor privado que vão ao talho análogo do PPP, iniciado pelo governo Lula. A ideia final de que teremos uma opção entre duas esquerdas, avançada pelo próprio presidente, dificultará, em termos de campanha, um jogo de posições apoiadas em confrontos contundentes e alternativas sem restos.
E, sobretudo, quando, também de forma inédita, não empurra o eleitorado o clássico é “tempo de mudar por mudar”, no tradicional pêndulo sucessório. E o recado de Dilma não é o do cumprimento deste sucesso sem alternância, que dá ao eleitor a garantia da continuidade de um programa por sobre a fatalidade dos homens providenciais dos regimes personalizados. E o teste não é o da estrita virtude do carisma e de sua transferência de votos, mas o desta nova maturidade que permite ao eleitor, agora, votar no desenvolvimento sustentado, e o desta prosperidade para ficar, sem retorno e sem riscos.
Lula chega nestes dias ao extremo de uma popularidade de mais de 82%, em condição inédita no país em fins de um segundo mandato. E a saída de Dilma para entrada em campanha vem de par com um discurso fortemente coeso e articulado de denúncia implacável do liberalismo econômico, da presença do Estado no desenvolvimento brasileiro. É ruptura por inteiro com as premissas do tucanato, juntando a condenação do Estado mínimo com a ausência de qualquer medida que fugisse da conformação com a inércia do mercado, para promover a dinâmica das ditas e exclusivas forças privadas para a mudança brasileira.
Não encontrou até agora a oposição o gatilho de um alinhamento ou de uma confrontação com o situacionismo capaz, de fato, de oferecer-lhe uma alternativa temática para o futuro do país. Esgarçou-se, de saída, a ofensiva moralista, apoiada nos fantasmas do mensalão após os índices de corrupção do DEM e do próprio PSDB, nos incidentes do processo do senador Azeredo e na prisão do ex-governador Arruda. A nova carga vai à tentativa de desmoralização do PAC, a juntar possíveis mentiras dos resultados obtidos com os percentuais do já feito e realizado.
Acontece que, descontada a usura natural e atraso de todo começo de obra, a agenda mostra o quanto é, no curso deste ano de 2010, que este programa avança em todo o país, na sua própria aceleração interna e da obra à vista de todos os munícipes brasileiros. O crucial para o dia do voto é o efeito cumulativo que pode representar, por um sucesso simultâneo em todo o país.
O básico também é o quanto não se está diante de resultados de última hora, nem de efeitos eleitorais, mas da retomada de um desenvolvimento planejado que, exatamente, frutificará a largo prazo, como pede qualquer agenda básica de um desenvolvimento sustentado. E é este salto agora sobre o futuro que permite prever-se desde já, com Lula ou sem Lula, a nova dimensão brasileira. E a mudança de escala que logrou nestes oito anos.
O realismo de Serra vem se dissociando da ortodoxia tucana e do que seja até agora, de malogro em malogro, a credibilidade do confronto com o Planalto. O desejo de descartar a palavra do presidente Fernando Henrique no lançamento da campanha é de fugir da matriz do recado do PSDB e, talvez, o de escapar a toda invocação do retorno ao liberalismo numa vitória do governador.
Doutra parte ainda, o sucesso da administração Serra não se desgruda de uma reprodução dos lineamentos do próprio PAC na convocação de recursos públicos e em novas parcerias com o setor privado que vão ao talho análogo do PPP, iniciado pelo governo Lula. A ideia final de que teremos uma opção entre duas esquerdas, avançada pelo próprio presidente, dificultará, em termos de campanha, um jogo de posições apoiadas em confrontos contundentes e alternativas sem restos.
E, sobretudo, quando, também de forma inédita, não empurra o eleitorado o clássico é “tempo de mudar por mudar”, no tradicional pêndulo sucessório. E o recado de Dilma não é o do cumprimento deste sucesso sem alternância, que dá ao eleitor a garantia da continuidade de um programa por sobre a fatalidade dos homens providenciais dos regimes personalizados. E o teste não é o da estrita virtude do carisma e de sua transferência de votos, mas o desta nova maturidade que permite ao eleitor, agora, votar no desenvolvimento sustentado, e o desta prosperidade para ficar, sem retorno e sem riscos.
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