Mauricio Dias
Em convenção, PSDB e DEM oficializam o discurso contra Dilma. Objetivo: amedrontar os eleitores
A partir de agora, quem quiser poderá colher com muita fartura alguns argumentos no arsenal de acusações e insinuações políticas de líderes do PSDB e do DEM para votar contra a candidata petista, Dilma Rousseff. Mas o eleitor, movido por isso, será vítima fácil de um procedimento usado para amedrontar desavisados e, também, para consolidar o preconceito na alma dos preconceituosos.
O eixo desse discurso é resultado da índole política de alguns e da leviandade pessoal de outros. Entre esses últimos, alguns esquerdistas convertidos que trocaram a posição de contestadores, na ditadura, pelo papel de viga de sustentação do establishment.
Serra, no discurso da convenção tucana que consagrou o nome dele como candidato, semeou em campo preparado pela imprensa. E espera, em outubro, colher os frutos.
Ele defendeu a democracia representativa: “Devemos respeitá-la, defendê-la, fortalecê-la. Jamais afrontá-la” – como se, do lado oposto houvesse um adversário disposto a destruí-la.
Nada, porém, consolida mais as bases dos regimes democráticos do que a inclusão dos excluídos. O sistema não se sustenta somente na existência das liberdades políticas. É também resultado da distribuição de renda que diminui o fosso entre ricos e pobres.
Eis outras duas pérolas de insinuações sub-reptícias na tentativa de estimular o medo da classe média: “É deplorável que haja gente que queira dividir o nosso Brasil”. E mais: “Um governo deve sempre procurar unir a nação. De mim, ninguém deve esperar que estimule disputas de pobres contra ricos, ou de ricos contra pobres”.
Antes de Serra, tinha subido ao palco o deputado Rodrigo Maia, presidente do DEM, que deu sequência ideológica ao discurso do pai, Cesar Maia, para quem Dilma, se vencer, poderá se “aproximar do esquema bolivariano parecido com o do venezuelano Hugo Chávez”.
O filho não se desviou desse caminho. Afirmação de Maia júnior: “O que nos preo-cupa, acima de tudo, são os riscos que a natureza dos nossos adversários impõe aos princípios de liberdade que nos inspiram e às próprias instituições democráticas”.
A oposição está sem discurso, já foi dito e repetido. Pai e filho devem pensar que alguém, além dos idiotas, acredita nas amea-ças contidas nessas frases. Esse é o terror verbal, brando, que não consegue ficar acima das considerações ardilosas e preconceituosas. A mesma melodia tocada no bumbo da velha “banda de música” do udenismo.
Não parece ser esse o caminho capaz de impulsionar a vitória da oposição contra a candidata de um governo que, além de aprovação histórica, é apoiada por um presidente com popularidade nunca alcançada por seus antecessores.
Há quem ofereça uma atenuante para essa caminhada equivocada do candidato tucano. O cientista político Wanderley Guilherme dos Santos é um desses. Acredita que esses desvios no discurso do candidato tucano se devem ao fato de, na essência, ele ser “um eleitor de Dilma”. Se for assim, José Serra parece ser vítima dessa fatalidade que acomete biografias divididas entre o passado e o presente.
Em convenção, PSDB e DEM oficializam o discurso contra Dilma. Objetivo: amedrontar os eleitores
A partir de agora, quem quiser poderá colher com muita fartura alguns argumentos no arsenal de acusações e insinuações políticas de líderes do PSDB e do DEM para votar contra a candidata petista, Dilma Rousseff. Mas o eleitor, movido por isso, será vítima fácil de um procedimento usado para amedrontar desavisados e, também, para consolidar o preconceito na alma dos preconceituosos.
O eixo desse discurso é resultado da índole política de alguns e da leviandade pessoal de outros. Entre esses últimos, alguns esquerdistas convertidos que trocaram a posição de contestadores, na ditadura, pelo papel de viga de sustentação do establishment.
Serra, no discurso da convenção tucana que consagrou o nome dele como candidato, semeou em campo preparado pela imprensa. E espera, em outubro, colher os frutos.
Ele defendeu a democracia representativa: “Devemos respeitá-la, defendê-la, fortalecê-la. Jamais afrontá-la” – como se, do lado oposto houvesse um adversário disposto a destruí-la.
Nada, porém, consolida mais as bases dos regimes democráticos do que a inclusão dos excluídos. O sistema não se sustenta somente na existência das liberdades políticas. É também resultado da distribuição de renda que diminui o fosso entre ricos e pobres.
Eis outras duas pérolas de insinuações sub-reptícias na tentativa de estimular o medo da classe média: “É deplorável que haja gente que queira dividir o nosso Brasil”. E mais: “Um governo deve sempre procurar unir a nação. De mim, ninguém deve esperar que estimule disputas de pobres contra ricos, ou de ricos contra pobres”.
Antes de Serra, tinha subido ao palco o deputado Rodrigo Maia, presidente do DEM, que deu sequência ideológica ao discurso do pai, Cesar Maia, para quem Dilma, se vencer, poderá se “aproximar do esquema bolivariano parecido com o do venezuelano Hugo Chávez”.
O filho não se desviou desse caminho. Afirmação de Maia júnior: “O que nos preo-cupa, acima de tudo, são os riscos que a natureza dos nossos adversários impõe aos princípios de liberdade que nos inspiram e às próprias instituições democráticas”.
A oposição está sem discurso, já foi dito e repetido. Pai e filho devem pensar que alguém, além dos idiotas, acredita nas amea-ças contidas nessas frases. Esse é o terror verbal, brando, que não consegue ficar acima das considerações ardilosas e preconceituosas. A mesma melodia tocada no bumbo da velha “banda de música” do udenismo.
Não parece ser esse o caminho capaz de impulsionar a vitória da oposição contra a candidata de um governo que, além de aprovação histórica, é apoiada por um presidente com popularidade nunca alcançada por seus antecessores.
Há quem ofereça uma atenuante para essa caminhada equivocada do candidato tucano. O cientista político Wanderley Guilherme dos Santos é um desses. Acredita que esses desvios no discurso do candidato tucano se devem ao fato de, na essência, ele ser “um eleitor de Dilma”. Se for assim, José Serra parece ser vítima dessa fatalidade que acomete biografias divididas entre o passado e o presente.
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