A Folha de São Paulo(assim como a Globo, a Veja, o Estadão, Época, Uol) é um câncer que precisa ser extirpado, antes que entre em metástase.
Celso Marcondes
Saiu a primeira matéria da série “Os arquivos da ditadura contra Dilma”. Traz o depoimento de um ex-companheiro seu que foi torturado
No sábado 20 a Folha de S.Paulo publicou sua primeira matéria depois que conseguiu ler o processo da ditadura contra a presidenta Dilma Rousseff. Nela toma-se conhecimento que nos seus tempos de militante a jovem Dilma tinha o código com o endereço do local usado pelo grupo VAR-Palmares para guardar armamentos. O grupo, explica a matéria, armazenava em um imóvel na cidade de Santo André, na Grande São Paulo, 58 fuzis, 4 metralhadoras, 2 revólveres, 3 carabinas, 3 latas de pólvora, 10 bombas de efeito moral, 100 gramas de clorofórmio, 1 rojão de fabricação caseira, 4 latas de “dinamite granulada” e 30 frascos para “confecção de matérias explosivas”. As armas foram roubadas de um quartel em São Caetano, também na Grande São Paulo.
A informação estava em um documento com o carimbo “reservado”, cujo fac símile o jornal estampa. Lê-se aí o relato de João Batista de Sousa, datado de março de 1970, a descrever o arsenal roubado. Também militante da VAR-Palmares, ele afirmou no depoimento que “Luisa”, codinome usado então por Dilma, era uma das duas pessoas que tinham parte da senha para chegar até o material bélico.
A Folha conta que a informação foi obtida do preso depois que ele foi submetido a 20 dias de tortura, parte dela através de choques elétricos, aplicados na chamada “cadeira do dragão”. Talvez por isso o jornal tenha mandado agora seus repórteres atrás de João Batista. Ele confirmou o que disse há 40 anos e deu mais detalhes. Entre eles, afirmou que Dilma era sua “coordenadora” e era informada com antecedência das ações armadas das quais ele participava. Batista disse também que votou em Dilma nestas eleições presidenciais.
A presidenta eleita, procurada pelo jornal, preferiu não dizer nada a respeito.
Já o ex-ministro José Dirceu, não se opôs a um breve comentário para os jornalistas: “Ficha de órgão político é lixo puro. Se você acreditar, precisa acreditar também que o Vladimir Herzog se matou”, disse.
A partir do momento em que o jornal paulista solicitou ao Superior Tribunal Militar, em setembro passado, o acesso ao arquivo, publicamos várias matérias a respeito, onde nos perguntávamos a respeito das motivações da Folha de S.Paulo para tanto afinco na busca dessas informações. E, como José Dirceu, questionávamos a credibilidade e o valor jornalístico que teriam os dados de arquivos dos tempos do terrorismo de Estado.
Depois de ler a primeira matéria da safra, continuam as mesmas dúvidas. E surgem mais duas: quem torturou João Batista e quem assinou o documento analisado pelo jornal intitulado “Ato de Qualificação e Interrogatório”? CartaCapital
Saiu a primeira matéria da série “Os arquivos da ditadura contra Dilma”. Traz o depoimento de um ex-companheiro seu que foi torturado
No sábado 20 a Folha de S.Paulo publicou sua primeira matéria depois que conseguiu ler o processo da ditadura contra a presidenta Dilma Rousseff. Nela toma-se conhecimento que nos seus tempos de militante a jovem Dilma tinha o código com o endereço do local usado pelo grupo VAR-Palmares para guardar armamentos. O grupo, explica a matéria, armazenava em um imóvel na cidade de Santo André, na Grande São Paulo, 58 fuzis, 4 metralhadoras, 2 revólveres, 3 carabinas, 3 latas de pólvora, 10 bombas de efeito moral, 100 gramas de clorofórmio, 1 rojão de fabricação caseira, 4 latas de “dinamite granulada” e 30 frascos para “confecção de matérias explosivas”. As armas foram roubadas de um quartel em São Caetano, também na Grande São Paulo.
A informação estava em um documento com o carimbo “reservado”, cujo fac símile o jornal estampa. Lê-se aí o relato de João Batista de Sousa, datado de março de 1970, a descrever o arsenal roubado. Também militante da VAR-Palmares, ele afirmou no depoimento que “Luisa”, codinome usado então por Dilma, era uma das duas pessoas que tinham parte da senha para chegar até o material bélico.
A Folha conta que a informação foi obtida do preso depois que ele foi submetido a 20 dias de tortura, parte dela através de choques elétricos, aplicados na chamada “cadeira do dragão”. Talvez por isso o jornal tenha mandado agora seus repórteres atrás de João Batista. Ele confirmou o que disse há 40 anos e deu mais detalhes. Entre eles, afirmou que Dilma era sua “coordenadora” e era informada com antecedência das ações armadas das quais ele participava. Batista disse também que votou em Dilma nestas eleições presidenciais.
A presidenta eleita, procurada pelo jornal, preferiu não dizer nada a respeito.
Já o ex-ministro José Dirceu, não se opôs a um breve comentário para os jornalistas: “Ficha de órgão político é lixo puro. Se você acreditar, precisa acreditar também que o Vladimir Herzog se matou”, disse.
A partir do momento em que o jornal paulista solicitou ao Superior Tribunal Militar, em setembro passado, o acesso ao arquivo, publicamos várias matérias a respeito, onde nos perguntávamos a respeito das motivações da Folha de S.Paulo para tanto afinco na busca dessas informações. E, como José Dirceu, questionávamos a credibilidade e o valor jornalístico que teriam os dados de arquivos dos tempos do terrorismo de Estado.
Depois de ler a primeira matéria da safra, continuam as mesmas dúvidas. E surgem mais duas: quem torturou João Batista e quem assinou o documento analisado pelo jornal intitulado “Ato de Qualificação e Interrogatório”? CartaCapital
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