segunda-feira, 18 de abril de 2011

A fantástica democracia fernandista




As notas acima foram publicadas neste domingo na coluna da Renata Lo Prete, na Folha.

O príncipe surtou de vez. Depois de ser ridicularizado até entre seus pares por uma visão partidária absurdamente classista, o ex-presidente, em vez de dar uma resposta geral a todos os que criticaram o teor de seu artigo, dá uma resposta ad hominem, inflada de inveja, aquele que é o novo sucesso do circuito internacional de palestras.

Não comento os pitis de inveja, visto que estes são, a meu ver, autodesmoralizantes. Ressalto, porém, algumas pérolas do pensamento fernadista acerca do que seja uma democracia, as quais ilustram bem a esquizofrenia a que chegaram setores da oposição, ao trocarem a ciência política clássica, e o pensamento lógico, por uma visão sectária, tacanha, medíocre, submissa aos preconceitos mais vulgares da imprensa conservadora:

Sou contra o que ele fez com o povo: cooptar movimentos sociais; enganar os mais carentes e menos informados trocando votos por benefícios de governo; transformar direitos do cidadão em moeda clientelista. Quero que o PSDB, sem esquecer nem excluir ninguém, se aproxime das pessoas que não caíram na rede do neoclientelismo petista.

Cooptar movimentos sociais? Claro, ao dar-lhes voz, ao lhes respeitar, ao ouvi-los e recebê-los no Palácio do Planalto, Lula estimulou os movimentos sociais a encaminharem suas propostas por vias democráticas, pacíficas, institucionais. Já FHC preferiu criminalizar os movimentos sociais, levando-os a se radicalizarem.

Enganar os mais carentes trocando votos por benefícios do governo? Aí FHC, como se dizia antigamente, peidou na farofa. Se um eleitor da classe média votar no PSDB por querer pagar menos imposto, não estará da mesma forma trocando seu voto por um benefício do governo? O pobre agora tem que votar pensando em quê? Nas Olimpíadas? No Conselho de Segurança da ONU? Nos direitos humanos do Irã? Nas xaropadas pseudo-libertárias dos estrupícios do Instituto Millenium? Bem, poderiam votar pensando simplesmente num país melhor... mas não seremos um país melhor se os pobres tiverem mais benefícios, de maneira que ganhem fôlego para lutarem contra a pobreza?

FHC, e a direita brasileira, desenvolveram um ideário tão absolutamente antipobre que se tornou uma muralha de estupidez e insensibilidade que os impedem de compreender, ou sequer imaginar, as terríveis difículdades em que vive a maior parte da população brasileira. O pobre, mesmo o remediado, que tem emprego, está sempre a beira de uma tragédia, pois sua vida só dá certo na medida em que não acontece nenhum acidente. Uma doença, uma dívida, um deslize, uma crise de depressão, um filho com problemas com drogas, um acidente climático, qualquer coisa pode botar tudo a perder. Todas suas modestas conquistas podem se esvair ao menor soluço negativo da fortuna. Esta é a classe média que FHC pretende tratar como se lidasse com parentes empobrecidos dos Matarazzo.

Denegrir o pobre que vota em prol de sua classe é mais do que estupidez, é um tipo de fascismo que, na boca de um sociólogo, apenas se explica como doença provocada pela leitura sistemática e acrítica de editoriais de jornal.
 
Fonte:www.oleododiabo.blogospot.com

4 comentários:

Anônimo disse...

Ótimo artigo, explica claramente o pensamento do sociólogo ultrapassado.

PS- o link da fonte está quebrado.

Vera Lúcia de Oliveira disse...

É incrível como um sujeito, que se diz "doutor", não consegue sequer disfarçar a INVEJA que sente pelo LULÃO!!!

Como o único prêmio que conseguiu, foi um pontapé no traseiro dado pelos eleitores, tenta desqualificar os prêmios e palestras do LULÃO, por todo o mundo!!!

Cuidado, hein, FGAGAC-rei-da-privataria!!! A INVEJA CORRÒI O INVEJOSO POR DENTRO e MATA!!!

Unknown disse...

Que moral tem o FHC para falar "cooptar os movimentos sociais" se ele para ter um segundo mandato como presidente cooptou com R$-200 mil deputados e senadores para fazer a emenda na constituição? O presidente LULA jamais cooptou os movimentos sociais para fazer justiça.Lula apenas discutiu com os MS a melhor forma de fazer justiça com justa distribuição de renda, independente de partido político, cor, religião, ideologia e devolveu ao povo a liberdade cidadã com a introdução do cartão do BF. No governo do FHC os recursos do bolsa escola eram usados para construir currais eleitorais de políticos corruptos e curruptores...

Anônimo disse...

Terror:
toda vez que abro seu blog, meu antirus informa que foi detetado o invasor:
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Quanto ao FHC e a mensaleira da folha:
os dois beócios só falam e escrevem coisas que não dá para ouvir nem ler. Asnices.