Já disse e repito:candidato que ganha uma eleição para um cargo eletivo tem que exercer o mandato integralmente.Marta ganhou a eleição para o Senado é, portanto, lá que ela deve ficar até o fim do mandato.Marta não tem que imitar José Serra, bolinha safado de papel.
O resultado da pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-feira, é um alento para a ambição da senadora Marta Suplicy (PT-SP) de disputar as eleições para a prefeitura de São Paulo no ano que vem. Mesmo desgastada com as duas últimas derrotas na capital – para José Serra, em 2004, e para Gilberto Kassab, em 2008 –, que contaram com campanhas desastradas (como quando instigou o eleitor a se perguntar se o adversário do DEM era casado ou tinha filhos), a ex-prefeita foi quem largou na frente na corrida eleitoral. A pouco mais de um ano da eleição, ela aparece em vantagem sobre qualquer adversário – Serra, Gabriel Chalita, Celso Russomano, Aloysio Nunes, Netinho de Paula, Soninha, José Aníbal, Bruno Covas… – nas simulações de voto feitas pelo instituto.
No cenário mais apertado, Marta teria 11 pontos de vantagem (29% contra 18%) em relação a Serra.
Não é pouco. Mas dizer que a pesquisa a credencia para ser a candidata do PT são outros quinhentos. Não porque lhe falte apoio no partido, em que pese o voo solo ensaiado pela família Tatto, antes aliada de primeira hora da senadora e agora na lista dos pré-candidatos da sigla, com Jilmar Tatto. Marta ainda tem apoio da base do partido e recall das últimas eleições, quando se elegeu senadora e percorreu boa parte da capital em campanha, sobretudo a periferia, onde recebe mais votos.
O que lhe falta, na verdade, é apoio simplesmente da principal figura da eleição. Que não estará em campo, mas é talvez a única capaz de decidir a disputa. De acordo com a pesquisa, 40% dos eleitores ouvidos na pesquisa dizem que poderiam votar no candidato indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A influência de Lula é hoje maior do que o da presidenta Dilma Rousseff (26%) e do governador Geraldo Alckmin (27%).
A popularidade de Lula apurada na pesquisa é, por ironia, o principal revés contra a pré-candidatura de Marta. Isso porque o ex-líder sindical já deu todos os sinais possíveis de que seu favorito é o ministro da Educação, Fernando Haddad. É com ele que o ex-presidente tem aparecido de braços dados, nos últimos meses, em eventos como o congresso da UNE e a abertura de uma feira de livros em São Bernardo do Campo, seu berço político. Com o apoio de Lula, o Haddad de hoje é a Marta de ontem: a novidade petista contra “tudo isso que está aí”.
Na época, sem nem sonhar que um dia teria a popularidade que acumula hoje, Lula mergulhou de cabeça na campanha de Marta. E foi de mãos dadas com Lula que ela se elegeu prefeita em 2000, na maior vitória do PT contra o malufismo, então o maior inimigo a ser batido na capital.
Hoje o principal adversário é o PSDB, que tem no estado de São Paulo seu principal reduto desde 1994, quando elegeu todos os governadores.
Em pouco mais de dez anos, desde sua eleição a prefeitura, Marta se tornou uma das principais lideranças do partido. Mas também atingiu um incômodo nível de rejeição: nada menos do que 30% dos eleitores afirmam que não votariam na ex-prefeita de jeito nenhum. Esses eleitores são os mesmos que impediram uma eventual vitória dela no primeiro turno nas duas últimas eleições para prefeita. E podem ser decisivos no segundo, como o foram em 2004 e 2008. A boa notícia é que o índice atingido por Serra, até ontem visto como o bicho-papão da disputa, é ainda maior: 32%. Talvez um recall às avessas dos preconceitos e bolinhas de papel espalhados pelo tucano durante a campanha presidencial.
Pela radiografia do Datafolha, parece inegável que Marta tenha ganhado força e largado na frente. Com a pesquisa, a empreitada ganha um (forte) argumento: a favorita é ela. Tanto que, no mesmo dia, a ex-prefeita fez questão de jogar a responsabilidade sobre sua desistência nos colos de Lula. Em entrevista, pela manhã, ela lembrou que sempre esteve à frente de Haddad nas sondagens. Disse que Lula nunca a pressionou para desistir da candidatura. E que nem sempre o ex-presidente acerta em suas análises sobre um cenário eleitoral. Por fim, atribuiu seu desempenho na pesquisa às obras realizadas pela cidade. Ponto para ela, que viu de camarote o escolhido por Lula na corrida pelo governo estadual (posto almejado por ela) ser derrotado duas vezes, e logo no primeiro turno, em São Paulo.
Até aqui, as aparições de Lula ao lado de Haddad são, claro, apenas um ensaio. Mas não foram suficientes para fazer com que ele obtivesse mais de 2% das intenções de voto. Até aí, Lula poderá dizer que Dilma Rousseff não era sequer reconhecida pelas ruas quando faltava um ano para as eleições de fato. O que é verdade. Além disso, para quem conseguiu amainar as resistências conservadores a uma candidata que militou na luta armada, dizer que eventuais erros cometidos no ministério – como o episódio com as provas do Enem – foram apenas pontuais parece fichinha.
Mais que o desempenho de Marta, o que mais chama a atenção na pesquisa é o grau de influência conferido ao ex-presidente a essa altura do campeonato. Mas somente daqui um ano é que será possível apurar se a força (ou teimosia, para alguns) do Lula ex-presidente de 2012 ainda será a mesma do Lula presidente de 2010, quando tudo conspirava a seu favor.
Nesse cenário, a realização de prévias para a definição do candidato petista é improvável, mas não impossível. Resta saber se algum pré-candidato do partido está disposto a contrariar o ex-presidente – sob riscos de ter como desfalque na campanha simplesmente a boa vontade do maior protagonista da futura eleição.
Matheus Pichonelli
Formado em jornalismo e ciências sociais, é subeditor do site de CartaCapital e colaborador da revista desde maio de 2011. Escreve sobre política nacional, cinema e sociedade. Foi repórter do jornal Folha de S.Paulo e do portal iG. Em 2005, publicou o livro de contos 'Diáspora'.CartaCapital
5 comentários:
A mesma folha que a coloca na frente
na disputa; será a mesma que vai destruí-la mais a diante com todo tipo de acusação.A mídia de São paulo não vale um tostão furado.
Vai de Martaxa, Exu Tranqueira! Em São Paulo, você não vai poder comprar todo mundo. Assim, vai perder de menos.
ACREDITO SER NECESSÁRO QUE SE FAÇA A PRÉVIA DENTRO DO PT.E ESTA DECISÃO PRECISA SER RESPEITADA. MARTA E HADDAD SEJA QUAL FOR O CANDIDATO TERÁ QUE CONTAR COM O APOIO TOTAL DA MILITÃNCIA DO PT.E ACREDITO AINDA SE TUDO CORRER BEM NO GOVERNO DILMA ELA SE ELEGE COM FACILIDADE.E SERIA A HORA DO SR.LULA SE LANÇAR COMO GOVERNADOR DO ESTADO DE SP,SENDO A ÚNICA MANEIRA DE VARRER A CORJA DO PSDB.DILMA TERIA MAIS QUATRO ANOS NO PODER E LULA AINDA NO FINAL DE SEU MANDATO COMO GOVERNADOR, PODERIA SE LANÇAR COMO PRESIDENTE NOVAMENTE.ISSO CERTAMENTE SERIA A MORTE DO PSDB.QUE SONHO BOM!!!
A MÍDIA ESCROTA COLOCOU NA CABEÇAS DOS INTELIGENTES ELEITORES PAULISTAS O ABSURDO QUE "ERA A TAXA DO LIXO".NO ENTANTO,ESSES MESMOS ELEITORES PAULISTAS INTELIGENTISSÍMOS PAGAM FELIZES DA VIDA :A INSPEÇÃO VEICULAR,PEDÁGIOS CAROS,SAÚDE INOPERANTE,SEGURAÇA UMA MERDA,IPTU,AUMENTO DE SÁLARIOS DO PREFEITO E SUB-PREFEITOS(TODOS MILITARES REFORMADOS),TRANSPORTE PÚBLICO PÉSSIMO,DOAÇÃO DE TERRENO PÚBLICOS A CONSTRUTORAS E TV GLOBO E PARA FINALIZAR O ESCROTO DO KASSAB NÃO PAGA UM SALÁRIO DIGNOS AOS COVEIROS.E A CULPA É DA TAXA DO LIXO DA MARTA!!!ESSES PAULISTAS SÃO UNS GÊNIOS!!!!
O DESESPERO dos tucanalhas está no fato de que, na mesma pesquisa, 40% dos paulistanos dizerem que votarão no candidato do SUPER LULÃO!!!
E apenas 27% disseram que votarão no candidato do Alkimintiroso!!!
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
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