Na carta de pedido de desfiliação que Maurício Rands enviou ao PT há dois trechos que chamam a atenção:Vejamos:
"Defendi nos debates partidários a renovação do modo petista de governar e a implantação de um novo modelo de gestão no Recife. Modelo capaz de aprofundar nossa concepção de democracia participativa e especialmente de trazer para a cidade métodos e ações que o Governo Eduardo Campos vem praticando de maneira exemplar e com reconhecimento inclusive internacional, mas que a administração do Recife não conseguiu implantar."Acredito que Geraldo Júlio é o quadro mais preparado para atualizar e aperfeiçoar a gestão municipal do Recife. Implantando na cidade o que o Governador Eduardo Campos está fazendo em Pernambuco, ele vai melhorar concretamente a vida do povo do Recife" .
Pelo que se lê nesses trechos da carta de desfiliação, Maurício Rands optou por apoiar Geraldo Júlio, que nunca fez parte de política-partidária tampouco da luta contra a ditadura militar, porque, segundo Rands, Geraldo Júlio é o único candidato a implantar o que Eduardo Campos está fazendo em Pernambuco.
Mas que tipos de ações e métodos Eduardo Campos está fazendo em Pernambuco?
O modelo de gestão de Eduardo Campos se chama privatização.
Como eu já disse aqui, Eduardo Campos privatizou estradas, privatizou a saúde pública, ao entregar ao IMIP-Instituto Materno Infantil de Pernambuco, que antes vivia de contribuição, inclusive eu contribuía todos os meses, a administração dos grandes hospitais de Pernambuco.Curiosamente, um dos diretores do IMIP é Secretário da Saúde de Pernambuco na gestão Eduardo Campos.Eduardo Campos também privatizou presídio e tenta agora privatizar a COMPESA-Companhia de Saneamento de Pernambuco.
E um dos defensores desses métodos de gestão de Eduardo Campos é Maurício Rands, conforme se vê num artigo publicado no portal da Secretária de Governo de Pernambuco, e que reproduzo mais adiante.
Pelo jeito, Maurício Rands quer que Geraldo Júlio privatize a Via Mangue, uma das grandes obras estruturadoras da gestão João Paulo-João da Costa, o parque Dona Lindu, os pouquíssimos hospitais geridos pela Prefeitura do Recife, o Cemitério de Santo Amaro, os Mercados da Madalena, São José, Boa Vista, Cordeiro, Casa Amarela e Encruzilhada, as Avenidas Agamenon Magalhães, Caxangá, Miguel Arraes, Boa Viagem, o SAMU, as Academias da Cidade, a cobrança das dívidas ativas, o aterro sanitário de Muribeca, o Hospital Psiquiátrico da Tamarineira, o estacionamento dos servidores da Prefeitura do Recife.
É lamentável que um cara que eu confiei tanto, que defendi tanto, inclusive na questão da Reforma da Previdência(Rands foi o relator) tenha chegado ao que chegou.O Maurício Rands que eu conheci era defensor implavável do Estado Máximo.Agora, depois de ter servido ao governo de Dudu traição, defende ardorosamente o Estado Mínimo.
Fique com o artigo do finado político Maurício Rands:
A universalização do saneamento na Região Metropolitana
Publicado por segov on sex, 23/12/2011 - 13:06
Publicado novo artigo do secretário do Governo, Maurício Rands. O texto pode ser visto também no site www.pernambuco247.com.br
22 de Dezembro de 2011
Maurício Rands
Menos de 30% dos moradores da RMR do Recife têm acesso a saneamento. No país inteiro os investimentos públicos em saneamento têm sido insuficientes para fazer face à urbanização crescente, com graves consequências para a saúde pública. Na RMR do Recife, cuja população em uma década será de cerca de 4,5 milhões de habitantes , este deficit deixa mais de dois terços na exclusão. Estima-se que o atual modelo de investimentos da Compesa seria capaz de universalizar o atendimento a esta população somente em 30 anos. Alguns estudos sugerem que o impacto positivo do saneamento na saúde da população guarda a proporção de 1 para 4. Ou seja, para cada real investido em saneamento, a sociedade economiza outros quatro em despesas de saúde.
Pernambuco passa por um momento especial de desenvolvimento social e econômico. Os investimentos que aqui estão chegando aumentarão ainda mais a densidade dos aglomerados urbanos de trabalhadores e prestadores de serviços que demandarão grandes investimentos em saúde, educação, segurança, meio-ambiente e moradia. As obras de abastecimento d’água e esgotamento sanitário precisarão de recursos que hoje não são suficientes nem mesmo para resolver o deficit herdado de períodos em que a população mais pobre nem sempre era prioridade. Quem dirá para fazer face a necessidades exponencialmente crescentes?
Por este motivo, o Governo do Estado tomou a iniciativa de buscar soluções capazes de fazer face ao grande desafio de ampliar o acesso ao saneamento. Parte da constatação de que o atual ritmo de investimentos não vai dar conta da imensa tarefa. É preciso ousar e buscar novos paradigmas que viabilizem os serviços a um maior número de pernambucanos no menor espaço de tempo possível. É preciso buscar novos modelos de gestão que superem os limites do atual. Os que vivem em bairros sem saneamento não podem esperar por soluções de um modelo que há muitas décadas não tem sido capaz de prover-lhes serviços tão essenciais.
Pernambuco hoje é pioneiro em seu programa de parcerias público-privadas que começaram com a bem-sucedida experiência de Paiva, já são realidade no presídio de Itaquitinga, e avançam com a Cidade da Copa. Agora, com o lançamento à consulta pública da PPP do Saneamento, feito no dia 15/12, o Governo do Estado dá um importante passo para utilizar esta moderna ferramenta gerencial para o equacionamento de um problema tão crônico. Em apenas 12 anos, cerca de 4,5 milhões de habitantes da RMR e de Goiana terão esgotamento sanitário.
A maior obra de saneamento e a maior PPP do país. A primeira PPP em saneamento que servirá de paradigma para outros aglomerados urbanos. O controle público será alinhado à maior capacidade de alavancagem de recursos pelos investidores privados. A maior velocidade dos procedimentos previstos na Lei Federal 11.079/2004 e na Lei Estadual 12.765/05, ao lado da menor burocratização, são fatores que recomendam a opção pela modalidade PPP. A política tarifária estadual continuará a ser respeitada. As 288 mil famílias que hoje pagam a tarifa social (R$5,25 por água e saneamento) e antes pagavam R$ 8,56 pelos dois serviços continuarão a ter direito àquela tarifa mais módica. As contas serão fornecidas e cobradas pela Compesa que, ao final dos 35 anos da concessão, receberá de volta todas as redes de esgoto, estações de tratamento e demais equipamentos.
Os investidores privados que ganharem a licitação que se sucederá à consulta pública farão investimentos no montante de R$ 3,3 bilhões e naturalmente serão remunerados com parte das tarifas arrecadadas pela Compesa. O poder público entrará com as redes atuais e os novos investimentos em valores totais de cerca de R$ 1 bilhão. Os empregos dos compesianos estarão preservados, ao tempo em que o nível geral de emprego no setor será substancialmente ampliado pelo aumento significativo da rede de serviços à população. Os atuais trabalhadores compesianos, aliás, poderão se concentrar mais na execução dos serviços de abastecimento de água que também estão sendo ampliados, como atestam a obra de Pirapama e suas adutoras que estão eliminando o racionamento de água na RMR. É neste quadro que se coloca o debate. Aos que não estão dispostos a ousar em novos paradigmas, talvez seja útil indagar como se sentem os milhões de pernambucanos que hoje vivem sem saneamento e certamente assim continuariam por mais outras décadas.
22 de Dezembro de 2011
Maurício Rands
Menos de 30% dos moradores da RMR do Recife têm acesso a saneamento. No país inteiro os investimentos públicos em saneamento têm sido insuficientes para fazer face à urbanização crescente, com graves consequências para a saúde pública. Na RMR do Recife, cuja população em uma década será de cerca de 4,5 milhões de habitantes , este deficit deixa mais de dois terços na exclusão. Estima-se que o atual modelo de investimentos da Compesa seria capaz de universalizar o atendimento a esta população somente em 30 anos. Alguns estudos sugerem que o impacto positivo do saneamento na saúde da população guarda a proporção de 1 para 4. Ou seja, para cada real investido em saneamento, a sociedade economiza outros quatro em despesas de saúde.
Pernambuco passa por um momento especial de desenvolvimento social e econômico. Os investimentos que aqui estão chegando aumentarão ainda mais a densidade dos aglomerados urbanos de trabalhadores e prestadores de serviços que demandarão grandes investimentos em saúde, educação, segurança, meio-ambiente e moradia. As obras de abastecimento d’água e esgotamento sanitário precisarão de recursos que hoje não são suficientes nem mesmo para resolver o deficit herdado de períodos em que a população mais pobre nem sempre era prioridade. Quem dirá para fazer face a necessidades exponencialmente crescentes?
Por este motivo, o Governo do Estado tomou a iniciativa de buscar soluções capazes de fazer face ao grande desafio de ampliar o acesso ao saneamento. Parte da constatação de que o atual ritmo de investimentos não vai dar conta da imensa tarefa. É preciso ousar e buscar novos paradigmas que viabilizem os serviços a um maior número de pernambucanos no menor espaço de tempo possível. É preciso buscar novos modelos de gestão que superem os limites do atual. Os que vivem em bairros sem saneamento não podem esperar por soluções de um modelo que há muitas décadas não tem sido capaz de prover-lhes serviços tão essenciais.
Pernambuco hoje é pioneiro em seu programa de parcerias público-privadas que começaram com a bem-sucedida experiência de Paiva, já são realidade no presídio de Itaquitinga, e avançam com a Cidade da Copa. Agora, com o lançamento à consulta pública da PPP do Saneamento, feito no dia 15/12, o Governo do Estado dá um importante passo para utilizar esta moderna ferramenta gerencial para o equacionamento de um problema tão crônico. Em apenas 12 anos, cerca de 4,5 milhões de habitantes da RMR e de Goiana terão esgotamento sanitário.
A maior obra de saneamento e a maior PPP do país. A primeira PPP em saneamento que servirá de paradigma para outros aglomerados urbanos. O controle público será alinhado à maior capacidade de alavancagem de recursos pelos investidores privados. A maior velocidade dos procedimentos previstos na Lei Federal 11.079/2004 e na Lei Estadual 12.765/05, ao lado da menor burocratização, são fatores que recomendam a opção pela modalidade PPP. A política tarifária estadual continuará a ser respeitada. As 288 mil famílias que hoje pagam a tarifa social (R$5,25 por água e saneamento) e antes pagavam R$ 8,56 pelos dois serviços continuarão a ter direito àquela tarifa mais módica. As contas serão fornecidas e cobradas pela Compesa que, ao final dos 35 anos da concessão, receberá de volta todas as redes de esgoto, estações de tratamento e demais equipamentos.
Os investidores privados que ganharem a licitação que se sucederá à consulta pública farão investimentos no montante de R$ 3,3 bilhões e naturalmente serão remunerados com parte das tarifas arrecadadas pela Compesa. O poder público entrará com as redes atuais e os novos investimentos em valores totais de cerca de R$ 1 bilhão. Os empregos dos compesianos estarão preservados, ao tempo em que o nível geral de emprego no setor será substancialmente ampliado pelo aumento significativo da rede de serviços à população. Os atuais trabalhadores compesianos, aliás, poderão se concentrar mais na execução dos serviços de abastecimento de água que também estão sendo ampliados, como atestam a obra de Pirapama e suas adutoras que estão eliminando o racionamento de água na RMR. É neste quadro que se coloca o debate. Aos que não estão dispostos a ousar em novos paradigmas, talvez seja útil indagar como se sentem os milhões de pernambucanos que hoje vivem sem saneamento e certamente assim continuariam por mais outras décadas.
Um comentário:
Já foi tarde! Traira.
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