Isso é um canalha da pior espécie
A imprensa carioca registrou o retorno do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, à saudável caminhada nos fins de semana entre as orlas do Leblon e de Ipanema, bairros requintados da zona sul da cidade. Esse percurso é feito também com menos frequência por Joaquim Barbosa, atual presidente daquela Corte.
Os dois foram atores destacados ou, sob certos aspectos, as estrelas do julgamento transmitido pela televisão. Talvez até tenham se tornado mais amigos no decorrer do período, se for considerado que o juiz Fux, despindo-se da toga, subiu ao palco para cantar e tocar guitarra na festa de posse de JB na presidência do STF. Há um registro fotográfico desse momento.
Não muito tempo depois, Fux produziu uma legenda para aquela foto. Foi a entrevista ao jornal Folha de S.Paulo (2/12), onde escancara, em linguagem desabrida, o processo a que se submeteu para ganhar uma cadeira no STF. “Estava nessa luta desde 2004. Bati na trave três vezes”, relembra.
Descarnada dos excessos, transcrevo momentos expressivos da narrativa de Fux para chegar ao Supremo Tribunal Federal. Em duas ocasiões, pelo menos, ele deixa a impressão de que usou as decisões tomadas no Superior Tribunal de Justiça, onde atuava, para turbinar a própria candidatura ao STF.
Eis um exemplo desses:
“Na primeira vez que concorri havia um problema muito sério do crédito-prêmio do IPI (…) Ele (Antonio Palocci) era ministro da Fazenda e foi ao meu gabinete. Fui o voto líder nesse caso (…) poupar 20 bilhões de dólares para o governo, o governo vai achar você o máximo. Aí toda vez que eu concorria ligava para ele”.
Agora outro caso, envolvendo o aguerrido João Pedro Stedile, líder do MST, que apoiou a indicação de Fux pela seguinte razão: “Houve um grave confronto no Pontal do Paranapanema e eu fiz uma mesa de conciliação no STJ entre o proprietário e os sem-terra. Depois pedi a ele para mandar um fax me recomendando e tal. Ele mandou”. A recomendação chegou a Dilma.
Como candidato ao STF, Fux se assemelha a um guitarrista ortodoxo que toca para agradar a gregos e troianos, entre outros.
O ex-ministro Delfim Netto poderia ajudar? Poderia. Fux, então, “colou no pé dele”. E Paulo Maluf? Maluf procurou o deputado Cândido Vaccarezza, líder do governo Lula. “Maluf estava defendendo a indicação e me chamou ao gabinete dele para apresentar Luiz Fux”, atesta o parlamentar petista.
Fux procurou também o ex-deputado e ex-ministro José Dirceu. Entregou o currículo. O ministro diz que foi um encontro só. Dirceu diz que houve outros. A situação nebulosa se consolida quando Fux, num desses encontros com figuras governistas, ao falar do “mensalão”, afirmou que mataria a questão “no peito”.
A partir daí, o processo da escolha de Fux perde inteiramente a transparência. Alguém teria condicionado o apoio ao nome dele ao político? Se isso ocorreu, por que Fux não renunciou à indicação? Fux, ansioso para chegar ao STF, abriu a porta da dúvida e, em seguida, traiu?
A dúvida está lançada. Tudo o que se espera, porém, é que o episódio da escolha de Luiz Fux seja uma exceção e não a regra que guia a escolha dos ministros do STF.Mauricio Dias-CartaCapital
Um comentário:
Prezado Terror do Nordeste
Boa tarde
Deixo um link sobre os fatos referentes ao Ministro FUX, com um convite para que conheça meu blog.
O link do Terror do Nordeste já esta adicionado lá
Um abraço
http://007bondeblog.blogspot.com.br/2012/12/imprensa-golpista-sai-em-defesa-de-luiz.html
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