Luz barata: Fiesp quer que SP, MG e PR paguem a conta
Estados que não aceitaram aderir integralmente às renovações das concessões de energia elétrica "vão ter que arcar com as consequências de frustrar os brasileiros", defende o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf; secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal (PSDB) protesta contra "rombo nas empresas estaduais"
¶Gisele Federicce _247 – Os estados que não aceitaram renovar integralmente as concessões de acordo com a proposta do governo federal a fim de reduzir a tarifa da energia elétrica devem pagar a conta, defende a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Para o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, São Paulo (Cesp), Minas Gerais (Cemig) e Paraná (Copel), que "se recusam a aderir ao desconto", terão que "arcar com as consequências de frustrar os brasileiros".
Com a decisão, defende Skaf, os governos dos três estados também deixam de colaborar para que o Brasil se torne um país mais competitivo. As três estatais foram as únicas que optaram pela não adesão integral da renovação – elas aceitaram renovar apenas o contrato de transmissão de energia, mas não o de geração. Para a Fiesp, o Brasil não pode perder a chance de promover essa queda na conta de luz dos brasileiros.
"O governo federal não deve reabrir negociações com quem não aderiu à antecipação de contratos prevista na MP 579, que possibilita o desconto nas contas de luz. Deve levar esses ativos a leilão no final dos contratos, e garantir a redução de 20% para todos. Não se pode frustrar o povo brasileiro trocando esses 20%, uma vitória de todos nós, por 16,7%", defende Paulo Skaf.
Por conta da não adesão dos três estados, o governo federal admitiu que não seria possível dar 20,2% de desconto na tarifa, conforme fora prometido em setembro pela própria presidente Dilma Rousseff, mas no máximo 16,2%. Em discurso nesta quarta-feira, durante a abertura do Encontro Nacional da Indústria, Dilma garantiu que não irá recuar da decisão, mas disse "lamentar" a "profunda insensibilidade" dos que não compreendem a importância da medida.
Prejuízos
O Secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal (PSDB), voltou a criticar, desta vez pelo Twitter, a medida do governo federal. Na terça, ele já havia confirmado a posição do Estado em não renovar as concessões da Cesp dando argumentos técnicos, como a dívida que a ação causaria para a empresa. Nesta quarta, ele retomou o tema: "Nós é que não vamos recuar diante da truculência e da esperteza do governo, que quer fazer economia com o bolso dos outros", publicou no microblog, em referência à frase de Dilma dita mais cedo.
Segundo Aníbal, "a conta do rombo na Eletrobrás vai para a viúva, para o Tesouro. O rombo nas empresas estaduais, para os governos estaduais". O Secretário protestou que diversos setores, como segurança, educação e saúde, sofrerão cortes para compensar o "roubo". O deputado também questionou: "Sabe com quanto o governo federal contribui para redução das tarifas em impostos federais?". E respondeu: "Zero. Não abriu mão de nenhum centavo".
Por fim, os argumentos, até então técnicos, mencionaram fatos políticos. "O governo faz é cortina de fumaça com a questão das tarifas para esconder o apagão econômico e as Rosemarys da vez", publicou, em seu último tuíte, fazendo referência à Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, que indiciou a ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha.Brasil 247.
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