quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Delegado faz defesa do prefeito de Caruaru

Polícia nega mensalão em Caruaru e diz que um vereador pediu delação premiada

Cúpula da Polícia Civil revela que investigações continuam e outros vereadores podem ser presos  (Nando Chiappetta/DP/D.A Press)


Quem já viu delegado defender abertamente o chefe do Poder Executivo? Isso só ocorre no governo de Eduardo Campos.Esse delegadozinho só não diz que só há corrupto quando há corruptor.Então, quer dizer que os vereadores cobraram propina, para aprovar um projeto de lei, ao dono de uma das casas funerárias de Caruaru? Fala sério.


Um dos dez vereadores presos pela Operação Ponto Final, em Caruaru, Agreste de Pernambuco, que não teve seu nome identificado, pediu à Justiça de Pernambuco o benefício da delação premiada. O benefício poder conceder ao criminoso a diminuição ou até extinção da pena. Nesta quarta-feira (18), dez parlamentares do município foram afastados da Câmara e tiveram o pedido de prisão preventiva expedido pela 4º Vara Criminal de Caruaru. O grupo é acusado pelos crimes de concussão, corrupção passiva e organização criminosa.
Em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (19), o delegado responsável pelo caso, Erick Lessa, destacou que um legislador prometeu colaborar com as investigações. “Ele já fez o pedido à justiça, mas não podemos revelar seu nome. A investigação deve durar mais dez dias, isso se não houver um pedido para ampliar o prazo. Depois disso é que vamos enviar o inquérito com todos os depoimentos. Na verdade, a princípio começou com os dez vereadores, mas todos os outros estão sendo investigados para saber se participaram ou não. A gente percebe, que dentre esses, os demais não tem envolvimento, mas todos serão investigados”, revelou.

Dos vereadores presos, quatro pertencem a situação, inclusive com cargos na Mesa Diretora, e seis fazem parte da oposição ao prefeito José Queiroz (PDT). A investigação estava em andamento há seis meses e começou por conta das denúncias em relação de pedido de propina na Câmara para a aprovação do projeto do Transporte Rápido por Ônibus (BRT). “O projeto entrou em pauta no 27 de agosto e depois, no dia 29 de agosto, foi retirado de pauta por conta dessas exigências e as investigações em trâmite apontou, por meio de medidas de inteligência e de investigação, que estes indivíduos estavam cobrando valores ou solicitando valores para aprovar o projeto”.

Mensalão não existiu

O delegado ainda fez questão de negar a existência de um suposto esquema de mensalão na cidade. Erick Bessa argumentou que o Poder Executivo não cedeu a pressão dos legisladores para o pagamento de propina. Porém, ele fez questão de frisar que alguns empresários da cidade também estão sendo investigados. “O último momento do projeto foi no dia 17 de dezembro, que o projeto foi para a votação. Em todo este período, esses vereadores solicitavam do executivo municipal valores para aprovar o projeto”.
“Nenhum pagamento foi efetuado pela Prefeitura de Caruaru, a prefeitura em nenhum momento aceitou esse tipo de contexto. Inclusive a prefeitura nos deu apoio, quando solicitados, no meio da investigação. Não é mensalão porque não havia o pagamento efetivo do Poder Municipal. Na verdade, eles solicitavam ou exigiam. O Executivo não aceitou este tipo de propina. Os empresários são fruto de outra investigação que vamos verificar, completou.
Os parlamentares, mesmo estando em grupos distintos, ou seja, na oposição e situação, atuavam em conjunto para obter a propina. O valor que eles solicitaram foi aproximadamente R$ 2 milhões para dividir entre eles.Diário de Pernambuco

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