domingo, 3 de agosto de 2008

O FIM DO DEMônio



Quase um mês após o começo da campanha municipal, o Democratas enfrenta problemas no Rio de Janeiro e Recife, as suas principais vitrines. Entre os grandes partidos de antes da chegada do PT ao poder, o antigo PFL foi o que mais perdeu quadros, e é a sigla que tenta agora a maior mudança de perfil e que espera sair das eleições reestruturado, de modo a fazer um bom papel em 2010. Mas para isso precisa fazer bonito no Rio e em São Paulo, e a largada não foi nada animadora.
Apesar do pouco peso que dá às primeiras pesquisas sobre as eleições de outubro, a cúpula pefelista não esconde uma certa "decepção" com os números exibidos por Gilberto Kassab. Numa eleição até agora pulverizada como a do Rio, os índices da candidata Solange Amaral são considerados compreensíveis. Mas em São Paulo o mínimo que se esperava é que Kassab já tivesse ao amenos descolado dos 9% exibidos pelo ex-prefeito Paulo Maluf.
As condições para isso foram dadas, pelo que se diz no DEM. Basta lembrar que o próprio DEM articulou a retirada de Guilherme Afif Domingos, que pensava em disputar o cargo, que o governador José Serra assegurou a permanência dos tucanos no governo municipal, além de tirar de Marta Suplicy um apoio que o PT já dava como certo: o do ex-governador Orestes Quércia, com o precioso tempo de TV do PMDB. E o melhor de Kassab foi uma grotesca tentativa de manipular uma pesquisa.
O DEM aposta na recuperação de Kassab. O presidente do partido, Rodrigo Maia, acredita que isso se dará a partir do horário eleitoral gratuito. O deputado José Carlos Aleluia (BA) concorda que com a TV "será possível passar para o candidato o índice de avaliação do prefeito, que é alto".
A expectativa da direção do DEM é que Kassab chegue ao final do primeiro turno com algo entre 25% e 30% dos votos, a serem retirados, sobretudo, do tucano Geraldo Alckmin. Isso sem atacar o candidato do PSDB. Ele, assessores e dirigentes do DEM insistem que a aliança com o PSDB será o limite da campanha. Ou seja, Alckmin não será atacado a ponto de comprometer o futuro da aliança DEM-PSDB.
É com uma votação entre 25% e 30% dos votos válidos de São Paulo que o DEM espera compensar os votos nacionais que perderá em função da grande mudança de perfil que o partido está tentando fazer nas eleições. Um exemplo da natureza dessa mudança é a grade: 60% deles disputarão postos nas regiões Sul e Sudeste, contra 30% no Norte e Nordeste. Exatamente o contrário do que ocorreu quatro anos antes, quando PFL teve 51% de seus candidatos no Norte e Nordeste e 40% nas regiões Sul e Sudeste.
O partido fez então (em 2004) 11.238.408 votos, ou 11,81% do total de votos válidos, contra os 15,35% obtidos na eleição municipal de 2000. Embora tenha agora concentrado seus candidatos nos maiores colégios, o DEM não espera um número de votantes maior ou igual ao de 2004. Mas mesmo no Nordeste, onde não tem prefeituras ou governos estaduais importantes, o DEM acredita que viverá nova realidade em 2010.
"Perdemos prefeitos seduzidos pelo poder (na Bahia, eram mais de 200, sobraram cerca de 60), mas não perdemos lideranças políticas importantes", diz o secretário-executivo Saulo Queiróz. Tradicionalmente, o DEM elege cerca de 50% dos candidatos que são lançados; este ano eles serão 1.100. Em 2005, o DEM elegeu seis prefeitos de capitais, contra nove em 2000.
Este ano, o DEM disputa em 12 capitais, contra nove há quatro anos. Em 2004, concorreu com apenas três candidatos no Nordeste; este ano, entre com chances reais - de acordo com as primeiras pesquisas - em pelo menos três: Fortaleza, Salvador e Recife. As sondagens de opinião também indicam boas possibilidades em Belém e Palmas. No Sul, Ônix Lorenzonni patina em Porto Alegre, mas tem grandes esperanças com uma novidade em Florianópolis, o deputado estadual César Júnior (em Curitiba mantém a aliança com o favorito tucano Beto Richa).
"Talvez não possamos compensar em número de votos (em relação a 2004)", diz Saulo Queiroz, "mas certamente vamos ganhar em termos de prestígio. Inclusive no Nordeste, e chegar a 2010 em condições de competir por boas bancadas no Congresso e pelos governos estaduais". Isso, como lembra Rodrigo Maia, já sob as novas regras da fidelidade partidária, "o que tornará possível planejar um partido para três ou quatro eleições".
Comentário do Terror
Pelo fim do DEM eu já esperava.
Só falta agora o fim do PSDB. e não vai demorar.

Um comentário:

João Sérgio disse...

Eles vivem mudando de nome para enganar o povo, mas chega uma hora que não adianta