sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O "MILAGROSO" PAC TUCANO


Declaro que nada tenho contra o PAC paulista, programa do governo de São Paulo de combate à crise que será anunciado pelas manchetes principais de todos os maiores jornais do país nesta sexta-feira, apesar de ser um programa paulista, e depois de passar o dia anterior sendo destacado ininterruptamente pelos portais de internet e pelos telejornais. Também quero deixar registrado que escrevo na quinta-feira à noite...

Não rejeito a generosa cobertura publicitária que tal anúncio recebeu - e que ainda receberá muito - da imprensa, porque foi, acima de tudo, a mais legítima adesão do governador José Serra, autor da teoria de que o PAC original “não existe”, a nada mais, nada menos do que àquilo que ele vinha mandando Globos, Folhas e Vejas criticarem sem dó nem piedade, ou seja, ao... PAC (!?).

Serra adotou medidas sobre as quais a imprensa falou menos do que do mero fato de que foram anunciadas. O governador tucano fez isso, obviamente, em reação a nota do PT que atacou a oposição tucano-pefelê por se limitar a pregar o caos em vez de ela também fazer alguma coisa contra a crise nos Estados que governa.

Serra tentou se explicar dizendo que a responsabilidade de combater a crise é do governo federal, mas não quis deixar no ar a idéia de que “o próximo presidente do Brasil” não esteja fazendo outra coisa além de produzir previsões assustadoras para jornais publicarem, de maneira que inventou o “PAC paulista”, programa miraculoso que, ao menos na mídia, logo, logo revelará propriedades mágicas, fazendo cegos voltarem a enxergar e paraplégicos caminharem.

Nada tenho, agora explico, contra a intenção do pré-candidato tucano à Presidência da República de parar de trabalhar com o maxilar contra a crise e começar a trabalhar com aquela caneta do governo estadual que o entorpecido povo paulista deixa em mãos tucanas há 14 anos justamente para eles não precisarem ficar só reclamando.

A iniciativa paulista, mesmo sendo claramente eleitoreira, poderá ser boa mesmo que não cumpra o previsível e dê algum resultado - e não deverá dar, porque, à diferença do PAC federal, feito há mais de dois anos, quando Serra dizia ser um programa “desnecessário”, este “PAC” estadual começa quando a crise, ao menos no Brasil, dá sinais de que está amainando. Mas, pelo menos, Serra terá alguma coisa mais útil para fazer além de ficar escrevendo manchetes para a Globo, para a Folha etc.

No entanto, não estou muito confiante de que o desocupado governador de São Paulo se dedicará um pouco mais a governar e um pouco menos à própria candidatura à Presidência. Sua mente se mostra uma usina de estratégias políticas burras.

Vejam só, abaixo, o que diz o tucano sobre o Bolsa Família, um dos programas sociais mais reconhecidos do mundo e cujos resultados instituições como o IBGE, a FGV, o Ipea, a ONU, o Banco Mundial, o FMI, governos e imprensa estrangeiros elogiam o tempo todo:

"Somos extremamente a favor da transferência de renda, mas através do trabalho. Só transferência de renda não adianta".

Serra quer trabalho aumentando no Brasil? Por que ele não dá uma olhada nos dados do IBGE, da FGV, do IPEA, de todas as instituições daqui e do resto do mundo que mostram a melhora não só do nível de emprego como redução progressiva das desigualdades?

Serra preferirá destacar a queda episódica no emprego para dizer que políticas de geração de emprego não foram adotadas nos últimos anos? A população não acreditará. Talvez a maioria dos paulistas, mas no resto do Brasil essa conversa não cola.

Agora, é aturar a masturbação do “milagroso” PAC paulista até 2010, ao qual a mídia atribuirá a recuperação que a economia brasileira já começa a exibir e que penso que permitirá ao Brasil se destacar no mundo como o primeiro país a superar a crise econômica internacional.

Fica uma dúvida, porém: será que alguém, fora de São Paulo, acreditará na versão que os meios de comunicação tentarão vender, de que foi Serra quem tirou o Brasil da crise?
Eduardo Guimarães.
Comentário do Terror.
Simplesmente vergonhosa a cobertura dada pelo PIG ao "PAC" pirata de José Serra.

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