terça-feira, 6 de outubro de 2009

Brasil, iluminando o céu do mundo, com o sol de um novo tempo

Gilson Reis *

Vivemos um período de transições estruturais jamais visto em toda história da humanidade. Transformações profundas que ocorrem em todos os segmentos sejam eles político, econômico, social, ideológico, cultural, dentre outros.


Nos últimos vinte anos vimos o socialismo sucumbir à traição reformista da Perestroika e os bolcheviques sucumbirem ao desmoronamento da revolução; assistimos, a então maior nação do mundo, os Estados Unidos da América assumir uma poderosa hegemonia militar, econômica e política e, em apenas oito anos perder gradativamente a condição de nação hegemônica na divisão geopolítica internacional. Constatamos nos últimos meses a mais profunda crise do capitalismo desde a grande depressão de 29, uma crise que arrasou as principais economias do mundo desenvolvido (EUA, Europa, Japão); e recentemente fomos testemunhas da emersão de novas economias - os BRICS, Brasil, Rússia, Índia e China, aumentar a participação no Produto Interno Bruto – PIB, do mundo e constituir um novo processo de expansão multipolar.

Vivenciamos com angústia a expansão das idéias neoliberais e ao mesmo tempo, com luta, contribuímos para o florescimento do socialismo do século 21I na América Andina. Choramos pela morte de milhares de inocentes na ocupação do Iraque e Afeganistão e sorrimos com o fim da apartaid na áfrica do Sul. Vimos ascender aos governos índios, padres, guerrilheiros, operários, camponeses, mulheres e homens comprometidos com um novo mundo e um novo tempo.

Diante dessas circunstâncias históricas vimos o Brasil sair da condição de mero coadjuvante para exercer com soberania e altives um protagonismo internacional jamais visto na história. Há seis anos e dez meses assumiu a Presidência da República um retirante nordestino, transformado em operário depois de cursar o ensino profissionalizante e conquistar um diploma de ferramenteiro. De metalúrgico para líder sindical; de líder sindical para líder político; de líder político para líder nacional; de líder nacional para líder internacional. Como disse Obama recentemente: “Ele é o cara”.

No entanto, esse artigo não tem o interesse de encobrir a maneira tímida como o Presidente Lula tem administrado os conflitos estruturais enraizados na sociedade brasileira. E sim afirmar que nenhum outro presidente deste país: médicos, advogados, engenheiros, coronéis, sociólogos foram capazes de alcançar os êxitos que o metalúrgico desempenhou nos últimos anos.

Para dizer que não falei das flores relembro de algumas das ações de governo que justifica esse novo protagonismo.

Quem não se lembra da posição do governo contra a ocupação americana no Iraque.

Quem não se lembra do envio de dois navios de suprimentos para Venezuela durante o golpe de Estado e a exigência para restabelecer a democracia e o governo Hugo Chaves.

Quem não se lembra da política de fortalecimento do Mercosul, da criação do G4, da ampliação do G7 para o G20, e da reafirmação da unidade da América latina pela Unasul.

Quem não se lembra das negociações com a Bolívia e o apoio a Evo Morales para recuperar a soberania nacional perdida nos anos de neoliberalismo, consubstanciada na exploração e venda do gás - única riqueza capaz de tirar esse povo da mais profunda miséria.

Quem não se lembra da atitude dura contra a ocupação do espaço aéreo do Equador pela aviação colombiana - o que provocou a morte do principal líder das Farcs, comandante Reys.

Quem não se lembra da posição do governo nos fóruns da OEA contra o bloqueio americano à pequena ilha socialista de Cuba.

Quem não se lembra do processo de negociação com o Paraguai para reescrever um novo contrato de exploração da hidroelétrica de Itaipu - uma das principais fonte de receita desta nação guarani – resgate histórico de solidariedade por ter sido arrasada pelo exército brasileiro no século 19.

Quem não se lembra dos discursos proferidos nos últimos meses pela reconstrução de novos paradigmas na regulamentação da economia internacional.

Quem não se lembra da decisão da FIFA em realizar a copa do mundo de 2014 no solo brasileiro.

Quem não se lembra da posição do governo Lula em repreender o golpe em Honduras e exigir a volta do governo deposto Manuel Zelaya.

Quem não se lembra do Itamaraty abrir as portas da embaixada brasileira em Honduras prestando solidariedade a um governo que luta contra os golpistas civis e militares na pequena nação da América Central.

Quem não se lembra do presidente Lula chorando feito criança ao ser anunciado o Brasil como sede das olimpíadas de 2014.

Um governo que luta pela paz contra a guerra, um governo que luta pela democracia contra golpes militares e civis, um governo que luta por novo ordenamento econômico internacional - a batalha entre o Estado e mercado, um governo que luta pela mais nobre das integrações entre nações, a integração pelo esporte, um governo que amplia a participação econômica do Brasil no comércio internacional, privilegiando a relação regional e a aproximação sul/sul, um governo que definitivamente coloca o Brasil como protagonista de um novo tempo, de um novo mundo em transição.

É neste cenário claro e reluzente que parte da elite brasileira - golpista, reacionária, racista, conservadora, entreguista e preconceituosa ainda tenta de todas as maneiras rebaixar as decisões soberana do atual governo e desmoralizar as suas posições. Todavia, a situação da elite golpista vai ficando cada dia mais difícil. O reconhecimento mundial da nova posição do Brasil no cenário internacional é reconhecido por todos os países, nos principais jornais e revistas, nas maiores e mais influentes nações do mundo e fundamentalmente, na mente e coração da avassaladora maioria do povo brasileiro.

Vamos avançar, o dia está nascendo, o cruzeiro do sul está se pondo, o sol com seus raios dourados, surge no horizonte, um povo e um país orgulhoso de si se levanta e diz ao mundo: um novo tempo chegou, o gigante pela própria natureza despertou, mesmo que uns não queiram.



* Presidente do Sinpro - MG - Sindicato dos Professores e dirigente nacional da CSC.

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